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See other formatsTUCANA COLECAO HISTORIA AGORA Volume 1 A USINA DA INJUSTICA RICARDO TIEZZI Volume 2 0 DINHEIRO SUJO DA C0RR0PCA0 RUI MARTINS Volume 3 CPI DA PIRATARIA LUIZ ANTONIO DE MEDEIROS Volume 4 MEMORIAL DO ESCANDALO GERSON CAMAROTTI E BERNARDO DE LA PENA Volume 5 A PRIVATARIA TDCANA AMAURY RIBEIRO JR. Amaury Ribeiro Jr. A PRIVATARIA Os documentos secretos e a verdade sobre o maior assalto ao patrimonio publico brasileiro. A fantastica viagem das fortunas tucanas ate o para iso fiscal das llhas Virgens Britanicas. E a historia de como o PT sabotou o PT na campanha de Dilma Rousseff. GfRACAO £D/rOMM A PRIVATARIA TUCANA Copyright © 201 1 by Amaury Ribeiro Jr. 1 a edigao — Novembro de 201 1 1 a reimpressao — Dezembro de 201 1 Grafia atualizada segundo o Acordo Ortografico da Ltngua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009. COLEQAO HISTORIA AGORA Editor e Publisher Luiz Fernando Emediato Diretora Editorial Fernanda Emediato Produtora Editorial Renata da Silva Assistente Editorial Diego Perandre Capa e Projeto Grafico Alan Maia Preparacao deTexto Josias A. Andrade Revisao Gabriel Senador Kwak DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGACAO NA PUBLICAfAO (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Ribeiro Junior, Amaury A privataria tucana / Amaury Ribeiro Jr.. -- Sao Paulo : Geracao Editorial, 201 1 . (Colegao historia agora ; v. 5) ISBN 978-85-61501-98-3 1.1. Brasil - Polltica e governo 2. Jornalismo politico 3. Privatizacao - Brasil 4. PSDB (Partido politico! - Brasil I. Tftulo. II. Serie. 11-12469 CDD: 070.44932081 Indices para catalogo sistematico 1 . Brasil : PSDB : Partido politico : Privatizacoes : Jornalismo politico 070.44932081 GERACAO EDITORIAL Rua Gomes Freire, 225/229 — Lapa CEP: 05075-01 0 — Sao Paulo — SP Telefax.: +55 1 1 3256-4444 Email: www.geracaoeditorial.com.br 2011 Impresso no Brasil Printed in Brazil Dedicatoria Dedico esse livro a memoria de meu pai Amaury e dos meus tios Roberto e Anesio, que morreram recentemente. Dedico tambem a meus tios Fany e Wilson, meus eternos anjos-da-guarda. Por ultimo dedico a meus filhos Nadelita e Pedro, minha mae Nadel e a todos os amigos e familiares que me apoiaram nos momentos dificeis. Agradecimentos: Ayrton Centeno, Luiz Fernando Emediato, Adriano Bretas e toda a sua equipe, Hecio Zolini, Camilla Baeta, Marcio Firpi, Ivan Doeher, Luiz Lanzetta, a mana Margareth e o primo Chico e todo o pessoal da pizzaria, Gilberto Nascimento, Leandro Cipoloni, Domingos Fraga, Douglas Tavolaro, Luiz Canario, Lumi Zunica, Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Rodrigo Vianna e todos os colegas da Record, Rubens Valente, Gustavo Terra, Chico Octavio, Cidinha Campos, Woltair, Claudia, Renato Scalapomtepore, Paulo Afonso, dona Elza e todos os amigos e irmaos de Monte Castelo (irmaos fraternos) e do povoado de Medeiros. Sumario NOTA DO EDITOR 9 1. A HISTORIA ANTES DA HISTORIA 13 2. BRIGA DE FOICE NO PSDB 21 3. COM O MARTELO NA MAO E UMA IDEIA NA CABECA 33 4. A GRANDE LAVANDERIA 43 5. APARECE O DINHEIRO DA PROPINA 61 6. MISTER BIG, O PAI DO ESQUEMA 81 7. EX-CAIXA DO PSDB RECEBE MAIS US$ 1,2 MILHAO 123 8. O PRIMO MAIS ESPERTO DE JOSE SERRA 165 9. A FEITICARIA FINANCEIRA DE VERONICA SERRA 179 10. OS SOCIOS OCULTOS DE SERRA 233 11. "DOUTOR ESCUTA", O ARAPONGA DE SERRA 241 12. OS TUCANOS E SUAS EMPRESAS-CAMALEAO 257 7 HISTORIA AGORA 13. O INDICIAMENTO DE VERONICA SERRA 275 14. QUANDO O AUTOR VIRA PERSONAGEM 293 15. OS VAZAMENTOS NO "BUNKER" DO I AGO SUL 307 16. COMO O PT SABOTOU O PT 319 EPILOGO 337 ND CI REMISSIVO 341 8 Nota do Editor Em SeilS 20 anOS de pOlemiCa existencia, a Geracao Editorial publicou muitos livros impactantes — nenhum como este que voce vai ler agora. Nossa editora publica, sem temor e sem censura, tudo o que consideramos util e necessario para entender o Brasil e sua historia. Assim foi com Fernando Collor, Antonio Carlos Magalhaes, Paulo Maluf, a famflia Sarney, o caso do "mensa- lao" e tantos outros. Entao, prepare-se: este livro que chega finalmente as suas maos nao e uma narrativa qualquer. Voce esta embarcando em uma grande reportagem que vai devassar os subterraneos da privatiza- cao realizada no Brasil sob o governo de Fernando Henrique Cardoso. £, talvez, a mais profunda e abrangente abordagem jamais feita deste tema. Essa investigacao — que durou 10 anos! — nao se limita a res- gatar a selvageria neoliberal dos anos 1990, que dizimou o patri- monio publico nacional, deixando o pals mais pobre e os ricos mais ricos. Se fosse apenas isso, o livro ja se justificaria. Mas vai alem, ao perseguir a conexao entre a onda privatizante e a abertura de 9 HISTORIA AGORA contas sigilosas e de empresas de fachada nos paraisos fiscais do Caribe, onde se lava mais branco nao somente "o dinheiro sujo da corrupcao" — outro titulo de nossa editora, sobre as estripulias de Paulo Maluf — , mas tambem o do narcotrafico, do contrabando de armas e do terrorismo. Um ervanario que, apos a assepsia, retorna limpo ao Brasil. Resultado de uma busca incansavel do jornalista Amaury Ribeiro Jr. — um dos mais importantes e premiados reporteres in- vestigativos do pais, com passagens por IstoE, O Globo e Correio Braziliense, entre outras redacoes — o livro registra as relacoes his- toricas de altos proceres do tucanato com a realizacao de depositos e a abertura de empresas de fachada no exterior. Devota-se particu- larmente a perscrutar as atividades do cla do ex-governador paulis- ta Jose Serra nesse vaivem entre o Brasil e os paraisos caribenhos. Mais uma vez, atencao: essa narrativa nao e apenas um amonto- ado de denuncias baseadas em "fontes", suspeitas e intrigas de opo- sicionistas, como se tornou comum em certa imprensa de nosso pais. De forma alguma. Todos os fatos aqui narrados estao calcados em documentos oficiais, obtidos em juntas comerciais, cartorios, no Ministerio Publico e na Justica. Assim, comprova as movimentacoes de Veronica Serra, filha do ex-candidato do PSDB a Presidencia da Republica, e as de seu mari- do, o empresario Alexandre Bourgeois, que seguiram no Caribe as licoes do ex-tesoureiro de Serra e eminencia parda das privatizacoes, Ricardo Sergio de Oliveira. Descreve ainda suas ligacoes perigosas com o banqueiro Daniel Dantas. Detem-se na impressionante tra- jetoria do primo politico de Serra, o empresario Gregorio Marin Preciado que, mesmo na bancarrota, conseguiu participar do leilao das estatais e arrematar empresas publicas! Estas paginas tambem revelarao que o entao governador Jose Serra contratou, com o aporte dos cofres paulistas, um renomado araponga antes sediado no setor mais implacavel do Servico Nacional 10 A PRIVATARIA TUCANA de Informacoes, o extinto SNI. E que Veronica Serra foi indiciada sob a acusacao de praticar o crime que, na disputa eleitoral de 2010, acu- sou os adversarios pollticos de seu pai de terem praticado. Desvinculado de qualquer filiacao partidaria, militante do jor- nalismo, Ribeiro Jr. rastreou o dinheiro dos privatas do Caribe da mesma forma como esteve na linha de frente das averiguacoes so- bre o "mensalao". Tornado mais celebre do que ja era por seu suposto envolvimen- to na ultima campanha presidencial, Amaury Ribeiro Jr. aproveita para visitar os bastidores da campanha do PT e averiguar os vaza- mentos de informacoes que perturbaram a candidatura presiden- cial em 2010. Ele sustenta que, na luta por ocupar espaco a qualquer preco, companheiros abriram fogo amigo contra companheiros, traficando intrigas para adversarios politicos incrustados na midia mais hostil a entao candidata Dilma Rousseff. £ isso e muito mais. A leitura. 11 1 A HISTdRIA ANTES DA HISTdRIA As meninas executadas pelo narcotrafico. Cento e cinquenta jovens assassinados. 0 faroeste caboclo ao redor de Brasilia. Da policia para a politics. AllteS de tlldO ha 0 tirO. Nao fosse o tiro, talvez a historia que vai ser contada aqui nao existiria. Entao, antes de contar a historia, e preciso contar a historia do tiro. No comeco da noite do dia 19 de setembro de 2007, o tiro vai partir de um 38 e entrar na minha barriga, de cima para baixo, em um bar na Cidade Ocidental, em Goias. Dos tres tiros disparados, sera o unico a atingir o alvo, mas fara o seu estrago. Vai atingir a coxa e passar rente a arteria femoral. Por uma questao de mihmetros, vou esca- par da hemorragia e de morrer esvaido em sangue na porta de um bar do entorno de Brasilia. Nas semanas que antecederam o tiro, eu ouvira dezenas de pes- soas e vasculhara documentos e ocorrencias policiais em Cidade Ocidental. Em um primeiro momento, minha tarefa era descrever um crime barbaro: o assassinato de duas meninas, Natalia Oliveira Vieira, de 14 anos; e Raiane Maia Moreira, de 17, com tiros na boca e na nuca. Registrada pelas lentes dos peritos, a cena do crime era chocante: as duas adolescentes de classe media abracadas e mortas num matagal. O estado de suas roupas evidenciava que haviam 15 HISTORIA AGORA sido violentadas. Nao demorei a perceber que o cenario ilustrava a realidade de muitas familias que, empurradas pela especulacao imobiliaria, rumavam para cidades-dormitorios onde o crime era a unica lei. Na ausencia de parques, pracas ou qualquer tipo de lazer, a juventude do entorno passava o dia inteiro em lan houses. Ali se tornavam presas faceis de traficantes e outros bandidos. Quando fui examinar os arquivos do Instituto Medico Legal de Luziania (GO), percebi que a situacao era muito mais grave. Descobri que 150 jovens haviam sido assassinados nos arredores da Capital Federal em apenas seis meses. Na cronica deste massacre, 41 das vltimas tinham entre 13 e 18 anos. As demais, entre 19 e 26 anos. Era o saldo da carnificina promovida pelo crime organizado e o narcotrafico em uma regiao distante apenas algumas dezenas de quilometros da Esplanada dos Minister ios. Com a ajuda do amigo Idalberto Matias de Araujo, o agente Dadd, do Servico de Inteligencia da Aeronautica (Cisa), consegui respaldo dos policiais para aprofundar ainda mais as investigacoes. E chegou as minhas maos um relatorio da P2, o servico secreto da Policia Militar de Goias. Nele, o traficante Joao Carlos dos Santos, o Negdo, e responsabilizado pela administracao do trafico e pela maioria das execucoes de criancas e jovens. Ele montara uma central de distribuicao de cocaina e merla, uma versao do crack em pasta, que tomou conta da periferia do Distrito Federal. No teledroga de Negdo, o crack e a merla eram entregues em domicilio por meio de uma rede de meninos recrutados pelo trafico. A primeira reporta- gem da serie Trafico, Exterminio e Medo foi publicada no dia 4 de setembro pelo Correio Braziliense. Nela, esta o relatorio da P2. E uma foto de Negdo. No dia seguinte, o entao governador do Distrito Federal, Jose Roberto Arruda (DEM), propos a convocacao da Forca de Seguranca Nacional. Arruda queria que a unidade federal auxilias- se as policias do DF e de Goias a controlar a area. A proposta, no 16 TRAFICft EXTERMINIO E MEDO Reporter o balrado nn barriga cm Cldade Oridontal. a 48km do Piano Piloto. Alitor do rrportagrns sobn? a violent la no Emorno publlcadas no Corrcio. ole precisou ser operado no hospital do Caina e passa bem m MOStM IM 005 LOCAJS UMCIDOS tALAS HA PWtfDt DO Mft ATtMICO COUTtA A LIBUCHUK Of MKttlSA TRAFICO TENTA MATAR JORNALISTA cuutmvuumi pwjr |ur.i tn o wfirimmjilD I'm dfl\ ff P* lirm rrli 'ii a 0 trifle o d> droga* no I niornodpu flou a wk Irdad* niais vuru \rt Han dtdos lefiiaram cmvUf ojontalte u do i Varii dr \nViai Aiiiaur> R) - bHru Jr. 44 anu». <jur tu dim w iikr u\ rt uaia oCorrrlo unu vMlr dr rppurtoflrra %oUt j (Vn tr vf> anttn m rrgkVi O mir ucutfvu put tutu da» .'H ''in i i darfpOrilrorai | Mini. fa- Ura*. III Orr*pCtft« rttava m urn bar oa Quadra S dnSr** CoinuiVif do dhtaiH* Ihm do rrntro do iminfcrtyla. Uni rajM/ dkpamu tr** thm rortf 1.1 rip. I ma inirtminha dha* qw o » iii ir dn\ di too* ch r um ]n* p m morriMx Na him do alrntado o i rtu«MM> ti\.n.i>H-fniii<ti Ik.ui ca, c aniKa pin j r um gorro na rabeta *0 rapa* diw qur n a utn alalia, nut invduutfitrmr apnnlou um molvrt jhiraojor nalhu c dbparou tro* wow', aflr nn ii m poll* ial niilllar. qur nttdku* idrntltM aramr up faxfUflfJliroudr rlmi pa»j bai I r.ifn rule drupes no fcmorno desa fiou a sociedadr Kan didos ton wcecular ojunialis tadoiaattocfrAtowsAniaun'Ri 14 anos. q ue ha duas sc paraoCorrFtouina serie de repotiagem sobre a acao afk antes na regtao. 0 crji Kill vit* pod -vl vi MM da rada. Nunra vou nquwer mm cm*'. drtabafmj a rr»ull>pf () hand kdo fngl urm <r*juku Lrvado por unu ambulant Id d» Smt(D dr Airndhrriilo VtowJ drlfgfnru (Sarnul|uraofbip* Ial RrgMinal do Canu (HRG) \maur> to whrnrtatoM 2 1*00 a iimi<ri<ry,i.i|ki,iiiltf.ili.liUlLi our ntAi akaada nrtrr a riniura rapubn Duiaiilraif •naxati.in outros dois dispart >\ alingiram a pared? do bar A dona do esia ■ brlci-imento. que tanib^m pe dlu para nao svr idc mifkada. afirmou que minutos antes do rimo-*erviu um caldo de gali- i^ki para o jornalista. Km segul rial Aniaury pediuqueela au nnffit; sm'i i vulunii* uli-vivwj ira cue pudesse assislir a um ielejornal. A comerrianie sc fluiu inra os fundos do bar. "Ou i. cAp* ItfirciaitdXlU da ( »H do IHSlrMo rpdrral \mv n Ihavambalrrm do munkf{M atratdotrlnilrttivu I kt liaiki ftiafii « iki i irM luitun dr l i r»Wl - r ji.ii> todatligada^aolrlAooJ dritriigA l)m%ir>|in(ofi»dt'1l \ doamria noMcdfonlrm CAST10 ( tMKSXA OUMU UWMIWSOBHOAI-STWWCMlWOimAllSIAKASFif.MASJa IS *a 41, «, 11,441* Jornalista baleado apos denunciar o trafico. HISTORIA AGORA primeiro momento, nao foi bem recebida pelo governo de Goias. Para o governador Alcides Rodrigues (PP), bastaria a liberate* de recursos da Uniao para solucionar o problema. Porem, no dia 1 1 do mesmo mes, o Ministerio da Justica colocou 374 homens da Forca de Seguranca Nacional a disposicao dos dois governos. E informou o repasse de R$ 10 milhoes para que as duas administrates inves- tissem em seguranca piiblica. No dia 16, nova materia, agora adicionando outros cinco nomes a listagem dos mortos. Apesar das advertencias que me alertavam para o desagrado da bandidagem diante da iminencia da chegada de tropas federais ao entorno da Capital, resolvi prosseguir a inves- tigacao. Uma colega da redacao havia me relatado o drama dos fa- miliares de outra adolescente executada. Entao, retornei a Cidade Ocidental. Foi a maior besteira. Eu e o motorista do jornal, Francisco Oliveira, o Carioca, estava- mos na varanda de um bar. A gente tomava uma cerveja enquanto eu aguardava a fonte que poderia trazer informacoes sobre o assas- sinate mais recente. Ali por volta das sete da noite chegaram dois sujeitos. Um deles usava um casaco com capuz e um bone e quase nao se via seu rosto. Era o dia 19. Foi tudo rapido demais. Um dos homens comecou a atirar, e num impulso, minha primeira reacao foi me atracar com o desco- nhecido. Caimos no chao quando ele efetuou outro disparo. O mo- torista tentou tomar-lhe a arma, mas tambem foi recebido com um tiro. O bandido errou o disparo e acao de Carioca acabou provo- cando a fuga da dupla. — Voce esta ferido? — perguntei ao Carioca enquanto ele me ajudava a levantar. — Eu nao, mas voce levou um tiro. O cara nao anunciou assalto. Foi um atentado — respondeu. Como nao sentia dores, demorei alguns segundos para acreditar. So tive a certeza ao ver as marcas de sangue espalhadas no chao do bar. 18 A PRIVATARIA TUCANA Levado para o posto de saiide local para estancar o sangue, logo fui removido para o Hospital Regional do Gama, onde Arruda, diretores do Correio Braziliense, pollticos, jornalistas e parentes ja me aguardavam. Depois de muita discussao com po- Hticos ligados a area de saiide, o cirurgiao Giuliano Trompetta resolveu me operar para detectar uma posslvel hemorragia. — Embora nao haja sinais de hemorragia, eu sou o responsavel e vou operar para evitar problemas — disse as autoridades que o questionavam sobre a necessidade da cirurgia. O atentado comoveu muita gente. Ministros, pollticos e organi- zacoes de direitos humanos condenaram a agressao. Durante quase dois anos, o incidente foi citado nas paginas da imprensa interna- cional, que enviaram equipes de reportagem a regiao do entorno. A historia ganhou espaco em jornais das mais diferentes linhas edito- rials. Na Inglaterra, por exemplo, foi destaque em diarios tao dis- tintos entre si como o circunspecto Financial Times e o tabloide The Mirror, mais focado na descoberta de escandalos da familia real e de outras celebridades. Na apuracao, a policia de Goias — contraria a presenca de tro- pas federals na regiao — levantou a tese de que nao teria havido tentativa de homicidio e sim um assalto malsucedido. Tres suspei- tos foram apresentados a imprensa. Embora tenha apontado va- rias contradicoes na investigacao, a imprensa nao teve o cuidado de checar os dados dos suspeitos. Nunca foi dito, por exemplo, que o suposto autor do disparo, um adolescente conhecido como Piteu, e sobrinho em primeiro grau da entao prefeita da cidade, Sonia Melo (PSDB), e primo do traficante Amadeu Soares, o Sergio. Numa interceptacao telefonica da Policia Federal com au- torizacao judicial, os familiares de Piteu aparecem comentando a participacao de Sergio no crime. "Precisamos esconder a bicicleta do Sergio", afirma uma parente de Piteu sem saber que estava sen- do monitorada pela PR 19 HISTORIA AGORA Apesar das divergencias entre os governos do DF e de Goias, uma semana depois do atentado — enquanto eu deixava a Capital sob escolta da policia ate o aeroporto — agentes da Forca de Seguranca Nacional comecaram a chegar a Brasilia. Acompanhado de meu pai, segui para Belo Horizonte para me recuperar ao lado da famllia. A Forca de Seguranca Nacional permanece ate hoje na regiao. O gover- no federal montou um quartel para formacao e treinamento em Luziania. Negao e os principals traficantes denunciados pela reporta- gem estao presos. Mas as criancas e adolescentes continuam sendo assassinados pelas faccoes criminosas da regiao. Quando sai do hospital, mergulhei fundo na depressao. Nao po- dia me expor, nao podia trabalhar em Brasilia. Minha vida pessoal tambem sofreu muito com isso. Foram tempos duros. O panorama comecou a mudar quando retomei o trabalho. Fui transferido do Correio Braziliense para o Estado de Minas, diario de Belo Horizonte do mesmo grupo. Longe de Brasilia, troquei as pautas de policia em favor das de politica. Agora, o confronto nao era entre os bandidos e a lei no faroeste caboclo do entorno. Nao havia tiros, cadaveres ou sangue nas ruas. O embate era silencioso e sorrateiro nos desvaos da politica e, principalmente, da baixa politica. Esta coreografia de punhais no interior do ninho tucano envolvia as pre-candidaturas de Jose Serra e de Aecio Neves a Presidencia da Republica. Brasilia, de novo, entrava na minha vida. E comecava uma outra historia. 20 2. BRIGA DE FOICE NO PSDB Arapongas no encalgo de Aecio. "Po para, governador", provoca o Estadao. "Sao Paulo, nao mexa com Minas", owe Sena. Ricardo Sergio da o exemplo. E os tucanos seguem atras. Encravado na Serra de Itatiaiugu, interior de Minas Gerais, o povoado de Medeiros e o meu refugio. £ ali que, depois do episodio do tiro, comeco a cultivar a vinlfera Syrah. Escolhi a area para o experimento com o auxilio do i2-Analyst's Notebook, pro- grama de inteligencia utilizado por investigadores de todo o mun- do para rastrear dinheiro sujo do crime e da corrupcao. Como demonstracao das suas multiplas virtudes, o i2-Analyst's indicou graficamente os municlpios de Minas com potencial para a elabo- racao de vinhos de qualidade. No caso de Medeiros, a altitude de cerca de 1.100 metros acima do nivel do mar significaria, em tese, um clima temperado com muito sol e noites frias, que permitem a liberacao das substancias das cascas das uvas como o tanino, o que empresta maior comple- xidade ao vinho. Mas o que definiu a escolha foi o fato de que, ao contrario dos vizinhos Santa Teresinha e Rio Sao Joao, Medeiros nao e castigado por geadas durante o inverno. A ausencia de geadas permite a inversao da poda e da colheita. De setembro a dezembro de 2007, enquanto convalesco dos fe- rimentos e da cirurgia, o plantio das videiras funciona como uma 23 HISTORIA AGORA valvula de escape. Serve para encarar a depressao pos-traumatica, resultado da violencia sofrida. O desafio de plantar ainda em 2007 e durante o periodo de chuvas ajuda a superar a letargia. Mas, no mes de dezembro, a profissao me chama de volta. Recuperado das lesoes, fui para Belo Horizonte. Ao me apresentar ao Estado de Minus, jornal do mesmo conglomerado do Correio Braziliense, recebo uma pauta desafiadora. O que nao imagino e que ela servira para me situar, tres anos depois, sob os holofotes da midia. Ira contribuir para me colocar, a contragosto, entre os per- sonagens da eleicao presidencial de 2010. O que me pedem e o seguinte: descobrir quais sao os arapongas que estariam no encalco do governador de Minas, Aecio Neves, du- rante seus discretos roteiros sentimentais pelo Rio de Janeiro. Segundo o relato, Aecio e vigiado e tern seus movimentos seguidos por agentes arregimentados por seu adversario na disputa dentro do PSDB pela pre-candidatura a Presidencia da Republica. O entao governador paulista, Jose Serra, trabalhava nos bastidores para ali- jar o concorrente mineiro do pareo. De posse de um dossie, Serra teria mandado um recado, por intermedio de seus emissarios, para que Aecio jogasse a toalha. Ou seja, Serra, com seu estilo inconfundlvel, estaria chantagean- do o neto de Tancredo Neves. O conteudo do suposto dossie nun- ca me foi revelado. Mas vale acentuar que a pauta nao nasceu de um boato qualquer. Ao contrario, surgiu de informacoes dignas de todo o credito transmitidas pela assessoria do governo mineiro ao Estado de Minas que, alias, nunca negou sua condicao de aecis- ta de corpo e alma. Ao receber a pauta, retomei logo o contato com "Dada". Queria que ele apurasse dentro da comunidade de informacoes quern eram os agentes engajados e atuando na pre-campanha serrista para detonar Aecio. "Dada" levantou que o trabalho de campo era liderado pelo funcionario da Agenda Brasileira de Inteligencia 24 A PRIVATARIA TUCANA (Abin) Luiz Fernando Barcellos. Conhecido como "agente Jardim", Barcellos teria sido levado para o grupo de inteligencia de Serra pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB/RJ), tambem delegado da Policia Federal e casado com uma prima do tucano Andrea Matarazzo, amigo de Serra ha muitos carnavais. Dada recebeu a informacao por meio do delegado aposentado da Policia Federal Onezimo das Gracas Sousa, outra figura que, por vias transversas, tambem desfrutaria de seus 15 minutos de gloria no embate eleitoral de 2010. Ainda de acordo com Dada, a informacao, confirmada poste- riormente por outros agentes enviados pessoalmente para falar com Barcellos, era quentissima. Sousa sabia das coisas. O delega- do teria trabalhado com Barcellos no nucleo de inteligencia montado por Serra, entao ministro da Saiide, dentro da Agenda Nacional de Vigilancia Sanitaria (Anvisa). Com o nome de Gerencia Geral da Secretaria de Seguranca da Anvisa, o nucleo, comandado por Itagiba, nasceu com o proposito anunciado de esquadrinhar os laboratories acusados de fraudar os medicamen- tos genericos. Era, porem, apenas um pretexto. Serra dissolveu o agrupamento um ano depois que a imprensa revelou que funcio- narios publicos estavam tendo suas vidas bisbilhotadas dentro do Ministerio. A nomeacao e a demissao de um agente do extinto Servico Nacional de Informacao (SNI) por Serra estao documen- tadas no Didrio Oficial da Uniao. Ao fechar a primeira fase da apuracao, entreguei ao Estado de Minas um relatorio explicando como funcionava a inteligen- cia da campanha de Serra. Mas, usando da liberdade conferida aos reporteres especiais da diretoria, resolvi aprofundar as averi- guacoes. Aproveitei a oportunidade para retomar um tema que sempre me fascinou: a Era das Privatizacdes, sob a egide do presi- dente Fernando Henrique Cardoso, particularmente os negocios que se deram na area das telecomunicacdes. Comecei a investigar 25 HISTORIA AGORA o caso no inicio deste seculo quando ainda trabalhava na sucur- sal paulista de O Globo. Fiz uma varredura em cartorios de tltulos e documentos, alem de juntas comerciais de Sao Paulo e do Rio, e consegui mapear o modus operandi do ex-diretor da area internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sergio de Oliveira, e de seus muitos pupilos, ou seja, aqueles que observam a mesma metodologia para lidar com empresas e dinheiro no Brasil e nos paraisos fiscais do Caribe. Entre os alunos, uma presenca expressiva de tucanos paulistas. Encontrei a primeira transacao de Ricardo Sergio nas Ilhas Virgens Britanicas, paraiso fiscal do Caribe. Os papeis atestavam que o ex-tesoureiro das campanhas eleitorais de Serra e de FHC pilotava, no final da decada de 1980, a empresa offshore Andover. Com endereco em Road Town, capital das Ilhas Virgens Britanicas, a Andover servia para injetar dinheiro que estava no estrangeiro em outra empresa de sua propriedade em Sao Paulo, a Westchester. A principio, ainda inexperiente na epoca no rastreamento de dinheiro, supunha que o objetivo era enviar dinheiro para o exte- rior. Percebi que estava equivocado ao consultar, por sugestao de fontes do servico de inteligencia da Receita Federal e do Banco Central, o jurista Heleno Torres. Uma das maiores autoridades do Brasil na analise juridica de movimentacoes de valores, Torres ates- ta que o metodo servia para trazer e nao para mandar recursos para fora. "E uma operacao classica de internacao de dinheiro", afirmou ao examinar a documentacao que eu levantara. O dinheiro entrava no pais por meio de aumentos sucessivos do capital da empresa brasileira. Tais valores eram integralizados pela empresa caribenha. A primeira vista, parecia um investimento de uma empresa estrangeira em outra empresa socia no Brasil, ja que a manobra permitia que o dinheiro chegasse ao pais por meio de uma operacao de cambio autorizada pelo Banco Central (BC). Porem, os documentos deixavam o rastro grosseiro da fraude. 26 A PRIVATARIA TUCANA Ricardo Sergio assinava nos dois lados da operacao: como dono da empresa brasileira e procurador da offshore do Caribe. Tratava-se exatamente do mesmo sistema usado pela quadrilha da advogada Jorgina de Freitas, que ganhou notoriedade por fraudar a Previdencia Social em mais de R$ 1 bilhao. 1 No inlcio de 2008, ao analisar os primeiros papeis recolhidos na Junta Comercial de Sao Paulo, na Justica e nos cartorios de ti- tulos e documentos da cidade, percebi que outro personagem en- trava na historia e, do mesmo modo, vinculado a Serra. O corretor Alexandre Bourgeois, genro do entao governador de Sao Paulo, usara a mesmissima metodologia bolada pelo ex-tesoureiro do sogro. Ao focar minhas investigacoes no 3 s Cartorio de Titulos e Documentos, da Capital paulista, onde tambem havia encontra- do a Andover, acertei em cheio o alvo. Descobri que, logo apos a privatizacao das teles, Bourgeois abriu no mesmo paraiso fiscal, duas offshores: a Vex Capital e a Iconexa Inc., ambas operando no mesmo escritorio utilizado por Ricardo Sergio nas Ilhas Virgens Britanicas, o do Citco Bulding. Ao flagrar as transacdes de Bourgeois, cometi uma tolice qua- se do mesmo tamanho daquela de retornar a Cidade Ocidental apos ter denunciado o assassinato de adolescentes pelo narcotra- fico. Telefonei para a assessoria de imprensa do governador pau- lista. Queria um pronunciamento dele sobre o assunto. A resposta nao tardou. Serra agiu para tentar barrar a materia ain- da em fase de apuracao. Telefonou em seguida para o entao edi- tor de politica do Correio Braziliense, Alon Feuerwerker. Ao ouvir de Feuerwerker que a materia estava sendo tocada por Minas Gerais e para o Estado de Minas, Serra quis falar com a direcao do jornal e com a irma do governador Andrea Neves, sem sucesso. 1 A quadrilha integrada por Jorgina de Freitas foi condenada por desviar R$ 1,2 bilhao do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Condenada em 1992, foi libertada em junho de 2010. Do total subtraido do INSS, apenas R$ 69 milhoes foram recuperados. 27 P6 para, governador? Mauro Chaves En) coiwer*a com o presiden- te l.ula mi dia 1 lie fpverpin», uma scxtr. fcira. o Rovernador Aecio Neve* expoa-lhe a estra- li'iria 1 1 i- irin ;n I • ai iiim o PS- I ill, ci n vi .1.. i.nhli :• a rioicu coo de sua candidal ura a presi- ilente da RepiiblUa. E»»a <-*■ trati'yin cwi*bcia mini ultima- to para que a cupola tucana dc finii«4' a rvalixavno de prev ia- »■!»• tniai- jiii'-i li-n. iaiv i-iipif- terivrlmenlp ate o dia SO dr mareo "ncm um dia a main". Em riiiliU) p«lranho. primeiro, que um candidato a candidate • •'■ i " - .«■ li • ' ' I'liMir. rkj paulisia despencar feito um vinduui? l}ue inforituirtieM essenciais havena. para sc tran»ir.Uirem aos cett-a de I mi- lfuiu I* |hiim-o lie rmlilanlt-* Ulf'A- ncw supondo scquccstcsfos sem os Heitoreb das "exifljdas" previa*, <pte niiiLfuem lem iileia de cimiki ilevam , |m- ru que pudesse ocorrer uma fiirinidavi-l invpr«&» de avulia- <;*o eleitnnd. que dpiwr vitriria a Aeeio snore Serrn (supnndo que c» jrowmador mineiro pre lenda. dp fain, venec-lax)? Vejan la falta de ciftica em relacao a t alo it ifUM ;*p retariofte, dh rcla ou indirctamcmc. ao go verno ou ao governador. O ra^iilo *ri>pn*jiirtn Iimii- no" to foi publK'udo pclos jor nais de Minas depot* que a irnpreiwu.ii Paix inlpirnja li- nhn iMttntMlO - e que o >•.► vernador sc pronunciou a res- l »-i i >> 1'. que em Mimei int- pren«a e govern* *Ao irtnan* xifrtpajjos. Km SAo Paulo, ao ;• nu io. ii.'i.i ' S rr.i < un.o Serra ataca por meio do Estadao e Aecio retruca pelo Estado deMinas: "Minas a reboque, nao!" Decidiu entao ligar diretamente para Aecio, buscando acertar as arestas. Aparentemente, funcionou. Faltava, no entanto, acalmar o comando do jornal mineiro, in- conformado com a arapongagem de Itagiba e com o artigo "P6 para, governador", plantado pela entourage de Serra em O Estado de S. Paulo, para desgastar o governador mineiro. Publicado em 28 de fevereiro de 2009, e assinado pelo colunista Mauro Chaves, ja fale- cido, o libelo antiaecista ironizava o desejo do governador mineiro de definir logo, por meio de previas, o candidate do PSDB ao Planalto. No tucanato paulista, a intencao foi interpretada como um crime de lesa-majestade. Sem nunca ter ocultado seu serris- mo, o Estadao dispensou o protocolo e disparou um torpedo 28 Minas a reboque, nao! IihIhjihuvo. L'com tSS€ ttttiimtMO QUf Of nuiKim nptkn « offwdnria drAribtmpB /w/ffuw* fue IWMfKMfKfiflj ftomtUi <? //(»• forum h'uutm /vm fntf piopnos erros (teavtilHuiic. prtrh'iHh'm (/o/w r/o jwosoi'Jo KOMheoblMnlO nacionul comtiwih ik'Io gownuhlorAaioScvcs flor. Fuzcm fxuiwi oLvitjtip'io do luler mmetto. a ifuem ho /xmk o netjarom t*>/«<m> P »r>/ aimonr iKUX'hccini "»wkixmw mvtni Editorial do jornal Estado de Minas, em 03/03/2010. visando atingir a pre-candidatura de Aecio abaixo da linha-d'agua. Contrastando a linha conservadora do jornal, instilou uma insinu- acao pesada, uma suposta ligacao de Aecio ao "P6", ou seja, cocaina para atingir dois objetivos: expor publicamente, de modo vulgar e dissimulado, o comportamento do rival de Serra e enviar-lhe um recado muito claro. Para o Estado de Minas, havia ainda outra razao para detestar o "Po para, governador": o sarcasmo com que eram abordadas as rela- coes entre os jornais mineiros e o comando politico estadual. "Em Minas, imprensa e governo sao irmaos xifopagos", gracejava o articu- lista. Para, pitorescamente, agora em torn de seriedade, comparar Minas com Sao Paulo, onde Serra e seus antecessores seriam "cobrados 29 HISTORIA AGORA com forca, cabresto curto" pelos jornaloes paulistanos. Era, enfim, di- ficil digerir Serra e o serrismo. Mas a vinganca estava a caminho. "Indignacao. £ com esse sentimento que os mineiros repelem a arrogancia de liderancas politicas que, temerosas do fracasso a que foram levados por seus proprios erros de avaliacao, pretendem dis- por do sucesso e do reconhecimento nacional construldo pelo go- vernador Aecio Neves." Assim comeca o editorial "Minas a reboque, nao!", do Estado de Minas, em 8 de marco de 2010, que rejeita o papel subalterno de Minas e de Aecio numa eventual composicao com Serra para enfrentar Dilma Rousseff. Nao era a primeira vez que o Estado de Minas trombava com o tucanato paulista. Antes, aconselhado por Aecio, Serra foi a Belo Horizonte para participar, no dia 7 de marco de 2008, das homena- gens aos 80 anos do jornal ao lado de outros caciques tucanos. Ao chegar a festa, porem, o entao governador paulista acabaria surpre- endido pelo famoso discurso do presidente dos Didrios Associados, Alvaro Teixeira da Costa. "Sao Paulo, nao mexa com Minas, que Minas sabe dar o troco", advertiu o orador para constrangimento de Serra. Dois mil convidados estavam presentes. Teixeira da Costa ja havia lido o relatorio parcial das minhas investigacoes. O discurso recebeu varias criticas. Mas, pela minha experiencia no jornal, tenho a conviccao e de que foi menos anti-Serra do que em favor daquilo que o jornal acreditava ser o interesse de Minas. A participacao do Estado de Minas no episodio Serra termina ai. Apos relatar o assalto ao patrimonio publico do pais por meio das privatizacoes, este livro pretende desnudar as muitas e imagi- nativas maneiras de ganhar dinheiro que se sucederam. Entre elas, os processos de internacao de valores de origem suspeita. Sao operacoes realizadas pelo cla Serra — sua filha Veronica Serra, seu genro Alexandre Bourgeois, seu primo politico Gregorio Marin Preciado, seus muitos socios, seus amigos e seus colaboradores. E outros tucanos de altos poleiros. Em muitos 30 A PRIVATARIA TUCANA casos, sao transacoes envolvendo empresas brasileiras e empre- sas offshore no paralso fiscal das Unas Virgens Britanicas, escora- das no anonimato. Muita gente, alem dos Serra, agiu assim. Alguns, em vez de com- prar cotas de suas proprias empresas no Brasil, adquirem imoveis, fazem os recursos rodarem em fundos de investimentos ou com- pram automoveis, como o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, de Sao Paulo, Nicolau dos Santos Neto, que investiu par- te dos R$ 169,5 milhoes de reais desviados da construcao da sede do TRT/SP em uma frota de carros importados. Fiquei pasmado com a voracidade de alguns grupos e a disposi- cao de levar vantagem a qualquer custo. E, apos anos de trabalho, percebi que o volume do material que havia levantado, a necessida- de de explicar os artificios empregados nas fraudes, a profusao de personagens e seus lacos com terceiros implicados, o desdobra- mento dos fatos ao longo de varios anos e a contextualizacao exigi- da para melhor compreensao dos acontecimentos impunham outro formato. Materias de jornal nao bastariam para descrever o que tinha em maos. Seria preciso mais para melhor contar o carater de uma epoca e dos seus protagonistas. Sera gratificante se, depois da ultima pagina, o leitor mantiver seus olhos bem abertos. E uma boa maneira de impedir que aqueles que ja transformaram o publi- co em privado para seu proprio proveito tentem reprisar algum dia o que foi feito na era da privataria. 31 3. COM 0 MARTELO NA MAO E UMA IDEM NA CABEQA Vender tudo o que derpara vender. FHC, Serra e a Vale. Os pianos para privatizar o Banco do Brasil e a Caixa. Petrobras na linha de tiro. Pagando para vender. Serra e o martelo, uma relacao amistosa e frequente a servico da maxima de FHC: "vender tudo o que der para vender". Nao e urn riso aberto, caricatural, mas urn sorriso quase ul- timo, derramado para dentro. Observa-se um repuxar dos labios, que expoem os dentes e esgarcam a pele das bochechas e do pescoco. E uma composicao introspectiva, coadjuvada pelos olhos baixos, es- preitando o martelo em sua descida vigorosa conduzido por sua mao direita. Quando se ouve o som da madeira contra a madeira, mais uma empresa publica foi vendida. A mao, a face e o sorriso perten- cem a Jose Serra. A Light do Rio pertencia a Eletrobras. Na foto his- torica, os gestos e as emocoes estao congelados, mas o patrimonio publico moveu-se: passou a ser privado. O leilao, no dia 21 de maio de 1996, dava continuidade ao programa federal de desestatizacao. Fernando Henrique Cardoso 35 HISTORIA AGORA deflagrara o programa em 1995. Estreou com a venda da Excelsa, a companhia de eletricidade do Esplrito Santo. E a mao de Serra tambem brandiu o martelo. Nenhum politico, mesmo os que privatizaram ou pretendem privatizar, recebe de bom grado a fama de privatizador. Mas, nos anos 1990, o que hoje e estigma era entao condicao inexo ravel para ser aceito na modernidade. O discurso tucano, hoje omisso quanto ao passado, possula a arrogancia dos donos da verdade. Mas esta tudo registrado. As lamurias da revista Veja 2 quanto a lentidao na venda das es- tatais receberam uma resposta rapida e reconfortante. O ministro Jose Serra, do Planejamento, anunciou "urn ritmo mais veloz na venda das estatais" e encaixou as empresas de energia eletrica na lista das privatizaveis — prometeu e cumpriu, vibrando ele pro- prio o martelo na Excelsa, no mesmo ano, e na Light, no ano se- guinte. E o presidente FHC expressou-se com tal enfase que merece um paragrafo inteiro: — £ preciso dizer sempre e em todo lugar que este governo nao retarda privatizacao, nao e contra nenhuma privatizacao e vai ven- der tudo o que der para vender. Em 1996, a Companhia Vale do Rio Doce estava na relacao das empresas a serem privatizadas, mas a descoberta de uma jazida de ouro no Para ameacava melar a futura negociacao. Ficaria mais dificil torrar a segunda maior mineradora do mundo, com 40 em- presas e faturamento de US$ 2 bilhoes/ano. Entrevistado, 3 Serra mandou seu recado: — A descoberta dessa mina nao altera em nada o processo de privatizacao. So o preco que podera ser maior — avisou o ministro do Planejamento de FHC. 2 Veja, edi$ao de 03/05/1995. 3 Veja, edicao de 07/02/1996. 36 A PRIVATARIA TUCANA Como se ainda fosse necessario algum esclarecimento, o ex- -presidente, em entrevista recente aVeja.com, que ganhou populari- dade inesperada via You Tube, testemunhou: "O Serra foi um dos que mais lutaram em favor da privatizacao da Vale. Muita gente diz o Serra e isso e aquilo... Nao! E (da privatizacao) da Light tambem. O Serra!", acrescentou o ex-presidente para que nao pairasse duvida. Pensando "vender tudo o que der para vender", o governo do PSDB projetou tocar adiante, por exemplo, o Banco do Brasil e a Caixa Economica Federal. Ou apequena-los, deixando-os do tamanho de bancos de "segunda linha". Registrado nos anais do Ministerio da Fazenda, o Memorando de Polftica Economica, de 8 de mar 90 de 1999, no alvorecer do segundo mandato de FHC, descreve um piano de privatizacao parcial do BB e da CEF. Esta no item 18 do documento e consiste na "venda de compo- nentes estrategicos" ou na transformacao das duas instituicoes em "bancos de segunda linha". Atualmente lider no seu setor e dona de um patrimonio de R$ 200 bilhoes, a distribuidora de tftulos e valores imobiliarios do banco — BB/DTVM — seria privatizada. No item 27, trata-se da venda de Furnas, incluida na entrega a particulares das empresas federals geradoras de energia. O governo ainda planejava vender todas as suas acoes sem direito a voto na Petrobras. Independentemente do juizo que cada um possa fazer sobre a eficacia ou ineficacia do Estado ao gerir os bens publicos, ninguem precisa ser um inimigo do mercado para perceber que o modelo de privatizacao que assolou o Brasil nos anos FHC nao foi, para ser leniente, o mais adequado aos interesses do pais e do seu povo. Nem mesmo a Nossa Senhora Aparecida do fundamentalismo ne- oliberal, a primeira-ministra britanica Margaret Thatcher, teve o atrevimento de fazer o que foi feito na desestatizacao a brasileira. Nos anos 1980, Thatcher levou ao martelo as estatais inglesas, pul- verizando suas acoes e multiplicando o numero de acionistas. 37 HISTORIA AGORA Contrapondo-se a essa "democratizacao", o jeito tucano de torrar estatais envolveu "doacao de empresas estatais, a precos baixos, a poucos grupos empresariais". 4 Antes, porem, as estatais e seus servidores passaram a ser perse- guidos e linchados diariamente nas manchetes. O Estado passou a ser o Grande Sata, semeando-se uma ira santa contra sua presenca na economia e um fogo constante dirigido aos seus servicos. Seus erros foram escancarados e seus acertos, subtraldos. Era preciso preparar o clima para vender as estatais, fossem quais fossem. As pessoas precisavam entender que leiloar patrimonio publico "seria um beneflcio" para todos. O Estado reduziria suas dividas interna e externa e receberia um aporte de dolares que permitiria que se de- dicasse somente a saude, a educacao e a um ou outro setor. E todos se livrariam daqueles trastes que nao se sabia, afinal por que ainda continuavam existindo. Na pratica, a teoria acabou sendo outra. O torra-torra das estatais nao capitalizou o Estado, ao contrario, as dividas interna e externa aumentaram, porque o governo engoliu o debito das estatais leiloa- das — para torna-las mais palataveis aos compradores — e ainda as multinacionais nao trouxeram capital proprio para o Brasil. Em vez disso, contrairam emprestimos no exterior e, assim, fizeram crescer a divida externa. 5 Para agravar o quadro, os cofres nacionais financia- ram a aquisicao das estatais e aceitaram moedas podres, titulos publi- cos adquiridos por metade do valor de face, na negociacao. Alguns cases classicos do processo ajudam a esclarecer o que se passou. Na privatizacao da Companhia Siderurgica Nacional (CSN) dos R$ 1,05 bilhao pagos pela maior siderurgica da America Latina e marco da industrializacao nacional no pos-guerra, R$ 1 bilhao era formado de moedas podres. Nos cofres publicos so in- 4 O Brasil privatizado — Um balango do desmonte do Estado, de Aloysio Biondi — Editora Fundacao Perseu Abramo, 1999. 5 Idem. 38 A PRIVATARIA TUCANA gressaram, de verdade, R$ 38 milhoes... E, como se o incrlvel habi- tasse o inacreditavel, as moedas podres foram leiloadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social, o BNDES. Nesta matrioshka, 6 na qual as aberracoes brotam uma do interior da ou- tra, o BNDES ainda financiou a aquisicao das moedas podres com prazo de 12 anos para paga-las. Na privatizacao da Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa), o governo de Sao Paulo, sob o PSDB de Mario Covas, demitiu dez mil funciona- rios e assumiu a responsabilidade pelos 50 mil aposentados da ferro- via! No Rio, o tambem tucano Marcelo Alencar realizou proeza maior: vendeu o Banerj para o Itau por R$ 330 milhoes, mas antes da privatizacao demitiu 6,2 mil dos 12 mil funcionarios do banco esta- dual. Como precisava pagar indenizacoes, aposentadorias e o piano de pensoes dos servidores, pegou um emprestimo de R$ 3,3 bilhoes, ou seja, dez vezes superior ao que apurou no leilao. Na verdade, 20 vezes superior, porque o Rio so recebeu R$ 165 milhoes, isto porque aceitou moedas podres, com metade do valor de face. A temporada de bondades com dinheiro publico ultrapassou os precos baixos, os financiamentos, as prestacoes em 12 anos e as moedas podres. Nos anos que antecederam a transferencia das es- tatais para o controle privado, suas tarifas sofreram uma sequen- cia de reajustes para que as empresas privatizadas nao tivessem "de enfrentar o risco de protesto e indignacao do consumidor". No caso das tarifas telefonicas, aumentos de ate 500% a partir de 1995 e, no caso da energia eletrica, de 150%. Tais custos ficaram com o Estado e o cidadao. Mas a cereja do bolo foram os empres- timos do BNDES. Quern adquiria uma estatal imediatamente se habilitava a contratar financiamentos oficiais com juros abaixo dos patamares do mercado. Comprada com moedas podres, a CSN 6 Conjunto de bonecas tipicas russas, de madeira pintada, que se sobrepoem umas as outras, encaixando-se. (Cf. Aulete Digital.) 39 HISTORIA AGORA foi contemplada com R$ 1,1 bilhao. E a Light, onde Serra bateu seu martelo, ganhou R$ 730 milhoes. O resultado de tudo isso e que, em dezembro de 1998, quando ja haviam sido leiloadas grandes empresas como a Vale, Embraer, Usiminas, Copesul, CSN, Light, Acesita e as ferrovias, havia um descompasso entre expectativa e realidade. Enquanto o governo FHC afirmava ter arrecadado R$ 85,2 bilhoes no processo, o jor- nalista economico Aloysio Biondi publicava no seu best-seller O Brasil Privatizado que o pais pagara para vender suas estatais. Este pagamento atingira R$ 87,6 bilhoes, portanto R$ 2,4 bilhoes a mais do que recebera. Reunindo sete itens que conseguiu calcular — vendas a prazo com dinheiro ja contabilizado, mas fora dos cofres publicos; dividas absorvidas; juros de 15% sobre dividas assumidas; investimento nas estatais antes do leilao; juros sobre tais investimentos; uso de moedas podres e mais R$ 1,7 bilhao deixados nos cofres das estatais privatizadas — Biondi chegou ao seu valor. Mais cinco itens, entre eles custo de demissoes e com- promissos com fundos de pensao, considerados incalculaveis, nao integram a coluna das despesas. Por tudo isso, nao foi graciosamente que o Premio Nobel de Economia (2001) Joseph Stiglitz cunhou um neologismo acido ao definir a onda privatista que avassalou as economias do Terceiro Mundo. Ex-economista chefe do Banco Mundial, Stiglitz interpreta o que ocorreu como "briberization" e nao "privatization", sendo que "bribery" constitui-se crime e significa "oferecer, dar, receber ou so- licitar qualquer bem ou valor para influenciar as decisoes de fun- cionario publico ou outra pessoa em cargo de confianca". A raiz da palavra, bribe, e discutivel, mas vincula-se a "coisa roubada" desde o seculo 14, sendo percebida como "jargao de ladroes" e, com a acepcao de favores adquiridos por meio de corrupcao desde 1530. 7 7 Online Etimology Dictionary. 40 A PRIVATARIA TUCANA De forma mais clara, o que houve no Brasil nao foi privatizacao mas "propinizacao". A versao local da praxis foi batizada como pri- vataria pelo jornalista Elio Gaspari, ao casar, com felicidade, os vo- cabulos "privatizacao" e "pirataria". A luta travada pelo butim das estatais reuniu empreendedores, aventureiros e predadores. De um e do outro lado do balcao e, ate mesmo, nos dois lados simultaneamente. A trajetoria de alguns deles esta neste livro. Nele, estao as passadas largas dos grandes predadores. No parque jurassico dos usos e costumes republica- nos movem-se como o Tiranossauro Rex e, com o poder do di- nheiro e o dinheiro do poder, devoram as principals presas. E ha os pequenos, como o Velocirraptor. Pequenos, porem nao menos vo- razes. Astuciosos, agindo em bandos, usam repetidamente o mesmo metodo de ataque para engolir sua fatia dos despojos. Como as pagi- nas que vem pela frente se encarregarao de demonstrar. 41 e e As ilhas que lavam mats branco. As mudancas no mundo que revelaram os caminhos do dinheiro da corrupgao, do terror, do contrabando e do narcotrafico. Introdugao ao Citco, o navio pirata que lava a grana do tucanato no Caribe. Fachada do escritorio do Citco, nas Ilhas Virgens Britanicas, um dos locais onde o dinheiro da corrupcao era internado. Um parafso fiscal e, quase sempre, um pedaco de terra cer- cado por agua e povoado por mais pessoas jurldicas do que por gente de carne e osso. E onde o dinheiro sujo, como ave migratoria, pousa, repousa e segue adiante, com as impurezas originais ja re- movidas. La, acontecem outras bizarrices: as empresas sao do ta- manho de uma caixa postal, e as contas bancarias ocultam seus titulares. Sao paraisos para o narcotrafico, o terrorismo, o trafico de mulheres e o contrabando de armas. Lavam o dinheiro de todas as mafias e, tambem, aquele que provem da corrupcao politica. "A la- vagem de dinheiro e a espinha dorsal do crime organizado", garan- te o ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justica (STJ). "Hoje — diz — 70% do dinheiro lavado no pais vem da corrupcao e nao mais do trafico internacional de entorpecentes e do contra- bando de armas e municao, como ocorria antigamente." 8 8 Artigo publicado no site Consultor Juridico. 45 HISTORIA AGORA Desses centros financeiros mundiais, 38 sao ilhas. fi mais da me- tade dos palses ou regioes autonomas que se dedicam a hospedagem vip da dinheirama de procedencia desconhecida ou imprecisa. Os valores transitam por empresas offshore, um termo que presta reverencia aos velhos tempos dos corsarios que saqueavam os mares e depositavam a pilhagem off-shore ou fora da costa. Os tempos mudaram, mas os modos operantes continuam os mes- mos. Dificilmente uma offshore company movimenta milhoes no mesmo paralso em que esta situada. Um exemplo: as contas dos doleiros do Banestado e de outros escritorios de lavagem de Nova York eram abertas sempre em nome de offshores nas ilhas Virgens Britanicas e em outros paralsos fiscais. Ou seja, embora situadas no Caribe, essas empresas centralizavam suas operacoes em ban- cos dos Estados Unidos. O mesmo acontece com as contas movimentadas por polfticos da America do Sul na Sulca e em outros refugios fiscais da Europa. E qual o motivo que leva uma pessoa a abrir uma conta em um desses lugares? A isencao de impostos e algo tentador, mas os donos de offshores usam os paraisos fiscais principalmente como um biombo para proteger, manter suas identidades e ocultar dinheiro sem proce- dencia. Como lembra o delegado federal Rodrigo Carneiro Gomes, 9 a principal caracteristica de uma offshore e a portabilidade de titulos de propriedade (o cotista aparece apenas como portador das cautelas da empresa), o que mantem os verdadeiros donos em uma zona de sombra. Como veremos exaustivalmente ao longo deste livro, quan- do querem operar clandestinamente, principalmente em operacoes de repatriamento de dinheiro, os reais socios das offshores aparecem apenas como procuradores de suas proprias firmas. No submundo da lavagem de dinheiro, as offshores funcionam como empresas-onibus. Sao chamadas assim porque, grosso 9 Do livro O Crime Organizado na Vtsao da Convencao de Palermo, de Rodrigo Carneiro Gomes. 46 A PRIVATARIA TUCANA modo, so exercem a funcao de enviar e trazer dinheiro do exterior. Geralmente as procuracoes, em que os donos simulam serem so- mente representantes de suas proprias offshores, sao assinadas pelos diretores dos escritorios especializados em abrir e operar esses em- preendimentos. As escrituras sao lavradas quase sempre em consu- lados brasileiros nos Estados Unidos ou no Panama. La, o documento recebe o selo dos paraisos fiscais, que mantem em se- gredo a identidade de quern esta verdadeiramente por tras do ne- gocio. As empresas sao identificadas apenas pelo numero de uma P. O. box, simplesmente uma caixa postal. Com frequencia, tais procuracoes sao empregadas em opera- coes nas quais os lavadores internam dinheiro de suas offshores em suas proprias empresas instaladas no Brasil. Disfarcadas como in- vestidores estrangeiros, as offshores passam a adquirir cotas de fir- mas de seus proprios donos no Brasil. Como tudo nao passa de um jogo de cena, a compra e venda pode ser marcada por aberra- coes e esquisitices. Nao sao raros os casos em que uma mesma pessoa assina, ao mesmo tempo, nas duas pontas dessas transa- coes: como procuradora da /bra da costa e na condicao de dona da empresa situada no Brasil, que passa a receber recursos de sua socia no paraiso fiscal. Quando quer pincelar o negocio com mais capricho e certo verniz de legalidade — a mesma etica, porem com um requinte a mais de estetica — o proprietario vale-se de outra mascara: em vez dele mesmo, nomeia advogados ou parentes como represen- tantes das suas offshores. E o modo mais utilizado, por exemplo, pelo presidente da Confederacao Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Em 2010, a rede de televisao britanica BBC acu- sou Teixeira, junto com seu ex-sogro, Joao Havelange, ex- -presidente da Fifa, de utilizar a offshore Sanud Etablissement para receber uma propina de R$ 15 milhoes (US$ 9,5 milhoes). Segundo a televisao britanica, a grana teria pingado na conta da 47 HISTORIA AGORA Sanud, situada no principado de Liechtenstein, conhecido paraiso fiscal europeu, por obra de uma empresa de marketing esportivo em troca de contratos assinados com a Fifa. Em junho de 201 1, ao seguirmos as pistas da BBC, eu e os cole- gas da Rede Record Luiz Carlos Azenha e Tony Chastinet consegui- mos obter documentos ineditos na Junta Comercial e em cartorios do Rio de Janeiro e na Suica. Alem de comprovarem a veracidade da denuncia, eles elucidam o percurso da propina. A papelada reve- la, por exemplo, que a Sanud havia se tornado socia de Teixeira na empresa RJL Participates Ltda. Que, alias, funciona no escritorio de Joao Havelange no centro do Rio. Mais grave ainda: o procura- dor da Sanud na sociedade e o ex-bancario Guilherme Teixeira, ir- mao do manda-chuva da CBR Ficou bem claro que a Sanud servia para lavar dinheiro em negocios de Teixeira. Essa tese foi reforcada quando obtivemos a listagem trazendo as datas dos pagamentos da propina, que revelaram as coincidencias ja esperadas. A relacao demonstra que o primeiro meio milhao de dolares foi pago a Sanud em agosto de 2002, um mes antes de a offshore tornar-se socia da RJL. Imediatamente, a Sanud injeta R$ 2,8 mi- lhoes na empresa de Teixeira. O dinheiro, justificado como au- mento de capital integralizado pela Sanud, e investido numa fazenda do presidente da CBF em Pirai, interior do Rio. Um ano depois, a RJL coloca mais R$ 1 milhao em uma transportadora dos irmaos Ricardo e Guilherme Teixeira no mesmo municipio. Em 1994, quando a Sanud continuava recebendo dinheiro em Liechtenstein, sua socia no Brasil continuava apostando nos nego- cios de Teixeira. Documentacao registrada em cartorio atesta que, nesse periodo, a RJL colocou mais R$ 1,8 milhao no restaurante El Turf, aberto por Teixeira no bairro carioca do Jardim Botanico. Outros papeis, levantados pela CPI da Nike, da Camara Federal, que investigou em 2001 os negocios suspeitos da CBF e de Ricardo Teixeira, provaram que a integralizacao de capital da Sanud na RJL 48 A PRIVATARIA TUCANA de fa to nunca existiu. No balanco contabil, a RJL justifica R$ 1,8 milhao como emprestimo concedido pela Sanud. O problema e que o emprestimo nunca foi pago e tampouco cobrado. Por mais bizarro que possa parecer, ate pouco tempo transacoes desse tipo, maquinadas em famosos escritorios de advocacia tribu- taria, movimentaram grande parte da lavanderia montada para clarear e trazer ao pais o dinheiro sujo escondido no exterior. Viraram-se uma febre porque emprestavam uma faceta legal ao serem registradas no Banco Central. Quando se associavam as empresas brasileiras, as offshores, alem de receberem um CPF, tornavam-se aptas a trazer dinheiro do estrangeiro por meio de operacoes cambiais. E, nesse caso, o controle sobre tais operacoes e feito apenas por meio de amostragem... As transacoes eram justificadas como investimentos em empre- sas brasileiras. Em outras palavras, uma fatia gravida dos recursos introduzidos no Brasil como sendo investimentos estrangeiros — em operacoes como essas ou transacoes casadas na Bolsa de Valores — nao eram nada disso. Era tao somente o retorno, devidamente lavado, do dinheiro sujo da corrupcao e do crime organizado, antes hospedado nos paralsos fiscais. A exemplo das offshores empregadas para branquear a fortuna do homem forte do futebol brasileiro, as operacoes acabam deixan- do suas pegadas pelo caminho. Ocorre que, seja na simulacao de compra de acoes de empresas nas juntas comerciais ou nas bolsas de valores, de uma forma ou de outra as mesmas pessoas ou grupos aparecem nos dois lados das transacoes. O entendimento dessa premissa e passaporte indispensavel para seguir no encalco dos corsarios que lavaram o tesouro dos Privatas do Caribe. Nos ultimos anos, a pressao do G20 — o grupo das maiores economias do mundo — sobre os paraisos fiscais e operacoes dessa natureza cresceu, mas nao exatamente por uma questao moral. Apos constatarem que os diamantes provenientes das chamadas 49 HISTORIA AGORA "minas de sangue" de Serra Leoa, na Africa Ocidental, e de outros paises administrados por governantes corruptos estariam finan- ciando o terrorismo, os paises ricos exigiram a flexibilizacao do si- gilo bancario para rastrear o paradeiro do dinheiro suspeito. Iniciado na decada de 1990, o cerco aumentou ainda mais com o lancamento de dois avioes contra as torres gemeas do World Trade Center no dia 11 de setembro de 2001 e, apos, com os atentados deflagrados por grupos fundamentalistas em estacoes ferroviarias de Madri e no metro de Londres. A garantia de anonimato na abertura de offshores e de contas bancarias em paralsos fiscais sofreu significativo abalo em 1995 com a criacao do chamado Grupo de Egmont. 10 Esse agrupamen- to internacional congrega representantes das chamadas Unidades de Inteligencia Financeira (Fius), abertas pelos governos de va- rios paises para rastrear operacoes de lavagem de dinheiro. Em linhas gerais, os bancos passaram a ser obrigados a comunicar movimentacoes atipicas de seus correntistas aos bancos centrais e a unidade financeira de cada pais. Protegido ha seculos pelo sigi- lo, o correntista viu-se, de repente, obrigado a explicar a origem dos valores sob suspeita aos gerentes dos bancos em paraisos fis- cais. Mesmo os correntistas vips nao demoraram a perceber que, se suas explicacoes nao fossem satisfatorias, estariam em apuros junto ao Ministerio Publico e outras autoridades locais que certa- mente produziriam um relatorio e o encaminhariam ao pais de procedencia do dinheiro suspeito. A unidade de inteligencia no Brasil recebeu o nome de Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). E um 6r- gao subordinado ao Ministerio da Fazenda, que passou a integrar o grupo de Egmont a partir de 1999. As atividades do Coaf foram O grupo ganhou esta denominacao apos encontro de representantes de unidades de inteligencia financeira de diversos paises no palacio de Egmont Arenberg, em Bruxelas, Belgica. Da reuniao, surgiu um grupo informal para estimular a cooperacao internacional no setor. 50 A PRIVATARIA TUCANA respaldadas pela carta circular numero 2.852, de 03/12/1998, do Banco Central, que obriga os bancos e instituicoes financeiras a informarem as chamadas atividades atipicas de seus clientes no prazo de 24 horas. Como acontece nos paraisos fiscais, a clientela dos bancos tern a oportunidade de oferecer sua versao antes que o Coaf produza um relatorio e peca a abertura de investigacoes ao Ministerio Publico e a Receita Federal. As mudancas nas regras pegaram muitos figuroes da America Latina com as calcas curtas. No final da decada de 1990, a unidade de inteligencia financeira e as autoridades da Suica — paraiso fiscal por excelencia — entregaram de bandeja as contas do ex-presidentes do Peru, Alberto Fujimori, e da Argentina, Carlos Menem. No Brasil, onde a rapinagem dos cofres publicos costuma andar lado a lado com a abertura de contas nesses ceus particulares, descobriu-se que os R$ 169,5 milhoes que o juiz Nicolau dos Santos Neto desviou das obras de construcao do predio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Sao Paulo, estavam veraneando em bancos da Suica, do Paraguai e do Panama. Antes, logo depois que o banco Marka quebrou, em 1999, seu dono Salvatore Cacciola fez R$ 20 mi- lhoes se refugiarem nas Bahamas antes dele proprio fugir. Ha mais gente. O banqueiro Daniel Dantas, segundo o relatorio final da Operacao Satiagraha, da PF, teria lavado dinheiro nas Ilhas Cayman por meio do Opportunity Fund. Um esquema de doleiros e empresas de fachada, operando a margem do Banco Central, enviou R$ 19,4 milhoes ao fundo do Opportunity no paraiso fiscal. Outra investiga- cao descobriu a fortuna do ex-governador paulista Paulo Maluf (PP), depositada da Ilha de Jersey, setimo ceu financeiro no Canal da Mancha. No caso de Maluf, com base nesses relatorios, as autorida- des publicas encontraram elementos para investigar a origem da bo- lada que foi parar em bancos suicos. Atento a essas mudancas no inicio do seculo atual, quando ja investigava o dinheiro das privatizacoes, obtive furos de reportagem 51 HISTORIA AGORA ao apurar situacoes de evasao de divisas e lavagem de dinheiro. Com a jornalista Sonia Filgueiras, colega de trabalho na IstoE, re- velei com exclusividade, em janeiro de 2003, o escandalo da "Mafia dos Fiscais", do Rio. A reportagem 11 mostrou com detalhes como o ex-subsecretario de Administracao Tributaria do Rio de Janeiro, Rodrigo Silveirinha Correa, e um grupo de auditores es- taduais e federais, encarregados de fiscalizar empresas de grande porte, conseguiram remeter para a Sirica US$ 33,6 milhoes des- viados dos cofres publicos durante a administracao Anthony Garotinho. Ao seguirmos os passos do doleiro Dario Messer, que ajudou a quadrilha de Silveirinha a enviar os recursos para o ex- terior, nos deparamos com um escandalo ainda maior: o caso Banestado, que expunha a gigantesca lavanderia montada por um consorcio de doleiros latino-americanos dentro da agenda do banco estatal de Nova York. Publicada em fevereiro de 2003, a reportagem sobre esse mega- esquema de lavagem de dinheiro revelava que os doleiros haviam despachado US$ 30 bilhoes ao exterior via agenda nova-iorquina do Banestado. A reportagem provocou a abertura de duas CPIs — uma mista, no Congresso e no Senado; e outra na Assembleia Legislativa do Parana — e resultou na prisao dos principals dolei- ros do pais durante a Operacao Farol da Colina, desencadeada pela Policia Federal em agosto de 2005. A revelacao levou tambem a Receita Federal a desencadear varias diligencias e investigacoes que possibilitaram a recuperacao, por meio de multas e autos de infra- cao, de US$ 10 bilhoes ao erario. Em agosto de 2005, apos o entao deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) revelar a Folha de S. Paulo o que foi definido como "Mensalao", usei o mesmo raciocinio para encontrar o dinheiro da 11 A reportagem sobre a "Mafia dos Fiscais" recebeu varias premiacoes, entre elas o Grande Premio Embratel de Jornalismo. 52 A PRIVATARIA TUCANA mesada que o publicitario Marcos Valerio pagava a base politica do governo no Congresso. Parti do pressuposto de que se existissem mesmo saques para o pagamento do "Mensalao", com certeza have- ria registro no Banco Central e o Coaf ja deveria ter produzido um relatorio sobre essas movimentacoes atipicas. Demoramos menos de cinco dias para localizar o relatorio, que confirmava que assesso- res e pessoas ligadas ao propinoduto haviam sacado dinheiro em especie das contas das empresas do publicitario mineiro. Apesar das mudancas e das medidas adotadas em todo o mun- do, no Brasil o combate a lavagem de dinheiro ainda e dificultado pela fragilidade da legislacao. A Lei 9.613/98, que tipifica o crime, relacionando-o a ocultacao de bens, direitos e valores oriundos de crimes anteriores com o intuito de legalizar tal patrimonio, foi aprovada pelo Congresso em 1998. O texto legal classifica como lavagem de dinheiro "ocultar ou dissimular a natureza, origem, lo- calizacao, disposicao, movimentacao ou propriedade de bens, di- reitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente de crimes antecedentes" como narcotrafico, terrorismo, contrabando ou tra- fico de armas e municoes. Aponta ainda delitos antecedentes, aque- les que nos interessam aqui, realizados contra a administracao publica e o sistema financeiro nacional, visando a obtencao de van- tagens e praticados por quadrilhas ou individuos. Seja qual for a natureza dos crimes, o Ministerio Publico e a Policia Federal tern encontrado um grande obstaculo para colo- car seus autores atras das grades. O problema reside no entendi- mento juridico de que o reu so pode ser condenado apos a comprova9ao do crime antecedente. A tese parte do pressuposto de que somente e possivel condenar alguem por lavagem de di- nheiro oriundo do trafico de drogas apos a comprovacao desse crime. Ou melhor, depois de firmada a vinculacao do suspeito com o trafico. Uma jurisprudencia criada com base em decisao da 8 a Turma do Tribunal Regional Federal da 4 a . Regiao, publicada 53 HISTORIA AGORA no Didrio Oficial da Unido no dia 3 de maio de 2006 acabou ali- viando um pouco o trabalho desses investigadores. O TRF/4 a . Regiao acatou o parecer do relator, desembargador Luiz Fernando Wowk Penteado, de que, para a caracterizacao da lavagem de di- nheiro nao e necessaria a prova cabal do delito antecedente, bas- tando os indlcios de sua ocorrencia. Todo o imbroglio jurldico acontece porque a legislacao especlfica do pals ja nasceu ultrapassada. E uma norma de segunda geracao, aquela que so considera dinheiro sujo aquele originado dos crimes expressamente citados na lei. So nao consegue ser mais ineficaz do que a lei de primeira geracao, que interpreta como contaminados apenas os valores oriundos exclusivamente do narcotrafico. Palses como Franca, Italia e Belgica sao regidos por uma lei de terceira geracao. Sob esta legislacao, sao resultado de lavagem todos os recursos obtidos de qualquer tipo de crime. No Brasil, enquanto o Congresso Nacional nao vota e aprova uma nova legislacao, as operacoes em paralsos fiscais e de evasao de divisas tern sido punidas com base na Lei 7.492, de maio de 1986, ainda durante a presidencia de Jose Sarney. Conforme o artigo 22 da chamada Lei do Colarinho Branco constitui-se crime, com pena de reclusao de dois a seis anos, efetuar operacao de cambio nao autorizada com o objetivo de promover evasao de divisas do pals. A mesma lei estabelece que incorre na mesma penalidade quern, a qualquer tltulo, promover, sem autorizacao legal, a sal- da de moeda ou divisa para o exterior ou nele mantiver deposi- tos sem declarar a reparticao federal competente. Foi apoiado nessa legislacao que o procurador da Republica Luiz Francisco de Souza logrou a condenacao do empresario e ex-senador pee- medebista Luiz Estevao, acusado de participar do esquema que desviou R$ 169 milhoes das obras do edificio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), de Sao Paulo. Curiosamente, o STJ absolveu parcialmente o ex-senador da acusacao de evasao de 54 A PRIVATARIA TUCANA divisas, mas manteve a condenacao pela manutencao de deposi- tos nao declarados no exterior. Os manuais do ramo notam que a lavagem de dinheiro tern tres fases: colocacao, cobertura e integracao. Na primeira, e preciso reduzir a visibilidade do dinheiro do crime, fracionando- -o e convertendo-o em outros valores por meio do sistema fi- nanceiro, bancos, bolsas de valores e casas de cambio. fi remetido para fora do pais, transformado em cheques administrativos, mercadorias e empresas. Em um segundo momento, pratica-se uma cascata de operacoes financeiras intensas, complexas e ra- pidas, da qual participam pessoas fisicas e juridicas e paraisos fiscais. O proposito e afastar o maximo o dinheiro de sua pro- cedencia real. Tudo culmina, na terceira etapa, com o retorno do dinheiro ao circuito financeiro normal. Removido de suas impurezas, ganha o status de capital llcito, servindo para com- pra de bens e constituicao de empresas. As offshores servem de ferramenta nos tres estagios. Permitem as remessas ilegais ao exterior por meio de uma rede de doleiros e depois atuam na camuflagem e na limpeza por intermedio de operacoes de repa- triamento de dinheiro. Uma breve historia da lavagem de dinheiro nao pode dispensar um nome: Al Capone. Na vigencia da Lei Seca (1920-1933), o rei dos gangsteres faturava US$ 100 milhoes ao ano com bebidas alco- olicas e prostituicao. Tanto dinheiro precisava de uma fachada legal para justificar tamanha fortuna diante do Fisco. Capone, entao, te- ria montado uma rede de lavanderias, de onde derivaria o termo "lavar dinheiro". £ uma tese sedutora, mas de pouca credibilidade. O certo e que Capone lavava seu dinheiro em muitos negocios- -tapume. Certo tambem e que o crime organizado, em algum mo- mento, aproximou-se de economistas, administradores, contadores, altos funcionarios de bancos e homens de negocio para branquear a procedencia suja de suas fortunas. 55 HISTORIA AGORA A senten9a por evasao fiscal que fulminou Capone em 1931 alertou outro colega de profissao, Meyer Lanski, 12 que o sistema deveria ser aperfeicoado. Lidando com jogo, prostitui9ao, drogas e extorsao, Lansky foi o criminoso pioneiro no uso de contas ex- ternas e offshores, remetendo fortunas para a Suica e outros para- isos fiscais. Com isso teve inlcio esta pratica — a lavagem de dinheiro — e um tipo especifico de empreendimento — as offsho- res — que com tantas virtudes na arte de iludir a Policia e o Fisco, seduziram ate a Mafia. Mais de um terco dos paraisos fiscais esta na America Central. fi a maior concentracao do planeta. Alem do sigilo bancario e do de- sinteresse sobre a origem do dinheiro, a legislacao complacente e a baixa tributacao sao iscas para fisgar riquezas bem ou mal havidas. Por esta razao, em especial, calcula-se que 22% dos investimentos globais trafeguem atraves destes edens do dinheiro sob suspei9ao. Uma estimativada Organiza9ao para Coopera9ao e Desenvolvimento Economico (OCDE) indica que a soma dos recursos escondidos nos paraisos fiscais alcana os 5,5 trilhoes de euros. As Ilhas Virgens Britanicas sao um desses paraisos. Quando Cristovao Colombo tornou-se o primeiro homem branco a avista- -las, em 1493, na sua segunda viagem a America, batizou-as exoti- camente como "Santa Ursula e suas 1 1 mil Virgens" que o tempo e a praticidade abreviaram para Ilhas Virgens. Depois de Colombo, as ilhas passaram pelas maos de espanhois, holandeses, franceses, dinamarqueses, ingleses e norte-americanos. Sempre foram um refugio dos corsarios que infestavam o Caribe. Um deles, o holandes Joost Van Dyke, fundou a primeira povoa9ao na Ilha de Tortola em 1615, uma comunidade de piratas holandeses, Parceiro de Bugsy Siegel na transformaijao de Las Vegas na cidade do jogo, Lansky inspirou o personagem de Hyman Roth, interpretado por Lee Strasberg, em "O Poderoso Chefao II", de Francis Ford Coppola. No cinema, foi tambem protagonizado por Dustin Hoffmann, Richard Dreyfuss e Ben Kingsley. 56 A PRIVATARIA TUCANA franceses e ingleses. Sete anos depois, reconhecido pela Companhia das Indias Ocidentais como o poderoso chefe local, Van Dyke fun- dou outra aldeia que viria a se tornar Road Town, hoje a capital das Ilhas Virgens Britanicas. Atualmente, metade da arrecadacao do governo local provem das taxas de licenciamento para as offshores. Extraoficialmente, mais de meio milhao delas ja foram abertas nas Ilhas Virgens Britanicas. Essas pequenas empresas de fachada sao administra- das por escritorios ou instituicoes financeiras que nada mais sao do que navios piratas encarregados de levar pelos continentes, por meio de suas offshores, o dinheiro da corrupcao, do narcotra- fico e do contrabando. Entre essas instituicoes, uma merecera atencao especial neste livro: a Citco Building, em Wickams Cay, P.O. Box 662, Road Town, Tortola, Ilhas Virgens Britanicas, ligada ao Citco, grupo financeiro presente em 37 paises e com 16 escri- torios no Caribe. A cidade de Road Town e a Ilha de Tortola evo- cam o seu fundador e povoador, o bucaneiro Van Dike. Nota-se que a Historia, as vezes, gosta de observar sua propria marcha com certo humor irreverente... Nas ultimas duas decadas o escritorio da Citco, em Road Town, atuou como um navio corsario que ajudou a chusma de doleiros que infestavam o Banestado no leva e traz de dinheiro sujo. Como ja foi dito, as contas eram abertas em nomes de offshores adminis- tradas pelo banco estatal. O mesmo endereco na patria adotiva de Van Dike acolheu tambem a grande lavanderia tucana. De certa forma, a Citco Building, por meio de suas offshores, ajudou os pri- vatas do Caribe a repatriar o dinheiro da propina das privatizacoes. Quern ensinou o caminho da Citco foi o ex-tesoureiro de campanhas de Jose Serra e de FHC, Ricardo Sergio de Oliveira, artesao dos consorcios que disputaram as estatais. Escritorio es- pecializado em abrir, acolher e operar offshores, a Citco e repre- sentada nos Estados Unidos por David Eric Spencer. Advogado 57 HISTORIA AGORA norte-americano, casado com uma brasileira e fluente em portu- gues, Spencer trabalhou com Ricardo Sergio no Citibank. Com o exemplo dado pelo tesoureiro do pai, Veronica Serra tambem rumou para a Citco. E tambem seu marido, Alexandre Bourgeois. E mais o ex-assessor de Ricardo Sergio no Banco do Brasil e seu braco direito na Previ, o fundo de previdencia do BB, Joao Bosco Madeiro da Costa. Todos mandaram dinheiro para o mesmo escritorio. A grande maioria enriqueceu pos-privataria... Uma decada depois da avalan- che privatista, sao proprietaries de empresas no Brasil e no exterior, possuem gordas contas bancarias, moram em mansoes e sao donos de terras. Fecharam empresas, sofreram processos judiciais e devas- sas fiscais, mas permanecem empresarios de sucesso. Nao e para qualquer um. Tudo gente de fino trato, que jamais comete gafe na hora de es- colher o vinho ou o talher. Lastima que tenham que conviver com outros clientes da Citco nas Ilhas Virgens Britanicas, caso de Joao Arcanjo Ribeiro, alcunhado "O Comendador". Chefao do crime or- ganizado em Mato Grosso, Arcanjo Ribeiro e acusado de sonegar R$ 840 milhoes em tributos e de ter ordenado sete assassinatos. O que nao tolheu a iniciativa da Assembleia Legislativa mato- -grossense de obsequia-lo com o titulo de "Comendador". A mesma lavanderia prestou servicos ao narcotraficante Fernandinho Beira-Mar. E tambem, e claro, ao banqueiro Daniel Dantas e a Ricardo Teixeira. Os documentos levantados pela CPI da Nike evidenciam que o presidente da CBF valeu-se da offshore caribenha Ameritch Holding para encobrir a compra de uma casa de luxo na Praia de Buzios. Dessa vez, alem dos parentes, Teixeira usou os servicos de ex-socios e advogados. Inicialmente, Otavio Koeper, um dos donos da Swap, corretora que operava para a CBF, simula a venda da residencia para a offshore caribenha por mlseros US$ 14,5 mil. Um ano depois, o mesmo imovel foi repassado para 58 A PRIVATARIA TUCANA uma corretora de familiares do megacartola do futebol brasileiro por R$ 500 mil. O uso das duas empresas — a offshore e a corretora — alem de tentar sonegar a informacao de que Teixeira era o feliz pro- prietario da mansao, ajudou a esconder a provavel origem do dinheiro da compra: a propria corretora que prestava servicos para a CBF. O interminavel presidente da CBF sempre negou ter empresas em paraisos do genero, mas por causa de um ato falho, acabou pa- gando uma divida de R$ 1 8 mil em impostos contraida pela Ameritch. Isso prova o obvio: ele e o verdadeiro dono da offshore caribenha. 59 5. APARECE 0 DINHEIRO DA PROPINA Dois depositos para Ricardo Sergio. Revelado o dono da Infinity Trading. Justiga impbe a entrega do documento. R$ 2 milhoes se desmancham no ar. "Quern e amigo mesmo dele e o Serra." Apos sucessivas prorrogacoes a cpmi do Banco do Estado do Parana, ou CPMI do Banestado, 13 encerrou seus trabalhos no final de 2004. A ocasiao foi saudada gastronomicamente com uma imensa e suculenta pizza que delimitou a area de ataque da situacao e da oposicao. E segurou o impeto de uma e de outra. Os dois lados, entao, optaram por um providencial acordao, que acabou abafando as movimentacoes financeiras no exterior por parte de caciques das duas tribos. Mesmo assim, um assessor do PSDB na CPI nao conseguia es- conder sua irritacao. "Essa sua revista (IstoE) esta dando trabalho. Tern um juiz maluco de Sao Paulo que esta ameacando mandar a policia invadir a CPI se a gente nao entregar toda a movimentacao do Ricardo Sergio", desabafou ao me receber no gabinete. A Comissao Parlamentar (Mista) de Inquerito (CPI) de Evasao de Divisas, ou CPMI do Banestado, realizada pelo Congresso Nacional, foi instaurada em junho de 2003. Teve como motivacao uma reportagem de capa, assinada pelo autor e por sua colega Sonia Filgueiras, no dia 5 de fevereiro de 2002, na revista IstoE. A reportagem sustenta que US$ 30 bilhoes teriam sido remetidos ilegal- mente para paraisos fiscais via Banestado, por meio das chamadas contas CC5. Esta modalidade ganhou este nome por estar prevista na Carta-Circular n° 5, editada em 1969 pelo Banco Central, que regulamentava as contas em moeda nacional mantidas no pais por residentes no exterior. 63 1'llpi.MA oo»»ioi»i ,aait i— nI> « •wx™. •m-meiatttic* ant xjlhwomm_ ' hnmui&*f 111.- — -w™ «*. J-'JSWI »^ rrr»M« MM.** noil"* ah, ,^ iBnMMiowica m« o* «*f o* frjwton xrtwws ■--]*■■-] ---•ft s M r Mrw ■■■!> . » t i n ! _ timro.oo r mi ii* i «~*"".~« • ~~- —™ — •• piM j*, rooc-jt it f u'n 1 37.00 I , aJkaMi iox»"«jio»»ic« oMm^z I im-uii>i K'«KiMiMKiwiAriHianiMKr<»iii A comprovacao de que a offshore Infinity Trading (leia-se Carlos Jereissati) depositou centenas de milhares de dolares na conta da Franton Interprises (ou seja, Ricardo Sergio), por meio do MTB Bank, de Nova York. O desconforto do assessor, que acabara de envelopar um relato- rio com os dados que evisceravam as movimentacoes financeiras do ex-caixa de campanha de Jose Serra e de Fernando Henrique Cardoso, tinha la suas razoes. Em suas quase 50 paginas, o docu- mento revira as entranhas das atividades do ex-tesoureiro tucano. Mostra que a offshore Infinity Trading depositou US$ 410 mil em favor da Franton Interprises no MTB Bank, de Nova York. Dito desta maneira ninguem se da conta do que estes muitos milhares de dolares significant, de onde vieram e para onde foram. fi que os nomes das empresas servem como biombo para seus controlado- res. O homem atras da Franton 14 e Ricardo Sergio de Oliveira. E agora se sabe que quern se esconde atras da Infinity Trading e o Ricardo Sergio declarou a Receita Federal uma doacao de R$ 131 mil reais a Franton, em 2008. A declaracao aparece em processo movido na Justica de Sao Paulo pela Rhodia contra a Calfat, empresa de Ricardo Sergio. 64 ■</m«n- 1«M0W«O»l«lCe r Qli ONE Of oJPXtlTOL; O <». ■!»■<, ) W Oto UW )Wl«m«UC WHICH* 1MB OF 1 T0«. >.«.<<.( ACO»10t»IJU»«»_ I "'"''**"' ,m *' ~ i ,_ ■ - una mi. nrnmic tnc -» n «n j,. wiw ^hn ^nnuiiiK fi ■<_!«- iminunnx mw. «im«w«it«(««oiic. tn^tnMt - WO Mr.aMT | *~»Wt««* ACSDWJOKUIWO . Offshores de doleiros com contas no MTB Bank, como a Kundo, eram usa- das como intermediarias na transacao. megaempresario Carlos Jereissati, dono do grupo La Fonte, e irmao do cacique tucano e ex-senador Tasso Jereissati (PSDB/CE). A conexao entre Infinity Trading e Jereissati ratifica, pela pri- meira vez, aquilo que sempre se suspeitou, mas que nunca havia sido comprovado: que o ex-tesoureiro das campanhas do PSDB recebeu propina de Jereissati, um dos vencedores no leilao da privatizacao da Telebras. Por meio do consorcio Telemar, Jereissati adquiriu a Tele Norte Leste e passou a controlar a tele- fonia de 16 estados. O Telemar pagou R$ 3,4 bilhoes pelo siste- ma, agio de 1%, em 1998. A comprovacao de que Jereissati e o dono da Infinity Trading esta estampada em documento oficial. Consta do Relatorio 369, da Secretaria de Acompanhamento Economico, do Ministerio da Fazenda, tambem encaminhado a Justica. Oculto ate agora nos po- roes do Tribunal de Justica de Sao Paulo, o relatorio e outros papeis 65 HISTORIA AGORA ineditos da CPMI do Banestado confirmam a vinculacao. A Infinity Trading, de Jereissati, favoreceu a Franton, de Ricardo Sergio, com dois depositos. O primeiro, de 18 de janeiro de 2000, somou preci- samente US$ 246.137,00. E o segundo, no total de US$ 164.085,00, aconteceu em 3 de fevereiro do mesmo ano. Sigiloso, o documento saiu das sombras depois que o senador Antero Paes de Barros (PSDB), presidente da CPMI do Banestado, foi instado pela Justica a permitir o acesso aos papeis devido a uma acao de excecao da verdade 15 movida pela Editora Tres contra Ricardo Sergio, que processava a empresa e o autor deste livro por danos morais. Buscando evitar uma eventual acao da Pollcia Federal, munida de ordem judicial, contra a CPMI do Banestado para apreender o relatorio, o senador tucano nao teve outra salda senao entrega-lo. A Infinity foi aberta pelo grupo Jereissati nas Ilhas Cayman, co- nhecido paraiso fiscal caribenho. Quanta a Franton, o proprio Ricardo Sergio declarou em 1998 a Receita Federal uma doacao de R$ 131 mil a empresa. A copia da declaracao foi anexada ao proces- so movido na Justica Estadual de Sao Paulo pela Rhodia contra a Calfat, empresa de Ricardo Sergio. O dono do grupo La Fonte sempre deu a entender que seu relacionamento com o entao diretor da area internacional do Banco do Brasil era algo eventual. Mas a convivencia entre os dois nao foi tao esporadica quanto Jereissati quis fazer acreditar. A trajetoria de Ricardo Sergio nos anos FHC, seu poder e sua audacia ao mover-se nos bastidores do poder tucano com fre- quencia o aproximaram das grandes fortunas do pals. Naquele ponto privilegiado e nebuloso em que o interesse particular pre- valece sobre o publico, ele articulou, manobrou e formatou os Acao que possibilita ao acusado por crime de calunia ou injuria comprovar que e veridica a con- duta por ele atribuida a pessoa que se julga ofendida e o processou por isso. 66 A PRIVATARIA TUCANA consorcios de empresas para arrematar estatais durante os anos dourados da privataria. Para Ricardo Sergio, a vida muda para valer quando Clovis Carvalho, futuro ministro da Casa Civil, apresenta-o a Jose Serra e Fernando Henrique Cardoso. fi o ponto zero a partir do qual prin- cipia a construir sua saga de coletor de contribuicoes milionarias para o PSDB. Corria o ano de 1990 e Serra, candidate a deputado federal, estava com dificuldades para levantar dinheiro para a cam- panula. Ricardo Sergio era o homem certo. Virou tesoureiro, papel de que tambem se incumbiria em 1994, na eleicao de Serra ao Senado. Para Fernando Henrique, arrecadou dinheiro nas campa- nhas presidenciais de 1994 e 1998. Sob FHC, o caixa de campanha, que ja lidava com poderosos cifroes, passou a manusear quantias espetaculares. Mais ainda apos sua indicacao — por Serra — para dirigir a area internacio- nal do Banco do Brasil. Desde o seu gabinete, articularia a succao dos recursos dos fundos de pensao estatais — Previ, Petros, entre outros — para a ciranda das privatizacoes. Era o homem de Serra quern orquestrava a montagem de grupos para disputar os leiloes e garantia o aporte do dinheiro do BB e dos fundos para cada consorcio. Nesta modalidade dois-em-um da privataria, o dinhei- ro publico financiava a alienacao das empresas publicas. Leiloadas as estatais, a gratidao expressava-se zelosamente nas campanhas eleitorais do PSDB. Uma gratidao, porem, que extravasava o limite do estrito finan- ciamento dos gastos eleitorais. E que promoveria um primeiro con- tato explicito entre Ricardo Sergio e Jereissati. Em 1994, Jereissati entregou R$ 2 milhoes a Ricardo Sergio para incrementar o caixa de Serra. A soma teria sido paga em quatro ou cinco parcelas. Foi o que o empresario declarou a revista Veja, em marco de 2001. No entanto, a prestacao de contas de Serra ao TRE/SP contabilizou tao somente a entrada de um cheque de R$ 50 mil. E duas ajudas de 67 HISTORIA AGORA servi90 totalizando mais R$ 45 mil. Ao todo, portanto R$ 95 mil. Entre a mao do empresario e o cofre da campanha, os R$ 2 milhoes volatilizaram-se, chegando menos de cinco por cento ao destino final. Ignora-se onde a bolada se materializou mais tarde. O que se sabe e que as declaracoes de Jereissati desencadearam um festival de bate-cabecas em 2002, ano eleitoral. O proprio em- presario apareceu com um remake da versao anterior. Nesta reenge- nharia semantica, nao teria doado R$ 2 milhoes, mas somente R$ 700 mil, dos quais R$ 600 mil em servico — pagara o aluguel do jatinho de Serra durante cinco meses. Apesar do remendo, o pro- blema persistia: os R$ 600 mil tambem estavam ausentes da presta- cao de contas do PSDB. E complicou-se ainda mais. Foi quando Serra surgiu, entao, brandindo a terceira versao: negou toda a reve- lacao de Jereissati e acrescentou — pior — que nao usara nenhum aviao do empresario. O que era insatisfatorio ficou ainda mais gra- ve depois de uma checagem na documentacao oficial da campanha: ali aparece o cheque 642487, da agenda 0564 do Unibanco, no va- lor de R$ 50 mil. E nada mais. A proximidade entre Jereissati e Ricardo Sergio ficaria mais evi- dente em 1998, ano notavel em que todo o sistema de telefonia do Brasil, a Telebras, e vendido por pouco mais de R$ 22 bilhoes. £ uma quantia tao impressionante quanto aquela que a Uniao investira na Telebras nos dois anos e meio anteriores a privatizacao: R$ 21 bi- lhoes. Na oportunidade, o negocio foi vendido pela imprensa hege- monica aos seus leitores como algo maravilhoso para o Brasil e os brasileiros. Hoje, mesmo alguns tucanos desconfiam — ou tern cer- teza — que nao foi nada disso. "So um bobo da a estrangeiros servi- 90s publicos como as telefonias fixa e movel", opinou o ex-ministro de FHC, Luiz Carlos Bresser Pereira. 16 Um bobo ou um esperto... "O menino tolo", artigo de Bresser Pereira, Folha de S. Paulo, em 18/07/2010. Ministro da Fazenda no governo Jose Sarney, Bresser Pereira foi titular das pastas de Administracao Federal e Reforma do Estado e de Ciencia e Tecnologia nos dois governos FHC. E um dos fundadores do PSDB. 68 A PRIVATARIA TUCANA Impressiona tambem que dos R$ 8 bilhoes exigidos como en- trada na aquisicao da Telebras, um ente publico, o Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) te- nha aportado a metade. £ quando o Telemar, de Jereissati, vai levar a melhor sobre o grupo adversario, e desponta o banco Opportunity, de Daniel Dantas. Padrinho de Dantas, o senador Antonio Carlos Magalhaes (PFL) chiou com o resultado. Acusou o diretor da area internacional do BB de ter embolsado propina de 3,4% do valor da Tele Norte Leste, contribuicao pela ajuda ao Telemar. ACM chegou a dizer que dis- poria ate de "uma prova testemunhal". Dantas foi laconico: "Nao confirmo nem desminto", disse. Financiado parcialmente pelo gru- po de Jereissati, o consorcio 17 levou a tele desejada. Dantas acabou nao adquirindo a Tele Norte Leste, porque ja havia arrematado a Tele Centro-Sul e, de acordo com a regra do leilao, o consorcio que adquirisse uma tele estava automaticamente alijado da disputa pe- las demais. Assim, no bater do martelo, a Tele Norte Leste foi tran- sacionada com apenas 1% de agio. Jereissati e seus aliados passaram a comandar a telefonia fixa do Rio ao Amazonas. Porem, como en- trou na briga achando que iria perder, o Telemar nao tinha dinhei- ro para pagar o presente. Foi salvo pelo dinheiro publico, a mao amiga de Ricardo Sergio e o cofre do Banco do Brasil. Arrematada a telefonica, comecou um compra e vende frenetico de acoes. De posse de 14,5% do Telemar, Jereissati vendeu parte deste percentual para tres parceiros de consorcio — Andrade Gutierrez, Inepar e Macal. Para isso, valeu-se de uma empresa de fachada, a Rivoli, aberta providencialmente quatro meses antes do leilao por uma socia do advogado de Ricardo Sergio, Luis Rodrigues Corvo. Em marco de 1999, Jereissati tornou-se o dono da Rivoli, e Em balanco do grupo La Fonte consta que os participantes nacionais de capital privado do con- sorcio Telemar receberam financiamento da empresa de Jereissati em troca de opcoes de compra das acoes ordinarias adquiridas. 69 HISTORIA AGORA parte de suas acoes rumaram para a empresa. No carrossel finan- ceiro que se instalou, Jereissati vendeu suas acoes por preco acima da tabela aos demais parceiros do consorcio. Ao final do processo, a Rivoli embolsou o incrivel lucro de R$ 31 milhoes. E, imediata- mente, encerrou suas atividades. A suspeita e de que toda esta pres- tidigitacao acionaria tenha sido apenas urn estratagema para borrar a trilha dos cheques no rumo da carteira de Ricardo Sergio. Ele, porem, sempre negou qualquer recebimento e ate proces- sou ACM pela acusacao de cobrar R$ 90 milhoes pela montagem do consorcio que levou a Tele Norte Leste. £ urn tipo de acusacao que nunca foi propriamente novidade para Ricardo Sergio enquan- to pilotou a area internacional do BB e modelou os consorcios da privatizacao. Dois ministros de FHC — Mendonca de Barros, das Comunicacoes; e Paulo Renato de Souza, da Educacao — em dife- rentes ocasioes, ouviram o empresario Benjamin Steinbruch queixar-se de ter de pagar comissao a Ricardo Sergio em troca da sua expertise na operacao que resultou na venda da Companhia Vale do Rio Doce. O controle acionario da Vale foi vendido em maio de 1997, com direito a financiamento oficial subsidiado aos compradores e uso de moedas podres... Custou a bagatela de US$ 3,3 bilhoes. Hoje, o mercado lhe atribui preco 60 vezes maior, ou seja, rondando os US$ 200 bilhoes. A companhia foi privatizada de forma perversa, atribuindo-se valor zero as suas imensas reservas de minerio de fer- ro, capazes de suprir a demanda mundial por 400 anos. Alem disso, a materia-prima registrou elevacao substancial de preco na primei- ra decada do seculo 21. Diretor do grupo Vicunha, Steinbruch arrematou a Vale por meio do consorcio Brasil, que contava ainda com o Bradesco e a valiosissima presenca da Previ, o fundo de pensao dos funcionarios do BB, dono de um patrimonio de R$ 37 bilhoes. A ajuda de Ricardo Sergio foi essencial no aporte da Previ ao consorcio de Steinbruch. 70 A PRIVATARIA TUCANA Foi tao importante, que o empresario Antonio Ermirio de Moraes, do grupo Votorantim, que tocava o unico consorcio ate entao na disputa, perdeu o apoio do Bradesco e da Previ e acabou batido no leilao. "Sal limpo disso e durmo em paz no travesseiro todas as noi- tes", consolou-se na ocasiao o dono da Votorantim. 18 Qual o custo desta vitoria? O entao ministro da Educacao de FHC ouviu Steinbruch falar em R$ 15 milhoes. A revista Veja de- clarou que o dinheiro era exigido por Ricardo Sergio "em nome de tucanos". FHC foi comunicado e negou ter conhecimento do as- sunto, desautorizando qualquer cobranca. Executivos da area fi- nanceira, ministros e empresarios afirmaram a outra publicacao, com a condicao de que suas identidades nao fossem reveladas, que a propina, realmente, era de R$ 15 milhoes e foi, pelo menos, par- cialmente paga. Segundo a apuracao, os intermediaries da negocia- cao com Steinbruch seriam os empresarios Miguel Ethel e Jose Braffman, ambos parceiros do entao diretor do BB. As imagens historicas do leilao revelam o estado de espirito e a conviccao da fina flor do tucanato sob a regencia de Fernando Henrique Cardoso. Mas nada mostram da tarefa subterranea, a car- go de Ricardo Sergio de Oliveira, que tornou posslvel as privatiza- coes do periodo. Para se ter uma ideia do que foi feito — e como foi feito — e preciso acompanhar a retorica dos poroes da privataria, captada nos famosos grampos do BNDES. Entao presidente do BNDES — depois seria ministro das Comunicacoes — Luiz Carlos Mendonca de Barros teve os telefones de seu gabinete grampea- dos. Seus inimigos polfticos visavam flagrar conversas entre Mendonca de Barros e seus filhos Marcello e Daniel. Donos da corretora Link, que havia pouco comecara a atuar na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), os dois experimentavam um Epoca, edi^ao de 13/05/2002. 71 HISTORIA AGORA sucesso de velocidade alucinante operando com acoes da Telebras, cuja privatizacao era articulada pelo pai. As conversas de pai para filhos nao apareceram nas fitas, mas afloraram inconfidencias mais eloquentes do que a maioria dos discursos sobre privatiza- cao. Sempre e saudavel rememorar o elevado espfrito publico que norteou as operacoes de modelagem dos consorcios das privati- zacoes expondo suas entranhas: — O negocio td na nossa mao, sabe por que, Beto? Se controla o dinheiro, o consorcio. Se faz aqui esses consorcios borocoxos, sao todos feitos aqui, (...) — argumenta Mendonca de Barros, ao telefo- ne com o irmao Jose Roberto, secretario executivo da Camara de Comercio Exterior. 19 A corrida para comprar as estatais havia rachado o governo. De uma parte, o grupo de Mendonca de Barros e do presidente do BNDES, Andre Lara Resende. De outra, Ricardo Sergio e sua turma. A primeira faccao operando em beneficio do consorcio integrado pelo banco Opportunity e a Telecom Italia. A segun- da, junto ao Telemar, de Jereissati, mais Andrade Gutierrez, Brasil Velculos, Macal e Alianca do Brasil. Os dois litigantes al- mejam a adesao da Previ. E adiante: — Temos que fazer os italianos na marra, que estao com o Opportunity. Combina uma reuniao para fechar o esquema. (...) Fala pro Pio (Borges, vice-presidente do BNDES) que vamos fechar (os consorcios) daquele jeito que so nos sabemos fazer. E Mendonca de Barros novamente, aqui transmitindo orienta- coes para Lara Resende. Para Mendonca de Barros, Jereissati e os seus parceiros sao a "ratada" ou a "telegangue", reportando-se ao suposto aventureirismo dos rivais. A promiscuidade entre publico e privado e tao evidente que, socio do Opportunity, o economista Idem. 72 A PRIVATARIA TUCANA Persio Arida aparece em dialogos com Lara Resende. Em dado mo- menta, Mendonca de Barros, que tentava convencer o presidente da Previ, Jair Bilachi, a aportar o dinheiro do fundo ao consorcio do proprio Opportunity informa ao interlocutor: "Estamos aqui eu, Andre, Persio e Pio...". 20 Mendonca de Barros liga para Ricardo Sergio e explica que o Opportunity esta com "urn problema de fianca" para participar do leilao das teles. E propoe: "Nao da para o Banco do Brasil dar (a fianca)?". — Acabei de dar — responde Ricardo Sergio, que alcancou R$ 874 milhoes para o consorcio de Dantas. E agrega, cometendo a frase sfntese do processo de privatizacao a brasileira. "Nos estamos no limite da nossa irresponsabilidade." E emenda outra, mais tosca e premonitoria: "Na hora que der merda, estamos juntos desde o inkio." Vale relembrar um telefonema de FHC para Mendonca de Barros. Queria saber a quantas andava a preparacao do leilao das teles. Recebe, como resposta, que "estamos com o quadro prati- camente fechado". A vontade, os dois comentam o torn apolo- getico adotado pela midia para saudar as privatizacoes, que catapultariam o Brasil ao concerto das grandes nacoes. Nao era ingenuidade. Se, de um lado, os grandes conglomerados propa- gandeavam as benesses que a venda do patrimonio publico traria ao pals, de outro, sonegavam aos seus leitores, ouvintes e teles- pectadores a condicao de integrante de consorcios que disputa- vam a aquisicao das teles. — A imprensa esta muito favoravel, com editorials — comenta Mendonca de Barros. — Esta demais, ne — diz FHC. — Estao exagerando ate... — acrescenta, mordaz com seus aulicos midiaticos. "Sob suspeita", materia de Bob Fernandes em Carta Capital, edicao de 25/11/1998. 73 HISTORIA AGORA No interior do governo, finalizada a queda de braco e leiloadas as teles, todos voltaram as boas. A revista Veja, falando sobre sua afinidade com Ricardo Sergio, Mendonca de Barros declarou: "Eu nao vou ficar irritado com um amigo meu", disse. "Mas quern e amigo dele mesmo e o Serra e o Clovis." O relatorio da CPMI do Banestado, que comprova pagamento de propina durante as privatizacoes e embasado por, entre outros documentos, um CD contendo informacdes do MTB Bank, o malfadado banco fechado pela Promotoria Distrital de Nova York por lavagem de dinheiro. Os arquivos do MTB Bank, que acabaram sendo absorvidos pelo Hudson Bank, reunem quase dez mil operacoes de contas de passagem abertas por um seleto consorcio de doleiros da America do Sul. Sao conhecidas como contas-onibus, porque cumprem apenas uma funcao: levar e tra- zer para paraisos fiscais dinheiro oriundo do narcotrafico, do ter- rorismo e da corrupcao. A chamada lavanderia do MTB Bank comecou a ser desvendada em marco de 2003, quando Robert Morgenthau, chefe da promotoria de Nova York, entregou ao de- legado da Policia Federal Jose Castilho e ao perito Renato Barbosa o CD com as informacdes secretas. Os policiais federals, que des- vendaram a lavanderia do Banestado, foram apresentados a Morgenthau, um ex-oficial da Marinha americana que durante a 2 a Guerra Mundial esteve no Brasil, pelo entao correspondente da revista IstoE em Nova York, Osmar de Freitas Jr, amigo pesso- al do promotor. Os dois federals haviam ouvido falar do MTB Bank pela pri- meira vez em 1999. Ocorreu quando flagraram um colega, o dele- gado da PF em Foz de Iguacu (PR), Davi Makarausky, em uma atitude muito estranha. Makarausky jogara um computador do alto de um edificio na Avenida Paulista. A manobra, porem, nao teve o resultado esperado pelo seu autor, mais tarde expulso da cor- poracao e sentenciado a oito anos de prisao. Pacientemente, apos 74 A PRIVATARIA TUCANA juntarem as pecas do computador, os peritos da PF conseguiram recuperar arquivos que traziam uma classificacao misteriosa: "MTB, Banestado II". Os federais descobririam que o MTB Bank havia sido brindado com esse apelido pelos doleiros, devido ao fato de ter substituido o Banestado no processo de clareamento de dinheiro sujo em 1999. Naquele ano, o banco, crivado de de- nuncias de corrupcao, foi fechado pelo Banco Central. Em marco de 2004, Morgenthau entregou o mesmo CD a uma comissao de deputados da CPMI do Banestado que fora aos Estados Unidos catar evidencias sobre a movimentacao bancaria de brasileiros no exterior. Ao analisarem os arquivos, os assessores depararam-se com material mais explosivo do que aquele contido no antigo Banestado. Esmiucadas em uma planilha, as operacoes do MTB Bank apontavam para empresarios, traficantes, contra- bandistas e polfticos. A revelacao dos dados do MTB foi determi- nante para que fosse desencadeada a opera^ao abafa na CPMI. Os arquivos ocultavam informacoes capazes de constranger tanto o governo Lula quanto o de FHC. As planilhas do MTB Bank e os demais documentos que a CPMI foi obrigada a repassar a Justica de Sao Paulo revelam que Ricardo Sergio de Oliveira movimentava no exterior o dinheiro da propina das privatizacoes por meio da rede de doleiros chefia- da por Dario Messer. £ o mesmo duto de dinheiro sujo que o ex- -subsecretario de Administracao Tributaria do Rio de Janeiro Rodrigo Silveirinha Correa e os demais integrantes da chamada Mafia dos Fiscais usaram para remeter a Suica os quase R$ 20 milhoes desviados dos cofres do governo estadual. De acordo com os dados contidos no CD, a mesma rede de doleiros lavou toda a grana proveniente do contrabando de diamantes do pais. De acordo com o relatorio confidencial da CPMI do Banestado, Ricardo Sergio movimentou US$ 7,56 milhoes na conta Kundo no MTB Bank, operada pelos doleiros Clark Setton e Roberto 75 HISTORIA AGORA Matalon. "Dados dessa CPI indicam haver relacao entre Dario Messer por meio da Kundo", diz o relatorio. Ainda de acordo com os dados da CPMI, o ex-tesoureiro do PSDB trazia e mandava valores para o estrangeiro por meio das chamadas operacoes cabo, criadas pelos doleiros para driblar o rastreamento da PF, da Receita Federal e de outras autoridades policiais e fazendarias. Sao conhecidas tambem como operacoes intercontinentais. Ocorrem dentro de um mesmo pais, na maio- ria das vezes nos Estados Unidos. Entao, para que esse tipo de operacao aconteca e necessario que o doleiro e o cliente ja possu- am contas fora do Brasil. Quando deseja enviar dinheiro para o exterior, basta o cliente entregar o montante no escritorio do do- leiro no pals. Em seguida, a rede de doleiros transfere a mesma quantia de sua conta para a conta do cliente no estrangeiro. Quando o objetivo e trazer dinheiro de fora, ocorre o inverso. O cliente faz um deposito de sua conta para a conta do doleiro no exterior e saca a bolada no Brasil. O relatorio secreto da CPMI do Banestado mostra, por exemplo, que no dia 28 de novembro de 2000, Ricardo Sergio usou a conta numero 30010969906, aberta pelo seu socio e testa de ferro Ronaldo de Souza para trazer US$ 100 mil dos Estados Unidos. Ronaldo de Souza realizou um deposito na conta da Kundo no MTB Bank e, em seguida, Ricardo Sergio recebeu os recursos dos doleiros no pais. A papelada revela que durante o perlodo de 1998 a 2001, o ex- -caixa de campanha do PSDB realizou 21 operacoes desse tipo para internar dinheiro. "Registra-se a necessidade de quebrar o sigilo da conta de Ronaldo de Souza no International Miami Bank", reco- menda o relatorio assinado pelo relator da CPI, deputado Jose Mentor (PT/SP). A maior parte dessas operacoes a cabo do MTB Bank foram fechadas em escritorios abertos no edificio Di Paolo, no centro do Rio. Por sinal, o nome do predio serviu de inspiracao para Messer 76 A PRIVATARIA TUCANA criar uma safi — nome de offshore no Uruguai — batizando-a como Depollo. Alem de movimentar milhoes de dolares no Banestado e no MTB Bank, a Depollo serviu para transportar para a Sirica o dinheiro desviado pela Mafia de Fiscais do Rio. Os dados do MTB atestam que a Depollo funcionou como lavande- ria para limpar mais de US$ 200 milhoes em diamantes extraidos ilegalmente do pais. Foi por intermedio da conta Depollo no MTB Bank, por exemplo, que os irmaos Gilmar e Geraldo Magela, negociantes de Patos de Minas (MG), conseguiram internar parte do resultado obtido com a venda de um diamante cor-de-rosa. A pedra foi vendida para um comerciante de Hong Kong por US$ 12 milhoes. A incrivel historia do diamante de 80 quilates, publi- cada pelo autor na IstoE em 2005, foi contada pelos proprios co- merciantes de pedras. 21 "Durante mais de 50 anos, quando nao era possivel a exportacao de pedras, Messer foi o responsavel por trazer para o pais todo o dinheiro do contrabando de diamantes para o exterior", disse Gilmar Campos. Ele afirmou ter comprado a pedra de um garim- peiro que explorava um garimpo no rio Abaete em 1999. Logo em seguida, Gilmar e seu irmao assinaram compromisso de vende-la por US$ 12 milhoes para o italiano Gino Giglio, ex-diretor da Black Swam, empresa canadense que realiza pesquisa de minera- cao em Minas Gerais. Gilmar e o italiano, que morreu de infarto em 2010, seguiram para Nova York com a pedra escondida em um maco de cigarros. Mas o piano de comercializar o diamante para o cartel de compradores, controlado por um grupo de judeus, acabou nao dando certo. O cartel resolveu fazer um pacto de desvalorizacao e "queimar" a pedra. Ao perceber que o italiano nao tinha condi- coes de cumprir o acordo, os irmaos Magela resolveram trocar a "A incrivel historia do diamante cor-de-rosa", em IstoE, edicao de 15 de setembro de 2004. 77 HISTORIA AGORA gema verdadeira, depositada num cofre no Chase Manhattan Bank, por uma falsa. "Nos estavamos desesperados. Depois da troca, contratamos um interprete e seguimos para Hong Kong, onde vendemos o diamante que, depois de lapidado, esta avaliado em US$ 30 mi- lhoes", explicou Gilmar Magela. Dados do MTB Bank indicam que, em 2002, os Magela trouxe- ram ao Brasil, via Depollo, US$ 6,5 milhoes em valores lavados re- ferentes ao diamante rosa contrabandeado para a China. Os mesmos documentos comprovam que a conta foi usada para evitar o rastreamento das autoridades brasileiras e americanas. A exem- plo de Ricardo Sergio, os Magela tambem recorreram as operacoes a cabo do MTB Bank para internar toda a dinheirama. O compra- dor da China depositou o dinheiro numa conta dos Magela no Chase Manhattan Bank de Nova York. Em seguida, os irmaos trans- feriam recursos em dolares para a Depollo no MTB e sacavam ime- diatamente o dinheiro em especie com Messer no Rio. Durante o perlodo de abril a agosto de 2000, deram-se nove operacoes desse tipo. No dia 12 de abril, por exemplo, ha referenda nos documen- tos do MTB de uma transferencia da conta n 2 635001 106 no Chase Manhattan para a conta da Depollo. "Nao fiz nada de errado. Em vez de sair com divisas, eu trouxe divisas para o pais. Quando precisava de dinheiro, eu apenas fazia a transferencia da conta da Depollo e recebia o dinheiro com o Messer no Brasil", interpreta Gilmar Magela. O relatorio da CPMI do Banestado foi fundamental para que a Justica de Sao Paulo considerasse improcedente a acao de danos morais movidas por Ricardo Sergio contra mim e a IstoE. O ex- -diretor da area internacional do Banco do Brasil teve de pagar R$ 400 mil aos advogados da revista para recorrer da decisao em se- gunda instancia. So em 2008, quando comecei a recolher docu- mentos para este livro, tive acesso aos documentos, hoje guardados 78 A PRIVATARIA TUCANA num predio da Justica em Jundiai (SP). Ao contrario do que suge- riu o relator da CPMI, a conta de Ronaldo de Souza em Miami nunca foi investigada. Afinal, o CD do MTB Bank — que primeiro motivou um bangue-bangue e depois um pacto de silencio — serve a gregos e troianos. 79 DOC H- kocU^ 0fc | LES . t 4 -ftjr 6. MISTER BIG, 0 PAI DO ESQUEMA Ex-caixa de Serra e FHC mostra o caminho do parai'so (fiscal) aos tucanos. Ganhando mais em tres anos de servigo publico do que em 30 na atividade privada. A mae de todas as evasdes de divisas. Longe do poder, mas perto do dinheiro. Mister Big fuma Romeo y Julieta , cubanos de alta estir- pe, desfruta vinhos de quatro digitos, gosta de jogar tenis e, para alivio do tucanato, e avesso a badalacoes. Um de seus mais novos mimos e uma importadora de vinhos em sociedade com o restaurante Fasano, tradicional casa de Sao Paulo. Dois fatos sao cruciais no percurso de Mr. Big. Um deles, a pilotagem do processo de privatizacao das esta- tais no Brasil dos anos 1990. 0 outro e sua condicao de guia dos tuca- nos mais coloridos ao pote de ouro no fim do arco-lris, apontando-lhes a trilha dos paraisos fiscais do Caribe. De alguma forma, como se vera a seguir, o dinheiro que orbitou os grupos da privataria no primeiro momento pavimentara a estrada de tijolos dourados do segundo. Casado, sem filhos, Mr. Big e o apelido que Ricardo Sergio de Oliveira, 64 anos, recebeu das suas amizades. Entre elas, o ex-ministro das Comunicacoes de FHC, Luiz Carlos Mendonca de Barros. Outro amigo, o ex-ministro da Casa Civil de FHC, Clovis Carvalho, foi quern apresentou Mr. Big ao ex-governador de Sao Paulo, Jose Serra. Antes de assumir como o homem do dinheiro de Serra e FHC, Mr. Big trabalhou durante 30 anos na area privada. Serviu ao banco Crefisul e ao Citibank e, mais tarde, estabelecendo-se por conta 83 HISTORIA AGORA propria, abriu duas empresas. Sempre teve um confortavel padrao de vida, mas tornou-se milionario mesmo depois de tres anos no timao da area internacional do Banco do Brasil. Foi o unico diretor do BB nao indicado pelo presidente do banco, Paulo Cesar Ximenes, e tambem o unico com acesso a FHC. Em 1995, quando foi empossado na diretoria internacional do Banco do Brasil durante o primeiro mandato tucano na Presidencia da Republica, Mr. Big recebia o modico salario de R$ 8,5 mil. 22 Na atividade privada, tinha duas empresas, a Planefin e a RMC. Coube a sua mulher, Elizabeth, ocupar-se da gestao das duas. Na RMC, um de seus socios era Jose Stefanes Ferreira Gringo. A impressao inicial e de que o afastamento de Ricardo Sergio do dia a dia das suas fir- mas, inversamente ao que se poderia imaginar, significou uma ben- cao contabil para ambas. Pilotadas nao pelo economista, mas pela novata e de profissao desenhista Elizabeth, a Planefin e a RMC transformam-se em cases de sucesso empresarial. Atuando no mercado acionario, a RMC partiu de um faturamento de R$ 4,2 milhoes em 1997, para R$ 21,9 milhoes em 1999. Uma per- formance 500% superior em apenas dois anos. Nada mau. A Planefin tambem reagiu sob o pulso de Elizabeth. Se em 1996 faturava R$ 60 mil anuais, em 1998 ja emplacava R$ 1 milhao por ano. 23 Mas a vida nao teria a graca que tern, se as coisas fossem tao simples e lineares assim... Ocorre que, com Mr. Big no Banco do Brasil, suas empresas aproximaram-se dos fundos de pensao, entre eles a Previ, que admi- nistra as economias dos milhares de funcionarios do BB. Em 1998, a RMC aventurou-se, com exito, na area de imoveis. Juntou-se a uma construtora, a Ricci Engenharia, para erguer edificios de apartamen- Esses dados constam de processo movido pela Rhodia contra a Calfat, empresa de Ricardo Sergio, que teve seu sigilo fiscal quebrado pela justica estadual de Sao Paulo. Foram publicados pelo autor em 200 1 , no Jornal do Brasil e, no ano seguinte, em IstoE. A serie de reportagens foi publicada em abril nos jornais Estado de Minas e Correio Braziliense em abril de 2002. 84 A PRIVATARIA TUCANA tos em Sao Paulo. Logo, a Previ interessou-se em comprar as duas primeiras torres, ainda na maquete. Pagou R$ 62 milhoes. No capita- lismo tucano de risco zero e resultados imediatos, Mr. Big jogava nas duas pontas da transacao. De uma parte, fazia valer sua influencia sobre a Previ, o milionario fundo de pensao do Banco do Brasil, no qual o homem-chave era seu amigo Joao Bosco Madeira da Costa. De outro lado, operava no casamento da RMC com a Ricci, alias, propriedade de seu socio na RMC, Jose Stefanes Ferreira Gringo... A Planefin nao ficou para tras. A mare era tao proplcia, que a empresa, de consultoria financeira, lancou-se a exploracao de ma- res nunca dantes navegados, como a internet. E logo, embora ini- ciante no setor, atingiu um desempenho estupendo. Em 1999 — ano seguinte ao da venda do sistema de telefonia nacional — , a Planefin recebeu, em um so servico prestado, R$ 1,8 milhao ja abatido o imposto de renda por meio de uma operacao isolada, 30 vezes o faturamento que obtivera tres anos antes! De onde veio o dinheiro? Bern, teria sido o fruto de um atendimento a empresa Operate, do grupo La Fonte, de Carlos Jereissati, cujo consorcio Telemar adqui- rira a Tele Norte Leste. 24 A revista Veja quis saber o que a Planefin obrara para fazer jus a tal recompensa. Ricardo Sergio respondeu que a Planefin prestara uma consultoria sobre "esse negocio de web". Como se vera adiante, a tabelinha entre Mr. Big e Jereissati funcionara outras vezes no jogo pesado do leilao das estatais. Em junho de 1999, a Planefin, que ja estava bombando, parte para uma jogada mais audaciosa. Por R$ 1 1 milhoes — ou 183 vezes seu faturamento de 1996! — fecha uma aquisicao heterodoxa: compra metade de dois edificios, um situado no Rio e outro em Belo Horizonte, segundo revelou a reporter especial do Estado de Minas Ana D'Angelo. 25 No Rio, trata-se de um predio de 13 andares Reportagem "Os fundos de dinheiro sujo" publicada em IstoE, por Amaury Ribeiro Jr. e Sonia Filgueiras em 02/07/2002. Reportagem "O elo perdido", de Amaury Ribeiro Jr. em IstoE em 29/05/2002. 85 Esta CPMI rcccbcu, logo no scu inicio, documcnlacao contcndo rastrcamento de CPF's elaborado pcla Rcccita Federal, que se refcrc a Kicardo Sergio de Oliveira e Konaldo de Souza. Tal documento, arquivado sob numero 1 3, na caixa <i(seis), mantido no cofre dessa comissflo. traz como assunto mais substancial a aquisicao, por parte de Ricardo Sergio de Oliveira e Konaldo de Souza, de predio pertencente a Petros (fundo de pcnsSo dos funcionarios da Pctrobras). Com base nessa informa^ao, a CPMI procedeu a consulta as bases de dadox disponivcis c constatou a presenca dc movimentacao finanL-eira. Porcm, antes dc registrar os monlantes, faz.-se nccessario um breve rcsumo sobre as associacdes entrc as pessoas dc Ricardo Sergio c Ronaldo dc Souza. Sucesso empresarial indiscutivel, o ex-caixa de campanha do PSDB e eminencia parda da privataria comprou metade de do is edificios por 183 vezes o faturamento de sua empresa, segundo devassa do Fisco entregue a CPMI do Banestado. na Rua Sete de Setembro, 54, centro historico da cidade. Na capital mineira, outro edificio de 13 pavimentos, na Rua dos Inconfidentes, 1 190, na cara e sofisticada regiao da Savassi. Alias, por um capricho dessa pandega senhora chamada historia, mesmo endereco onde funciona a agenda SPM&B do publicitario Marcos Valerio de Souza, personagem que a cronica politica projetaria como opera- dor dos mensaloes tucano e petista... E quern compra as outras duas metades? Segundo a escritura de promessa de compra e venda, descoberta por Ana D'Angelo, a ad- quirente e a Consultatum, representada por Ronaldo de Souza, que morreu no ano passado. Como Ronaldo de Souza era socio de Ricardo Sergio e, tudo indica, seu testa de ferro, outra maneira de entender o negocio e que o comprador dos dois edificios inteiros e o ex-caixa de campanha de Serra e FHC. Ate porque, como atesta o documento do Cartorio do 23 a Oficio de Notas, do Rio, a Planefin e a Consultatum estao situadas na Alameda Santos, 2441, bairro 86 No documento citado antcriormcnte, verifica-se que Ricardo Sirgio de Olivcira, juniamcntc com sua esposa, Elizabeth Salguciro de Oliveira, constavam como s6cios da I'lanefin (Plancfin - Servicos, Asscssoria, Planejamcnto, Administracio c Participants S/C Ltda.). A Plancfin, por sua vez, em 6 dc julho dc 1999. constitui como bastantc procuradorcs Ronaldo dc Sauza e Vera Kegina Freirc de Souza, sua esposa, para gcrir c administrar quota parte dc determinados irft6vejs. Ricardo Sergio e Elizabeth Salgucini tic Oliveira assinam o documento. copia cXTRAIOA no TRIBUNAL DE JUSTIQA OE SAO PAOLO j^jj Relacoes e procuracies trocadas entre Ricardo Sergio e o seu testa de fer- ro Ronaldo de Souza. Tambem constam no relatorio sigiloso da CPMI do Banestado. Cerqueira Cesar, em Sao Paulo. A unica diferer^a e que a Planefin ocupa a sala 112 e a Consultatum, a 111. Vizinhas de porta. Tudo fica ainda mais saboroso porque Ricardo Sergio e Ronaldo de Souza trocaram procuracies para administrar os imoveis... Se quern compra tern praticamente a mesma identidade, do lado de quern vende nao e diferente: quern se desfaz do patrimonio, nos dois casos, e a Fundacao Petrobras de Seguridade Social, a Petros, onde o tucanato tambem manda. Capitaneada por Ricardo Sergio, toda a dinheirama que turbina essa megaoperacao imobiliaria so poderia ter uma origem: a Citco Building, em Road Town, Ilhas Virgens Britanicas. Aquele mesmo eden dos capitais volateis onde, nos anos 1980, Mr. Big abriu, com a ajuda do advogado norte-americano David Spencer, a offshore Andover International Corporation. Na decada seguinte, no pico das privatizacoes, o economista tu- cano volta a operar com intensidade no Caribe. E quando deposita 87 HISTORIA AGORA em seu ninho nas Ilhas Virgens Britanicas e mais uma vez com a mao amiga de Spencer, outras duas offshores: a Antar Ventures e Consultatum Corp. Ambas serao ferramentas muito uteis no pro- cesso de internacao de dinheiro por meio da compra de cotas de empresas brasileiras. Em 1999, a Antar Ventures adquire R$ 5 milhoes em acoes da bra- sileira Antares Participacoes Ltda., empresa controlada e operada por Ricardo Sergio e seu socio Ronaldo de Souza. O dinheiro sera aplica- do na aquisicao de um terreno no bairro paulistano do Morumbi, por R$ 7,1 milhoes, pagos a vista. No local foi construldo um condomi- nio de luxo. Ja a Consultatum Corp investe na compra de acoes das brasileiras Planefin e Consultatum, controladas tambem pela dupla Ricardo Sergio e Ronaldo de Souza. O dinheiro servira para comprar os edificios da Petros, como se viu acima. A exemplo das operacoes da Andover, Ricardo Sergio e Ronaldo de Souza aparecem nos dois lados do contrato: nas empresas do Brasil e nas offshores caribenhas. Esse tipo de processo de internacao de valores e facilitado, porque o segre- do mantido pelos paraisos fiscais permite a ocultacao dos verdadeiros donos dessas firmas de fachada na America Central, que nada mais sao do que meras caixas postais. Nas transacoes em que as empresas do Caribe injetam dinheiro em congeneres brasileiras somente apare- ce, na maioria das vezes, o nome dos procuradores das offshores. Que sao, na verdade, os proprios diretores dos escritorios de paraisos fis- cais contratados quase sempre para branquear recursos de proceden- cia obscura ou claramente suspeita. O dinheiro do exterior, utilizado nessas transacoes, ingressa no pais por meio de operacoes de cambio, sob a justificativa de inves- timento. Assim, a menos que haja uma denuncia, dificilmente e rastreado pelo Banco Central. No BC, o controle de entrada e saida de capitals ocorre por amostragem. Para se ter uma ideia dessa fa- cilidade, apenas 15% das aproximadamente 15 mil operacoes de cambio que acontecem diariamente no pais sao fiscalizadas. 88 A PRIVATARIA TUCANA Na procura exaustiva e interminavel do dinheiro da propina das privatizacoes, ao conversar com juristas, investidores do mercado financeiro e ate mesmo banqueiros, descobri outra modalidade de internacao de dinheiro acionada pelo tucanato. A exemplo das ope- racoes descritas acima, essa metodologia implica transacoes casa- das em que os operadores atuam nas duas pontas. Com a diferenca de que, em vez das juntas comerciais e dos cartorios, o cenario des- sas transacoes e o nervoso mercado financeiro de Sao Paulo. De acordo com o tributarista Heleno Torres, geralmente os operadores compravam titulos de moedas podres pelos valores (irrisorios) de face e os resgatavam no exterior por valores superfaturados. A de- fasagem entre os valores de compra e de venda corresponde, geral- mente, ao dinheiro do exterior que retorna ao Brasil. Uma tonelada de papeis enviada pela Promotoria Distrital de Nova York compro- va que os fundos de investimentos abertos por bancos brasileiros no Caribe abusavam da engenharia financeira instituida para repa- triar dinheiro. Integrante do consorcio que agiu e comprou no lei- lao das telefonicas, o Opportunity Fund, do banqueiro Daniel Dantas, que opera nas Ilhas Cayman, usou dessa artimanha para trazer de volta ao pais recursos ocultos em paraisos fiscais. Uma resolucao denominada Anexo 4 iluminou, para mim, o duto de dinheiro arquitetado pelos fundos de investimento, cujas operacoes somente sao registradas nas bolsas de valores. Assinada na decada de 1990 durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a resolucao pretendia estimular a atracao de capital estrangeiro. Ainda durante a gestao FHC, suas regras foram mais flexibilizadas. O Anexo 4 mantem o anonimato dos responsaveis pelos fundos estrangeiros que investem no pais. Em 2002, ao vasculhar varios processos da Justica paulista, nao demorei a encontrar documentos que evidenciavam as digitais de Mr. Big em uma dessas transacoes. Analisados por especialistas, os papeis, encontrados na 5 a Vara Civel de Sao Paulo e reproduzidos na revista 89 HISTORIA AGORA IstoE, 26 mostram que o ex-tesoureiro de Serra e FHC valeu-se de uma industria de tecidos, a Calfat, entao em estado falimentar, e do Banespa, para lavar e trazer do Brasil US$ 3 milhoes das ilhas Cayman. Na epoca da chamada Operacao Banespa, soterrada sob acoes judiciais, a Calfat era uma tecelagem de medio porte em processo de liquidacao, com sede em Sao Paulo. Ricardo Sergio figurava como presidente do seu conselho deliberativo. No final de 1992, o vice-presidente de operacoes do Banespa, Vladimir Antonio Rioli (ex-socio de Jose Serra como sera comprovado adiante) autorizou um emprestimo para a Calfat de valor em cruzeiros, a moeda da epoca, correspondente a R$ 1,7 milhao. O financiamento foi conce- dido sem qualquer garantia para o banco. Como se fosse pouco, Rioli, que controlava o comite de credito do Banespa, autorizou operacoes temerarias no exterior que beneficia- riam a Calfat. A empresa teria emitido tftulos podres no mercado internacional, posteriormente adquiridos por precos estratosfericos pela propria Calfat, possibilitando o esquentamento e a internacao de dinheiro de procedencia suspeita. Experientes investidores e um banqueiro ficaram assustados ao ler os documentos levantados por mim para a IstoE. Para todos eles, a transacao se resumia simplesmente no seguinte: uma simulacao de emprestimo com o unico pretexto legal para trazer milhoes de do- lares do Caribe de volta ao Brasil. De acordo com os papeis, a operacao foi realizada por meio de um instrumento denominado Contrato Particular de Emissao e Colocacao de Tftulos no Exterior (Fixe Rates Notes). Ao lerem a documentacao, alguns especialistas acharam absurdo constatar o envolvimento de uma empresa falida numa operacao desse porte. De acordo com eles, esse tipo de transacao, de tao sofisticada que e, torna-se exclusividade de empresas de grande porte, como a Vale do Rio Doce e a Petrobras. Idem. 90 A PRIVATARIA TUCANA Para realizar operacoes como essas, as empresas devem possuir, antes de tudo, muita credibilidade, equipe especializada e um contingente de interessados para os seus papeis que ficam armazenados numa casa de custodia. Com todo esse suporte, essas empresas conseguem obter emprestimos a juros baixos no exterior por meio da emissao de titulos. Nada, rigorosamente, a ver com o perfil da Calfat. Alem de fali- da, a Calfat era ignorada no exterior. E tampouco o Banespa, enre- dado em escandalos, tinha credito para realizar essas operacoes. Em outras palavras, o ex-diretor da area internacional do Banco do Brasil conseguiu transformar cascalho de pessima qualidade (tltu- los podres) em ouro puro (trtulos disputados no exterior por em- presas de grande porte). Uma missao nada impossivel para o mandrake das privatizacoes, que so conseguia fazer magicas como essas gracas ao transito que tinha no alto tucanato. Acostumado a atuar em transacoes mirabolantes, Ricardo Sergio deixou tambem seu rastro na engenharia que fomentou a lavanderia do Banestado, frequentada por doleiros, para enviar US$ 30 bilhoes ao exterior entre os anos de 1998 e 2002, conforme laudo dos peritos criminals Renato Barbosa e Eurico Montenegro, os dois da Pollcia Federal. Na condicao de diretor da area internacional do Banco do Brasil, Mr. Big baixou, em 1998, uma portaria que permitia a quatro bancos paraguaios abrir contas CC-5 (contas de domiciliados estrangeiros) em quatro bancos brasileiros e vice-versa. A medida pretendia facilitar a vida de comerciantes de Foz do Iguacu (PR) que mantinham comercio no Paraguai e eram obrigados a atravessar a fronteira com o dinheiro proveniente da venda de seus produtos em carros fortes. Com a portaria, os bancos paraguaios passaram a transferir o dinheiro arrecadado no comercio diretamente para a conta dos comerciantes no pais. O dinheiro era depositado no Banco do Paraguai que o repassava para seu destino bancario no pais. Mas o montante movimentado pelo comercio, desde o inicio do pro- cesso, mostrou-se pifio. O grosso da dinheirama era movido mesmo por 91 HISTORIA AGORA conta de laranjas contratados por doleiros. Com o detalhe de que, em vez de ingressar no pais, o dinheiro tomava outro rumo: as contas abertas por doleiros na agenda do Banestado, em Nova York. Geralmente, estas contas estavam em nome de offshores, por sua vez abertas pelo nosso conhecido, o advogado David Spencer, nas Ilhas Virgens Britanicas. Os manuais de lavagem de dinheiro ensinam que, quanto mais o dinheiro roda, mais penoso torna-se seu rastreamento. Os doleiros do Banestado seguiam esse mandamento religiosamente. Ao cair no Banestado, o dinheiro contaminado pela sua origem rodava em va- rias contas de doleiros no mesmo banco antes de seguir viagem para as contas da Beacon Hill — megaescritorio de lavagem de dinheiro em Nova York — e outras contas sujas abertas em outros bancos norte-americanos. So entao todo o butim da corrupcao e do narco- trafico seguia para os paraisos fiscais onde permanecia escondido ou voltava para o pais, valendo-se das operacoes descritas acima. Esse foi o roteiro usado pelo banqueiro Daniel Dantas para levar os mi- lhoes do Opportunity Fund para o Caribe. E que, depois, retorna- riam em operacoes na Bolsa de Valores. Alem do banco de Dantas, o Fonte Cindam — cujo nome identifica outro escandalo financeiro — que tinha seus lacos com a equipe economica de FHC, tambem e acusado de recorrer ao duto comprometedor do Banestado para la- var dinheiro por meio de seu fundo, o Cindam Brazil Fund. Parceiro de Dantas no processo de privatizacao, Ricardo Sergio lancou mao do mesmo estratagema para movimentar recursos no exterior. Com 1.057 paginas, o relatorio dos peritos da PF mostra que Mr. Big usava dois doleiros de peso para levar seus recursos ate a agenda do Banestado em Nova York: Alberto Youssef — que tambem prestou o mesmo servico para o contrabandista Joao Arcanjo Ribeiro 27 Conhecido como Comendador Arcanjo, o criminoso foi preso em abril de 2003 quase dois anos depois de o autor ter publicado em O Globo a reportagem "O comendador do bicho". Condenado por varios crimes, Arcanjo, que cumpre pena no presidio federal de Campo Grande (MS), enviou mais de R$ 50 milhoes ao exterior por meio do Banestado. 92 A PRIVATARIA TUCANA e Dario Messer, acusado de levar para a Suica os R$ 20 milhoes des- viados pela "Mafia dos Fiscais" do Rio de Janeiro. Em quatro anos, entre 1996 e 2000, Mr. Big teria remetido ao ex- terior uma montanha de dinheiro com a altitude de US$ 20 milhoes. Para os peritos federals, todo o dinheiro enviado por Ricardo Sergio dormia inicialmente em varias contas abertas por Messer e Youssef na agenda nova-iorquina do Banestado. Novamente, as contas eram abertas em nome de offshores, com o apoio de David Spencer e anco- radas no escritorio da Citco nas Ilhas Virgens Britanicas. Era incum- bencia de Spencer — que opera para Mr. Big desde os anos 1980 — tambem a abertura das contas dessas offshores na agenda do Banestado e em outros bancos de Nova York. A documentacao ex- poe, por exemplo, a participacao do advogado na abertura da conta da offshore June Internacional Corporation, operada por Youssef no Banestado nova-iorquino. Do Banestado, a grana do ex-diretor do banco fazia uma escala em outras contas abertas no MTB Bank e outros bancos operados pelos doleiros da Beacon Hill. Era o ultimo porto do dinheiro antes da revoada para as contas de Ricardo Sergio, Joao Madeira da Costa, o homem de Mr. Big na Previ, e Ronaldo de Souza em Miami ou nas Ilhas Virgens Britanicas. Os milhoes remetidos via Banestado — ou parte deles — desem- barcariam no Brasil devidamente lavados e tripulando uma conta- -onibus alimentada por diversas offshores. Bafejado por parcela dessa grana, Madeira da Costa teria adquirido, por US$ 2 milhoes, um su- perapartamento no Rio. Mas quern aparece como adquirente e a Rio Trading, outra empresa das Ilhas Virgens Britanicas, cujo procurador e o proprio advogado do ex-dirigente da Previ. Madeira da Costa nao demorou a aprender com o mestre Ricardo Sergio a metodologia tucana de internacao de dinheiro por meio de offshores abertas em paraisos fiscais. So que, ao contrario das offshores de Ricardo Sergio e Alexandre Bourgeois, que interna- vam dinheiro simulando a aquisicao de cotas de empresas no Brasil 93 HISTORIA AGORA (que, na verdade, eram deles mesmos), as off shores do ex-dirigente da Previ tinham outra serventia. Eram usadas na compra de apar- tamentos, carros e outros bens no pals. Embora eficaz, o processo nao possui nenhum pioneirismo. De acordo com os autos judiciais, este era o modo preferido, por exemplo, pelo juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, de Sao Paulo. Condenado a 26 anos de prisao pelo desvio de R$ 169 milhoes das obras do predio do TRT, era assim que "Lalau" escondia seu patrimonio. Ele abriu di- versas offshores, conhecidas como safis, no Uruguai, paraiso fiscal da America do Sul. Logo depois da abertura, as safis tornavam-se socias de uma agenda de carros de "Lalau", que adquiria Porsches e outros carros importados. O Ministerio Publico Federal (MPF) acredita que a maior parte do montante surrupiado das obras do TRT paulista retornou ao pals via Uruguai por meio dessas safis. A trajetoria de Ricardo Sergio na funcao publica rendeu-lhe di- nheiro e sucesso, mas tambem uma saraivada de processos judiciais. Em marco de 2010, por exemplo, sofreu uma derrota no Superior Tribunal de Justica (ST J). A corte manteve a acao de improbidade administrativa contra ele e o ex-presidente do BB, Paulo Cesar Ximenes. Os dois sao acusados de beneficiar indevidamente com emprestimos a empresa Silex Trading, de Roberto Giannetti da Fonseca, ex-integrante da equipe economica do governo FHC. Em abril de 2010, o STJ rejeitou mandato de seguranca impetrado por Mr. Big em outra acao. Ele pretendia invalidar decisao da 9 a . Camara do l 2 Tribunal de Alcada Civil/SP. A sentenca obrigou-o a assumir a divida da empresa Garance Textile S.A., da qual e socio. A Garance teria aplicado um golpe na venda de acoes da Eletrobras para a empresa Mar y Mar. Chama a atencao que, no passado, a Garance chamou-se Calf at, aquela mesma empresa que ajudou o ex-diretor do Banco do Brasil a internar US$ 3 milhoes que estavam depositados nas Ilhas Cayman. A Calfat foi executada em outro processo movido 94 A PRIVATARIA TUCANA pela Rhodia em 2000 na Justica de Sao Paulo. Mais uma vez, Ricardo Sergio foi chamado a pagar pelos prejuizos causados, desta vez a PJiodia, pela falida Calfat. A divida foi executada pela Justica, que de- cretou a quebra de sigilo fiscal, exercicio de 1998, de Ricardo Sergio. Ele dizia nao ter recursos para quitar o debito. A decisao judicial es- cancarou os segredos de Mr. Big no exterior. Ficaram expostas, pela primeira vez, no processo, que nao correu sob segredo de Justica, as ligacoes de Ricardo Sergio com a Franton Interprise Inc., empresa com sede em Nova York, alimentada por doleiros do Banestado. Em 2006, Ricardo Sergio e mais seis ex-diretores do BB foram con- denados, na 12 a . Vara Federal de Brasilia, a sete anos de prisao, mais pagamento de multa, por gestao temeraria. O crime foi aliviar a vida da empreiteira Encol, um nome que, ate hoje, provoca calafrios nos adquirentes de apartamentos na planta Brasil afora. Em 1999, a falen- cia da maior construtora do pais, comandada pelo empresario Pedro Paulo de Souza, deixou 26 mil compradores de imoveis na rua da amargura, sem casa, sem dinheiro e sem esperanca. Cerca de R$ 1,5 bilhao teria sido tragado pelo caixa 2 do grupo. Por coincidencia — mais uma neste jardim de coincidencias em flor — a Encol possuia cinco empresas no exterior, tres das quais nas Ilhas Virgens Britanicas... Ja em 1995, a Encol arfava debaixo de uma divida multimiliona- ria contraida na praca, sendo o Banco do Brasil um de seus maiores credores. Entretanto, isto nao foi suficiente para desestimular a di- recao tucana do BB a prosseguir enterrando dinheiro publico em um poco sem fundo. Na sua sentenca, o juiz federal Clovis Barbosa de Siqueira registrou nove irregularidades, entre elas a liberacao da hipoteca de um hotel em construcao, que valia R$ 55 milhoes, em troca do pagamento de R$ 17,3 milhoes pela Encol. O papel de articulador no consorcio das empresas acabou levan- do Ricardo Sergio a tornar-se tambem reu em duas acoes de impro- bidade administrativa e em um processo criminal que tramitaram na Justica do Rio e de Brasilia. Esses processos eram fundamentados, 95 HISTORIA AGORA entre outros documentos, por um relatorio do Banco Central. Nele, o ex-tesoureiro de Serra e de FHC, alem de outros tucanos, eram acusados de favorecer a entrada do Banco Opportunity em um con- sorcio para disputar o leilao da Telebras. O relato aponta que a carta de fianca do Banco do Brasil, no valor de R$ 847 milhoes, que permitiu a Solpart Participates, em- presa do Grupo Opportunity, ingressar na disputa, estava crivada de irregularidades. Em suas 50 paginas, os relatores afirmam que a Solpart, alem de nao oferecer nenhuma garantia ao banco estatal, teria sido fundada um mes antes do leilao com o capital irrisorio de R$ 1 mil. Para o BB, isto indicaria que o banco nao teria condicoes de quitar a divida. O relatorio afirma que Ricardo Sergio mentiu ao dizer que nao havia nenhum risco na operacao. Na avaliacao dos auditores, o ex-tesoureiro de Serra poderia detectar os riscos com uma simples consulta, que indicaria que a conta da empresa havia sido aberta no BB apenas cinco dias antes do leilao. Apesar das evi- dencias contidas em relatorios e outras provas reunidas pelo MPF, as acoes de improbidade contra Ricardo Sergio prescreveram sem que a Justica ao menos analisasse os autos do processo. O mesmo destino teve uma acao penal em que Ricardo Sergio e o ex-ministro da Casa Civil, Pedro Parente, eram acusados de gestao temeraria. Em novembro do ano passado, Ricardo Sergio obteve uma vitoria no Superior Tribunal de Justica (STJ) e conseguiu trancar o proces- so. Segundo a relato ra do processo, ministra Maria Thereza de Assis Moura, a acao aponta uma conduta culposa dos reus, que "teriam agido displicentemente e sem a atencao devida". No entanto, de acordo com a mesma ministra, o crime de gestao temeraria so pre- ve a modalidade dolosa. Mr. Big, portanto, continua livre para to- car seus negocios e viver aquilo que a vida tern de melhor. 96 Os documentos que atestam a compra, pela eminencia parda das privatizacoes, Ricardo Sergio, e por Ronaldo de Souza, dos predios da Fundacao Petrobras de Seguridade Social, a Petros, no centro do Rio e em Belo Horizonte. Pitorescamente, as empresas de Ricardo Sergio e de Souza sao vizinhas de porta e os dois trocaram procuracoes. COMPRA DE PREDIOS DA PETROS PELO 0 SR. RICARDO SERGIO E RONALDO DE SOUZA E AS PROCURAQOES TROCApAS ENTRE ELES. - or FlS.000t8 5 DOC. N.° DC AISTV* DC 8*0 r AUlO CM REPUBUCA FfcOEKATIV* DO M*SI« S3> cf;cio oe mot as QU10O MAC1EL - TABEUAO ARY SUCENA r.HO . SUBSTtTUTO •UTRZ: «V. MLO FtCMNk » - » AJCAP . no Ct JAKtWO ■ SJ vmwm, iuuci; mm iuu sot*. « loja > . no ot jwmo . *i IBCWB tL JtCAKPASUA: (ST. DCS tUOErjXHS. X> LOJ* C ■ TUUUU ■ RIO OE . estaoo oo Rio oe Janeiro" ' j/' FLi Ato n* 80 Livro 7580 Folhas 085 Escrilunt de Promcssa de Compri Vends, m forma abaixo:- S A I B A M quantos esta virem, que no aao de mil ooveecntos e noventa e nove (1999), aos 17 (dczesscte) dias do mis de ■smtn, nesia eidade do Rio de Janeiro, Esiado do Rio de Janeiro, na sede do Canono do 23* OQeio de Notas, silo na Avcoida Nilo Pecanba n" 26, 2° andar, Censo, peranie nam Eduaido Strpa CmAo, Escrcvente Autorizado, eompareeeram aqui panes encre si justas e coolratadas, de urn lado como Otrtorjante Promltente Vendedora: FUNDACAO PETROBRAS DE SEGURIDADE SOCIAL - PETROS, com tide nesa eidade. na Rua do Ouvidor, a' 98, inscrita no CGC/MF sob o n* 34.053.942/0001-50. neste ato represectada por seu procurador. CERSON NOGUEIRA BRAUNE, braxileiro, casado. ccoootaista, titular da carteira de idcaodade do(a) IFP registro n* 1.791.809, expedida em 26/07/1962, insexito no CPF/MF sob o n* 020.488.927-87, resideme e domiciliadc r.esla eidade, a Rua Timdteo da Costa n* 276, apt* 301, Lebloa, euja cerridlo da procuraeio lavrada Notas 22* OQeio. desta eidade, livro 735, fls. 069 de 23/06/1997, se arquiva nestas Notas, doravante denominada sunpiesmecte outorgaolc; e de outro lado corao Ootorgadas Promlientes Compradaras: CONS ULTATUM S/C LTDA-, com sede era SIo PauIo/SP, 4 Alameda Santos n* 2441, eonj. 112, inscrita no CGC/MF sob o n* 02.4 15 J2&V0O0 1-02, neste ato representada por Stu socio RONAJLOO DE SOUZA brasiletro. casado. emprcsirio. titular da carteira de identidade do(a) SSP/RJ registro n* 2412788. inscrilo no CPF/MF sob 0 n* 384.078.417-49, domiciliado em SIo Paulo, a Alameda S«n:os n* 2441. conj 1 12, oca de passagem por esta eidade; e PLANEF1M - SERVICOS, ASSESSOR1A, PLANEJAME.VTO, ADM1N1STRACAO E PARTICIPAC6ES SIC LTD A, com sede na eidade dc SIo Paulo, a Alameda Santos n* 2441. conj. 111, inscrita no CGC/MF sob o n* 51.974.483/0001-66, neste ato represemaoa por seu bas tntc procurator. RONALDO DE SOUZA, acima qualificado, toaves da procuraclo laviada em Notas do IS" OQeio. da eidade de SIo Paulo, livro 237J it 73 de3 00 73 9 , que ora se arquivam oestas Notas, doravante denominadas timplesmenie outorgadas. Os presestes devidamente idrarifieadoi e rTffllfin^P'TK)TTT-irr F*rrevfT>t- AmnHv-'o Krm r.nma de que da presenle sera •**•*-• *•« • MtM* Lata* . m| 1 ■ ■ r — — TRipuriAL DC J US Tit;* DE SAO PAULO C68 i Hi Certidao de cartorio do Rio de Janeiro que realizou a venda do predio da Petros para as empresas de Ricardo Sergio e de seu cumplice Ronaldo de Souza. FL5 00 JU 6 7 I privativa de 916 | ym I . mail 367,40m 3 correspondents a sobteloja. num 1.283,94m'. com a fracJo ideal it 0.134269 do terreno. matricula n* enviada nota ao compctcnte Oficio de Distribuiclo. no prazo da lei. E, assim., pelos contratantes. cada um falando de per si. me foi dito o seguime: 1.0. DA PROPRl F.DADE: 1.1. Que. a outorganie e dona, senhora e legltima pjssuidora do* seguinte imoveis descritos a seguir. com as suas respectivas matriculas, sendo todas, ecntendo as respectivas caraKerisfieas e eonfronucoes, rcgistradas no 6* Oficio do Regittro de Im6veis da Cidade de Belo HorLzonte: (1) Loja com area real . total d i, U283^9 4m 1 J con ' a frscl 70366. do Edificio Empresarial Inconfidentes. situado a Rua [nconfidentes n' 1 180; (2) Salio n° 20 ll "-"!"- corrido), coa area privativa global e equivalente de construclo rfe^T278^Im^eiua fraclo ideal de 0, 169733 do lerreno. matricula n* 70367. do Edificio Empresarial Inconfieerites, situado a Rua Inconfldentes n* 1 190; (3) Salio n* 401 (andar corrido). cem area real global c area cquivalente de construclo dcsj 34.62inj Jc area real privativa e cquivalente de constnieio dc 474,98m 3 e sua fraclo ideal de 0,063075. do lerreno, matricula n° 70368. do Edificio Empresarial lnconfjdentes, situado a Rua In con/i denies n* 1190; (4) SaJio n' S01 (andar corrido), com area real global e area cquivalente de consmicSo dcy j34,62 rn>'' c area real' privativa e equivalcntc dc constiueio dc 474,98m'' e sua fraclo ideal de 0,063073 do lerreno, matricula n* 70369 . do Edificio Empresarial Inconfidentes, situado a Rua Inconfldentes n* 1190; (S) Salio n* 601 (andaj__corrido).^ com ansa real global e area equivalence de construclo de < v 534 ; 6Jp» J e area real privariva e equivalente de construclo de 474.98m J e sua fraclo ideal de 0.063075 do lerreno, matricula n* 70370. do Edificio Empresarial Inconfldentes, situado a Rua Inconfldentes n* 1 190; (6) Salio n* 701 (andar corrido)) com area real global e area equivalente de construclo de J^^mj, e area real privativa e equivalente de construclo de 474,98m J e sua fraclo ideal de O.O63075 do terreno, matricula n' 70371. do Edificio Empresarial Inconfidentes, sitsado 1 Rua Inccnfidentes n* 1190; (7) Salio n* 801 (andar-MCQdo), com area real global e area equivalente de construclo d4^34,62m^Varea real privativa e equivalente de construclo de 474,98m 3 e sua fraclo ideal de 0.063075 do terreno, marrieula n* 70372. do Edificio Empresarial Inconfldentes, situado i Rua Inconfldentes n* 1190; (8) Salio n* 901 (an dar corrido). com area real global e area equivalente de construclo dc ,534.62m : e area real crivariva e equivalente de construclo de COPIA EXIRAIOA NO TRIBUNAL DE JUSTIQA Ot SAO PAULO JCJ0 agora per est* e nt melhor form* dc dircto, cla outorginte, fiada rut eerteza e tradicao de aeu tirulo dc propriedade e assim como possui os irn6vcis acima detcritot e caractenzados, promise e se obriga vcnd£-los as outorgadas, como dc fnio prometido lem, pclo preco ceno c sjostado dc R$7.50O.0OO,O0 (scte milhdes c quinhentos mil reais), par conta do qiui, como smal e prindpio de pagamento e para os efeitos conodos nas regras do era go 1094 do Codigo Civil, a outorgante recebe neste ato das outorgadaa, a imponincia de RS750 000,00 (setecentos e cincucntarrul reais) atravts do cheeue -.itii ;« ao BAnco no?<7, Aq. 0409 L LIVR0 N.« 7580 FOLHA J« " 0|» R6PUBLICA FEDEHATIVA OO BRASIL • ESTAOO DO RIO CE JANEIRO 23" OIOO OE NOT AS QUIDO MAO EL ■ T ABEL-AO r ARY SUCC.NA F1LHO - 8UBSTTTUT0 m mjo PfcwM. m ■ y mom ■ no x Jtma - u sucuosu. Tuucfc mw auri sonA «o lAu a . mo ot jaacna . aj WC«R1»L iiCMgaouA 1ST. cos waruc-vs. m ioj» c . tiouma • in tz » "»am>c» <i° icmiAa- om? . conferido e achado cetto, de cujo rcccbimcnto dlo a mais plena c rasa quiu^io, U. Que, o saJdo do preco no valor de RJ6. 750. 000,00 (tela milhoes e seteeciuos e cinquenta mil rcais) da seguintc forma; (a) RJ750. 000,00 (setecentos e coquentt mil rears) em 17 de dezembro de 1999; (b) RS7 50. 000,00 (setecentos e anquenta mil reais) cm 17 de abril de 2000; e (c) RS5.250.000.00 (cinso miUkks, diizcntos c cinquenta mil reais) cm 05(cinco) prestaeoes anuats e censecutrvts no valor de RS 1 .050 000,00 (hum milhlo e cinquenta mil reais), vencendc-se a primeira em 17 de abril de 2001. devendo cssas prcsacocs screm pagas na sede da Outorgante, nesta eidade, a Rua do Ouvidor n* 98. 4* andar. Centre, ou em local por ela designado, sempre nesta cidade; 2-5. Que, as parcelas mencionadas cos itens "A", "B" c "C~ da clausula 2.2. anterior, serto represe n ted as por igual ruunero de nous promissdrias erjutidas neste ato, pcla outorgad* em favor dos outorgantes. em carater pro- solvendo. vinculadas a presente escritura; 2.4. Que, as parcelas mencionadas, noa ltana. "A*. TB' « d« cliuaula.2.2 ant«r.lor, *erao comgidas desde a data deste insmmrnto, ate os seus eteovos pagamentos, de acordo com a variacJo do 1GPM. divulgado pelo FGV, ou qualquer ouHo Indice, substituto ou equivalenle, cstabclccido pelo governo, na eventualidade da exonfio do Indice acima referido, acr rtrirfas de juros de 12%(doze por cento) ao ano; IS. Os comparecentes dlo, para efeitos fiseais, os valores de: RS 1.00B.60J.00 para o imovel disaiminado no item 1.1 n°(l). RS 1.275.000. ao para o imovel cjscriminado no item 1.1 n* (2), RS473.ooo.oc pira os imbveis A'sauoinados no item 1.1 n's. (03) ao (12), RS s.ooo.flfl para os imovcis diserisunedos no item 1.1 n's. (13) ao (24); ■ j ■ 209, QO para os unoveis cjserirninados no item 1.1 n's. (25) ao . ) REPCBUCA FEDERAT1VA DO BRASIL -i 6STXOO 00 RibtQE JANEIRO 1/ 23« OHCIO DE NOT AS QUIDO MACIEL - TAB5UA0-; Q I T ft ary sucena pilho - sbBSTrruro M ' u MAmiZ: »V. M.0 PtCMM. » • » «"0A» . MO M JtMOtO • KJ tJCUHSii TUUCA- RUA lur* SC*1A 40 UJJ* « • »J3 Cf. JAOTJUO . «j SJCJBSJt JAUREPAMIi: EST. COS BUCZ3UXt(3. JW LCOk*C - MOIUM . «>« CM Aton* 57 Escritura de Proraessa de Compra e % Livro -7526 Vends, u forma abaixo:- .Folnas 093 l > S A 1 B A M quantos esta virem, que no mo de mil novecentos e noventa e nove (1999), aos 08 (oito) dial do mis de jcnbo, nesta cidade do Rio de Janeiro, Efiado do Rio de Janeiro, na sede do Cartorio do 23* Oficio de Nous, tito na Avenida Nilo Pecanha n* 26, 2* andar, Centro, perante mini Eduardo Strpa Cotiho. Escrevcnte Autorizado, ccmpareceram aqui panes cntre si justas e eontraiadas, de urn Udo eomo OUTORGANTE PROMITENTE VENDEDORA: FUNDACAO PETROBRAS DE SEGUR1DADE SOCIAL - FETROS, com sede nesta cidade, na Rua do Ouvidor, n* 98, inscrita no CGOMF sob 0 n* 34.0S3.942/0001-50, ncste ato representada por seu procurador, CERSON NOCUE1RA BRAUNE. brasileiro. casado, economista. titular da cartcira de idenodade do(a) IF? rcgistro n* 1.791.809, expedida em 26/07/1962, inscrito no CPF/MF sob o n* 020.488.927-87, residente e doraiciliado nesu cidade, a Rua TinwJteo da Costa n* 276, apt* 301, Leblon, cuja ccrsdio da procuracio lavrada em Notts 22* Oficio, delta cidade, livro 735, lis. 069 de 23/06/1997, te arquiva nesas Notas, dcravante denominada simplesraerue outorcaote; e de cutro lado como OUTORGADAS PROMITENTES COMPRAOORAS: CONSULTATUM SVC LTD A., com sede cm Sio Ptulo/SP, a Alameda Santos n* 2441, conj. 112, inscrita no CGC/MF sob o n" 02.41 5 .328/000 1-02. neste ato representada por seu socio RONALDO D£ SOUZA, brasileiro, Baaado, empresario, titular da earteira de identidade do(a) SSP/RJ rcgistro n* 2.412.788, inscrito no CPF/MF sob o n* 384.078.417-49. domiciliado em Sio Ptulo, a AJameda Santos n* 2441. conj ... . ,. dloo, a PLANETIN 112, ora de ptssagem por esta cidade; CnpLANEFl) - SERVICOS, ASSESSORJA, PLANEJAMENTO, ADMINISTRACAO E PARTICIPACOES S/C LTD A., com sede na cidade de Sio Paulo, a Alameda Santos n* 2441, conj. 111. inscrita no CGC/MF sob o n* 51.974.483/0001-66. ..neste ato representada por seu bastantc procurador, RONALDO DE SOUZA, •actma qualificado, atravea da procuracio lavrada em Notas do 16* Oficio, da cidade de Sio Paulo, livro 2330, is fis. 269 e 270, que ora sc arquivam nestas J 1 ."^^ rffnominsrtm <inW.<T tMr t e oulorgidis. Os presentes devidamcnte idcniificados e qualificados por mim, Escreveme Autoriiado, bem cofflo dc que da presente sera errviada nota ao compeiente Oflcio de Distribuicao, no prazo da lei £, assim, ;<los contratantes, cada urn falando de per si, me foi dito o seguinte: 1.0. DA PROPRIEDADE: 1.1. Que. a outorgante e dona, senhora e legirima possuidora cos seguinte imoveis: 1) 0 1* e 2* subsolos, loja e sobreloja do Edificio siruado a Rua Sete de Setembro n* 54, e a correspondents fricio ideal de 4/16 do respectivo Krreno; 2) 2*, 3*, 4*. 5*. 6*, 7*. 8*, 9*, 10*. U*, 12" e 13* pavimenlos simados a Rua Sete de Setembro n* 34, e a correspondents frscio ideal de 1/16 (para cada pavimento) do re speed vo terrcno; IX Que. as medidas, caracteristicas e confrontantcs, acham-se conridas nas matriculas 4977-2-J, 4978-2-J, 4979-2-L, 4980-2-U 4981-2-G, 4982-2-G, 4983- 2-H. 4984-2-H, 13618-2-AF, 4985-2-i. 4986-2-1.. 4987-2-J e 4988-2-J, LIVRO N.S J526 FOLHA jf, 094 EM REPTJBUCA FEOERATIVA DO SRASIL - ESTAOO 00 RIO«OE JANEIRO 23« O»XS0 DE NOT AS QUIOO MAC4EL . TABEUAO ARY SUCENA FIOHO - SUBST1TUTO MATRSi AV. MLO rtCAKIO. M - V ARQAft ■ RIO Ct JAKBRO . RJ t U CUM Al IUUCA: RUA SAKTi SOfU. 40 LOU A . RJO DC JANCM0 ■ RJ IHMBi ji:aj>?pio.ji nr. do) aiieounrts. je» iojj c • -i'.jwa ■ '13 ct preco no valor de RI2.950.0O0.0O (dois milbSes, novecealos e cinquenta mil reaia) sera pago ■ travel de OS (einco) presacdes anuais, iguais e sucessivas de RS39O.0O0.0O (quinhenlos e novcou mil reaia) cada umi. vencendo-se a primeira em 08/0672000, e as demais ca mesma data dos anos tubsequentes. deveado essas presages serem pagas ca sede da Outorgante, nesta cidade, a Rua do Ouvidor n" 98, 4' andar, Centro, en em local por.eia desigrtado, serapre nesla cidade; 2 J. Que, aa prestafdes mescionadas no item 2.2. anterior, serio rcprcscntadas por igual numero de nous promissorias enuadas neste ato, pela outorgada em favor dos outorgantes. em eariter pro-solvendo, .vinculadas a presente escritura. 2.4. Que, as presumes oriundas do saldo devedor, sctSo comgidas desde a data deste instrumenta, ate os seus eferivos pagamentos, de acordo com a variacao do IGPM. divulgado pelo FQV, ou qualquer outro Indice. substitute ou cquivalente, estabelecido pelo govemo, ea eventualidade da ottmeio do indice acima reierido, acrescidas de juros de 1 2%(doze por cento) ao ano; 3.0. Da Imiaio dePcnsr: 3.1, Que, tsoutorgadas sio imitidaj na posse do CERTIDAO tS» TABEUAO D£ NOTAS S>0 PtulS Comirci - S^> f ■fiUZ FA 7 FROCURACAO 54 PLANEFIN- SERVICOS. ABSEBSORrA^EQ^jflNEaAl'^NTO ■ ADMINISTRACftO E PARTICIPACOES S/C LTDA ( ML-D6— PLANEF I N-PRQ ) Saibarn, quentos **t* p&blica orocuracSo distant* virem, que -jos •• • du3 ao n?E ;-r r.iiho is tiifl da *11| novacantM 6 noventa e nove f > , nait* cidaoe 6 capital do Eatadc de SSo Paulo, Ropublica Fe-Jc-ati.* do Sreiil, no Cart'orio do 162 Tabs! las de Motas. periip 1 :* b:« nc-everte. camoareceu como ou. tor a ante: PLANEFIN- SERVICOS. ASSESSQRIA. PLANEJAMENTO. ftDIIINiSTRftCftO E PARTrCIFACCEg S/2 ^TOA . =ocied?de regular, inacrita no CNPJ sob n2 51 . 97* . 483/0001-66 , com sede nests Capital, na Alameda Santos nS 2.441 ( 112 ander. cenj . 111- CEF nS 01419-000, Bairro Carqueira Csaar, « o sau ^eontrato social originario -foi registrsdo sob n2 016.641, em 16 de Janeiro do 1.9S0, tondo sido ransolidsdc pel? slteracio da 01 da fevareiro de 1.999, regisfada sob n5 333811, em 08 de ''ever-eire da 1.?°°, e a Ultima eiteracSq realiisda em 22 de J 8"9r9irD de 1.999. registr'aoa acb nfl ""6602, todos do 39 Oficul de Regis fcro de Titulos a Cocumentos a Civil da Pessoas Juridicaa deata Capital, os quais ficam arquivados r.6st»s notas, na pasta n2 199-, fit. 133/139: representada , n-3ste Eto, cofl+cffla dispte a clausula sexta, paragrafe segur.do, par t*<js s6cios RICARDO SERGIO DE OLIVEIRA . brasileiro, casado. econo<r.ii*», portsaor oa cedula de identidad* P..G. nS 3. 133.330-=5P/SP, e do CIC 383.669.408-06 e ELIZABETH SAL5DEIR0 PE C'-IVSIRA , irasilaira, casada, desenhista, portadora da cedul* de identidade R.G. nQ S.068.813-SSP/SP e do CIC nS 273. '77. 559-35, domici I iados a rssidcntet neita Capital, com escritoric na sad* da tnandants; Os present*, reco-ihacidc* come isndo os orOpries de qua trato (iiaot* do* docuaonto* mencionno* a ora *:: i b ide s no original, do cut? dou fe. Pel* outorgante. na for"ia representada, mm foi dito que por est* in*trumentc 3 na oiclhor forma d* direito, nom»i» a constitui seua bastarts* prop;rjJo--e!i RONALDO DE SOUZA . brasileiro. casadc, eocinheir-?. por>.»dor da cedula de Identidade R.G. n9 2.412. "38-SSP/PJ . e do CIC n2 334.078.417-49 a VERA REGINft -RE I RE DE SOUZA . brasileire, inuseologa. . c#**do, pertadora ;= cedul* d* identidade R.G. nS 2. 589.794-SSP/RJ e do CIC nS "44.727.117-S3, domiciliados e r?sidentes nssta Capita!, com «scrltc*"ie ni Alameda Mmi-tro Poena Aieveao nB 382- conj . *lj confer inoo-lhe* os msis amples, gerais a ilimitados pacerei p.ar-a oerir a administrar a quota part* ideal da oual a n-andante e QCBBCilMcil 021. imflven conalatentes no 1° e 23 subsolo. 22. ~g. 4Q 53. 65 79. 89. °9 ■ IPS. 119. I CM 3 5 "Qbreloja f. 132 pavjaap^g do Edi-ficio situado na Rua Set° d° Seterbrc nj S. na Cidad". Conarca e 7g Circunscric5-p I"iopi 1 iari? da Cidade do Rio de Janeiro-RJ. ond» «>o obiptos t^as watrlc.il;; nSs 4^77-2-J . 497S-2-J, 4Q79-2-L. 4qgo-2-L. 4q9j-2-G. 49S2-2H3. 4984-2-H. l ~6:q-2 -AF. 4983-2-1. 49e7-2-J E 4Q93-2-H. 4f -2-J . respect ivamanta podendo ear* tinto aludidos prccuradores , em ton* en *MM no JWL OS JUSUCA DE sXo f ||||| ||| ||| | Procura^ao mostra que Pdcardo Sergio concedeu amplo poder para o seu testa de ferro Ronaldo de Souza administrar a Planefim, uma das empresas que comprou um dos predios da Petros. JVRO 2362 3AGINA 394 16*TA8ELiA3 0£ KOTAS Sio PjuIo Comirca-Sio Piuld jf - or 3* FLS.000U/, con junto ou isolaug.ngnte . inds?5~ Jer.te da c-dem de nome.?;:io fin».lic»cs ds | «%(?r" sobre o alugar. arrenaar 00 par iraovel ao mercadc cri" s nosno: fir-mar todos o quaia^aar ror.tratoa. inclusive retificar, ratificar, aditar 5 diatratar: concordando ou i.T.pugnarcc com clauaulas * ccnd::Sci : eatipular pra-aa de locac&o, valor doa aliiQuerai. forms de pagamente, atuaiiiacio, corrccie monetaria 3 juron de mora; prestar deelarace-es, apresentar e oxigir tocumentoa: pagar impostos, taxas, contrt buicSes e emolument:!, passar s recebe- racibos e quitacjo; represent a- la p«r»nta as rsparticCss piiblicas federals, estaduais c municipals, cartorics de qualquer nature: •:■ . ali raquarendo, aieganss, promovando 0 petic.iona.ndo tudo o qua aeja •Xigido: represe":?-! a se r j r ite assembleias em ml de cendominio. podsndo vcti.* as isr vetadc: preoor. deliberar c- eoncordar com cc".= 5. psgamentos e outros; apresentar proposta e rejeiti- preoeataa f.preaentacaa , impugnar atas e outros atos: admi->istrar o iaovtl ■ podendo para eete fim nomear e demitir smpressa dcministradoraa • Indices, controtjr r dei"itir 'uncionarios eu empresas -arestadcras de services, cont-atar obrts de referma cu raparos de qualquer natureia, po:sndo anfiir. praticar todo e quslquer ato necessario a. ftdatinil tracSo cu a preaervaci'o. manutencao ou melhoria do imovc! : enfim. tudo o maia praticar oara o bom e fiel desempenho do presents mandate Vadado o Sabstabelecimento . E, de como aaiim o disse. dou fe, A padido ■is. outorgante. na forma represenzid*, lne lavrel o praaante initrunento a qual descia de lidc efl vol a!t* e clara, foi em tudo achado conforms o outorgou, ;:ait» • asainam, dou fe. (Custas e Emolumentos : Tabeliac R«30,34f ^ataflo, R*JlZ,59; Ipesp R»10 t C>7; Apm R*0,5& Tot#i ' t74 , 50 ) 6/, EjCaeVfMTT iueSTlTUTO RECOLM AUTCNT.: ami -1 0,5 OU 1 COPl* EXTRA -a» NO TRIBUNAL 0E J JSTICA 0E SAO PAUIO ii'iui rr 11 Mini in 111 null I r CERTIDAO IPTASEUiO DS NOTAS ! Jf - 0* So Sju'o ComjrcJ • S4o Piulo FLS.0 r J0UE procuracy-: gasf Ante -qu e -fazV CaNSL"-~ATUM S/C LTDA ( ML-D6-CQNSULT-PRO ) Saibam . quantcs esta cub lie* procuracSo bastan»e virtu, que aas Co (flEISl dias do mes i* Julho do ano de mil, novtcintoi e noventa e nove (1999), -;s*.i cidade e capital do Estado de S*c Paulo, Republica Fede-ativa do Srasil, no Gartorio do 16S / TabeliSo de Notas, peranti c.im escrevente, conpjrjcou cono f outorgante: CQNSULTATUH S/C LTDA . inscrita no CNPJ sec nfl '- 02.419.328/0001-02, ccm sede nesta Capital, na Alameda Ministro Rocha A;evedo n£ =82, con j . 71, com seu contrato social datado de 13 de -feverei.ro de 1998, ^devidamente regis trado sob nB 20377 is 10 de marse de 1.998 no 3fl Servico de Rogistro Civil das Pesicas Juridical da Capital, o qual x — - flea arquivado nestas notas, na pasta n9 203, fls. 84/87, represen tada , neste ato, zzniormo disptoe a clausula 6B e parAgrafos, por sous sdcirs: RQNALDC DE SOUZA . brasileiro, casada. engenneiro. portacsr da cedula de identidade R.9. na 2.412.788-SSP/RJ, e do CK nfi 384.078.417-49 e VERA REGINA FREIRE DE SOUZA . brasilei'i, musoologa. casada. portadora da cedula de identidade R.G. nS 2 . 589 . 794-5SP/RJ e do CIC nB 344.727.117-33, domiciliacss e residentes nesta Capital, com escritOrio na Alameda Ministro Rocha Arevedo nS B82- con j . 71; Os presentes reconheciics como sendo os proprios de que trato diante dos document:! mencionados e ora exibidos no original, do que dou 'a. Pela cutorgante, n* for** representada, me foi ditc que por este instrumento e na melhor forma de direito, romeia o constitui seus bastantes procuradores: RICARDO SERGIO DE OLIVEIRA . brasileiro, casado, •conomista, portador da cedula de identidade R.G. nfl 3.133.330-SSP/SP, e do CIC 385.669.408-06 e ELIZABETH SALSJSIRO CE OLIVEIRA . irasileira, casada. desenhista, portaco'j at codula do identidade R.G. nfl 3.068 .B13-SSP/SF e do CIC nfi 273.777.338-83, dofliieiliabos e residentes nesta Capital, com escritorio na sede da mandante: conf erindo-lhes os mais eraplos, gerais e ilimitados podares para oerir e administrar a quota parte ideal d a oual a Pendente 6. oropriotaria nos inoveis canslstentes no 19 e 2° subaolo, loja e sobrelcja e 2°. 39. *° 59. 65 79. 8B. ?§_, 10a, U&I 12° e 139 aavimento do Ediflcio gituado na Bus £e_£g de gfftenibro rO 54. na Cidade. Cynarca — g__Z2 — C i rCunscr i cao laobiliarla da Cldade do Rio do Janeiro-RJ. e ndo «aa obietoe das matrices n9s 4977-2-J. 4978-2-J . 4979-2-L. A98Q-2-L. 4981-2-G. 49B7-2-P;. 4984-2-H. 13&1B-2-AF . 4983-2-1. 4987-2-J E 498B-2-J. respect i v-imenti ; podendo para tanto aludidos procuradores, em con i unto ou isoladaaentg. ind.ep.CT dr-'nj.i. o rden d e -o ne * jSc. . SlUQer, arronda- ou per qualquer outra forna destir.ar o iraovel ao mercado com a j final idada de obter renda sobre o mesmo; firmar todos e j quaisquer eontratos, inclusive retificar. ratificar, aditar e J distratar; xoncordando :u impugnando com cl*usulas e j condicbes :jj%ftxpular t |)^a i 5f^ l cA.4ocac3o, valor dos aluguerss, ■LLjC TIU0UMAL DC JUST1CA DC SAO 'MO Em contrapartida Ronaldo de Souza tambem deu amplos poderes para Ricardo Sergio controlar a Consultatum, outra compradora do predio da Petros, no Rio de Janeiro. 2362 396 16'TA3£UA0 2;NOTAS Sio Pnilo t r Com»rea - Sio P»uloj J ' Of form* de pagamento, *tu«l ixa« a ° » csrre/^'moristi"r?^3 e juros <Je mora; prestar declaracoes. apresentar e exigir documentos; pagar impostos, taxas, contribui cces e egf^umenitos-, passar • receber recibos e quitacSo: representa-U perante as repartic&es publicas federais, estaduais e municipals, cartorios de qualquer nature:a, ali requerendo, alegando, promovendo e peticionando tudo o que seja exigido: representa-la perante assembleias em geral de condominio, podendo votar %m mar votado; proper, doliberar e concordar com contas, pagamentos e outros; apresentar proposta e rejeitar propoetas apresentadas , inpugnar atas o outros atom: administrar o imovel . podendo para ests fim nomear e demitir empresas administraaoras e sindicps, contratar e demitir funcionarios ou empresas prestadoras de servicos, contratar obras de reforma ou reparos de qualquer naturesa, podendo enfim praticar tedo e qualquer ato necessaries a admin istracSo ou a pressrva«>: . nanu tencSo ou melhori* do imovel; representa-la ainda perante o Banco Itau S/A para o erir e administrar a conta corrente n9 37.890-0 da agencia 0196 . podendo requerer saldrs, extratos e posicftes flnanceiras , emitir, assinar e enP:ssar cheques, requisitar taloes de cheques, cartoes magneticos e outros documentos: sfetuar saques, resgates e retiradas, por meio de cartas, ordens de pagamento e outros docuoentos de credit- : assinar / correspondencias endereeadas a mandante, enfim, tudo o mais rpraticar para o bom e fiel desempenho do presente mend a to. r Vedado o eubetabelecimento . E, de como assim o disse. dou 1e. X A pedido da outorgante, na forma representada, lhe lavrei o presente instrumento o qual depois de lido em vo: alta e clara, foi em tudo achado conforr.e o outorgou. aceita • assinam*, dou f#. (Custas e Emolur.entos : TabeliSo RS50,34: Estadp RS13,59; Lpesp R*10,07; Apn RS0.50; Total R»74.3D> A.- of-, of-, j* « usssssssses f eaess s Msssseesw 2*G I J*?* AUTENT.: . f.UIA .1^.1. .... BC.O: ; 0£ EX7RAIOA MO TRIBUNAL 0E JUSTICA DE SAO PA CERTIDAO - ■ ' ■ ' -.-i ih m ; ■ Sao Paulo Camarca • Sio Pat. Jf FLS.00T PROCURACRO 5ASTANTE QUE FAZ: I tcr i j uttf ill CDNSULTATUh 1 S/C LTDM ^" " (ML-D6-C0NSULT2PR0 ) V Saib«m f quantos esta publica procuracSto bastante virim, que aos 30 (trinta) dias do s»s de julho do ano de mil, novecentos e noventa e nove (1999), nesta cidade a capital do Estado de SSo Paulo, Re;ublica Federativa da Brasil, no Cartdrio do 169 Tabeli3o ca Notas, perante mim esc.-evente, compareceu como outorgante: CONSULTATUH S/C LTDA , inscrita no CNPJ sob n2 02 . 413 .32B/C001-02 , com sede nesta Capital, na Alameda Mimstro Rocha flievedo nS 882, conj . 71, com seu contrato social datado Cm 15 de fevereiro de 1999, devicamente registrado sob n2 20377 em 10 de marco de 1.998 no 38 Servico de Registro Civil das Pessoas Juridicas da Capital, o qual fica arquivado nestas notas, na pasta nQ 205, fls. 84/87, represent*da, neste ato, con-forme dispfie a clausula 69 e paragrafos, por seu s6cios RONflLDO DE 50U7A . brasileiro, easado, enge.Theiro, portador da cedula de identidade R.6. n9 2. 412.788-SSP/RJ , e do CIC ' n9 384.078.417-49, domiciliada e residents nest* Capital, com escritdrio na Alameda Ministro Rocha Azevedo nS 8B2- conj. 71 j 0 presents reconhecido como sendo o proprio de que trato diante do* documentcs mencionados e ora exibidos no original, do que dou fe. rela outorgante, na forma represented*, mo foi dlto que por este instrumento e na melhDr forma de direito, rameia e constitui seu bastante procurador: RICARDO SERGIC DE OLIVEIRA . brasileiro, casado, economista, portador da cedula de identidade R.G. nS 3.133.330-SSP/SP, e do CIC 385.669.408-06, domiciliada e residente nesta Capital, com escritbrio na sede da mandantej conf erindo-lhe os mais amplos, gerais e ilimitados paderes para representar a mandante na escritura de aquisicSo da total idade ou parte do imdvel consistente do Ol (urn) predio comerciai de 13 (tre:e) pavlmentos, com aproximadaraente 10.000,00n2 (de: mil metros quadrados), de are* privativa, situado na Rua dos Inconf identes ng 11B0/1190. Cidade de Belo Hori zmtg. Estado dj» Minas Gerais ! podendo para tantc aludido procurador, concordar ou impugnar com clausulas, termos, condieOes, divisas, metragens e conf rontacOes ; pagar preco total ou parcial, receber reciboe • quitacbes; receber posse, domlnio, direito e acSo, responsabilixar quern de direito pela eviccSo; assinar todos os tipos de instrumentos, sejam pablicos ou particulares, inclusive instrumentos de retif ica?J(o , ratif icacSo , aditamento ou de distratos, se necessarios foremj prestar declaracEes, exigir a apresenta^So dos document=s de que trata a Lei Federal nS 7433/85 e seu Deere to Regulamentador ; pagar impoatos, taxas, contribuic&es e efflolumentos, passar e receber recibos e quitaeao; representa-ia perante as reparticces publicas federals, astaduais e municipals, cartorios de notas, de registro de imoveis, ali requerendo, alegando, COM Extra, a* no rWBLKAl. oe justica oe sio PAU10 Mais uma vez Ronaldo de Souza concede poderes para Ricardo Sergio na empresa Consultatum, mas na negociacao do imovel de Minas Gerais. >UVRO PaGINA 2371 076 Sis Paulo Conurcj - Sio Paulo promovendo e peticionando tudo o que seja exrgiilaT Enfim, praticar todos os denials atos que se f izpj£/iQfi)RWs^g'ios ao bom e fiel cumprimento do presents mandato, inclusive substabelecer , no todo ou em parte. E, ' de como^ assim o disse dou fe. A pedido da outcrgante, lheS£aW-ef ''fi'jpVesente instrumento, o qual feito e lido, em voz alta e clara, foi em tudo achaco corforme, o outcrgaram, aceitaram e assinan dou fe. (Custas e Emolumentos: TabeliSc R«50,34: Estado R«13,59; IPESP R»10,07j APAMAGI5 RSO.SOj TOTAL RS74,30). _r Qvjjjfa CLu* m f**tu-* />.*JM*.lk> ■:h-u**/li A-sxH-iJc r-.g*~,uu. t w. : J< iC.^'C^ cyou: fr.-Jj*J.&J> ■;'lux'S* Ac^^^-k rj jflt ■ 6UUStC*WT0SW PISSUTTO uertvem auumuro RECOlH.: 1 J, ?..?..., AUTENT.: OUU:_iTJ. GCO:. O U 1 FL5. 0 0 0 £. 9 1 SECLA - *it ! CJU D SERVICO DE REGISTRO CIVIL DE PESSOA JURIDICA Rua Tabatinguera. 73 - Sao Paulo - SP Fone: (011)3115-5414 CEP 01C20-001 REGISTRO de: SOCIEDADE Denominaqao: CONSULTATUM S C LTDA. Processon 0 . 00256 AUTUACAO autuo, ncste S supra e demai O Oficial Aos dez dias do mes de mar90 do ano de mil novecentos e noventa e oito, ico, o requerimento, a:o ou contrato constitutive da pessoa juridica apeis e documentos exipcos. -•■■/- IV1L' SERVICO DE REGISTRO CIV j. DAS PESSOAS JURIES COP1A £X7RA)0* NO TRIBUNAL OE JUSTICE OE SAO PAULO PcGiSTnACC/AVEaCAM EM MiCROF. > | y-*fit, 20377 ( \ \ i 30 &\ ^ 1 FtlOdWBZ . fOtOuRAMAtS) -J If 1 v- us Ilmo. Sr. Oflcinl do 5* ScrvifO de Registro Civil de Pcssoas Juridicas .m»4o <* v * . .-co" «*" RONALDO D E SOUZ A abaixo (Nom ecsptcu do repawn until «^ n «^ braallelro. caaado. eaaanhelro ■ RG ng 2.412. 718 AwpfwljfaAi iQuallflcKio) nesta Capital ond« reside, ..Rv.«...?.?«.?.ai«.;...n?.. .?.*?.. -JK&viUL legal da entidade civil " CONSULTA^ J/C LTDA, rcprescntante com scdc nesta Capital, a JSSSS^J^SSSJ^U^SO^. •+ Ml/n , requer a V.S*. seja inscrito o (a) incluso (a): fiHSftftL social.. P. Defsriaiento. Sao PiJio^.. °5 .de Bar?? .de. 1.99 : CORA EXTAAlOA NO TRIBUNAL DE JUSTICA OE SAO PAOLO **OAs CONTRATO SOcJdE J* W ^U^S^Jl 4o f COMSULTATOM&'C rolo „. ' j Wjg! 5E SCKJZA. brasileiro, casado, engenheiro, portador da c£dula de "identidade n° 2.412.788 - SSP/RJ e insert no CPF/MF sob o n° 384.078.417/49, residente nesta Capital a Rua Batatais, 543 apt 0 1 1 1 e VERA REGIMA FREIRE DE SOGZA. brasileira. musedloga, portadora da c6dula de identidade n° 2.589.794 - SSP/RJ e kWOfio no CPF/MF sob o n° 344.727.117/53, residente nesta Capital a Rua Batatais, 543 apt° 1 1 1 tern entre si justo e contratado a constituicio de uma sociedade civil por quotas de responsabilidade limitada que reger-se-a" pz.a lei aplicavel e pelas cl^usulas seguintes: CAPITULO 01 - DA DENOMJNACAO, SEDE, OBJETO SOCIAL E DURACAO Clausula 1" - A sociedade exercera suas atividades sob a denominacao social de CONSULTATGM S/C LTDA. Clausula 2" - A sociedade tera sua sede social nesla Capital do Estado de Sao Paulo, que 4 seu foro, a Alameda Ministro Rocha Azevedo, n° 882 - conjunto 71, e por resolucio dos s6cios poderi abrir ou fechar escrit6rics, filiais, representacfies ou outras dependencies em qualquer ponto do territdrio nacional ou no exterior. Clausula 3" - O prazo de duraqSo da socled3de 6 indeterminado. Oausula 4 a • A sociedade tern por objeto social: a) a prestacio de servicos de informatica; b) a incorporacao imobiliaria: c) a compra e venda de empresas; d) a compra. venda e permuta de Imoveis pfoprios; • ^ e) a partidpacto em negocios ou em outras sociedades. s CAPITULO 02 - DO CAPITAL SOCIAL 4 Clausula 5* - O capital social e de R$5CO.OOO.0O (Quinhentos mil Reals), sendo R$ 100.000,00 (Cem mil Reais) subscritos e integralizados neste ato e RS400.000.00 (Quatrocentos mil Reais) subscritos neste a'.o e a serem integralizados at6 o dia 31 de Juiho de 1998. O capital social est^ dividido em 100 (cem) quotas, com valor nominal de R$5.000,00 (Gnco mil Reais) cada uma, distrlbufdas er.tre os s6cios da seguinte forma: \ RONALDO DE SOUZA VERA R. FREIRE DE SOCJZA TOTAL Paragrafo 1° - A responsabilidade dos s6c;os e limitada a impottancia correspondente ao capital social, na forma da Lei.- Parigrafo 2° - As quotas sao indhrtsrveis, reconhecendo a sociedade um s6 possuidor para cada uma delas, cada quota valendo um voto nas deliberates sociais. r CAPITOLO 03 - DA ADMINISTRACAO Integraliado a Integraiizar 90 $9o.ooo,^" iWdrfaSb?oo ? $450,000,00 10 sio.ooo;or; . ..s,4Q.oo3joo $50.000,00 ISO" $:oo.ooo,oe Ci $4t>0,000:W $500,000.00 Clausula 6* - A gerencla da sociedade sera" exercida, independentemente de caucSo, pelos s6cios quotistas. que drvidirao entre si as funcoes administrativas da sociedade. Qdusula 7 s - Alem das atribuicdes necessaries a realizacSo dos fins sociais, os s6cios Ream investidos nos poderes para representar a sociedade ativa e passivamente, judicial e extra-judiciaimente, transigir, renunciar, fazer acordos, contrair obrigacdes. celebrar contratos de qualquer natureza. adquirir. alienar ou onerar bens m6veis e im6veis, nas condic,6es deste Capftulo. Par$grafo 1° - A sociedade considerar-se-a obrigada e/ou representada. da seguinte forma: a) isoladamente pela assinatura de um dos dois socios, nos atos normais de gestao; b) isoladamente pela assinatura de um dos dois s6cios, nos atos de constituicio de procuradores, com excessSo do ressalvado no Parigrafo 2° adiante; c) isoladamente pela assinatura de um procurador, quando assim for deslgnado no respectivo instrumenio de mandato, de acordo com os poderes que ele contWer. Paragrafo 2° - Nos atos de alienacao, equlsicao ou-.onera<;ao do patrimdnio social, bem como nos atos que exonerem teiceirps de obriga<;6es assumidas com a sociedade, a sociedade devera ser - cbriaatoriamente - representada peio socio RONALDO DE SOUZA ou por um procurador por este constitufdo. CAPITULO 04 - DAS DELIBERATES SOCIAIS Clausula 8 a - As deliberates sociais serio sempre tomadas por quotistas que representem a maioria do Capital Social. CAPITULO 05 - DAS CESSOES E TRANSFER ENCIAS DE QUOTAS MICBORLMflDO SOB Vfi _. ' -^J x 4 Clausula 9* - A transference a terceiros. no todo ou em |jarte,- ! de "quotas dj) Capital Social que sejam de propriedade de urn cos socios somente poderi ser feita com o consentimento previo por escrito do outro s6clo, o qual terfS|_djreito de/ptefEDrencia na aquisicao das mesmas. " ° w Parigrafo Unlco - O exercicio do direito de preferencia de^^fuV 1 tra'ta! ^e^a clausula deveri ser notificado por escrito ao ouvo socio em um prazo de quinze dias, contados a partir da data do pedido de ccr.sentimento para a transference de quotas. CAPiTCJLO 06 - DA KET1RADA DE S6CIO Clausula 10" - O s6cio que resoiver re^rar-se da sociedade. devera" notificar seu prop6sito ao outro s6cio, por escrito e con:ra recibo. Clausula 1 1* - Imediatamente apos a merxioneda notificacao sera" felto um balanco geral com base na data da notificacao. Cs haveres assim apurados serao pagos ao socio interessado em sair da sociedade a vista, na medida em que a empresa disponha de recursos em caixa que nao sejam necessirios ao cumprimento de suas obrigagoes ordinaries. ParAgrafo Unico - Os socios remanescen:es tanto poderao adquirir da sociedade as quotas adquiridas por esta como cede-las a terceiros, sem necessidade de anuencia. CAPITULO 07 - DO FALECIMEMTO DE SOCIO E OOTROS EVENTOS Clausula 12* • O falecimento, interdicic ou incapacidade de socio nao acarretara a dissoluijao da sociedade, a qual continuara a operar - sem descontinuidade - com o socio remanescente e os herdeiros do s6co falecido, interdito ou incapaz. Paragrafo Unico - Ocorrendo o falecirnento de socio, seus herdeiros o substituirao na sociedade em conformidade com o que estiver estabelecido no testamento ou, na falta deste, com o que for determinado na partilha de bens. Antes da leitura do N testamento ou da sentenqa de partilha os herdeiros serao representados na sociedade Q_ peto Inventariante ou por quern vier a ser determinado judiclalmente. Qausula 13" - As normas previstas neste Capftulo 7 aplicam-se igualmente aos casos de separocao judicial ou div6rcio de s6cio. equiparando-se aos herdeiros. o conjuge do socio que venha eventualmente a 'recei^r quotas sociais na partilha de bens. CAPfTULO 08 - DA EXCLOSAO DE SOCIO Qausula 14* - E reconhecido aos socios que representem a maloria do capital social, o direito de promoverem, mediante simples alteraqao contratual, a exclusao de s6cio. Paragrafo Onlco - Os haveres do socio exdufdo serao apurados de acordo com o disposto neste contrato, no Capftulo VI. COPIA EX7RAIQ* HO TRIBUNAL DE JUSTICE DC SAO I i A '9 A P? r - tXEOflLMADO SCO N.o 20377 U CAPfTULO 09 - DO EXERCfclO SOCIAL Ej-CONTAS 0 f^-j ^ Clausula 15" - O exercicio social teri infcio em 1° de Janln^4ncerrar1do-2e em 31 de Dezembro de cada ano. Ao final de cada exercfcio social sera efetuado um balanco geral e o levantamento ca conta de lucros e perdas. | SECtA - HUCJU Paragrcfo 1° - A crite>io dos socios, a sociedade podera' levantar - para fins contibeis ou para eventual distribuigao de lucros - balances extraordinarios. Parigrafo 2° - Por deliberacSo de socios representando a maioria do capital social, os lucros apurados poderao ser distribufdos r.a proporcjao das participators sociais, ou retidos. total ou parcialmente, em conta de lucros em suspenso ou reserves ou ainda capitalizados. CAPITULO 10-OCTTROS Clausula 16* - A scciedade entrari em liquidacio. caso ocorra qualquer das hipoteses previstas em Lei, ou por decisao dos sc-cos quotistas que detiverem a maioria do Capital Social, os quais deverao indicar o liculdante para atuar nesse perfodo. Clausula 17 s - Aos casos omissos aplicar-se-ao as dispos:c6es do Decreto n° 3.708, de 10 de Janeiro de 1919, e, subsidiariamente, da Lei n° 6.404 de 15 de Dezembro de 1976. bem como outras nonnas legais que Ihe forem pertinentes. Oausula 18" - Os s6cios elegem o foro desta Capital do Estado de Sao Paulo, pa/a dirimir as questoes decorrentes deste Contrato. E assim. Justas e contratadas, as partes fi.-mam o presente instrumento em tr6s vias de Igual teor, forma e data, na presenqa de duas testemunhas, que tamb£m assinam. o, 15 de Fevereiro de 1998. (I A Ronaldo de Souza Testemunhas: 1!S» DU> B»ti»;t OI0.J84.3IM2 CI— Ho S. -Tl-ofrpion • FIJ'M Vera Regina Freire di Souza L !■ • COPIA EXTRAIM NO . TRIBUNAL DC JUiTXJA OE sAo PAULO Confira a documentagao sobre a Antares e a offshore Antar Venture, empresas-camaleao ligadas a Ronaldo de Souza e Ricardo Sergio DOCUMENTOS SOBRE A EMPRESA ANTARES E A OFF SHORE ANTAR VENTURE, LIGADAS A RONALDO DE SOUZA E RICARDO SERGIO. 1ESCIAL DO rSiADO DE SAU KAULU FICHA CADASTRAL J JK-Of j IS DOS DUADROS * 1 OS DADOS DESTA FRIMEIRA FA3INA CONSTANTES CAPITAL - ENDERECO - OBJE" E TI TULAR/SOCIO/DJRfTDRIA REFEREM-SE A SiTUACAO DA E-IPRSSA NO MOMENTO C«-%!iAU C L 9 0 CONSTITUICAO OU AO SEU PRI-EIRO REGISTRO CADASTRADO NO SI5TEMA INFORMATIZADO SCCtA NUCJU •ANT ARES PARTICIPATES LTD A -CMPRE8A- TIPO : LIMITADA -NIFE MATRI2 35215323717 —DATA DA CONSTITUICAO- ! 09/09/1 998 INICIO DE ATIV.— C.N.F. 01/09/1998 ■ ! 02.721.031 :ooi-oi : EMISSAO 12/04/2002 15:23 -IN3CRICA0 ESTADUAL 2.000.000,00 (DDIS MILHCSE CE REAI 3 .****« t *t* t* *»** ****** ***** ) LOQR.: AL. SANTOS CCMPLEMENTO: 11 A. CJ.112 MUNICIPIC: SAO PAULO -ENCEPECG- NUMEROl 2441 BAIF.RO: CEROUEIRA CES; CEP: NAO INF. UF: S ob:eto incorpcracao e comfr.a e venda de ihcvsxs adm i n 1 3tracaq de i move is for cdnta : = terceiros alu5uel de i move is -TITULAR/SO::OS/DIRETORIA- RO w<l LD3 DE SOUZA, MAC . BRAS I LE IRA , 2PF 394.079.417-49, RG/RNE 24127S3, EJ.. Ri^ENTE A RUA PE. JOAO MANUEu. 634, 1 ANDAR. SAO FAULO, 3P, CE£ MAO INF., OC'JPANCO 0 CARGO DE SOCIO GSRE.-JTE, ASS I NANDO PELA EMPRESA, :COM 'VALOR DE FARTICIPACAO NA SOCIEDADE CE « 20.000,00. *5 VERA REGINA FREIRE DE SOUZA, MAC. 5RASILEIRA. CPF "44.727.117-33, RG/RNE 23S9794, RJ, RESIDENTE A RUA PE. JCAO MANUEL . =34, 1 ANDAR, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF.. NA SITUACAO DE SOCIO. A3SINANDC PELA EMPRESA, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE » 1 . 98'." .000,00. ARQtlvAMENTGS- NUM.DOC ' 183.355/99-4 SE5SA0 13/12/1999 ASSL'NTO CAPITAL- DA SEDE ALTERADQ FARA, » 3.000.000,00 ICINCC MILHOES DE R6AIS. ) . iy..... PAG 93 LOPl* EX1AAIQA NO . Oe JUSTI^A 0€ SAO PA JLC Documento da Junta Comercial de Sao Paulo mostra que Ricardo Sergio usou uma offshore do Caribe, a Antar Venture, para injetar US$ 4,9 milhoes na empresa Antares, aberta em nome do seu cumplice Ronaldo de Souza, no Brasil. FICHA IADASTRAL ■ARQL I VAMENTQS AS SUNTi jr - or REDi5"I3UICA0 DAS FfcSdjftO k§ IrONALDQ DE SGUZA. NOC. Br.A3ILE.IRA, CPF 384.078.417-49, RG/RNE 2412788. RJ , F5f jpENyE^iiRUA FE - J0AC! MANUEL, 654, 1 ANDAK, CirJuUtTRA CESAR, SAO PAULO. SF. CEP Oi«ll-000. OCUPANDO 0 CARGO £E SOCIO GERENTE E COM3 PROCURADOR DE AM TAR VENTUFE INVESTMENTS LTD. , ASS I NANDO FELA EMPRE5A, COM VALOR DE PARTI CIPACAO NA SOCIED~0E DE * SO. 000,00. RETIRA-SE VERA REG I NA FREIRE DE SOUZA, NAC. BRAS I L3 IRA, CFF 344.727.117-33, RG/RNE 25897S4. RJ, P.E=-ZENTE A RUA PE. JOAO MANUEL. 654, 1 ANDAR, CEP.jUEIRA CE3AR, 3A0 P3UL0, SP, CEP J14H-000, NA SITUACAO DE SOCIO. ASSINAiDC PELA EMPRESA, COM VALOR DE parti::facao na sociedase de t, 1.930.000,00. ADHITIM ANTAE VENTUR E INVESTMENTS LTD., DOC. OOOOCCOOOOl , NA SITUACAO DE SOCIO, COM VALOR DE PAR"! CIPACAO NA SCCIEDADE DE « 4. = :c-.000,00, i ENDERECO : COM SEDE EM: PASEA ESTATE. ROAD TOWN. TORTOLA. NAS ILHAS VIRGEKS BRITAs;CAS. ) . CCNSGL : DAC AO CON TRATUAL . a= INF0RMAC0E3 MIRE: 3521532371" FAS . COPU CK T tADA NC' IR1BJNAI. DE JJSTlfA DC SAO Metodo tucano, internacao de dinheiro sem procedencia vindo do Caribe, por meio da compra de cotas de empresas brasileiras, realizada por offshores de paraisos fiscais. 1CERTIDA6J Sio Patilo Comrra • Sle Paulo 4QINA 2 (MAN{D-A.V7ARES.PRO) i Jf PROCL'RACaO BASTANTE fyfk iPAZp ANTARES PARTICIPACOES LTDA. SEC:- - N'JC.'U j S A I B AM, quemos ese publico instnirnento de irocuracao basante virem, que aos 09 (NOVE) d:as do mes de AGOS TO do anod e cois mil e M (2.001), nesta Cdade e Ca?:u! do Estado de Sao Paulo. Republics Federativa do BrasiiTffo Clru5f5odV"i6° Tabehao de Notas, perante mim Escrevente. compareceu como OUTORCAVTE: ANTARES PARTICIPACpES LTDA . sooedade regular com sede nesa Capital, na Alanteda Santoi n* 2.44! - 1 1* andar, conjunto 1 12. inscrita no CNPJ sob n* 02 721 032/0001-01, com seu Contrato Social eccsolidado datado de 08/11/99, regisrado na Junta Comereial do Estade de Sao Paulo - JUCESP. scb n a 183 355/99-4, em sessao de 15/12/99, instruments esses que ficam arquivados r.estas notas. na pasta n° 312, i folhas 135/141. reprcsentada neste ato, conforme preceitua a clausula 6* do aludido Contrato Social, por seu socio, RONALDO DE SOUZ.V brasileiro, casado, engenheiro, portadcr da cedula de identidade RG n*. 2.412.7S8-SSP/RJ. iucrito no C.P.F. sob n* 384.078.417-49, residente e domiciliado nesta Capital, com escritcrie na sede da errpresa. O preserrte reconhecido como scndo o a rep no de que trato. a vista dos documentcs acima mencionados e ora exibidos nos origmais. do que dou fe Entio, peia OITTORGANTE. na forma represent.-. da, me foi dho, que por este publico instrumemo e na melhor forma de direko, nomeia e consthui seu bastame proeurador: RICARDO SERGIO DE OI.IVTIR.A. brasileiro, casado, econotnista, portadcr da cedula de identidade RG n* 3. [33.330 SSP/SP. mscmo no CPF sob n* 385.669.408-60, residente e domiciliado nesta Capital, na Alameda Santos n* 2.441. 1 1° andar - eonj. 1 1 1; ao qual confere os mais amplos, gerais e ilimitados poderes para gerir e administrar todos os negocios e intertsses da OUTORCAVTE, em Juizo ou fora dele, e.em geral em suas relacoes com terceiros, podendo para tamo rtpr»s*nta-la perante quaisquer repamcces publicas federals, estaduais, municipals e suas autarquias, especialmente a Secretaria da Rece.-ta Federal, Ministeno da Farenda, Secretaria da Fazenda do Estado de Sao Paulo. TabeJiaes de Nous. Reglstros de Imoveis. Prefeituras Municipais, Ministerios, junto .is areas especificas co Imposto de Renda, podendo assinar DIRF - Declaracao de Ir.formacdes da Receita Federal, Divida Ativa da Uniao - Pessoa Juridica, GIA • Guia de Informaca'o c ApuracSo, ICM - Imposto de Circulacao de Mercadorias. PIS - Programa de Integracao Social, FGTS - Fundo de Garartia por Tempo de Servico, Livro de Registro de Faturas. das referidas entidades e orgies publiccs, junto ao INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, JUCESP - Junta Comereial do Enado de Sao Paulo, DETRAN, DER, DNER, DERSA, DSV, ELETROPAULO, SABESP, TELESP. COMGAS e outros orgaos do genero. mesmo em outros Estadas da Federacac, requerer certidoes. awrbacoes. cancelamentos. desmembramentos. unifica;6es, registros, prestar deelaracSes, fazer, aatnar e apresentar planus, croquis. memorials COPU EXTRA. OA NO IMMMt Of JUSTICA OE SAO T nrn iiuim n mi i Procuracao que Ronaldo de Souza passou para Ricardo Sergio administrar empresa no Brasil que recebeu capital do Caribe. 16' TABE'JAO OE NOTAS 255S / SiePMtej Jf - 2*2 I Comarea-Sio Ptulo de incorporacao e especincacao de condominio; assif?aV^ltlraVpr4cTncfjr, re^ftcare ratificar contratos particulares e documentos de qualquer r.atureza,<jj«tasjve de jonstituicao de sociedades, ^ aceitar precos, prazos, juros, multas, modo de pagamento, foro, elausulas, condicoes, obrigacoes, rcceber quaisquer quantias devida a outorgarts, por qualquer titulo ou dccumento, inclusive alugueis, prestacoes. juros, dividendos, principio de pagamento, sinal de precos, valores, quantias mutuadas e outras, reclamando daquelas cobradas indevidameme. passando recibos e dando quitacoes; recolher custas, taxas e emoluments; assinar todo e qualquer documento de natureza fiscal e trabalhista; contratar e demftir r_-.cionar.es. estipular salarios. remunerates, gratificacces, ferias; representor pcrante Jirsas de Conciliaeao e Julgamento da Justiea Trabalhista; vender, prometer vender, comprar, prometer comprar, ceder, prometer eeder, hipotecar, permutar, transferir, lotear, dividir, cxnarcar, dar em pagamento ou por qualquer outra forma, alienar ou onerar bens moveis, imoveis. direitos, acoes. veiculos, scmoventes, creditos. titulos e outros; bem como aiugar ou arrendar quaisquer moveis ou imoveis, descrevendo-os e caraaenzando-os, dando medidas e confrontacoes; aceitar, outorgar e assinar escnturas publicas; transmitir e receber posse, dominio. direito e acao, responsabiliza-la pela eviccao legal; prestar declarafoes de estilo; retificar e ratificar inscrumentos particulares ou escrituras publicas de quaisquer natureza; dar ou contrair emprestirr.es e fmanciamentos; confessar dividas; apresentar jj ou recusar ftadores; prestar fiancas e avais; pe&r. comprar, pagar, devolver e estocar mercadorias de toda natureza; revogar mandatos; represer.ar peran:e Bancos em geral, inclusive Banco do Brasil S.A , Banco Central do Brasil, Banco Nacional de Dcsenvolvimento Economico e Social - BNDES, Banco do Estado de Sao Paulo S.A., Caixa Eeonomica Federal e Estaduais, Nossa Caixa Nosso Banco S.A., Carteira do Comercto Ex^rior - CACEX ou em qualquer outra instituicao financeira; podendo abnr, movimentar, transririr e encerrar contas-correntes, de poupanca e especiais; depositar e retirar dinheiro, valores. objetos, emitir, endossar, sacar c assinar cheques, verificar saldos e extratos de contas; autorizar pagamentos, inclusive por meio de cartas; emitir, sacar, aceitar, endossar, cauctonar, desconta.-. avaliar, reformar, protester cheques, duplicates, letras de eambio. nous promissorias e quatsc-jer outros titulos de creditc, com os respectivos avisos, instnifocs, prorrogafdes de prazos, soanmentos, baixas; assinar contratos bancarios e quaisquer papets necessarios, inclusive contrats de fianca bancaria; pleitear fmanciamentos para execucao de seus projetos de incorporacao, representar perante quaisquer sociedades das quais ela outorgante faca ou venha a ftzer parte, deliberar sobre quaisquer assuntos, assinar aheracao, transformacio, cisao, fusao, dissolucao e rescisao de quaisquer contratos sociais: assinar aiteracoes contratuais de empresas, pela maioria dos quotistas; assinar livros, atas e demais papeis e documentos de competencia deles outorantes; comprar e vender acoes nominatives de empresas particulares ou oficiais; subscrsver aumento de Capital, receber bonificacoes, dividendos. retirar cautelas, volar em assemaieias de credores: aceitar ou nio propostas dc COia Extra OA no TRIBUNAL OE JUSTlCJk De SAO TAUIO IS'TABELIAO OE NOTAS, Sio Piulo Comirc* • Sio t concordatas, assim eomo requerer falencias e aceta: a fimca^rejnokar. gctber restituicao do Jmposto de Renda e os rendimentos decorrentes cs quaisquer aplicacoes, assinando todo e feitos e recebicos; juntar e retirar documented prestar declaracdes, fazer declaracdes complemsntares se necessario for, junto a tereeiros, particulates ou liberal, companhias scguradoras, transportadoras e outras; constituir acvcgados com os podcres da clausula "AD- JL'DICIA", para o fbro cm geral, em qualquer juizo, Irtstincia ou Tribunal, para propor acoes contra quern de direito e defender os interesses da outorgante nas contrarias, seguindo umas e outras, ate final decisao, usando dos recursos legsis, podendo receber citacSes, ter vistas de processos, prestar declara?6es, alegar, discordar, trsrjigir, fazer acordos. recorrer, desistir, pagar e receber quantias. receber e dar quita?6es; represerar perante a ECT - Empresa Brasileira de 'orreios e Telegrafos, receber vales postais e "ciliis posteaux", fazer remessa de dinheiro ao exterior, pedir o desembaraco de mercadorias nss alfandegas e assinar despachos e demais doeumentos aduaneiros; abrir, responder e despachz: maloces e correspondencias; enfim, praticar, t:dos os demais atos neccssarios ao bom e fiel c-j.-nprimento do presente mandato, o qual e VALIDO ATE 0 DIA 31 (TRINTA E IDVI) DE JULHO DE 2.0O2 (DOIS MIL E DOIS), SENDO VEDADO O SEU SUBSTABELECIMENTO. De como assim o disse, dou fe. pediu- me e Ihe lavrei este instrumento que, feito e lida em voz alta e clara, foi em tudo achado eonforme, aceitou, outorgou e assina. (Custas e Enolumentos - Ao Tabeliao RS2I.60: Estado qualquer documento necessario: representar perante rjalquer c^So arreeddador ou fiscalizador do impesto de renda: fazer sua declaracao, declarar bens r dividas e credrtos, assim como pagamentos RONALDO DES0171A UURO TAOEU CCflfiEA FAICT1 tutsrrmjTO 00 tamuAO RECOLM.: .J.Qu.J$6j.Q.L. AU7ZNT.: Umb. .UCC8 FLS. . ,1 I ROBERTO JOAQUIM DE OLfVEIRA TRADUTOR PClBUCO JURAMENJADQ , n e INT^RPRETE COMERC1AL INGLES • ESPANMOL - F*ANC£S - rTAUANO • ROMENO TRADugAo oficiAl S£CU " NUCJU B Rua Augusto F. Schmidt. 1S6 • 10» And. . Aplo. 100J - Bioco ■8" Ed. *Qov. Luis Viana Flho" • Cham»Oiam« • CEP: 40I4O-S3O • SaJvadof . BA TRADL'CAO 1-16123/98 UVfiON* 123 FOLHAS M - »v ■ Eu. abaixo assinado. ROBERTO JOAQUIM DE OLIVEIRA. Tradulor Publico Jutamcmado e Intcrpretc Co.xercial, certifieo que a traduelo fiel dc lira documcnto, em idioma Ingles pin o vemaculo, que me foi apretenlado. - do seguinle teor: PROCURACAO emioda peJa ANTAR VENTURE INVESTMENTS. LTD. ("a Sociedade") Uma Sociedade "1BC das IEus Virgens Britinicas ("BVI") Eu. ' ?baixo-assinado, dcvidamecie autorizado pelo Conselho de Administracao dc Sociedade, cooibzie declarado na Ala em ;pemo. pelo presetite, nomeio e constituo o Sr. RonaJdo de Souza, brasiielro. engenheiro, casado, residence e domJciUado oa Alameda Santos 2441. conjunto 112, SSo Paulo, SP, Braii] 01419-002, portador da Cartelra dr Ideulidade Brasllelra >ob o RG nnmero 2.412.788 SSP/KJ com Plenos Dirctlos ] Signniirios Individuals ea noma da Sociedade con forme o que kt nosso lcgitimo e bastante Procsrador e Agente, com plenos poderes tio completes quanto exigidoi por Id para adqujrir, aJienar. transterir,' vender, anenuari penhorar, hipotecar. onenr cu dispor de qualquer form* ou modo. as propnedades n<6veit ou imdveU,* materials ou imateriais da Sociedade; aceilar, endossar, cobrar, depositor e uansferir cheques, notas promissoria* c oulros inslrurr.entos uegociavcis em seu nome; ibrir e encerrar quaisquer .tipos do> contas baneArios; sacar co comas e depotitoi bancarios da Sociedade." scjam comas bancarias. depdsilos a prazo. ou contra toque a descoberto ou quaisquer oulros tipos it depositos. Emitir notas promissorias. assinar lelras de clrnbio na qualidaie de sacador, aceilante. endossante ou fiador, aceilar obrigacftcs. sc;am de nature** comercial ou civil; represenur a Sociedade em assunlos de disposicia e administracao. bem como errnortos OS assuntos de gercneiamento e tituac&es nas quais a Sociedade tenha . interesse, outrossim, de modo geral. em sociedadei ou Joint vtnlufrs: j ^ acaninr s^io ou acOes de qualquer naturexa em outras socieilades; tonmr tv; parte em assemblciaa ou reuniSes a fim de realir-ar quaisquer lipos dc < O acordos, ineluindo contratos de eonstiluicSo. transfomiacSn. aumento ilc Tp capital e dissolucao de sociedadss; loniat-se o represenianic legal da Sociedade na qualidade de autor. rtu. lerceiro ou dc qualquer ;>uira fomia. J jj seja judicial, ndminisirativa. relariva ao trabalho ou dc qmlquer oulra , nalurcza; substaheleccr a pre*cnie prccuiacilo. no todo ou cm pa' os referidos substabelecimenios; assinar documentos nos qu.n- '•o f. c rcvogar i, Sociedade Jo COr\»exl*AlOANO TRIBUNAL OS JU3TICA 0« SAO TAU1.0 fao casada: Ronaldo de Souza administra ao mesmo tempo a Antar Venture, nas Ilhas Virgens, e a Antares, no Brasil. 0Oc ^ME^ o ADO Jvch Tc ness * Worn, ^ncenie a ^ ""He de »0 L Co "*'atou " 0m,a fao. a CPA,, '° s "undo C T ' c,, ">° Ca^! S/C ''da.) ^fof ? dc ««ve/^ d c HI W ' No final de fevereiro de 2003, logo apos a revelacao do caso Banestado na IstoE, presenciei a execucao de uma "operacao limpeza" em Nova York, obra de doleiros do Panama. Eles tentavam apagar pistas no setimo andar de um pequeno escritorio que admi- nistrava investimentos ao lado do conglomerado Citibank, no co- racao de Manhattan. Temendo uma acao da policia e da promotoria distrital de Manhattan, os funcionarios se apressavam em dar su- mico em computadores e documentos comprometedores. Era o fim de quase 20 anos de atividade da lavanderia. Ali, disfarcada de administradora de contas de investimentos, a Beacon Hill operava com apenas 12 funcionarios. Mas era o maior centro de lavagem de dinheiro da America Latina. Sob o comando do doleiro panamenho Anibal Contreras, a Beacon Hill montara no escritorio de Manhattan uma especie de consorcio de doleiros de toda a America Latina e ate do Oriente Medio, especializado na abertura de offshores em paraisos fiscais e das chamadas contas- onibus ou de passagem — abertas com o unico objetivo de levar e trazer dinheiro sem procedencia justificada no exterior. 125 HISTORIA AGORA fi preciso dizer que o nome Beacon Hill originalmente nada tern a ver com a cronica do crime financeiro. fi uma cidadezinha histo- rica nas vizinhancas de Boston, no estado norte-americano de Massachussetts, ha seculos identificada com um estilo raro e so- fisticado de viver que seduziu celebridades como a atriz Uma Thurman, o senador Ted Kennedy e a poeta Sylvia Plath. Beacon Hill torna-se sinonimo de movimentacao financeira de dinheiro mal havido por conta da Beacon Hill Service Corporation (BHSC), o escritorio dedicado a deletar o passado espurio do dinheiro ali depositado. Movimentava uma conta de passagem com mesmo nome no extinto Chase Manhattan Bank (atual JP Morgan), que se encarregava de administrar inumeras subcontas cujos titulares nao apareciam, ocultos em nomes falsos ou offshores abertas em para- isos fiscais ou empresas de fachada. Apesar da pressa e do empenho dos empregados da Beacon Hill, a destruicao de pistas nao surtiu o efeito desejado. No Brasil, um arsenal de documentos, ja enviados pela Promotoria Distrital de Nova York, deu o respaldo necessario para que uma forca-tarefa composta pela Policia, Receita e Ministerio Publico, todos federals, desencadeasse em agosto de 2004 a operacao Farol da Colina. A empreitada resultou na prisao de 63 doleiros em oito estados do pais. A operacao, que envolveu 800 policiais, e uma alusao ao nome da lavanderia nova-iorquina. Os doleiros e os correntistas que atu- avam na Beacon Hill tambem foram denunciados pela promotoria distrital de Nova York e condenados pela Justica americana por la- vagem de dinheiro e evasao de divisas. Sete anos passados da operacao, o relatorio inedito da CPMI do Banestado, entregue a 23 a . Vara Civel da Justica de Sao Paulo, no processo de danos morais movido por Ricardo Sergio de Oliveira contra o autor e a revista IstoE, traz consigo algumas revelacoes. En- tre elas, a evidencia de que o empresario Gregorio Marin Preciado, ex-socio e primo de Jose Serra, era cliente do escritorio da Beacon 126 A PRIVATARIA TUCANA Hill. Mais do que isso: ali, Preciado efetuou pagamentos ao ex-te- soureiro de Serra e de FHC. O relatorio da CPMI descortina uma situacao interessante: no periodo de 1998 a 2002, o primo de Serra depositou US$ 2,5 mi- lhoes por meio da Beacon Hill na conta da empresa Franton In- terprise, aquela mesma operada por Ricardo Sergio, em Nova York. E o que consta dos extratos oficiais da Beacon Hill, obtidos pela CPMI. A papelada evidencia ainda que o ex-caixa de campanha do PSDB valeu-se mais de uma vez da offshore uruguaia Rigler, opera- da pelos doleiros Gabriel Levy e Clark Setton — ligados ao tambem doleiro Dario Messer — para receber a grana no exterior. Desco- briu-se tambem que, alem da Beacon Hill, Preciado usou a lavan- deria do MTB Bank para enviar dinheiro para Ricardo Sergio no exterior. Por meio da subconta Kundo, operada por Messer, no pe- riodo de marco de 1998 a maio de 2005, o ex-diretor da area inter- nacional do Banco do Brasil no periodo FHC recebeu cinco repas- ses que totalizaram US$ 345.955,00. Casado com a prima de Serra, Vicencia Talan Marin, Preciado foi tambem socio do ex-candidato tucano a Presidencia da Repii- blica em um terreno na capital paulista. Curiosamente, a Franton, acima citada, e a mesma empresa que recebeu os US$ 410 mil da Infinity Trading, do empresario Carlos lereissati, do grupo La Fonte e principal nome do consorcio Telemar, que arrematou a Tele Nor- te Leste durante o periodo das privatizacoes. Vale lembrar que a Franton tambem foi beneficiada com depositos da Consultatum Corp, offshore aberta por Ricardo Sergio e seu socio Ronaldo de Souza nas Ilhas Virgens Britanicas. Impressiona tambem que Preciado tenha favorecido o ex-caixa de seu parente com soma tao vultosa. Ocorre que, enquanto Precia- do fazia inchar o saldo das contas de Ricardo Sergio, suas proprias empresas viviam em dificuldades, com varios titulos protestados na 127 HISTORIA AGORA praca. Alem disso, o primo de Serra estava inscrito na relacao de grandes devedores do Banco do Brasil. Como se vera adiante, Ri- cardo Sergio ajudaria Preciado a abater porcao substancial de sua divida com o BB e na compra de tres estatais do setor eletrico. Ar- ticulador das privatizacoes, Ricardo Sergio direcionou recursos do banco estatal e do seu fundo da previdencia (Previ) para propor- cionar o debut do primo de Serra na farra da desestatizacao por meio do consorcio Guaraniana. E uma facanha que mais a frente sera detalhadamente retratada. A documentacao agora revelada radiografa uma estupenda movimentacao bancaria nos Estados Unidos pelo primo suposta- mente arruinado do ex-governador paulista. Os comprovantes da Beacon Hill especificam o fluxo da dinheirama. Sao sete lancamen- tos identificados. As quantias com que Preciado favorece a Franton oscilam de US$ 17 mil em 3 de outubro de 2001, ate US$ 375 mil no dia 10 de outubro de 2002. Os lancamentos presentes na base de dados da Beacon Hill referem-se a tres anos. E indicam que o pri- mo de Serra lidou com polpudas somas em dois anos eleitorais — 1998 e 2002 — e outro pre-eleitoral — 2001. Seu periodo mais prolifico foi 2002 quando o primo disputou a Presidencia contra Luiz Inacio Lula da Silva. Foram cinco lancamentos superando o montante de US$ 1 , 1 milhao. Seu recorde, porem, ocorreu em 25 de setembro de 2001, quando depositou em favor da Franton — por intermedio de uma subcon- ta da offshore Rigler, aberta pela Beacon Hill no Chase Manhattan Bank — o montante de US$ 404 mil. Aberta no Uruguai, a Rigler era controlada por uma rede de doleiros comandada por Dario Messer, figurinha facil desse universo de transacoes subterraneas. Durante a operacao Sexta-Feira 13, desencadeada pela PF, Messer aparece como autor do ilusionismo financeiro que movimentou no exterior cerca de US$ 20 milhoes oriundos de fraudes praticadas por tres empresarios em licitacoes do Ministerio da Saude. 128 A PRIVATARIA TUCANA Conforme os documentos, a exemplo do que ocorria no MTB, Ricardo Sergio recebia os recursos de Preciado por intermedio das operacoes a cabo. O empresario espanhol depositava a grana na subconta da Rigler, aberta pelos doleiros de Messer no JP Morgan Chase, que se encarregava de entregar toda a bolada no escritorio da Franton. Mais audacioso, Preciado inovou nessas operacoes de repasse de recurso. Em vez de entregar toda a bolada em especie aos doleiros, o primo de Serra solicitava que uma casa de cambio espanhola — a Caja de Ahorros Y Pensiones, de Barcelona — de- positasse os valores por meio da rede telematica (a internet dos bancos) na conta da Rigler, em Nova York. Em seguida, os dolei- ros transferiam identico montante para a conta da Franton no Citibank, em Nova York. Alem da "Caja de Ahorros", Preciado lancou mao de uma conta no banco suico UBS, de Zurique — casualmente o mesmo usado na lavagem do dinheiro da Mafia dos Fiscais do Rio de Janeiro — para enviar os recursos ao exterior. Ao contrario das operacoes do MTB Bank, armazenadas em midias eletronicas, as transacoes da Beacon Hill estao detalhadas em farta documentacao em papel, apreendida pela promotoria distrital nova-iorquina. No jargao dos especialistas em rastrear dinheiro sujo, a Beacon Hill movimentava uma conta de "segunda camada", que era ali- mentada por contas abertas por doleiros, em nome de offshores, na agenda do Banestado, em Nova York. As investigacoes apontam que a megalavanderia do banco estatal paranaense transferiu a bo- lada de US$ 24 bilhoes para a conta Beacon Hill. Ao pousar nas contas do escritorio, a grana era distribuida pelas subcontas. Por meio das operacoes a cabo, as subcontas se encarregavam de trazer para o pais ou remeter aos paraisos fiscais toda a bolada que ante- riormente havia seguido para o Banestado de Nova York. Mas por que o dinheiro devia fazer uma escala nos Estados Uni- dos antes de seguir caminho para os paraisos fiscais? Simplesmente 129 HISTORIA AGORA porque, segundo a legislate* internacional que rege as casas de cus- todias, toda operacao financeira em dolar entre dois paises distin- tos deve transitar pelos EUA (pals da moeda-padrao) antes de se- guir viagem. Isso explica porque mesmo as offshores abertas no Uruguai ou no Caribe centralizam suas operacoes financeiras em bancos norte-americanos. Essa e tambem a razao fundamental para os doleiros terem criado as lavanderias do Banestado, do MTB Bank e da Beacon Hill. Esmiucados pelas autoridades policiais e fazendarias brasileiras, os papeis repassados ao Brasil pela promotoria distrital de Nova York apontam que Ricardo Sergio e Preciado nao foram os unicos privatas do Caribe a recorrer a Beacon Hill para remeter e movi- mentar recursos no exterior. As investigacoes detectaram que as contas da Beacon Hill eram utilizadas por praticamente todos os correntistas do Opportunity Fund e por socios e laranjas de outras empresas do grupo de Daniel Dantas para carrear recursos ao exterior. Mostram que os corren- tistas do Opportunity enviavam os valores inicialmente para as contas de doleiros do Banestado por meio das contas CC-5 (domi- ciliados estrangeiros) de laranjas na fronteira do Brasil com o Para- guai. Do Banestado, toda grana circulava pela Beacon Hill ate se- guir ao destino final: a conta do Opportunity Fund no Midland Bank, nas Ilhas Cayman, ou outros fundos, estes nos Estados Uni- dos. Apenas em um ano — 1997 — US$ 1,7 milhao do fundo do banqueiro Daniel Dantas trafegou por esse duto de dinheiro sujo. Na familia, a irma e socia do banqueiro, Veronica Dantas, nao de- morou a ganhar destaque de cliente especial no escritorio de lava- gem de dinheiro. Ex-socia da filha de Jose Serra, Veronica, em uma empresa em Miami — como tambem sera detalhado mais adiante — Veronica Dantas, alem do Opportunity Fund teria movimenta- do recursos de outras 150 empresas do grupo Opportunity por meio da mesma lavanderia. 130 A PRIVATARIA TUCANA Os papeis recolhidos pela Policia Federal durante a Operacao Satiagraha comprovam que o banqueiro Daniel Dantas usou tam- bem a Beacon Hill para internar dinheiro em operacoes na Bolsa de Valores de Sao Paulo (Ibovespa) nos mesmos moldes de Ricardo Sergio. Ou seja, em operacoes casadas em que as empresas dos agentes aparecem nos dois lados do negocio: como compradores e como vendedores. De acordo com a papelada, a dinheirama do fundo de Daniel Dantas era transportada inicialmente das contas das Ilhas Cayman para outras de varios fundos administrados pelo banco suico UBS no estado de Delaware — principal paraiso fiscal no territorio con- tinental dos Estados Unidos. Aproveitando-se do interesse da ad- ministracao FHC em atrair capital externo, o dinheiro era resgatado a titulo de investimento por um fundo ligado ao Opportunity. Numa operacao concebida nos mesmos moldes da Calfat (a em- presa falimentar de Ricardo Sergio, que trouxe tambem US$ 3 mi- lhoes do Caribe), esse fundo passava a comprar debentures (tftulos mobiliarios destinados a atracao de recursos do exterior) da Santos Brasil, empresa que pertence ao proprio grupo Opportunity. Vale lembrar que a Santos Brasil funciona dentro de um complexo de conteineres no porto de Santos. Foi arrematada por Dantas em 2002, durante o governo FHC. A operacao mostra, que a exemplo do ex-tesoureiro de campanha do PSDB, o banqueiro se tornou um craque em internar dinheiro de origem suspeita e escondido no estrangeiro. Traduzindo o economes, pode-se dizer que, seja na si- mulacao de compra de quotas de empresas brasileiras por offshores do Caribe ou em operacoes casadas na Bolsa de Valores de Sao Paulo, o banqueiro e o caixa de campanha do PSDB produziram a magica de, na mesma operacao financeira, bater o escanteio e, ao mesmo tempo, cabecear na area. Os privatas do Caribe podem ser os desbravadores da Beacon Hill, mas nao foram os unicos polfticos e empresarios a usar a 131 HISTORIA AGORA megalavanderia para esconder haveres mal havidos. Expostas, as visceras da Beacon Hill atestam que o megainvestidor Nagi Nahas, o ex-prefeito de Sao Paulo Celso Pitta, o ex-governador Paulo Ma- luf e ate mesmo o publicitario Marcos Valerio, o operador do Men- salao, eram clientes de carteirinha do escritorio de lavagem de di- nheiro. No periodo de 1999 a 2000, as empresas do publicitario entao dono das agendas DNA e SMP&B, de Belo Horizonte, fize- ram transitar USS 1.191.425,00 via Beacon Hill por meio de uma subconta London, operada no JP Morgan Bank pelo doleiro Harol- do Bicalho. A movimentacao das agendas, encarregadas de distri- buir a mesada a base de apoio ao governo, foi abafada na CPMI do Banestado. Mas, ao vir a tona durante a CPI dos Correios, foi fun- damental para que o Ministerio Publico Federal denunciasse o operador do Mensalao por evasao de divisas, sonegacao fiscal e la- vagem de dinheiro. A saga de Marcos Valerio, Preciado, Ricardo Sergio e Dantas na Beacon Hill talvez permanecesse oculta para sempre nao fosse a paixao confessa de Robert Morris Morgenthau — um heroi da II Guerra Mundial — pelo Brasil. Quando assumiu, em 1975, o cargo vitalicio de chefe da promotoria distrital de Nova York, antes de se tornar o principal cacador de dinheiro sujo no Caribe, ele ja havia travado diversas batalhas por outros mares. Depois de passar uma longa temporada a caca de submarinos alemaes, o comandante Morgenthau acabou afundando em 1943 com o destroier USS Lansdale, torpedeado pelo inimigo, o que o obrigou a near quatro horas dentro d'agua. "Era um banho que nao estava programado", contou ao jornalista Osmar de Freitas Jr. 28 A admiracao pelo Brasil foi construida no periodo de janeiro de 1942 a junho de 1943 quando Morghentau, a bordo do USS Winslow, recebeu a missao de patrulhar o litoral brasileiro. Baseado no Recife, Entrevista de Morgenthau a Osmar de Freitas Jr. em IstoE. 132 A PRIVATARIA TUCANA onde nao demorou a se apaixonar pela cultura local, Morgenthau aprendeu a ler e falar portugues. Os lacos de familiaridade com o pals e a amizade com o jorna- lista brasileiro Osmar de Freitas Jr. — as mulheres de ambos tam- bem sao amigas — levaram Morgenthau a embarcar em uma nova batalha: investigar e destruir a megalavanderia que os doleiros ha- viam criado no Banestado, no MTB Bank e na Beacon Hill. Depois de varias tentativas fracassadas de obter documentos por meio do MLAT 29 , um tratado de cooperacao assinado entre o Brasil e os Estados Unidos, os peritos Renato Barbosa e Eurico Montenegro e o delegado da PF Jose Castilho, so tiveram acesso as principals contas de doleiros nos EUA ao serem apresentados ao promotor pelo jornalista brasileiro. De inicio, os policiais duvidaram que o jornalista pudesse ajuda-los na empreitada. Mas nao demoraram a perceber que estavam errados. Morgenthau se prontificou a co- laborar com os policiais federals nas investigacoes. Confesso que eu, que tambem nao estava confiando muito no pedido de ajuda, fiquei impressionado com a velocidade com que o promotor con- seguia quebrar o sigilo das contas. Os policiais federals pediam, por exemplo, a conta Campari na Beacon Hill e tres dias depois Morgenthau e seu assistente Jonathan Wasburne apareciam com os dados e a movimentacao. Por sorte dos policiais federals, os promotores nova-iorquinos ja estavam no encalco do MTB Bank, fechado por lavagem de di- nheiro, e da Beacon Hill. Haviam descoberto que os clientes da Beacon Hill usavam cartoes de credito abertos em paraisos fiscais para ingressarem com o dinheiro ilegal no pais. O alerta dos poli- ciais federals levou a promotoria a intensificar as investigacoes contra o escritorio. A sigla significa Mutual Legal Assistance Treaty. E um acordo firmado entre duas nacoes no intuito de intercambiar informac5es para aprimorar o cumprimento das leis penais. 133 HISTORIA AGORA Cinco meses depois de terem sido apresentados a Morgenthau, os policiais federais testemunharam o chefe da promotoria anun- ciar em entrevista coletiva o indiciamento de todos os principals operadores da Beacon Hill. Pelos calculos de Morgenthau, somente em 2001, a Beacon Hill movimentou remessas no valor de US$ 3,2 bilhoes. E este valor refere-se a apenas 40 contas que tiveram sigilo quebrado. O promotor nao escondia que o ex-governador paulista Paulo Maluf havia se tornado um dos principals alvos da investiga- cao nos EUA. Morgenthau abriu imediatamente as portas da promotoria de Nova York ao promotor de Sao Paulo, Silvio Marques, e ao delega- do da PF, Protogenes Queiroz, que comandaria, mais tarde, a ope- racao Satiagraha. Que, alias, resultou na prisao de Dantas, logo li- berado, por meio de dois habeas corpus desfechados em sequencia e com rapidez impressionante, pelo entao presidente do Superior Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. O promotor e o delegado investigavam Maluf por corrupcao e evasao de divisas. Com a ajuda, eles constataram que Maluf usara a lavanderia do Banestado, do MTB Bank e da Beacon Hill e direcio- nara US$ 450 milhoes para paraisos fiscais. Seriam valores desviados dos cofres da prefeitura de Sao Paulo que tomariam o rumo da Suica, Jersey (Reino Unido) e outros edens financeiros na Europa. E mais: foi possivel rastrear com precisao, centavo por centavo, US$ 1 1,6 mi- lhoes. Seria a propina embolsada por Maluf e paga pelo consorcio de empreiteiras que realizou, nos anos 1990, as obras da Avenida Aguas Espraiadas (a atual Avenida Jornalista Roberto Marinho), na Zona Sul de Sao Paulo, durante a gestao malufista na prefeitura. Todo o dinheiro seguiu inicialmente para as contas CC-5 (do- miciliados estrangeiros) de laranjas no Paraguai. Apos baldeacao na conta de doleiros na agenda do Banestado em Nova York, ru- mou para a conta da ofsshore uruguaia Lespan, no MTB Bank. De la, encaminhou-se a conta London, administrada pelo doleiro 134 A PRIVATARIA TUCANA Vivaldo Alves, o Birigui, no banco Safra, encarregado de distribuir a outras tres contas que pagavam as contas de cartao de credito da familia Maluf nos Estados Unidos. A cooperacao da promotoria de Nova York acabou sendo tam- bem decisiva para que as autoridades brasileiras flagrassem uma tentativa de internacao de US$ 90 milhoes dos cerca de US$ 300 milhoes que Maluf conseguiu enviar por intermedio de doleiros do Banestado e do MTB Bank para duas contas na Suica. Os pa- peis mostram que, desde a Suica, o dinheiro seguiu em 1977 para o Deutsche Morgan Bank, de propriedade do Deustsch Bank, nas Ilhas Jersey, paralso fiscal ingles proximo a costa da Franca. Nesse mesmo ano, essa renomada instituicao financeira alema, por meio de tres fundos de investimentos, ajuda a internar parte da bolada ao comprar US$ 91 milhoes de debentures da Eucatex, uma empresa falimentar da familia Maluf no Brasil. Ou seja, mais uma operacao do mesmo formato daquelas operadas por Ricardo Sergio e Daniel Dantas. Os representantes do banco alemao no Brasil confirmaram a operacao na Justica brasileira. So nao conseguiram explicar qual o interesse que uma instituicao bancaria poderia ter em investir numa empresa falida. Morgenthau acompanhou, em 2003 e 2004, o desfecho da CPMI do Banestado por meio de jornais e revistas do Brasil. Ao ler que a CPMI caminhava para acabar numa suculenta pizza, intrigou-se: "Eu gosto muito de pizza. O que pizza tern a ver com isso ai?", reagiu. Quando soube que a frase era uma expressao brasileira de cunho satfrico, designando um encerramento amigavel sem prejuizo para os suspeitos, Morgenthau disse que, pelo menos nos Estados Uni- dos, as averiguacoes nao terminariam em pizza. Em 2008, a promo- toria distrital de Nova York processou Maluf na justica americana por evasao de divisas e por suposta conspiracao "com o objetivo de roubar dinheiro de Sao Paulo"... 135 HISTORIA AGORA Em 2010, Morgenthau pediu sua aposentadoria apos 35 anos no comando da promotoria de Nova York. Mas, antes de limpar as gavetas, teve o cuidado de colocar o nome de Maluf e de seu filho, Flavio Maluf, na lista vermelha de procurados pela Interpol. "Foi um ato irresponsavel. Vou processar esse promoter", avisou Maluf. Os amigos do velho promotor riram da ameaca. Para eles, Mor- genthau e, acima de tudo, um sobrevivente. Durante a guerra, quan- do navegava no Mediterraneo, Morgenthau viu o navio que estava ao lado do seu, o USS Paul Hamilton, explodir ao ser acertado pelo ini- migo, o que resultou na morte dos 580 tripulantes. Em 1945, duran- te a batalha de Iwojima, no Japao, o comandante levou outro susto quando seu navio foi atingido por um aviao camicaze. Por sorte, a bomba do aviao nao explodiu e Morgenthau pilota sua vida hoje aos 90 anos. Acham graca porque sabem que Maluf corre o risco de ser preso se tentar colocar seus pes nos Estados Unidos e em outros 180 palses do mundo que tern acordo com a Interpol. Ja com Daniel Dantas e Ricardo Sergio a historia e um pouco diferente. 136 Na documentacao da CPI do Banestado, a comprovacao de que 81% dos depositos recebidos no exterior pela Franton Enterprises - do ex-caixa de campanha de Jose Serra, Ricardo Sergio de Oliveira - foram feitos pelo primo politico de Serra, Gregorio Preciado. Os dados sao originarios da base de dados da famigerada conta Beacon Hill. Tambem nos papeis, a turbulenta situacao das empresas de Preciado, os pagamentos que fez e a omissao de Serra diante da Justica Eleitoral sobre sua sociedade com Vladimir Rioli. As suspeitas do MPF sobre os negocios de Serra, Rioli, Ricardo Sergio e Preciado. E a trama de Preciado com o caixa de Serra para montar o consorcio Guaraniana e arrematar tres estatais. CP Ml do BANESTADO IXM-I MIAKK ONHI»KN< IAI. Israsllia. 1 1 de novcmbco de 2004 Scnhor Prcsidcnte, A investigucfci desta CPMI < muilo ampla e cncontra-sr. ainda cm curat). Adicionalmente, esta Coirrisaao permanece hi longo perlodo seen que deliberacdes sejant toroadas Dianle dessas circumtAncias. o relalo a seguir poacui wmn ha«e tndaa as inforrnac&es de que esta Kclatoria dispSe ale o prcacnte. Dcsncccssirio, potent, prodemc. destacar o carifrr confldcncial das informacocs aqui descritav Esta CPMI reccbeu. logo no sen inicio, documenlnvJu contendn nistreameriio de CPF's claborado pela Receita Federal, que se refer* a Kirardo Sergio de Oliveira e Konaldo de Soma. Tal documenio. arquivado sob numrro 1 3. na caixa wseisi. mantido no cofrc dessa comissao, traz como utunto mail subsLnncia! a aquis:c3o. por parte de Ricardo Sergio de Oliveira e Konaldo de Soma, de predio pcrtcnccnte k PcTroa (fundo ^ de pensJo dos funciotuuios da Petrobriis) Com base ncna tnl'onnacnu, a CPMI procedeu a conaulla is bases de dados disponlvcis c conslalou a presenca dc nsovinKinacSo financcira Porcm. antes de registrar os motuantcs, faz-sc ncccaaario um breve resumo sobre as avtociacoca cntre at pessons dc Ricardo Sergio I Konaldo dc Soma. No documenio citado anteriormentc. verifica-se que Ricardo Sergio de Oliveira, junuimcnte com sua csposa. Eltiabeth Salgueiro de OMvelra, conslavam como socios da Planefln (Plane-fin - Services, Assessors!, Plancjamento. Administracio c PankipacOes S/C Llda.). A Plancfin. por sua vez, em 6 de julhn dc 1999. constitui como bastarue procuradorea Roaaldo de Sou/a e Vera Rrgina FreJrc de Sonu. sua esposa, para gerir e administrar quou pane dc deteiminados 10 Ricardo Sergio • F.luTabclh Salgueiro de Oliveira assinam o documenio. Com base ncssa informacao adicional, ligando Ricardo Scrum a Ronaldu de Souza, voltou-sc as bases e foi realizada pesquisa retativa a off-shore Franton Intcrpriscs, o que resultou, no seguinte: l-anyamentos constantes na base de dados da Beacon Hill referentes a Franton 02/107001 Instructions Kntoa Intcrprises 2:0 Wu.Co OMIV200I Grcgorio Preciado Franton Intcrprises 17.000,00 1)3/10/2001 f.regono Precwda Franton Intcrpriscs 57.0O0.00 20/12/2001 Instructions Franton Intcrpriscs 21.583,93 06.O6.7002 Clrcgorio Preciado Franton Intcrpriscs 250.000,00 OI 07:2002 Ciregdrio Preciado Franton Intcrpriscs lMiimo.oo 29/07,9002 Greg6rio Preciado Franton Intcrpriscs pvooo.no »mw :"m:. Gresorlo Preciado Franton Intcrpriscs 230.000,00 15/10/2002 Oreaorio Preciado Franton Intcrpriscs 375.000,00 lnl:d 1.475.583,93 Podc-sc pcrccbcr que dos nove lancamentos encontrados, todos foram referentes a creditos a favor da Franton. Outra novidade c o surgimento do nomc de GrcgtSrio Marin Preciado. Dando prosscguimcnto as pesquisas, esta ComissSo encontrou materia* de jomal indicando que Preciado seria casado com a Sra. Vicencia Talan Marin prima de Jose Scrra, e ex-socio deste ultimo em terrcno em S3o Paulo. A materia adicionalmcnte informava que GrcgArio Preciado havia obtido pcrdflo de 74 milhocs dc rcais sobrc o saldo de cmprcstimos rcalizados junto ao Banco do Brasil, a ipoca que Ricardo Sergio foi dirctor daqucla instituicSo. Marin Preciado foi, ainda, rcprcsentantc de cmprcsa cspanhola durante o processo dc privalizacSo dc emprcsus de cttcrgia do nordcslc. O procurador Luiz Francisco de Souza propos acSo cautelar de improbidade combinada com ac&o civil publico, com pedidos de liminares, cujo teor pode ser encontrado no cndcrcco dctrdnico abaixo: http://vi^.prdf.mpf.tiov.brMuizf;acoea/Acao Cautelar Imnrobidade RICARDO ScR GlO.doc Resumidamente, a acao trata dos seguintes assunlos: 1. "Em 1993, as empresas ACETO VIDROS LTD A c GREMAFER COMMERCIAL E IMPORTADORA LTDA - dc propricdadc do Sr. GREGORIO MARIN - rcalizaram cmprc'stimos na agenda Rudgc Ramos, do Banco do Brasil, em Sio Bernardo do Campo/SP." 2. "Alem das novacoes ilicitas, houve dois perdoes indevidos, totalizando cerca de R$ 73.719 milhdes de reais." 3. "E houvc tarn hem destdia por pcrmitircm a venda de bens com acocs de arresto ja ajuizadas e desidia por nflo ajui/arem acSo pauliana para rccupcrar o imdvel." - Sobrc o im6vcl: "O Sr. GREGORIO MARIN PRECIADO possufa, cm sociedade com o Sr. JOSE SERRA, tun terreno situado na Rua G.4, lotc n. 09, da quadra 46, no Parquc Bairro do Morumbi. no 30°. Subdistrito Ibiraquudra, em S3o Paulo (o cndcrcco depois teve o nome altcrado pcla Prefcitura para na Rua < Wonel, Francisco de Oliveira Sim5cs, Parquc Bairro Morumbi)" \f" \ COPlA EXTftAIClA NO I TRIBUNAL OE JUSttr;* DE SAO PAULO , Relatorio que mostra deposito de US$ 1.475.583,93, feito por Preciado, na conta de Ricardo Sergio, tesoureiro de campanha de Serra. 4. "lisle im6vel, com 828 metres quadratic*, cstranhamenle, durante as novas negociacfics realizadas com as emprcsas no ano dc 1995. cscapou dc arresto ja ajuizudo c foi vendido pclo valor dc apenas R$ 140.000,00." 5. "O DOC. n. 10 mostra pcticfio do Banco do Brasil, dc 11.09.95, afirmando que os executados ( GREMAFER c GREGORIO MARIN PRECIADO , no fiindo, o Sr. PRECIADO ) fugiam da Oficiala dc Justica. (...) O Banco do Brasil pediu mais quinzc dias - ou seja, ate 26 dc setcmbro dc 1995 - para o arrcsto. Ocorrc que, no dia 19 de setembro dc 1995, o Sr. PRECIADO c o Sr. SERRA registraram o contrato de venda." "No Banespa, opcrava o Sr. VLADIMIR ANTONIO RIOLI. que foi socio do Sr. SF.RRA numa firma dc consultoria, como vice-presidente dc opcracfles. F., novamcntc. um socio do Sr. SERRA beneficiou a firma GREMAFER." "O Sr. VLADIMIR ANTONIO RIOLI tambcm beneficiou a firma do Sr. GRF.G6R10 MARIN PRECIADO, pois o Sr. RIOLI foi Vice-presidcntc do BANESPA c conccdeu a firma GREMAFER emprestimos em - valores superiorcs a RS 20 milhOcs" "O Sr. SERRA omitiu na declaracao feila a Justica Elcitoral, cm 1994, a existencia da firma CONSULTORIA ECONOMICA E FINANCE1RA LTDA, com sede na Rua TabaptiiS. n. 500, 7°. Andar. cj. 704, Bairro Itaim Bibi. Ncsta firma, o Sr. SERRA era socio, dc 1986 ate 1995, do Sr. VLADIMIR ANTONIO RIOLI. Somcntc houvc o distrato comercial cm 1995, devidamente rcgistrado. F.m 1994, o Sr. SERRA tinha csta empresa e a ocultou a Justica eleitoral." 9. "As firmas do Sr. RIOLI - como constatou o Sr. AMAURY RIBE1RO - ate hojc continuant rcccbcndo rccursos publicos. Junto com duas cmpreilciras, a Pluricorp, empresa do VLADIMIR RIOLI que atua no mcrcado financciro. csta construindo novc condomfnios cm frcntc a fabrica da Ford, cm Sao Bernardo do Campos, com 1.100 casas c apartamentos. O empreendimento esta sendo financiado pela Caixa Economica Federal. Em scu curriculo, o Sr. Rioli faz questao dc mostrar aos clicntes sua afinidadc com o podcr publico. (...) O mcsmo informa, por exemplo, que fez parte da comissao do governo que definiu as rcgras dc privatizacao. A Pluricorp, que tambcm dcu consultoria sobrc as rcgras do proccsso dc privatizacao, Icria opcrado com fundos dc pensao, dc emprcsas cstatais, na construcao dc Shopping Centers. O MPF csta verificando o Shopping Iguatemi, ligado ao Sr. JEREISSATI, que parecc ter ligacftes tambdm as pessoas citadas ncsta acSo." 10. "Hd informacocs dc que a firma GREMAFER COMERCIO E IMPORTADORA LTDA cfctuou pagamcntos a ALCIR AUGUSTINHO CALI.IARI, entSo Presidcntc do Banco do Brasil, cm julho dc 1995, usando cheques cmitidos justamcntc pcla conla da GREMAFER, conta 0455.00053 (agencia RUDGE RAMOS, cm S3o Bernardo dc Campo SP, agencia n. 0455, pelo cheque n. 373.078)." 11. "Estc pagamcnto node ter causa justa, mas 6 suspeilo e mostra as relacdes entre a firma GREMAFER c altos funcionarios do Banco do Brasil. ...O rclat6rio da auditoria concluida cm agosto de 1995, ou na que esta sendo feita, mencionaria que o cntao Presidcntc do Banco dftBrasil trabalhou para o Sr. GREGORIO MARIN PRECIADO , na F.sp; hna" COPIAEX1RAIDANO I RIBUNAL DE JUSTIQA OE SAO PAULO 5; \ \ Relatorio da CPI se inspirou em reportagem do autor, na revista IstoE, para demonstrar as atividades de Vladimir Rioli, ex-socio de Serra. 12. "O Sr. GREG6RI0 MARCM integrou o Consclho de Administracao do Banc-spa, dc 1983 a 1987. (...) O Sr. SERRA foi ouvido pela Folha dc Sao Paulo, ncsta rcportagcm. c dissc, por mcio de sua asscssoria, que 0RB0ORI0 MARIN 'participou alivamente' da campanha de Montoro ao govemo paulista, em 82." 13. "A firma GREMAFER, apesar de estar em plcno estado de falcncia, conseguiu tta/er em 1995, por exemplo, US 1,2 milhao, do faribe, atravcs da firma Socimcr Intcmacional Bank Limit, instituicao financcira que atuava no paraiso fiscal quando foi liquidada pela forte de Bahamas, dcpois de prejudicar corrcntistas cspanh6is c chilenos." 14. "A empress do Sr. RONALDO de SOUZA , a CONSULT ATUM S.C Ltda., funcionava numa sala vizinha a da PI.ANEFIN - Servi^os, --Asscssoria, Plancjamcnto, Administracao c Participac&es S.C Ltda. A PLANEFIN pertencc ao Sr. RICARDO SERGIO. As duas salas ocupam urn andar do luxuoso predio, na Alameda Santos, nos Jardins, rcgifio nobre de Sao Paulo, adquiridas por R$ 900 mil cada." 1 5. "No dia 9 de setcmbro dc 1 998, dcz mcscs antes dc comprar os prldios da Petros, o Sr. RONALDO dc SOUZA abriu a emprcsa ANTARES Participactes Ltda., com capital social dc R$ 2 rnilhdcs, para atuar na [^} area dc compra c administracao dc im6veis. No mesmo dia, o Sr. RONALDO dc SOUZA foi nomcado procurador de uma emprcsa localizada no paraiso fiscal das Ilhas Virgcns Britanicas no faribe, chamada ANTAR Venture, tambem da Area imobiliaria." 16. "Como indlcio de que todas os ncgocios ncbulosos cnvolvcndo a ANTARES e a ANTAR Venture nlo passam de ncgocios do SR. RICARDO SERGIO DE OLIVEIRA, o Sr. RONALDO de SOUZA passou uma procuracao para RICARDO SERGIO dando amplos poderes para que o mesmo administrasse os ncgocios da ANTARES Participacdes, tres anos dcpois da criacao da ANTARES , exatamente no dia 9 de agosto de 2001. (...) Ou seja, o Sr. RICARDO SERGIO nao aparccc nos registros da ANTARES nem da ANTAR Venture, mas i quern de fato administra a emprcsa, pclos tcrmos dc uma procurator) lavrada no 16" Oficio de Notas de San Paulo." 17. "Conforms o documento deste Cart6rio, o Sr. GREGORIO MARIN PRECIADO assinou urn contrato com RONALDO dc SOUZA , cm que se compromctcu a pagar a cstc senhnr RS 82,7 mil no dia 1* de agosto dc 1995. A escritura foi assinada no dia 20 de julho dc 1995, justamente no pcrlodo em que as renegotiates da divida do empresario GREGORIO MARIN com o Banco do Brasil cstavam sendo decididas, gestadas. E tambem coincide com a suspcita venda intcmpestiva do terrcno dc 828 metros. pcrtcnccntc ao Sr. GREG6R10 MARIN PRECIADO e o Sr. JOSE SERRA." 18. "A suspcita, que intcgra a investigacao da PoKcia Federal no Rio c deste Parquet, c ruitcradamentc noticiada na imprensa ( espccialmentc em reportagens da revista Veja) c que a propina [PrivatizaciSo da Telcbras] tcria sido paga por meio da empresa Rivoli Participacdes, pertencente ao empresario Carlos Jcreissati. (.■•) Um clo importantc para que sejam desvendadas todas cssas opcracocs t o advogado Luiz Rodhgues Corvo, advogado do Sr. Ricardo Sergio de Oliveira c do grupo Jerejssati. Mostra as ligacoes entre o Sr. Corvo c a emprcsa Rivoli. (...) A en COPlA EXTRA IDA MO TRIBUNAL DE JUSTIQA DE SAO PAUIO /ll Relatorio sigiloso da CPI do Banestado tambem investigou relacoes de Gregorio Marin Preciado e Ronaldo de Souza. Rivoli, por ondc supostamente teria cscoado a propina da Tele Norte Leste, foi constituida cm 16 dc dczembro de 1998, tendo como socias duas empregadas do escritdrio do Sr. Corvo. (...) Vale a pena lemhrar que a empress ANT ARES Participacoes, do Sr. RONALDO de SOUZA, foi criada tres meses antes, no dia 9 de setembro de 1998. A ANT ARES 6 uma subsidiaria da firma ANTAR VENTURES, empresa que funcionava nas Ulias Virgens, um paraiso fiscal do Caribe. A ANTAR VENTURES movimcnlou, por documcntos que podem ser encontrados na Junta Comercial dc Sao Paulo ( e que scgucm ancxo), pelo mcnos R$ 5 milhdes cm 1999. (...) Outros fatos suspcitos chamam a atencaV). A Rivoli foi comprada pelo Sr. Carlos Jcreissati das , funcionarias do escritdrio do Sr. Corvo no dia 5 dc marco dcM999. No dia 10 de marco dc 1999, a cmprcsa tcve scu capital aumcnlado dc RS 1.000 para R$ 32,2 milhdes. (...) No dia 26 de julho de 1999, o Sr. Corvo, que e procurador do Sr. Ricardo Sergio, tambem foi nomeado procurador da Rivoli para administrar todos os ncgocios da cmprcsa, que suspcila-sc, e foi noticiado na imprensa, scria o caminho para o suposto pagamento da propina ao Sr. Ricardo Sergio. (...) Ncsta mcsma cpoca, comccaram opcracdes cstranhas envolvcndo uma outra cmprcsa do Sr. Carlos Jereissati, a 141 Participates, adquirida de terceiros no final de 1998 (mcsma cpoca da constituicao da Rivoli). No dia 12 de julho de 1999, a Rivoli injetou R$ 29,74 milhdes - ou seja, quase todo seu capital (cntao de R$ 32,2 milhdes) - na 141 Participacdes. (...) Tres dias depois, no dia 15 de julho de 1999, a 141 Purticipavfles recebe mais R$ 60,7 milhdes em capital subscritos pelos tres socios privados que integrum o cons6rcio Tclcmar (a Construtora Andrade Gutierrez, Macal Invcstimentos c Participacdcs c Incpar Invcstimentos cm Telecom unicavdes). (...) A assembliiia, na qual os tres socios privados - a Constnitora Andrade Gutierrez, Macal Invcstimentos e Participacdcs e Incpar Invcstimentos cm Tclecomunicacdcs - injetaram RS 60,7 milhdes na cmprcsa 141 Participacdcs Ltda, foi prcsidida pelo Sr. Luiz Rodrigues Corvo, no dia 15 de julho de 1999. (...) No dia 26 de julho de 1999, data em que o Sr. Corvo 4 nomeado representante legal da Rivoli Participacdcs, ocorre uma opcracao cstranhissima - ha a cisao parcial da 141 Participacdcs. (...) Os tres sdcios privados do cons6rcio Telemar dcixam o quadra socictario da 141 Participacdcs levando o capital de RS 29,7 milhdes. A scde da 141 Participates, que fica com capital remanescente dc R$ 60..7 milhdes, i transfcrida do Rio de Janeiro para Sao Paulo cm setembro de 1999. Um mes depois, em outubro dc 1999, a Rivoli incorpora a 141 com seu capital de RS 60,7 milhdes. (...) Ja a Rivoli teve um destino curioso. Dctentora de um capital da ordem dc RS 60,7 milhdes cm 1999, foi cxtinta cm abril dc 2000, com capital zcrado. A questSo 6: ondc foram parar os RS 60,7 milhdes da Rivoli que cla herdou da 141 Participacdcs Ltda? (...) O Sr. Carlos Jereissati distribuiu ncstc ano um documento a divcrsos drgaos de comunicacao. em que respondc duvidas levantadas pcla imprensa envolvendo a Rivoli. (...) Sohrc o destino do capital de RS 60,7 milhdes, o mcsmo sustcnta que a empresa Rivoli cmprcstou RS 55 milhdes a uma empresa coligada do grupo no final de 1999, mas nao aprescntou nenhuma provayfdesse emprfstimo. O nomc desta cmprcsa coligada 6 LA FONTE TELEy COPIA EX1RAIDA NO TRJBUNAL OE JUSUSA DE SAO PAULO CPI tambem esmiucou offshores e empresas de Ricardo Sergio e Carlos Jereissati. 19. "Consta, tambem, na cdicao da rcvista 'Veja' de n." 1751 de 15/05/2002, pag.46, que cm 1996 o RICARDO SERGIO (Diretor do B.B) c GREGORIO MARIN PREC1ADO montaram o cons6rcio Guaraniana S/A, na qual panicipava a PREVI, B.B e liindos administrados pclo B.B, alem dos espanhois da IBERDROLA, rcprcscntada oficialmente por GREGORIO MARIN PRECIADO. (...) Na reportagem csta dito que em apenas trts anos • entre 1997 e 2000 -, esse cons6rcio, montado por RICARDO SERGIO e GREGORIO MARIN PRECIADO , arrematou tres cstatais de energia eletrica - a baiana 'COELBA', a pernambucana 'CELPE' e a potiguar 'COSERN', que juntas respondem por um ncgocio de quatro bilhSes dc rcais. O Sr. GREGORIO MARIN PRECIADO , ao responder a imprensa que o qucstionava sobre ter sido rcprescntante da cmprcsa espanhola Iberdrola durante privatizacao dc cmprcsas cstatais de energia eletrica, declarou que sua 'aluacao consistiu cm ajudar a trazcr para o Brasil capitals estrangeiros produtivos". Confirmou, assim, o teor basico das reportagens." c Retomando as movimentacoes, 82% do montantc dc rccursos recebidos pela Franton "via" Beacon Hill foram originadas por Marin Prcciado. No que sc re fere as movimentacoes realizadas no MTB Bank dc Nova YorC, a Franton e apenas reccbedora de recursos, cujo intcrmcdiario e a off-shore Kurjdo, conforme abaixo: COPIAEX1RAIQANO NIBUNAl OH JJSTI^A DE SAO PAULO Ligacao entre Ricardo Sergio e o primo de Serra no consorcio Guaraniana S/A. durante a privatizacao da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia foi investigada pela Comissao Parlamentar de Inquerito. No MTB Coram encontrados lanc;amentos cm nome de Consultatum Data J Origi'm 01/07/1997 KmSSSSA Maria Cameiro da Cunha 2.550,00 21/10/1997 Consultanan Corp N.r Ki iij.dn dc Ss.ii/j 800.000.00 r- i o iw i. onvuiiaium corp. Kundo COM Mm no-ne, ilcniaW 7692 VI r.ol.'BS dc Zurich 100.000,00 Consultatum Corp. Kundo \ \m\ \ Canto 92I6VH Junto Israel Disc. Bank 177000.00 n ma/ I i . n Coniuhatum Corp. Kui'/ii) Conta sem nome, de numero 769234 no UBS de Zurich x 200.000.00 23/10/1997 Consultatum Corp. Kur.do Conta sem nome, dc numeco 60481 no UBS dc Zurich 300 000.00 "64/11/1997 Consultatum Corp. International Bonk of Miami 105.000,00 22/05/1998 Consultatum Corp. International Bank of Miami Ronaldo de Souza 25.000,00 05/06/1998 Consultatum Corp. Cioldrate Corp. Kundo 33494,01 05/05/2000 Consultatum Corp. mien ti.inn.il nan* or Miami Kundo: Benef. Lorcna Point 300.000.00 14/06/2000 Consultatum Corp. International Bank of Miami Kundo: Benef. Lorena Point 350.000,00 22/08/2000 Consultatum Corp. International Bank of St:.,-:,, Kundo: Bcncf. Lorcna Point 150.000,00 05/09/2000 Coiuultatum Corp. International Bank of Miami Kundo: Bcncf. Lorcna Point 125.000,00 1 10/10/2000 Consultatum Corp International Bank of Miami Kundo: Benef. Lorcna Point 125.000,00 1 Total 2.-93.I44.0I G Quando houve a divulgaijao, pcla revista Isto i, de reportagcm aprcscntando vazamcnto de dados referenles a movimentacao relativa a Ronaldo dc Souza c a Consultatum junto ao banco MTB, a Comissao tomou conhecimento da relacflo cntrc a Franton Intcrpriscs c Ricardo Sergio dc Oliveira. A reportagcm cm aprcco informa que "No caso do tucano Ricardo SerRio, as opcrac;ocs [rcgistradas no CD do MTU bank) ira/em detalhcs de duas cmpresas ligadas ao ex-diretor do nn, investigadas pelo Ministeno Publico: a Consultatum e a Franton Intcrprue Inc., uma off-shore que movimcnta consla milionarias nos ECA." Uma vez que a CPM1 nflo havia qucbrado os sigilos fiscal, telefonico e baneario dc Ricardo Sergio, nao tinha ciencio da doacao rcgistrada na declarac-So de impost) de renda destc ultimo cm favor da Franton Interprises, conforme anunciado na matl no valor dc mais dc R$ 131 mil reais. COPIAEXI^AIOA NO TRIBUNAL DE JUSTI^A DE SAO PAUlO 3/11 Documentos exibem que Ronaldo de Souza movimentou, por meio de doleiros, US$ 2.793.244,01 em offshores no exterior. Naqucla mesma data, no mesmo cartdrio, c na pagina scguinte do mcsmo livro, a CoiMultatum S/C Ltda.. de propriedadc de Ronaldo de Sou/a e Vera Regina Freire de Souza, tambcm constitui como procuradores Ricardo Sergio e Elizabeth Salgueiro de Oliveira, para gerir e administrar a quota parte, pertencente a Consullatum, dos mcsmos imoveis da procuracao anterior. A difcrenva cnlrc as procuracocs c que csta inclui plenos poderes de movimentacHo da coma correntc de numcro 57.890-0, mantida na agenda 0196 do Banco Itau, presumidamente uma coma da Consullatum Registre-se que os enderecos da Consultatum e da Planefim sao, rcspectivaracntc. Alameda Santos, 2.441-1 1 andar, conjunto 112, Cerqueira Cesar, S3o Paulo c Alameda Santos, 2.441-11 andar, conjunto 111, Cerqueira Cesar, Silo Paulo (conforme consta na AcSo Cautelar abaixo refcrida e, adicionalmenic, consulta realizada em 19/ 10/2004, no endereco enletrdnieo www.auxilioalista.com.br ). Obscrva-sc que os enderecos diferem apenas pelo numero da sala (1 1 1 e 1 12). O resultado da consulta as bases de dados aparece conforme abaixo: No MTB foram encontrados lancamcntos cm nomc de Rnnaldo de Sou/a 01/07/1997 K.-n.l Jose Maria Cornciro da 3 jso,oo Cunlia 07/08/1997 Bunco Mayo Ronaldo de Souza 70.000,00 1&'09/|997 Lorena Point Ronald.-, .te S.m:7/i $3,245,00 21M0/1997 Consullatum Corp. Ronaldo de Souza 800.000,00 03H 2/1997 RonaUlo de Souxa Knndo 24.000,00 27/03/1997 Lo.-tru Coin'. Ronaldo de Sou/a 41.785,00 14.04, IWS Arcmc SeRuranca Ronaldo de Souza 125.OO0.0O 'o-: 0S. -.W8 Lorena Point RonaUlo do Sou?* 47.875.00 2S U'l, ]>)<)* Agessc Seguranca Ronaldo de Souza 198.000,00 21/11/2000 Ronaldo de Souza Franton Intcrpriscs 100.000,00 21/12^000 RunaUin Jc S«i:/.l 1'ranton Inlerprises 50 000,00 Total 1.512.455,00 \ c Or COPlA EXTRA I DA NO TRIBUNAL OE JUSTtQA OE SAO fAlAO 2/11 Outro montante de US$ 1.512.455,00 aparece relacionado ao nome de Ronaldo de Souza, repetindo o esquema com doleiros na empresa de Ricardo Sergio. Movimeni ta^ao da Franton Interprises no MTB Bank O 22/06 1998 Milano Finance Kundo:Fromon Intcrprises 09/07/1 WS Instructions Kundo:Fnnalon Inlerprises a^KHDOl 13 II 11 liUUh 1 S\s3\sij Mil nrVs'iV f-nsjntssn lnlr^mri*/K r^unui.'.i laim.'ii 1 1 . it 1 j.. . 1 iv. % 500.000,00 \siw\<m Banco Brasil Cayman r/wifn Xln47fll 16 Kundo:Framon Interprises 50.JOO.00 15/10M998 BLnnannDesconh' Kundo.Franton Intcrpmes 177 JO 1.30 16/10/1998 Instructions Kundo:Framon Intcrprises 10.485.00 03/1 l/l 998 Conta 9262162/Reacender? Israel Disc. Bank Kundo:Franton Intcrprises 450.000,00 OX/Dli'l w9 Conta 101WAI00005000-UBS Kundo.Frimton Intcrprises 565.985.00 "1 5 'it "> i ' ■ 11 14 1 Conta IOIWAI00005000.UBS R undo: Franton Intcrprises 1.272.4*5.00 'Sill 1 il .Ui Conta 9262162/Reacender? lii at l LJ ,s t ti .11 ik KundoiFranton Intcrprises COfltA y^Oa. io«j r\c«ccnocr . ■tjajaj n^kP R«nV — — — — : Kundo:Frantori Intcrpnses 658.500,00 17/0 5/1 9W Cliente oculto do KundoiFranton Intcrprises $00,000.00 17/08/1999 Reacemier? - mcMtia contn Kundo l'ranton Intcrprises 200.000.00 Cliente oculto do Citibank* KundoiFranton Intcrprises too 970 nn ISM] ^l«Xl Inhnity Trading Kundo:Franon Interprises 246.137,00 Infinity Trading Kundo:Fntnton Intcrprises I '.'H.'J.^.'.t.i , 23/05/2000 Um dc nrasos clicntca* Kundo: Franton Intcrprises 57.000.00 20711/2000 Reaccnder? - roes ma 000ft Kundo:Franton Intcrprises I f\f\ /VVA aVi 28/11/2000 Ronaldo dc Sou/a Conta J 00 10969906 Boo tntcm;llion;d Miami Kundo.Franton lnlcrprises 1 Art in 1' 1 1 11 1 m If l». i.WW Ronaldo dc Souza - mcsnvn conta — — - — — — — Kundo:rranton Intcrprises 50 000.00 05/01/2OOI Aloysio Vascorvcellii* KundotFnmton Intcrprises 60.000,00 16^)1/2001 ConsultarunyCorp. Metma conta de RDMldO Souza Kundo FraiUon Intcrprises 50.000,00 12/03/200 1 lU'ii-ciidcr? tr.csn-4 conta Kun.ln 1 :„n!..r. iirtciv-i.v 500.000.00 InstrucOcs- UBS Bank Kundo:Franton Intcrprises l.OUO.985,00 Total 7.S36.273J0 •TraducSo intcrprelacao Infinity Trading, que creditou mais dc USS 410.000, na conta da Franton pcrtencc ao Grupo Jercissati (Carlos .Icrcissati), conformc documcnto do Ministcrio da Fazcnda. da Sccrctaria de Acompanhamento F.con6mico, rclativo a analisc dc ato de conccntracao. disponivel no endercco: http://www.fazc nda.gov.br/scac/documciitc^parcKercs/rx;rACNT_IGpubJuishcn.PDF O nomc Aloysio Vasconcellos foi consul tatlo nu base da Rcccita Federal, idcnlificados, apenas com esses dois nomes, duas pessoas, sendo que uma dcla<; COPtAEXTRAIDANO TRIBUNAL DE JUStlfA 06 SAO PAULO 9/11 Mais uma bolada: US$ 7.536.273,30 movimentados por Ricardo Sergio, por meio de doleiros no exterior. Relatorio detalha os US$ 410 mil que a Infinity Trading, empre- sa de Carlos Jereissati em paraiso fiscal, depositou na Franton de Ricardo Sergio. nos Bstados Unidos. Diantc dcssc fato. vcrificou-sc que o residente no exterior e presidcnte da Westchester International (pagina na Internet: wTA w,\vestches1eriml,com> . Coincidencia ou nao, Ricardo Sergio dc Olivcira tambdm foi socio dc uma cmprcsa denominada Westchester no Brasil. segundo a acao mencionada antcriormcntc. Alem disso, Aloysio Vasconccllos relala em scu curriculo o fato dc haver assumido posicAes importantes no Citibank (tanto no Brasil quanto no exterior), instituicSo da qual tambern fez parte o Sr. Ricardo Sergio dc Olivcira. O registro da conta Kundo signifies, supostomentc, haver ligafao cntrc o dolciro Dario Mcsscr, reprcscntada pela tnterposicao de Clark Sctton c Roberto Matalon (dado que esta CPMI possui documentos que indicant ligacao cntrc Dario Mcsser e Clark Sctton c Roberto Matalon), na administracSo das atividades tinancteiras niJo- ofictais nutntidas pel a off-shore V ran ton Intcrpriscs. Algumas movimenlacflcs dc Grcgdrio Preciado no exterior tiveram como destino a off-shore Franton Interprises. Esta off-shore recebeu rccursos de Ricardo Sergio em sua declaracao dc IR c lambcm de Ronaldo dc Souza/Consullatum. 2S 09/3001 Gregdoo Preciado Riglcr 404.000.00 03 10/2001 Orejsdrio Preciado Franton Inlerpnses 17.000,00 03/10/2001 Oreaorio Preciado Franton Interposes 57.000,00 06/06/2002 Gregbrio Preciado Franton Intcfprise* 250 000,00 12W2002 Oratorio Preciado Rigler 350.000,00 01 07/2002 Gregorio Preciado Franton Interprises 150.000.00 29 , 07,'2OO2 Grc£0r:i> Prcc:adu 'ii Interprises I25.000.OD 03/09/2002 GtcgOrio Preciado Franton Interprises 230.000,00 lS/10/2002 Gregorio Preciado : raiitmi ntLTjir -.c , 375.000,00 total 1.9SS. 000,00 Lancamcntos constan tes na base de dados do NfTB Bank rcfcrcntcs a Preciado 31/03/1998 GrcgArio Preciado Kundo in.' . : hi. 12/11/1998 i Irao&ria Preciado Kundo 100.000,00 02/01/2001 Uregarlo Preciado Kundo 21. 9(0.00 25/04/2001 GrcgcWio Preciado fang 78.000.00 22/05/2001 Grcgtoio Preciado ki n'.n 45.97$jOO 547.9J5.O0 o x copia extra Ida no tribunal oe justice ot sao taulo 10711 Primo de Serra tambem depositou quase US$ 2 milhoes na conta de Ricardo Sergio, ex-tesoureiro do ex-governador. Na movimcntafflo dc Grcg6rio Marin Preciado junto a Beacon Hill, surge o nome da off-shore Rigler, cujos representantes seriam Gabriel Lewy e Clemente Dana. O primciro havcria trabalhado na cmprcsa Stream Tour, de propriedadc de Clark Sctton e Roberto Malalon. Ha fortes indfeios de que esta off-shore tambcm pertence a Dario Me»»cr Registrc-se, por fim, a neccssidadc dc identificar os bencficiarios legais (no exterior), das off-shores Franton e Lorcna Point, ul£m da solicitacao dc qucbra de sigilo bancario da conta dc Ronaldo de Sou/a na Conta 30010969906 no International Miami Bank. Atenciosamenle, / pep. Jose" Mentor \__^sRc\atoT da CPMI do Banestado o O COPIA EXTRAIDA NO TRIBUNAL DE JUSTI^A DE SAO PAULO 11/11 Relator pede quebra de sigilo de Ronaldo de Souza no International Miami Bank, o que nunca foi feito. Iveacon Mill Greg6rio Marin Preciado o«iir« cujto wan bah* 2VWIMI M04 000.00 MARIN-PRfClAIXMiREtMIUOOUVHlRA WAS Ml » SAO PA 0M» M WOMMri— — ■! ominame LiniuxK in nunmiwKKn hmiabm cwrraT nam WMM k* noun mummmin Jim »m ■III MM ACr PARTY OCT PAW .VIMMI »l?.00fl,00 MAKJN*PRECIAD(MiREOORtO(IUVtlllA WAS 3*» * SAO PA ut Mil NAME LAM IX AXI0BJM& Y PENSJCMESDC BAMEEA^HA • LACAIXA CMHT tUM KX AOOrt KM BKEE* JA >M I MTU TIMET Him 101 M J ULT MM acc p»«nf peamtom MMH mc » eait » etwtt MR w« f„ an path 1||>?(I0I S> ' inl.li! MARIN PRmAIKMrRllTORIO Ol JVF1RA DIAS 26) 6 SAO PA Ot 111! NAME CAJA M AJICEMKM V PI34M1MS M MAJDCELOPlA - LA CAIXA CPPCfT NAM UtlT MIMT KXI >»UX U H> I VtH ITIUT Still W N » J lilt MME- *' Ac .- party nn i iim&amcejei !B.AKnmrNrt3cmlstsihL:o^tAfT)4m£STH£W YOBX •* OCT PAVU A.^'002 J'WOOO.OO MARIN PMCIADO<iR£OORIO Ot JVE1RA WAS M> 6 SAO PA j [KBIT KAM C AW M AHCUtOt Y P1B*UC*IIJ OS AAAfTtMlA ■ LA CaIKa CAIMT HAM MM «C*!«r POS Hi M »• E MYM ETEOT EU1TT IEI M uli ueNt ACC PAH TV: AC TTTUI SKMIUU FEANTCM ENIT ETP.IHS IMT DTT PATH , N»IA VALOM OMU Pi CUSTO y l*l«-BAN« Il*'i0»2 1JS0 0CO.00 MARJN-PRI riADO-CRfc'GORIO Ol iVrJRA DIAS 2ft) 6 SAO PA IKBEfNAJEi C-AlAlM.AIIOimOSVrEvSWMf' BAECririNA-IACAIY.A CMnt MAM III' 'vXKIHM KIMiP. XA JJ*l: S4TII VniSTTLfTIM N mm* ACC PARTY: OCT. PATH \nn«K JI50D0O.O0 MARIN['»IEriAf«-C > RF.OORIOOnVF.IRADIAS26J6SAOPA DEBIT KAMI TAIA W AIKMUIOS V M VAM1 Ut BARCE1AJMA • LA CAIAA CM CM! MAM HlfsC AUUi f POM RIIAJJI SA 22A t. WT11 5TMCT HffE TEI N ULT MM ACC PARTY rBAKTOM ENTWUSES IMC W PAYT u STBI 1 1 Nl • Yrjpjr. OCT. PATH IM0M $1-^ OCO.OO MARIN PRECIADO-OREOORH) Ol I VKIRA DIAS 26) 6 SAO PA OfYJMT NAME CAlA DE AllOEEOP* Y PEKIJCKtS DC aABCELOElA - LACADLA C MOT NAM BMC AODfT PON lUQ M M E MTN STELE! M »l M •HH acc party At rmi rnuwui ntAVmw i.-mEriiav, iw" OCl PAW. Wim S330 000,00 MAKIN PKIXlAlXMiRHiOKH) OI.IVHRA DIAS ?ftl A SAO PA OCmTMAMC CALAOt AHUMBxn Y Pt>«0H13 PE MB YTI CPIA IACAIAA CMCIT NAM IMC AUNT POM MCU* SA 1» E MTH STBEfT SUTE >tl «t ACC PAKIY Al 1TTU BIBATJGLai HIANTON EMIEPU3ES LHC. It I I'AIM IS/IO/2M2 »)7S 000.00 MARIN PRK IAIXM.KHiOKIIl Ol IVHRA Ol\S 2ft) ft SAO PA Or PAT MAM CAM Ol AIIOUIK Y ftNUOW DM BAXCCL0MA ■ LA CAIXA CMC0TT NAM BrOC A01.NT PUN PHI M JA JJ« I MtM mitT 1UTI TW M AC C PARTY AC m;EHIKA*KJJ» P1LA.WTOK U.7TMUIII INC UEI PAW Total USS l.958.(MH).b(l . Ifi. > ,1* ..(<■' i.. .1. Mi Extratos mostram as movimentac;oes financeiras no exterior. ri Mill Franton _ - OAOf RCMCTO OWWIW W*rm\ $150,000.00 INSTRUCTIONS urjauhai (AROMi uefllTNAME UBS AOtAIHKnn*v1l ITniKICH SWTTM m ANDRRM - CREDIT NAM RlfiC AGEVT TOR RKX IX SA »• E WH STRICT SITU 101 N mill* ACCPAKTY HI NM KMC nwm>Mjm»!itiSB mc VH»'B»I JI7.0OO.OO MAWVI'KH IA1 * M ixl (A (WO MJVtTRA WAS 2*1 < SAO FA WZi' DEBIT NAME CAJADC AJKHbOS Y FVKSIOMSPCSARCltlXMA- LACA1XA CREDIT NAM RHSC ACENT FOR RJGIE* JAW t MTHSTXEET SUITE »l N ULT BANC ACC PARTY. fRAKTON LNIt JCKI.sES CNC MA. CAST M STRICT HCW TOR* f OCT PAYM VIBV2O0I SS7.000.00 MARINI'RW.'IADO-tjKiLiOmOOLIVEIKAWASMJtSAOFA Ifi oeMTNAMf CAJA PC AMORROA Y PCNMONRS DC. RARCTLONA ■ LA CAIXA CRCOTT NAM IK1C AOCTtt KXt fUOIJl SA 2* K 94TH STtCJIT StlTTl TOI N V i ULT MMg: ACC PARTY TTRE BUSAAtlOLFR fTCAVTOS TVTTRPRltRS Dd OA. tATT M YTTtttT NT* VCREA OCT PAYM .1112/2001 S2I.St).43 INSTROCIKINS OfcflfT NAME UBSAO»Ut*OCSTRASSC«)n«ATISWrrn«IANDAa!l CRCCRT NAM MMM •<« ««*IA SA »« MTM STRICT S1ATI TCI N ACC PARTY « I PAYM l« PKANTONC is UATA ■.tUX PAPER CUSTO ■» g*ORPCA RANK (.t2iw2 s:;a.ooo,oo mai(infmciaw>oreooiuoolivuradl\s2«6saopa OCBTTNAMI CAM 01 MKMHM V fCTdKM^S^ACHjONA • LA CAIXA CREDIT NAM BCWOCWFO* ■«>(> AA IMC MTM STREET SOTTC N)l N ACCPAKTY AC. TITLE BHSAAtNLHR PRAMTON RWnRPRISKX INC OCT PAVM I -77O02 1150.000.00 llARWWI.'IAINMiRRiORIO (II IVHRA WAS 265 * SAO PA PI IR I NAME CAIA DC AHOSJEOS Y PCTWIONEX DC RAACRLONA - LA CAIXA 0MHI NAM MINT AUNT PON RKARR SA Ot I Mill STRUT HAT« *tt N ULI BENE ACC PARTY: TTAANTON RNTtRPRISCS MC 23a, EAST J4 STREET NEW YORK OCT PAYM 2V7/W01 $125 000.00 MARIN I'kI < IAIX) liKEUORIO OLIVLIRA DIAS 265 0 SAO PA DCSRT NAM* CAJA PR AIAAUUM Y PKfAMMU UC RAACRLONA - LA CAIXA CREDIT NAM kHSCAOEXT PC* RAXER SA M E J4TTI STRUT SUITTi ml N ACC PARTY AC rm EBHSARJOLCR PRANTON ■ OCT. PAYM. .H" $220,000.00 NlARW-riUiClAW>-OREOOR10 OUVEIRA DIAS 261 6 SAO FA nriUINAMt I AIA IX AHORXOS Y PEKSKXS HE »A»mOK* LA CaIXA CRCOTT NAM M ; ULT MNC. £ ACC PARTY AC TmCBHSATUOLU PRANTON fJfTYRrRTWJ INC O DCT PAYM. IVI0/2«« $175,000,00 MARIK I'RrC!Ar>O GRF.GORIO OIJVTJRA DIAS 2oJ 6 SAO PA OMIIT NAMC <:aJA IH AMORAOfi Y lt?«yuM-SC* HaACELOH* - LA CAIX A CRCOTT NAM RMSC AOCKT PAR RICLRR SA 134 C MTM STRRTT MATS 7RI N ULT BENE ACC PARTY. AC TTT1E.BIISAAIP3LER WtAATTON fTTTYRPRTSES INC OCT, PAYM . , Total USS 1.475.583,93 IrfRt ra tcti *, S cW Ktaaibr* At 20M r*Cfe»2 4c2 MTB Franto. i i|_nm)jii ooojhiioi j.m-,C.m»t i-V tf»«H«-«»IOt»'»CUNOO-«rf-/»UHTWCWTTIW>«rtrsl» im>«moi r ||T ■ i » W — — ■ DfTUTTTC U1 ■ O ■ KIN t » f KM i ..-/... .f. 1MM0JJ imIih 30080101*31 j,. y.., iiouiTaoBiotmco fujim Mn*xnoMi_ mv, uso f y 1 1 1 in tnnijD m » i ■r^wiw wwaimuvnanmunHnKuci I* - OOMolOlMl .^nu' IMWMWa Q tj MMhlr MMMf (» >WJVTQMMTllV«aiSMC WHI .» iij- MO 4aMm mm MUMUO to_M«. 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Recomendacao: aprovacto. sem restricdes. Versao: piiblica. "O present? parecer tecnico destina-sc a instruct dc proccsto constiluido na forma da Lei n* 8.884, dc 11 de junho de 1994, em curso perantc o Sistema Brasileiro de Defcsa da Concorrenela - SBDC. Nao encerra . por isto, cnnteiido decisorin ou vinculante. mas apenas ;>u\ili ir iulgamento. peln ( misi-llm \rtministrativo dc Hcfcsa t n>tn"unu:i - C \I>K . dns .Hon c condutas dc que trata a Lei. A divulgacao de seu teor atendc ao proposito de conferir publicidndc aos conceitos e criterios obscrvados em procedimentos da cspecie pcla Secretaria de Acompanhamento Economico - SEAE, cm bencficio da transparSncia e uniformidadc de condutas." A Secretaria de Direito Econ6mico do Vtinistcrio da Justica solicila a SEAE. nos tcrmos do Art. 54 da Lei n.° 8.884/94, parecer tecnico referente ao ato de concentracao entre as cmpresas Nova Tarrafa Participacoes Ltda. e Internet Group (Cayman) Limited. con* t •■ mo TRIBUNAL DC JUSTICA Dt SAO PAULO : i Documentos da Secretaria de Acompanhamento Economico (Seae), do Ministerio da Fazenda, que analisavam ato de concentracao, flagraram Carlos Jereissati na condicao de proprietario da Infinity Trading. SEAEMF Ale de Concaiiritte n. , 080120023S9/0o-3l que, per sua vcz, controla novc cmpresas que ofcrcccm services dc telcfonia fixa nas Rcgioes Sul, Centro Oeste e em parte da RcgiJo Norte do Brasil, segundo disposto pelo Piano Geral de Outorgas (PGO), aprovado pelo decreto n.° 2.534. de 02.04.98 que, para rcgioes c subdividiu tres dessas regides em sctorcs. O Grupo, que atua somentc no Brasil, obteve urn faturamento de RS 4.055 milhdes em 1999. 1.2 Vtndedora 4. A cmpresa Internet Group (Cayman) Limited, doravantc denominada IG Cayman, c uma sociedade constituida, em novembro de 1999, de acordo com as leis das Ilhas Caima e tern sede em Maples and Calder. Ugland House. South Church Street, P.O. BOX 309. Grand Cayman, Cayman Islands. British West Indies. A IG Cayman 4 conrrolada pclas ^ cmprcsas GP Holdings Inc. c Global Investment and Consulting Inc, unicas socias detcntoras dc acdes Classe A. 1 Os demais socios da cmpresa, detentores de acdes Classe B. sao: Infinity Trading Limited. Andrade Gutierrez Tclecomunicacoes Ltda., Digital Network Investment Ltd. e NG-9 Internet Investment Ltd. A empress foi nao aprcscntou faturamento no anode 1999. 5. A Internet Group do Brasil Ltda., doravantc denominada IG Brasil, e uma sociedade por quota dc rcsponsabilidadc limitada, com sede na Rua Amauri, 299, 7* andar, na cidade de Sao Paulo. A cmpresa e subsidiana da IG Cayman, que possui 99,99 % dc suas quotas. Seus outros socios sao Carlos Alberto da Veiga Sicupira e Veionica Valente Dantas. A IG Brasil, que t o objeto da operacao no Brasil, foi constituida em dczembro dc 1999 e atua no pais no segmcnto de services relacionados a Internet, sobrctudo no provimento de acesso discado gratuito a Internet e na comercializacSo de espaco para publicidade virtual em suas : A definicab de«a inrn-esnutun de telecomunicacoea esti inscnda no Piano Ueral de Metis pan a universallracao do servico telefonico fwo comuttdo prestado do re jimc publico, aprovado pelo Decreto it.' 2.592, de 13 de maio de 1998 (POM), que a define corno o "servico de lelecoraunicacflcs que, por meio da tranimisslo de vox e de outros sinais. deslioa-se a comunica«;io entre pontoi fiJtos determinados, utilixando procewos de telefbnia". 1 bilbrmam as requcxnles, em respojta ao Ofieio n .• 1647 COGSE/5EAE/MF, de 19 de maio dc 2000 que, em uma comparacao com as Sociedades Anonimas Brasileiras, ac*" Xlaaae A" correspondeates a acoes ordinahas e com direito a voto e acdes "Clasie B" correspondem a acdes preferenciaij e sem dtroto a voto. efeitos da prestaciSo do Servico de Telcfonia Fixo ComuUklo (STFC) 1 , dividiu o pais cm 1 COP1A EXT RATA* NO TRIBUNAL 0* JUSTIC.A DE SAO TAUlO Vmio Prtbuca SF.AF. MF Alo dc Coikf WfJtJo n ' USUI : 0C:?5? iX 31 Ksquema 2. Participacao acionaria na euipresa IG Cayman NoviTanafa IO Cayman Ksquema 3. Composicao societaria da empresa IG Brasil 10 Cayman C9W9999* Carlo* Alberto da Vciga Sicupin (0.000005%) Veronica Valente Dantas (0.000005%) IG Bra.il 7. A notificacio ao Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrencia (SBDC) se deu com base no Fato Relevant* dc 17.02.2000,' no qual a Tele Centro Sul anunciou mveshmcnto na IG Cayman. 8. £ imponante apontar, por urn lado, que a opcracao derivada do Fato Relevante nao provoca alteracao na estrutura do capital da IG Brasit, cujo controlc permanccc sendo exercido pela IG Cayman. Por outro lado. a participacao acionaria da Tele Centro Sul na Nova Tarrafa e tambem minoritiria (23%). O percentual rcstantc (77%) pertence a Opportunity. A tabela N* 2 apresenta a participacao societaria na IG Cayman antes e depots da opcracao: ' As requereniej submetenun copia de texto publicado no jomal Gazcta Mercantil. de 18. 19 e 20 de feverciro de 2000, pagina A-10, com ritulo "Fato Relevante Tele Ccr.tro Sul Parcapajoa S A anuncia investimenlo no provedor de acesso IG". 5 COPIA EXTRAlrjA NO TRIBUNAL 0€ JUST1CA 06 SAO P AULC VetrioPoblxM SEAE/MF AioJeCcocealracao n.*OS012.CC235»W-31 3. Rccomendavao 9. Tendo em vista as definicoes apresentadas no Guia para Analise Economica de Alos dc Concentracio,' entende-se que a presentc opcracao nao tem caracteristicas~ de concentracao economica. Deprecndc-sc que nao configure como a constituicio de sociedade para excrcer o controlc dc outra empresa, pois trata-se de investimento dc dois agentes economicos para a constituicao de uma tcrceira sociedade que participa no capital de uma quarta pessoa juridica, mas nao a influencia decisivamente. Assim sendo, nao se procedeu a analise do mercado rclcvante ncm da possibilidade de exercicio de poder de mercado dcrivado da opcracao. i 10. Cabe ainda ressaltar que nao sc idcntificou a necessidade de analisar eventuais relacoes vcrticais 7 cntre a Tele Centro Sul. que opera no mercado dc lelecomunicacSes, e a IG Brasil, que e urn provedor de aces so discado gratuito a Internet. Ainda que a primcira possa ofertar produtos ou services a segunda, constatou-se que a Tele Centro Sul tern participa^ao minoritario no empreendimento da Nova Tarrafa que, por sua vez. nao exeree controle sobre a controladora da IG Brasil. 1 1. Diante do exposto. conclui-sc que a opcracao n3o evidencia impactos r.cgativos do ponto de vista da concorrencia e, portanto, sugcrc-sc que scja aprovada sem restricoes. A apreciatio superior. * Caii para Anallw EronAnlca de Aloi dc Concentracao. publicado pcla Poittria SEAE r.* 39. de 29.06.99 (D.O.U. n,* 1 24 - Secio 1 , de 1 .7.99), item 6 a 1 6. ' Uma inlcgrayao vertical cnvolve fomu que operam em difcrcntcs mas complementarw nlveis na cadcia de producio ou dutnbuicio. A caracteristica ftindamental de uma miegnclo vertical t que o produto ou scrvico produzido por uma firma pode set usado como insumo do produlo ou serv.co oferecido por oum firma. cOpw extra Ida no tusymal 0€ justiqa dc sao pava.0 8. 0 PRIMO MAIS ESPERTO DE JOSE SERRA 0 perdao de uma divida milionaria no Banco do Brasil. E o apoio do BB para estrear na privataria... Preciado vai a luta e compra tres estatais sob FHC. Com a bengao de Ricardo Sergio e o dinheiro da Previ. Altos negocios com um parai'so natural da Bahia. A trajetOria dO empreSariO espanhol naturalizado brasi- leiro Gregorio Marin Preciado, 67 anos, e um exemplo de como lacos de familia funcionam como chaves para abrir muitas portas, escancarar novas oportunidades e levar vantagem sem fazer muita forca. Desde que passou a integrar o cla dos Serra, os horizontes do primo Preciado expandiram-se consideravelmente. Casado com uma prima em primeiro grau do ex-governador de Sao Paulo, Preciado arrebatou vantagens bancarias distantes das que arrebata- riam mortais comuns, brasileiros ou espanhois. Ou voce, leitor, ob- teria, munido somente de sua integridade e seus belos olhos, um abatimento de seu debito com o Banco do Brasil de R$ 448 milhoes para irrisorios R$ 4,1 milhoes? 30 Uma reducao amiga de 109 vezes o valor da pendencia, decididamente, nao e para qualquer bico. Mas para bico de tucano, com certeza e... A divida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhoes, segundo declarou o proprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotacao cambial do periodo de aproximadamente R$ 3,20 por um dolar. O caso foi revelado em 2002 pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo. 167 HISTORIA AGORA A chave magica gira pela primeira vez para o contraparente de Jose Serra em 1983. Catapultado pelo apoio do poderoso primo, Preciado toma assento no Conselho de Administracao do Banco do Estado de Sao Paulo (Banespa), entao o banco publico estadual. O governador era Franco Montoro e Serra, seu secretario de planeja- mento. Os tucanos ainda nao eram tucanos e abrigavam-se no ni- nho do PMDB, de onde logo bateriam asas, acusando a velha legenda de antro de fisiologismo, pecha que a historia, essa matro- na sarcastica, cobraria do proprio PSDB um pouco adiante. O pri- mo de Serra permanecera no Conselho de 1983 a 1987. Mas e com os cofres do Banco do Brasil que o primo do peito ira se encontrar. Em agosto de 1993, Preciado toma um emprestimo equiva- lente a US$ 2,5 milhoes na agenda Rudge Ramos, em Sao Bernardo do Campo (SP). O financiamento, em nome das empresas Gremafer Comercial e Importadora Ltda. e Aceto Vidros e Cristais Ltda. 31 que, na epoca, tinham varios titulos protestados na praca, demora a ser li- berado. Quando ocorre a liberacao, as duas empresas de Preciado, ato- ladas em dfvidas, nao conseguem paga-lo. No ano seguinte, acontece a primeira renegociacao. Mas nao e honrada. Apenas a Aceto paga uma parcela — referente a outubro de 1994 — do seu debito. Corre o ano de 1994 e Preciado esta mordendo a lona. J a deve aproximadamente R$ 20 milhoes, que nao pode pagar ao Banco do Brasil. Mas pode doar, por meio das endividadas Gremafer e Aceto, a bolada de R$ 87.442,82 para a campanha do primo Serra ao Senado. O BB ajuda a bancar as investidas empresariais de Preciado e este ajuda a bancar a candidatura do primo. O deposito consta da prestacao de contas do candidate a Justica Eleitoral. O tempo passa e o banco publico nao ve a cor do seu dinheiro. Enquanto isso, a Gremafer vende R$ 1,7 milhao em imoveis. Mesmo 31 Gremafer Comercial e Importadora Ltda., de Sao Bernardo do Campo (SP), e Aceto Vidros e Cristais Ltda., de Sao Paulo (SP). A Gremafer trabalhava com a importacao de ferramentas. 168 A PRIVATARIA TUCANA assim, por bizarro que possa parecer, Preciado emplaca um segun- do emprestimo no BB. Em novembro de 1995 — com FHC presi- dente e Serra senador — o inadimplente Preciado extrai nao apenas um financiamento de montante ainda superior ao primeiro: US$ 2,8 milhoes. De lambuja, uma nova e camarada renegociacao permitiu-lhe abater R$ 17 milhoes do passivo anterior! Alias, de- pois disso, a Gremafer vendeu mais R$ 2,2 milhoes em imoveis. Para o BB rumariam apenas R$ 160 mil. "Totalmente exotico", registrou o Ministerio Publico Federal na acao cautelar de improbidade que moveu contra Preciado e duas dezenas de pessoas fisicas e juridicas em 2004. Mais do que exotico, ilegal. Dirigentes do BB "estao envolvidos num complexo de rela- coes espurias, mesclando negocios publicos com conexoes politicas com altos funcionarios do governo", acentuou a acao. "A renovacao sucessiva de operacoes sem liquidez, com garantias inidoneas e in- suficientes, configura ato de improbidade", agregou. Perdoado e ainda agraciado com credito farto, o primo de Serra, novamente, nao salda sua divida. Documentos do BB, citados pelo MPF, sinalizam que Preciado, em vez de pagar o devido e sanar suas empresas, teria aplicado os recursos em negocios pessoais, entre eles a lavanderia Mr. Clean e as empresas Petrolast, Gamesa do Brasil, Iscar, Porto Marin, alem da fabrica de ferramentas Fhusa, esta na Espanha. E na aquisicao de imoveis. Em 1998, quando o poderoso diretor da area internacional, Ricardo Sergio de Oliveira, mandava e desmandava no BB, a ge- nerosa direcao do banco perdoou mais uma fatia substancial da divida do apreciado primo. Apesar do passado e do passivo de mau pagador. De uma so tacada, desbastaram-se R$ 57 milhoes da frondosa divida. Nada mau. Preciado devia, entao, R$ 61,3 milhoes e passou a dever R$ 4,1 milhoes. O MPF reparou que o proprio Preciado, em nota a imprensa, calculou sua divida total — turbinada pela inadimplencia e a elevada taxa de juros — em 169 HISTORIA AGORA US$ 140 milhoes (R$ 448 milhoes ao cambio da epoca). O primo do hoje candidato tucano a Presidencia da Republica ainda cul- pou "as draconianas regras do sistema bancario", as quais identi- ficou como "perseguicao". Devendo milhoes ao Banco do Brasil, com suas empresas arrui- nadas ou a beira da bancarrota, Gregorio Marin Preciado e uma carta fora do baralho. Certo? Nada disso. Acontece que o empreen- dedor, primo e socio de Serra, nao e homem de se intimidar com pouca coisa. Quando se abriu a porteira dourada dos grandes ne- gocios das privatizacoes na Era FHC, Preciado, num estalar de de- dos, transmutou-se em player global para jogar o jogo pesado da privataria. E foi as compras. Representante da empresa Iberdrola, da Espanha, montou o consorcio Guaraniana, que adquiriu tres es- tatais de energia eletrica: a Coelba, da Bahia; a Cosern, do Rio Grande do Norte; e a Celpe, de Pernambuco. Parece magica, mas nao e. E algo bem mais soturno, movido nao pela mao invisivel do mercado, mas pela mao onipresente do ex- -tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sergio de Oliveira que, no exercicio desmesurado do seu cargo, obrigou o Banco do Brasil e a Previ, a caixa de previdencia dos funcionarios do BB, dois lugares onde dava as cartas e jogava de mao, a entrar na danca de Preciado. Seu poder chegou a tal exacerbacao, que o BB associou-se a uma empresa representada por um notorio e contumaz devedor do ban- co. Ricardo Sergio operava diretamente no BB, atuando na Previ por intermedio do diretor, Joao Bosco Madeira da Costa. Ex-assessor de Ricardo Sergio no banco, Madeira da Costa desfrutava de tal intimi- dade com o ex-chefe, que os dois se tratavam por "boneca". Foi Ricardo Sergio quern indicou Madeira da Costa para a Previ, que cumpriu fielmente as ordens recebidas. E a Previ realizou um nego- cio fabuloso, digno de constar em um manual da estupidez negocial. Na composicao do consorcio, a Previ entrou com 49% do seu ca- pital, cabendo a Iberdrola, 39%; e ao BB, 12%. Na hora do desembolso, 170 A PRIVATARIA TUCANA tocou a Iberdrola participar com R$ 1,6 bilhao; e o banco publico, com R$ 500 milhoes. E a Previ? Bern, a Previ depositou R$ 2 bi- lhoes, de forma que entrou com a maior de todas as somas e, mes- mo assim, nao detinha o controle acionario do empreendimento. Pagou para o socio comandar! Um case emblematico de como o dinheiro publico pode servir de alavanca para alienar patrimonio publico em favor de interesses privados. Investigar este submundo onde a polftica serve como gazua para o enriquecimento privado nunca foi facil. Preciado, por exemplo, deveria comparecer a CPI do Banespa (2002) para escla- recer suas relacoes com Vladimir Antonio Rioli, Jose Serra e Ricardo Sergio de Oliveira. O PSDB, porem, travou sua convoca- cao, mesmo contra a vontade do presidente da CPI, Luis Antonio Fleury (PMDB) e do aliado dos tucanos e relator da comissao Robson Tuma (PFL). Preciado e o caminho para chegar ate Serra e, assim, o "Espanhol" precisa de protecao. Porque protege-lo significa impedir que toda a historia desabe no colo dos caciques da sigla. A vida e dura, mas Preciado nao pode se queixar. Se o Banco do Brasil levou a pior na convivencia com ele, o primo de Serra vaibem obrigado. Continua sendo dono da Aceto e da Gremafer. E tambem o proprietario da Porto Marin Empreendimentos Imobiliarios. Hoje, e dono de uma mansao de US$ 1 milhao em Trancoso, paradisiaco recanto do Sul da Bahia. E o mesmo oasis que a famllia Serra busca para recuperar-se da ardua labuta para ganhar o pao de cada dia. Neste santuario da elite paulistana, como a empresaria Eliana Tranchesi, dona da butique Daslu; e de vips globais, caso da top model Naomi Campbell; foi que Jose Serra passou o reveillon de 2010. Em Trancoso, Serra costumava hospedar-se com o primo. Daquela vez, porem, quern o recebeu, durante oito dias, foi a filha Veronica, proprietaria de outra mansao. 171 HISTORIA AGORA Nao se sabe se Serra trocou alguma ideia com o primo Preciado, mas o certo e que o "Espanhol" continua na ativa. Na Bahia, ele retornou ao noticiario enrolado na apropriacao conturbada da ilha do Urubu, outro eden baiano, situada nas imediacoes de Trancoso. Preciado e a ilha juntam-se por meio de uma decisao tomada pelo entao governador baiano, Paulo Souto (DEM), em 2006, no apagar das luzes de seu governo. Nao seria a primeira vez que uma iniciativa de Souto favoreceria o primo de Serra. Em 1997, o sena- dor pefelista Antonio Carlos Magalhaes luzia como o grande oli- garca e centro do poder do Estado e fizera Souto, um de seus pupilos, sentar-se no trono baiano. Como vender patrimonio publico no Brasil da decada de 1990 era um imperativo da mudernidade, Souto levou a leilao a Companhia Eletrica da Bahia, a Coelba, negociada por R$ 1,7 bilhao. Do outro lado do balcao estava justamente Preciado, como representante da multinacional Iberdrola no consorcio Guaraniana. A venda da estatal para o consorcio do primo de Serra foi saudada pelo entao ministro de Minas e Energia de FHC, Raimundo Brito, como "um sucesso" e "um premio" ao governo baiano que "vem administrando a empresa com serieda- de e responsabilidade publica e empresarial". O affaire "ilha do Urubu" e diferente, mas tambem envolve con- cessao generosa de propriedade publica que, ao fim e ao cabo, favo- rece o parente do ex-governador paulista. Derrotado pelo petista lacques Wagner nas eleicoes de 2006 e esvaziando suas gavetas no Palacio de Ondina, Souto foi a forra contra a Bahia e os eleitores e despachou um saco de bondades custeadas pelos cofres estaduais, que incluiu a outorga a particulares de 17 propriedades rurais, 12 imoveis e 1.042 veiculos do Estado. £ o que revelou denuncia do deputado Emiliano Jose (PT/BA), ampliada na imprensa. 32 Das "Ilha do Urubu, o paraiso traido", materia de Leandro Fortes em Carta Capital, edicao de 05/1 1/2009. 172 A PRIVATARIA TUCANA terras outorgadas, uma foi a ilha do Urubu, considerada uma das areas mais valorizadas do litoral do Atlantico. Aconteceu assim: Souto doou a ilha a cinco integrantes da familia Martins — Maria Antonia, Benedita, Ivete, Joel e Angelina — que a reivindicavam havia 30 anos. Pescadores e pequenos comerciantes, os Martins habitavam a ilha desde o comeco do seculo passado. Os cinco aquinhoados so poderiam vender a ilha cinco anos apos recebe- -la em doacao. No entanto, quatro meses apos, Preciado tomou pos- se das terras pela pechincha de R$ 270 mil. Ate entao, a relacao entre Preciado e os Martins fora tumultua- da. £ que o Espanhol tambem invocava a condicao de proprietario da ilha obtendo, inclusive, da Justica baiana, um mandado de rein- tegracao de posse. O oficial de Justica Dilson Jose Ferreira de Azevedo deu um testemunho eloquente sobre os metodos de con- vencimento aplicados pelos prepostos do primo de Serra. Azevedo contou que, chegando a ilha, no dia 26 de outubro de 2006, encontrou apenas um casal de velhos — Maria Antonia e Joel Martins — a sombra de uma arvore. Os dois foram oficiados sem qualquer atrito. Entretanto, com a presenca de empregados de Preciado, deflagraram-se as hostilidades. Nas palavras do oficial de Justica a Vara Qvel e Comercial da Comarca de Porto Seguro, os capangas dos auto res (alem de Preciado, a mulher dele, Vicencia Talan Marin) "procederam a derrubada e queima do barraco ali existente". Transcorridos dois meses, "Maria e Joel venderiam a mesma terra a quern lhes havia derrubado e incendiado a casa". 33 Em 2008, Preciado negociou seus direitos possessorios sobre 112 hectares da ilha para a empresa Bella Vista Empreendimentos Imobiliarios. A Bella Vista e controlada pela Dovyalis Participacoes S.A, presidida pelo especulador belga Philippe Ghislain Meeus. Preciado, que adquiriu as terras por R$ 270 mil, vendeu-as por Idem. 173 HISTORIA AGORA R$ 5 milhoes a Meeus. Hoje, este pedaco de terra, supostamente o mais valioso da orla sul-americana, Valeria dez vezes mais. Preciado passou adiante a ilha, mas permaneceria proprietario de mais de 160 hectares na valorizadissima regiao de Porto Seguro. O lance final de Souto ao deixar o governo gerou uma disputa feroz. A comecar pelo fato de que, alem dos cinco Martins bene- ficiados, muitos outros membros da mesma familia apresentavam- -se como posseiros no lugar, alguns deles desde a decada de 1930. A confusao aumentou com o ingresso de um novo elemento na briga: os indios Pataxo. Com faixas com dizeres como "Nos so- mos os donos da ilha do Urubu", um grupo de pataxos, chefiados pelo cacique Arakati, realizou um protesto no local e fez uma ocupacao simbolica em fevereiro de 2010. Arakati afirma defen- der os direitos das indias Iracema e Vandelita Alves Martins, fi- lhas do pataxo Alolsio Martins que, em 1964, teria recebido 56 hectares da fazenda Rio Verde — ilha do Urubu — da prefeitura de Porto Seguro. No comeco de 2010, um parecer da Procuradoria Geral do Estado declarou nula a doacao da terra. Foi uma resposta a acao popular movida contra Souto que tramita na 8 a . Vara da Fazenda Publica, do Tribunal da Justica da Bahia, e que acabou aplainando o caminho do primo de Serra. A iniciativa da acao foi do advogado Rubens Freiberger, em nome das duas indias. Atribulacoes juridicas a parte, a ilha parece estar em perigo. Em maio de 2010, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaveis (Ibama) multou duas vezes a empre- sa Trancoso Bio Resort Agropecuaria Ltda. sob acusacao de crime ambiental. A Bella Vista tambem foi penalizada. As duas empresas sao vinculadas ao milionario Meeus. A exemplo de Ricardo Sergio, alem da lavanderia do Banestado, do MTB Bank e da Beacon Hill, o Espanhol nao teve nenhuma dificuldade em aprender a formula das pocoes milagrosas para 174 A PRIVATARIA TUCANA arrecadar dinheiro em operacoes tecnicamente implausiveis. No final da decada de 1990, Preciado descobriu que o Socimer International Bank — mal-afamada instituicao financeira de ca- pital espanhol — estava atuando clandestinamente no pais. Na ocasiao, o banco havia mergulhado em um escandalo que causou US$ 200 milhoes de prejuizos a cerca de cinco mil clientes. Grosso modo, o Socimer captava dinheiro de pequenos investidores sob o pretexto de aplicar em titulos na divida de paises emergentes como o Brasil e o Chile. Seria uma transacao corriqueira, se os titulos realmente tivessem sido comprados e todo o ervanario nao tivesse desaparecido. Em 2002, ao vasculhar processos judiciais e fazer um levanta- mento na Junta Comercial de Sao Paulo, 34 descobri que o Socimer, mesmo liquidado, estava atuando como instituicao financeira em territorio brasileiro sem a autorizacao do Banco Central. Embora sua subsidiaria no pais, a Socimer do Brasil, pudesse apenas, legal- mente, comercializar produtos de importacao e exportacao, o ban- co efetuava emprestimos e ajudava empresas e empresarios a repatriar valores. Em 15 de outubro de 1997, por exemplo, o banco foi fiador de operacao no montante de R$ 2 milhoes em que o li- quidado Milbanco repassou os creditos de seus correntistas ao Banco Industrial do Brasil. Obtidos durante uma busca de quase dois meses nos cartorios e na Tustica de Sao Paulo, os documentos revelam que as operacoes do Socimer eram feitas por meio de con- tratos particulares a margem das leis financeiras. A papelada mostra que, no mesmo ano, Preciado recorreu ao mesmo banco para trazer US$ 1,3 milhao das Bahamas, outro paraiso fiscal do Caribe, por meio de uma simulacao de empres- timo. Na ocasiao, os representantes do banco no pais admitiram ao autor que nao tinham autorizacao para realizar esse tipo de "O paraiso fiscal e aqui". Amaury Ribeiro Jr. em IstoE, edicao de 18/09/ 2002. 175 HISTORIA AGORA transacao. So que, ao contrario do que aconteceu com os corren- tistas que faliram ao comprar a papelada fantasma do banco, a tentativa de aplicar golpe no Brasil — pelo menos com Preciado — nao deu certo. O Socimer teve de ingressar com um processo de execucao na Justica de Sao Paulo para receber a bolada trazida do Caribe. Foi gracas ao processo, em fase de conclusao, que o autor teve acesso aos detalhes da transacao. Mais uma vez as liga- coes entre o ex-tesoureiro de campanha do PSDB e Preciado vem a tona. Nos autos do processo, Preciado confessa possuir divida de R$ 82 mil com Ronaldo de Souza — ex-socio e testa de ferro ja falecido de Ricardo Sergio. A justificativa alegada para a divida e a aquisicao de um terreno. Disposto a provar que todas as denuncias sao somente intrigas da oposicao, Preciado esta publicando suas memorias sob o titulo Vida Aberta. Veiculadas em capitulos, desde o comeco de 2010 no site da familia, 35 a narrativa aborda a trajetoria de Preciado e de sua familia no Brasil. Preciado conta, por exemplo, que o pai dele, Gregorio Marin Burdio, perseguido pelo ditador Francisco Franco, teve de abandonar Zaragoza, na Espanha, em meados do seculo passado. Foi assim que comecou a historia dos Marin Preciado em solo brasileiro. Os lacos de amizade com Jose Serra, reforcados na decada de 1960 em Sao Paulo, sao tambem tratados detalhadamen- te. "Aos 20 anos, retomei meus lacos de amizade com a familia Serra e Talan, que conhecera no Mercado Central e reencontrei Bidu (Vicencia Talan Marin), paixao e amor a primeira vista. Minha es- posa ha 43 anos e prima-irma, por parte de mae, de Jose Serra." O Espanhol volta a falar de Serra ao retratar a historia do exilio do ex- -governador durante o regime militar. "Naquela epoca do nosso namoro (entre Preciado e Bidu), entre 1963 e 1964, Serra era presidente da Uniao Nacional dos Estudantes. gregoriomarinpreciado.blogspot.com. 176 A PRIVATARIA TUCANA Discursos incendiarios, Joao Goulart, Revolucao Militar, exilio. Primeiro para a Bolivia. Me lembro da ida com o meu sogro, Pedro Talan, a embaixada da Bolivia no Rio de Janeiro, despedida para o exilio numa noite tipica de Sao Paulo em um hotelzinho pequeno, em frente ao aeroporto de Congonhas." De acordo com o Espanhol, a proximidade com Serra o teria le- vado a participar da fundacao do Movimento Democratico Brasileiro (MDB) e da campanha em favor da redemocratizacao. Garante que teria ajudado a viabilizar a ideia de Alexandre Dupas de fazer o placar das Diretas Ja, 36 alem de angariar recursos para a publicacao do livro A transicdo democrdtica que deu certo. As cons- tantes viagens de Preciado ao exterior, onde Serra estava exilado, acabaram estreitando os lacos entre os dois. "Encontrei-o em Nova York, na Ithaca Cornell University. Conheci brasileiros exilados, al- guns hoje expoentes na politica. Serra voltou do exilio sozinho. Monica e filhos ficaram nos Estados Unidos e ele morou em minha casa durante quase um ano. Nesse periodo, em inumeraveis reuni- oes noturnas, nasceu o germe da transicao, da volta a democracia, comecou-se a organizar-se o MDB com Ulysses Guimaraes, FHC, Franco Montoro e Jose Gregori." Preciado justifica que so foi nomeado conselheiro do Banespa, durante o governo Franco Montoro, devido a influencia de peixes graudos do entao MDB. Diz ter sido indicado para o cargo por Ulysses Guimaraes e pelo proprio Montoro. O nome de Serra nao e citado. "Ganhamos as eleicoes em Sao Paulo e participei ativa- mente de quase todas as campanhas. Gracas a essas amizades, os saudosos Franco Montoro e Ulysses Guimaraes me indicaram para o Conselho de Administracao do Banespa. Luiz Carlos Bresser Pereira aprovou meu historico e indicacao. Permaneci nos dois pri- meiros anos, ao longo do mandato de Bresser como presidente do O painel expunha a popula^ao o nome dos parlamentares que votavam a favor e contra as Diretas Ja. 177 HISTORIA AGORA banco. Quando Fernando Milliet assumiu o cargo, fui confirmado ao cargo para mais dois anos por minha conduta ilibada." Em outubro de 2010, o blog deu um tempo para as memorias. E concentrou-se nas notlcias da festa de 90 anos da sogra de Espanhol, Tereza Chirica Talan. A festa reuniu cerca de 80 parentes das fami- lias Serra e Preciado, no Opera Bar, tradicional casa noturna no bairro de Pinheiros, Zona Oeste da Capital paulista. Em plena cam- panha presidencial, Serra nao pode comparecer. Em dezembro, Preciado reuniu novamente a famllia, desta vez para comemorar o aniversario, tambem de 90 anos da mae, Assuncion Preciado Graciano, em Santo Andre, na regiao do Grande ABC. Ao discursar, Preciado nao conseguiu segurar a emocao. Antigos aliados do sena- dor Antonio Carlos Magalhaes, que nunca morreu de amores por Serra, os adversarios baianos de Preciado ironizam. Dizem que o Espanhol, hoje totalmente livre de dividas, tambem costuma se emocionar em festas ao lembrar do apoio que sempre recebeu no pais. "Viva el Brasil", costuma brindar Preciado. "Viva la privatiza- cion", emendam seus inimigos. 178 Of ATTOflVfY 1 aWTTOKVEY m mad* a» «# jllONAL LID * im;wy phi Brrtnh VVpi ^0 Bo* M2. fcitah Rom! TowiJ ^ •- - 1 I Mr IktiUr ^j^I I.VT1RSATIONAL LTD J ; of *m*wt m im$tt a» mjj _- attM* tyiin— w Afl tnrihan xtoiMy card !KN| ^MMMr Ncf rtu 200. Apamm jjltaa 'Grtnirw'X ao *iat h* I J to PvcttH Srull L*J- « ■ S» lfh» ul BfUat wrth htfafl MhL *4c IWo. fcuiL < fm w «tfi> «tcx* erf 4 I ImAh to ttfr a *~ttor» Trg*n£inc «nv and ' to, thr appcuntotmi »rd I «ftt) and mratfcm d 111 fix adrtr«^vaiura and I la thr nar.lnaacn and I jdJtotn button <4 p«c*»*, *» f p|wyl. »K# lauuiw* of qiwti S or Hk of tyacttt. ihr t , iuWnpft^n right* of r k> tapiU! <w m ■Hd dwpow ct I xcu. kv ftaxr-t i t>l (Ms pcft'tf - . acnwm w a* Iwdinf. bur not I OP DeawncoM. inc «cond ^a, ^,,, ,,. No Ml of a> SIXTH. A it*-***** , al fidl i s ofCo" 01Ukl,os 9. A FEITICARIA FINANCEIRA DE VERONICA SERRA A sociedade das Veronicas. E as empresas de fachada. 0 genro que opera milhoes. Mas fica pobre de uma hora para outra. E enriquece de novo! 0 metodo de trazer dinheiro dos parai'sos fiscais. A sombra de Daniel Dantas. Foi a bordo de urn vestido tomara-que-caia perolado, cor- tado pelo estilista Ocimar Versolato, que a empresaria Veronica Serra, 31 anos, casou-se com o tambem empresario Alexandre Bourgeois, 32. A festa durou tres dias. Comecou em 19 de abril, com a uniao peran- te a Igreja Catolica, seguiu com o enlace civil no dia seguinte e culmi- nou, no terceiro dia e em alto estilo, com uma recepcao para 800 convidados no Sao Francisco Golf Club, reduto da nata paulistana desde sua fundacao pelo conde Luiz Eduardo Matarazzo, em 1937. Entre os convivas, destaque para Antonio Ermlrio de Moraes, Geraldo Alckmin e sua mulher, Lu, Jose Sarney e Dona Marly, Ruth Cardoso e grao-tucanos como Tasso Jereissati e Andrea Matarazzo. Nao foi por nada que a revista IstoEGente titulou sua materia sobre o evento como "A noiva do poder". O ano era 2001, FHC era presiden- te e o pai da noiva, Jose Serra, seu ministro. Nao foi um comeco de uma nova historia, mas uma continuacao. Veronica e Alexandre estavam juntos havia tres anos. Nos anos 1990, encontraram-se na Harvard Business School, em Boston, centenaria universidade que tern como divisa "Educando lideres 181 HISTORIA AGORA para fazer a diferenca no mundo". Para honrar o preceito ou nao, logo apos, a par de namorados, os dois tornaram-se socios. Casados sob o regime de separacao total de bens, quern os une, no mundo da economia, e a empresa IConexa S.A., fundada em setembro de 1999 e originaria da Superbid S.C. Ltda. Sao dois dos cinco socios fundadores. A IConexa serve de ferramenta para internar dinheiro procedente de paraisos fiscais, o que acontece por meio de sua ho- monima, a IConexa Inc., uma offshore abrigada no escritorio do grupo Citco, em Wickhams Cay, na cidade de Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britanicas. O acionista e procurador da IConexa Inc. e justamente um dos donos da IConexa S.A., Alexandre Bourgeois, que assina pelas duas. E a IConexa das Ilhas Virgens Britanicas que ira integralizar o capital da Superbid ou Iconexa S.A. Temos, portanto, duas IConexas e uma Superbid. Por enquanto. Porque ha mais cascas de banana no caminho de quern se arrisca a rastrear suas idas e vindas. O leitor deve se acostumar, porque o jogo e esse mesmo. Quern joga assim nao vem para explicar, mas para confundir. Para Veronica, 2001 marca mais do que as bodas com Bourgeois. Assinala tambem a abertura de sua empresa, a Decidir.com.inc na su- ite 900, numero 1200, na Brickell Avenue, principal arteria do distrito financeiro de Miami, sempre associada a altos negocios e riqueza. Da sociedade participa outra Veronica. Irma e socia do banquei- ro Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, Veronica Valente Dantas Rodemburg compartilha a gestao com a xara e filha de Jose Serra. A direcao executiva e composta por Veronica Dantas, que representa o fundo CVC Opportunity, com Veronica Serra, respon- dendo pelo fundo International Real Returns — IRR, e mais quatro socios. 37 De acordo com o proprio site da empresa, a Decidir.com.inc Guy Nevo, representante da Decidir Argentina; Brian Kim, pelo Citibank; mais Esteban Brenman e Esteban Nofal. 182 A PRIVATARIA TUCANA passa a atuar com um investimento de US$ 5 milhoes do Citicorp — entao ligado ao ex-tesoureiro de campanha de Serra e grande operador das privatizacoes, Ricardo Sergio de Oliveira — e do pro- prio Opportunity. A sociedade entre as duas Veronicas — que ha quase 10 anos e contada de varias formas na internet — veio a publico em 2002, quando Serra disputava pela primeira vez as eleicoes a Presidencia. Por incrlvel que possa aparecer, nao foram os partidarios de Lula, rival de Serra, que jogaram a bomba no ar e sim a revista IstoE- -Dinheiro, aliada sem nenhum pudor — e nao faz a minima ques- tao de dissimular isso — ao banqueiro Daniel Dantas. "Veronica Serra, filha do candidate do PSDB, era socia ate maio ultimo de Veronica Dantas Rodenburg, irma de Daniel Dantas, do Opportunity. Elas fundaram, juntas, uma empresa de internet, a Decidir.com, que continua em plena atividade. A empresa foi regis- trada em Miami em 3 de maio de 2000, sob o numero P00000044377. Mas a operacao nos Estados Unidos vai durar pouco. A filha de Serra tirou o nome da empresa antes de o pai ser oficializado can- didato", diz a nota. E como explicar essa noticia? A revista brigou com Dantas? Ou o banqueiro ficou louco ao ponto de se autodenunciar? Nada disso. De acordo com as investigacoes da Policia Federal, na epoca, o Banco Opportunity brigava com os socios estrangeiros e com a Previ, o fundo de previdencia dos funcionarios do Banco do Brasil (BB), pelo controle da Brasil Telecom. Sendo assim, pressionava o ex-governador paulista a intervir na indicacao da diretoria da Previ, que detinha a maior parte das cotas das empresa de telefonia. Em outras palavras, por meio da publicacao, Dantas usava a sociedade entre as duas Veronicas para chantagear Serra. Esse mecanismo de pressao fica evidente nos e-mails trocados entre o assessor de Serra, Luiz Paulo Arcanjo, o "Niger", e o consul- tor do Opportunity, Roberto Amaral, no periodo de 2001 a 2002 183 HISTORIA AGORA compilados. As mensagens foram copiadas e periciadas a partir do computador de Amaral, apreendido pela PF em dezembro de 2008 durante a Operacao Satiagraha. 38 No dia 30 de abril de 2002, em e-mail enviado ao principal asses- sor de Serra, Amaral critica a nomeacao do tucano Andrea Calabi para o conselho de administracao do Banco do Brasil. Na ocasiao, Calabi era um tucano fora do ninho. Havia deixado o governo em 2000, onde ocupara o cargo de presidente do BNDES, e atuava como conselheiro da Telecom Italia. A empresa italiana travava uma batalha contra Dantas e a Previ pelo controle da Brasil Telecom. Na mensagem, publicada pela revista Epoca em uma edicao da Semana Santa — quando ninguem costuma ler jornal nem revista — o lobista pede para que o assessor resolva o problema. A reivindicacao foi resolvida em uma semana, quando Calabi deixou o cargo. O que a revista Epoca nao publicou e que as trocas de e-mails entre o lobista e o assessor deixam clara a aflicao de Serra com a devassa que o Ministerio Publico Federal e a Receita Federal fa- ziam no Fundo Opportunity e outras empresas de Dantas. Temia que a busca pudesse trazer fatos novos sobre a ligacao de sua filha com o cla Dantas. Em 2008, quando a empresa de Miami tornou-se novamente notlcia devido a repercussao da Satiagraha, que resultou na prisao de Dantas, Veronica Serra distribuiu nota a imprensa negando ser socia da Decidir. A filha do governador dizia que apenas fazia parte do conselho da Decidir, aberta, de acordo com ela mesma, com o capital do Citibank e do Opportunity. Iniciada em 2004 pela PF, a operacao Satiagraha averiguou delitos como o desvio de verbas publi- cas, a corrupcao e a lavagem de dinheiro. Resultou na prisao de banqueiros, diretores de banco e investidores em 2008. Empregado pelo pacifista hindu Mahatma Gandhi, o termo satiagraha, do sanscrito, e composto pelas palavras satya (verdade) e agraha (firmeza). Tambem e interpretado como "o caminho da verdade". 184 A PRIVATARIA TUCANA Sustentava que sua xara Veronica Dantas "foi indicada pelo CVC Opportunity para representa-lo no conselho de administra- cao da Decidir. Nao conheco Veronica Dantas, nem pessoalmen- te, nem de vista, nem por telefone, nem por e-mail. Ela nunca participou de nenhuma reuniao de conselho da Decidir — todas ocorriam mensalmente em Buenos Aires. O Citibank Venture Capital com sede em NY e quern mantinha o CVC Opportunity informado sobre a Decidir". A filha do ex-governador afiancava ainda que a Decidir sempre foi sediada em Buenos Aires e que no auge da bolha da internet foi aberta uma subsidiaria em Miami. "Eu nao tenho nenhuma ligacao com a empresa desde o primeiro semestre de 2001", dizia ainda na nota. E o que este livro tern de novo a acrescentar sobre a Decidir? Documentos, e claro, obtidos de forma lkita, que esclarecem de vez a saga da sociedade entre as Veronicas. Os papeis comprovam que Veronica mentiu varias vezes em sua nota. A empresa nao fechou as portas, Veronica nao deixou a empresa e o dinheiro do Opportunity e do Citibank aplicado na firma tambem nunca esteve na Argentina. Apos cancelar seu registro de funcionamento no Departamento de Comercio da Florida em 2001, a Decicir passa a ter outro endereco. Da para adivinhar? As Ilhas Virgens Britanicas, e claro, e mais especificamente para o Citco Building, o velho navio pirata que ajudou a amoitar o di- nheiro da propina das privatizacoes. A Decidir e transformada em offshore e rebatizada como Decidir International Limited. Nao se trata de uma estrategia de investimento no Caribe. A legislacao do paraiso fiscal caribenho veda transacoes financeiras em seu proprio territorio. A finalidade das offshores e a de propiciar transacoes fi- nanceiras intercontinentais. Como ensinam os manuais interna- cionais de combate aos crimes financeiros, as offshores funcionam como empresas-onibus, que transportam dinheiro, quase sempre 185 HISTORIA AGORA sem origem justificada, entre contas bancarias, um artifkio que visa apenas dificultar as investigacoes fiscais e policiais e de outras autoridades que verificam atividades financeiras provenientes da corrupcao, do narcotrafico e do terrorismo. E qual e a funcao da offshore Decidir? Internar dinheiro. Onde? Na empresa Decidir do Brasil, que funciona no escritorio da filha do ex-governador, loca- lizado na Rua Renato Paes de Barros, no bairro Itaim Bibi, em Sao Paulo (SP). Documento da Junta Comercial de Sao Paulo revela como a empresa injeta de uma vez R$ 10 milhoes, em 2006, na Decidir do Brasil, que muda de nome para Decidir.com.Brasil S.A. Como isto ocorreu? Simplesmente, a offshore de Veronica Serra ad- quiriu 99% das acoes — correspondentes, na epoca, aos US$ 5 mi- lhoes investidos por Dantas e o Citicorp na empresa homonima de Miami — da empresa Decidir Brasil.com.br. E exatamente o que voce esta lendo: surge na nossa cronica uma terceira "Decidir"... Nao e falta de imaginacao. Ao contrario, trata-se de uma demons- tracao inegavel de criatividade na tortuosa arte da esquiva. Alem de funcionar no escritorio de Veronica Serra na Rua Dr. Renato Paes de Barros, bairro do Itaim Bibi, em Sao Paulo, a Decidir brasileira tern como vice-presidente a propria filha do go- vernador. Apesar de ter recebido toda a bolada das Ilhas Virgens Britanicas, a Decidir do Brasil ja no primeiro ano acumula um prejuizo de quase R$ 1 milhao, segundo balanco da empresa pu- blicado na imprensa. Se a empresa vai mal, a empresaria vai bem, obrigado. A Decidir do Brasil trabalha no vermelho, mas Veronica ostenta rendimentos suficientes para investir em uma casa de praia em Trancoso, Sul da Bahia, um refugio de milionarios paulistas. Fica no condominio Alto do Segredo, area verde com vista para o mar. Vista, alias, que Serra costuma desfrutar, como aconteceu no reveillon de 2010. Antes da filha comprar a residencia, seu anfitriao em Trancoso era o primo emprestado e ex-socio Gregorio Marin Preciado. Guarde 186 A PRIVATARIA TUCANA este nome. Serra deixou de frequenta-lo tao amiiide, mas nos va- mos visita-lo muitas vezes no decorrer destas paginas. De acordo com documentos obtidos em cartorios, a filha do go- vernador fecha outro negocio, este mais interessante: compra de ter- ceiros, em setembro de 2001, por R$ 475 mil, a mansao em que Serra mora, no bairro Alto de Pinheiros, area nobre de Sao Paulo. Um ex- celente negocio para Serra, que continua morando no mesmo ende- reco. Mas de onde vem esse dinheiro? Nao se sabe. Mas Veronica tenta nos ajudar: a fortuna lhe sorriria por obra de ganhos de capital no exterior. A revista IstoE Dinheiro (sempre a mesma publicacao) ela disse que a chave do cofre traria o nome de Patagon, uma compa- nhia argentina de internet por meio da qual teria levantado cerca de R$ 1 milhao como resultado de aplicacoes financeiras. O Citco Building e, nao por coincidencia, tambem o mesmo en- dereco da IConexa Inc., do marido Bourgeois. Como se vera aqui e adiante, esse modus operandi apenas reproduz a formula bolada por Ricardo Sergio de Oliveira na decada de 1980. A exemplo da Decidir caribenha, a IConexa passa a internar dinheiro na IConexa Ltda., que funciona no mesmo predio da Decidir, ou seja, o escrito- rio de Veronica no bairro Itaim Bibi. Toda vez que Bourgeois quer trazer o dinheiro invernado no velho navio corsario, ele faz um au- mento de capital na Iconexa, que e integralizado (posto em dinhei- ro vivo) pela IConexa Inc. Al acontece o mais inacreditavel: Bourgeois assina pelas duas empresas (a IConexa Inc. e a IConexa do Brasil Ltda.) nessas operacoes. Conforme documentacao obtida na Junta Comercial de Sao Paulo, entre os anos de 2000 e 2002, Bourgeois trouxe um total de R$ 7 milhoes do Caribe. Bourgeois e o dono, alem da IConexa Inc., tambem da Vex Capital Inc., igualmente abrigada no Citco Building, das Ilhas Virgens Britanicas. Esta sopa de nomes pode se tornar ainda mais indigesta, po- rem ainda e necessario observar que a Superbid.com.br S/C Ltda., 187 HISTORIA AGORA a Superbid.com.br S.A. (apos IConexa S.A.) e, mais uma firma, a Leilao World Site formam uma unica empresa. E seu dono efe- tivo seria o genro de Serra. Vamos em frente para nao perder o fio da meada. IConexa e Vex internam R$ 8 milhoes em duas empresas abertas em Sao Paulo pelo proprio Bourgeois. As receptoras sao a Orbix S.A. e a Superbid.com.br. A Iconexa Inc. aplica R$ 7 milhoes em acoes da Superbid.com.br — que, mais tarde, ira se metamorfosear na nossa ja conhecida IConexa S.A. E a Vex Capital investe R$ 500 mil na Orbix S.A., que, por mera casualidade, tern o mesmo ende- reco da Superbid. Esta, por sinal, teve Veronica Serra como socia. Detalhando estas operacoes, percebe-se que em 2000 a IConexa do Caribe despejou R$ 1,8 milhao na xara brasileira, cujo capital, ate entao era de R$ 10 mil. No ano seguinte, outro salto, agora para R$ 3,5 milhoes. E, em 2002, atingia mais de R$ 7 milhoes. Entretanto, as empresas de Bourgeois no Brasil parecem conta- minadas pela mesma praga que acometeu o empreendimento nati- vo de Veronica. A exemplo da Decidir, elas passam a acumular sucessivos prejulzos e sofrem uma devassa fiscal da Receita Federal sob a acusacao de sonegacao de tributes. A IConexa passa a ser re no processo numero 2004.61.061807-5, que tramita na 7 a Vara de Execucoes Fiscais, em Sao Paulo, fi acusada de nao pagar valores devidos a Previdencia Social. A Justica chega a ordenar o rompi- mento do sigilo fiscal e bancario de Bourgeois. O juiz da 7 a Vara, Pedro Calegari Cuenca, ordena a penhora dos bens do genro do ex- -governador. Mas os oficiais de justica nao encontram nem mesmo um carro registrado em nome do marido de Veronica Serra. No dia 18 de abril de 2008, a Justica quebrou o sigilo fiscal de Bourgeois referente aos anos 2005, 2006 e 2007 e dos anos 2004, 2005 e 2006 da IConexa. E, mais uma vez, nao localizou nenhum bem a ser pe- nhorado. Em marco de 2010, a Justica determinou a quebra do si- gilo bancario da empresa e de Bourgeois na tentativa de receber 188 A PRIVATARIA TUCANA uma divida de R$ 363 mil, mas somente conseguiram achar R$ 3 mil na conta do empresario. Como sera esmiucado na parte final deste livro, a IConexa chega a ser indiciada pela Policia Federal por lavagem de dinheiro apos o Coaf detectar operacoes atipicas nas contas da firma, usadas exclusivamente para internar dinheiro. Os oficiais de justica constatam entao que Bourgeois, apesar de trazer milhoes do exterior, fica pobre de uma hora para outra. "Certifico ainda que realizei pesquisa junto ao Detran, a mesma resultou negativa", afirma a oficial de justica Jurema de Paiva, no dia 28 de agosto de 2006. Neste mundo de numeros e simulacoes, de miragens e ficcoes, a suposta ruina do marido de Veronica pa- rece indicar que ele atuou somente como laranja nas operacoes em paraisos fiscais. Mas como nao ha mal que sempre dure, o bravo Bourgeois logo esta de volta ao universo misterioso de onde teria sido ejetado como paria. Garimpados na Junta Comercial do Rio de Janeiro, documentos atestam que, as vesperas de o sogro candidatar-se no- vamente a Presidencia da Republica, Alexandre Bourgeois retomou suas operacoes. Funda o fundo de investimentos Orb, com sede em Trancoso e no Rio de Janeiro, administrado por um grupo do qual recebe tambem seu endereco: o fundo Mellon Brascan DTVM (ou BNY Mellon Servicos), que funciona no predio do Banco Opportunity, na Avenida Alvarenga Peixoto, no Rio. E, por mais uma coincidencia neste mundo crivado de coincidencias, o fundo e transferido ao controle da construtora Joao Fortes Engenharia, ligada a famllia do deputado federal Marcio Fortes (PSDB), um dos arrecadadores da campanha de Serra. Coincidencia ou nao, a construtora passa, de acordo com a Junta Comercial, a ser acionista do fundo em 2010 durante a campanha eleitoral. E nao e so isso: Bourgeois tambem retoma as operacoes com a empresa Lutece S.A., que, em seus balancos, garante ter obtido um lucro de R$ 1,5 milhao. Papeis levantados na Junta Comercial de 189 HISTORIA AGORA Sao Paulo indicam que a Lutece foi anabolizada por uma injecao de capital do Banco Indusval, vinculado ao doleiro Lucio Bolonha Funaro. Este, junto com a corretora Link, pertencente aos filhos do ex-ministro das Comunicacoes de FHC, Luiz Carlos Mendonca de Barros, e acusado de causar um prejuizo de R$ 32 milhoes ao Banco do Brasil por meio de operacoes de swap. 39 O Banco Indusval e uma das 15 instituicoes financeiras acusadas no chamado "Escandalo dos Precatorios", 40 da prefeitura de Sao Paulo. O relacionamento com o Opportunity insere uma nota curiosa em tudo isso: a sombra perene de Daniel Dantas e do seu banco do inkio ao nm das atividades empresariais e financeiras do casal. Operacao, para liquidate) no futuro, que implica troca {swap) de resultados financeiros entre os dois contratantes durante certo tempo. Uma das partes aposta na variacao dos juros e a outra na oscilacao do dolar. Ocorrida durante a gestao Paulo Maluf, nos anos de 1994 e 1995, a fraude constituiu na emissao e negociacao irregular de titulos publicos com vistas ao pagamento de precatorios, lesando os cofres municipals em mais de R$ 32 milhoes. 100 A passagem da Decidir, empresa da filha de Jose Serra por Miami, e sua sociedade com Veronica Dantas, irma do megaempresario Daniel Dantas, de acordo com os documentos oficiais. O nome de ambas aparece no board of directors da Decidir.com. Depois, nas llhas Virgens Britanicas e no Brasil, surgem variacoes sobre o mesmo tema, batizadas como Decidir.com. International Ltd. e Decidir Brasil. Nos papeis, o marido de Veronica, Alexandre Bourgeois, aparece como procurador da Vex e da Iconexa. A constituicao da Superbid, mais um empreendimento do casal Veronica- Bourgeois, e mais o contrato social da Vex, nas llhas Virgens Britanicas. Florida Dipartmint o» Stati Division or Corporations. ,» — ^"Z- fwMwi* ttaiaalal Room To i* \ v s *3 No Nam* Hvtory Datail by Entity Name Florid* Profit Corporation DECOR COM »NC Filing Information oocimM toafta poooQCOwar? FELON Nurabar MM Oala'IM 0*030000 SUM Fl sutua rwCTM> LaatCnnt VOLIJNTARYC»SSOt.UnON E .art Data F*«d EvMEIhcmCW NONE Principal Addroaa CO AOI RCG-SIIIRC 3 AGENTS. INC 1 WO SmCKFU AVENUE SUITE 900 UAMFL 33111 CftjnoadO&OVJOOl CO «GI REGOTEREO AGENTS INC 1200 SFOCKELL AVENUE SUITE 800 HUM FL 33131 OurajadOSOttOOl Rogrttercd Agonl Name S Addreaa AGI RCGISTEREO AGENTS INC 1200 BRICKEm AVENUE SUITE 900 MMMFl 3)131 US Nama&anoaJ 0SO1/2D01 • OtflearfDlroctor Ootlll halMta TWO KM BRIAN 1200 SRICKta AVENUE. SUI't 900 | W*MW.<>1t1 ; To! | DANTAS RCOEMBURG VERONiCA V oJ 1200BRICKEU- AVENUE. SLUTE 900 . 1 MIAMI H 33131 i Too 0 IM1I1PI.' ■. 'I v i IniLMlI or Male imp www Minm/ lint ■.iriprs oinlct.exe .'ad ion HI 1 1 II A NEVO. GUY E 1200 BRICKELL AVENUE. SUITE 900 MIAMI FL 33131 ALLENDE SERRA. VERONICA 1200 BRICKELL AVENUE. SUITE 900 MIAMI FL 33131 Title D NOFAL. ESTEBAN 1200 BRICKELL AVENUE. SUITE 900 MIAMI FL 33131 TitoO BR EN MAN. ESTEBAN 1200 BRICKELL AVENUE, SUITE 900 MIAMI FL 33131 Annual Reports Report Year Filed Date 2001 05^01/2001 Document Images Q5W<Z»2 - Voluntary 9is»oliitign OBf01/20 0l - ANNUAL REPORT View image m PDF formal View image in PDF format O5.-03.200O - Domestic Profit View image in PDF format Note: This is not official record See documents if question or confcet r>»yie«j orji.nt Next o« List Return To L4t Entity Name Searc! fc.ents No Name History Submit | Murw | CotttCI M 1 Down** SMrchvt I 1«rrtm | Iwm | M*lp 1 comttyv o r«»Ky w«i star* or neno*. ocpetmer* of sutt Documentos da Junta Comercial da Florida, nos EUA, mostram a sociedade entre a filha do ex-governador Jose Serra, Veronica Serra, e a irma do megaempresario Daniel Dantas, Veronica Dantas, na empresa Decidir.com Inc, aberta em Miami. 2001 UNIFORM BUSINESS REPORT (UBR) DOCUMENT # P00000044377 t. tvtfyNant wriniRroM. inc. IJOTBM KtU »■! MUVI 4. ^i*c'Sil r '*t*g< 1MB MocMU. iVWW. lull M Su't AC! Mi FILED May 01, 2001 08:00 AM Secretary of State CO NOT WRI'i N -VS SMlCI MUM OyJOjU 20 5 3riMiritou:«w □ sy 5 fc. !.»,•» an a A«r»*. of Cu t**; W»g rtrrwiiyn; AON IX* HI tvnitw '■CM AGI ' I'.. CI Nam* ir-ia ri.tsriKlb n.iNlvlNr mmt ' aen m pjo. e<» Nunw * miI i] MUM ijii,»vii«ct pi aococ I "Ml mmiim ROBF.KT R. ADAMS, PRKSIDKM % ^ucr4lAT.tiMgc«l>a<aarvailraarv£M S— c-aM. an DM 03 RLE NOW!!! FEE 13 »150 00. . JVK KAY (,"2401 Ft* M<a b« SSSOM' ' > Ctiack PayM*» to tapvtmm of sum „ $5.00 . „. f. ■• ■ ' - ... r • „; ■..**• ft, *U f^KfTMfMU orr-iti» o Com ftM-MMAK UTDAN dm aura-xu. nxryvt. Hire fM Miami n. IMll nfA-B-' □ ongi Dww MM » □ Mt MHAI I1IUAV im nrau avtmx. win <*a MIAMI H. »!•■ TO IM on •• v Oo™ Dumm rriu "OH i-rr-a" • DjaSa ALLSMM UfUA \T»OMCA IJtt >RK U1J AirviT. SITT1 ffM MIAMI It 11111 ru mm MM crrir-» □ EM □ *>«<» .„ .. tw« r^'i i VMIP i> Calm mvo owe ■ >M BRKkTJ J- A\TJniT, atjtlt Mt mi, mi n. Ulll H M r d So** D«w WVT> CUV K ISM tKMKXLL AlTMHC, UTlt MM Ml. v: n Mill WJ Ml mt» d Com IIXM A* MUtli-MBl-KU VUtOfOTA V im ifunatix Avwn*. iitit Ma miami n. mil Ml MMMt C CMnji U "a*" iu | d Com ■vat m Mil* sn-nxmns >» nun uu UBM.MM Ma onr-s-v 1 Miami n. »■>■ ■1 mm rw r« r-Jormto^ 1 40*4 wT f M li~-i cv*. rr: *3 r* «wr<*rrt pM *i li#oar 1 1» OrtSOlrl W«llM; t, XUUird ».» T« lATMrWiSA HW !M Irja _.<«. 0 13. 1 iMraey eartV m ra wom.i;on . co-»1 r* »wvj Meaud on ra not a «<lr«i« ■•pon s mj» moi rl lh# cnfpcrjtrr r» iwcmi«» or rrutfM «rio«**J A k^jlM fM i«|»H M by ClMCMr «07. toftf* trwo^l Di<rAilwrowlwinHi)nH.«llcrMMIWrrM SIGNATURE: tyrmAN bwhnma-> rtlMfW IMtTM i p p— rl Mr «rtlV «4 «*r-Mon tMl I M. an oftoV Or C*r<K*r* HBkar> NirBM Ur' Documento do governo norte-americano comprova a liga^ao de Veronica Serra com Veronica Dantas. Adams Galuxar & Iglesias 3 Profession*! AsjociJiline VMl.Saiail April 3D. 2002 Department of State Division of Corporations P.O. Box 6327 Tallahassee. FL 32314 Re: Decidlr.com, Inc. (the "Corporation") Dear Sir/Madam: OOOOOS45 1„ ..... .1.1 I » • * - v Enclosed for filing are the Articles of Dissolution in connection with the above- referenced corporation. Also enclosed a our firm's check number 5313 in the amount of $35 CO representing payment for the filing fee. Please do not hesitate to contact our office with any questions regarding the foregoing. mo I • OSi 55 fa S . H^rrja'ndez Secretary to Robert R. Adams Enclosures AUTHORIZATION BY PIWIE 'l dU^^, A^ DATE. DOC. EXAM. 1200 Bnxoi Avtxu .Sun *x> ■ Mux Flobda J31JI • Teu/kki 305 4*.6«oo . Pacswiu jm.4M.wii Solicitacao no orgao norte-americano para dissolucao da empresa em 30 de abril de 2002. ARTICLES OF DISSOLUTION °2 MAY -* DECDDIR.COM, INC. Pursuant to Section 607.1401 of the Florida profit corporation submits the following Articles of Dissolution: FIRST: The name of the Corporation is Decidir.com, Inc. SECOND: The filing date of the articles of incorporation was: May 30, 2000. THIRD: None of the corporation's shares have been issued. FOURTH: No debt of the corporation remains unpaid. FIFTH: The net assets of the corporation remaining after winding up have been distributed to the shareholders, if shares were issued. SIXTH: A majority of the directors authorized the dissolution. Signed this_27th i Signature chairman of the board, president, or other offictr, wdj& tixi, by an incorporator ) (Typed or printed nam*) am Alfncfitu-i* -tart fjUk E. mtUD DNfHI 134 DOC VODCCDDV&n Florida Department of State Division of Corporations PuWk Acccw Syitea ' eHami, Seamy of Seat Electronic Filing Cover Sheet Notre FVaee print thU page and ut it at • coy.r inert Type ihe fax audi: number (ihown below) oa (he top and bottom of ail page* of the document (((H00000024647 0))> N«t«: DO NOT nil the REFRESH/RELOAD barton on your brow from tfaii page. Doing u> win generate another cover sheer. Division of Coxpoxatlona fax N'orOai ! (SS0)*»-<002 From ; Accanmr. account Pbona rax ; oomopate 01M»« rirrBunttioeau. xac. I (34SXTJ-0MS i u») ni-sr.3 FLORIDA PROFIT CORPORATION OR P.A. Deeidir.com, lac r-o 00 HAY Tl MS. i r r— O" "D fs ED in Ccrtiftcttc of Sluj.-. II i Crnjflr^Copy II • 1 Page Crura hifinyaTrrl Charge I' S7sTTs ] Electronic Filing Menu Corporate Filing Public Access Help .oehil 4a* rate f. ca ieAr*«fli<tov> <t>a) Pedido de abertura em 03/05/2000 da empresa Decidir.com Inc. H00000024647 ARTICLES OF INCORPORATION Article 1. Na me The name of this Florida corporation is: Decidir.com, Inc. ArrirJw TT Afrtrflfi The Corporation's mailing address is: Dccidir.com, Inc. c/o AGIM Registered Agents, Inc. o 1200 Brickell Avenue, Suite 900 Miami FL 33131 ess — ■ m , — < Artide IU. Registered Afigm 3 *I The name and address of the Corporation's registered agent is: S c r-cn ro S5 " AGIM Registered Agents, Inc. 5? \o 1200 Brickell Avenue, Suite 900 Miami FL 33131 Article IV. Board of Directors The name of each member of the Corporation's Board of Directors is: Brian Kim Esteban Brcr.man Vcroiic* Valcnte Dentas Potemhuni Guy Ncvo I Veronica Allcade Serra 1 -i --i i f i .., Esteban Nofal The affairs of the Corporation shall be managed by a Board of Directors consisting of no less than one director. The number of directors may be increased or decreased from time to time in accordance with the Bylaws of the Corporation. The election of directors shall be done in accordance with the Bylaws. The directors shall be protected from personal liability to the fullest extent permitted by applicable law. Adams, Gallinar, Igtesias & Meyer, P.A. 1 200 Brickell Avenue Suite 900 Miami FL 33131 305-416-6800 H00000024647 CatrV ° 1 »eo-a>K or. Outro documento norte-a: entre as Veronicas existiu. H00000024647 Article V. C apital Stock The Corporation shall have the authority to issue 2,000 shares of common stock, par value S.01 per share. Article VI. Incorporator The name and address of the incorporator is: Corporate Creations International Inc. 941 Fourth Street #200 Miami Beach FL 33139 Article VII. Corporate Existence These Articles of Incorporation shall become effective and the corporate existence will begin on May 3, 2000. The undersigned incorporator executed these Articles of Incorporation on May 3, 2000. OnRPOH ATpJm R AT CORPORATE' CREATIONS INTERNATIONAL INC Randy A. Fernandez Vice Prasidant Adams, Galllnar, Igloslas & Moyor, P.A. 1200 Bricked Avenue Suite 900 Miami FL 3313" 305-416-6800 H000OOO24647 coiinKXoirewooocc Distribuicao das cotas da empresa das Veronicas. H00000024647 CERTIFICATE OF DESIGNATION REGISTERED AGENT/OFFICE COR PORATION : Decidir.com, Inc. HEOISTBRKD AfiKNT/OFFTCR- AGIM Registered Agents, Inc. 1200 Brickell Avenue, Suite 900 Miami FL 33131 I agree to act as registered agent to accept service of process for the corporation named above at the place designated in this Certificate. I agree to comply with the provisions of all statutes relating to the proper and complete performance of the registered agent duties. I am familiar with and accept the obligations of the registered agent position. ></> o o AGIM REGISTERED AGENTS, INC. / \ Luimar Saides, Assistant Secretary \ -* _ by R A. Fernandez as attorney-in-fact \ ) ^ I™" m Date: May 3, 2000 J* j* O t o — * ^5; on on vo Adams, GalHnar. Iglesias & Mcyor, P.A. 1200 Brickell Avenue Suite 900 Miami FL 33131 306-416-6800 H 00000024647 OopyajKCHos-aooccc Certidao de registro da empresa Decidir.com Inc. no cartorio de Miami. REGISTERED AGENTS CERTIFICATF We. C1TC0 B.VJ. LIMITED of P 0 Hox m, Wtckhams Cay, Road Town, Toctola, British Virgin Islands, ai Registered Agent of Deeldlr.Com International Ltd., a Business Company existing and upmlinit under live bus of the British Virgin Islands ("the Company") DO HEREBY CONFIRM that, according to our records and (lie best of OUf In im r.iri: ; .n,t hsl.et. tlir ''f *"— appeasing: M BM «*— * Hum ti UMOH) of the Director arc the true and correct signatures of Etteban Brcnman, Daniel Manzunarrs, Ilernan Garcia Simon, Guy Nevo, Francisco Santandrcu and Kcteban Nofal the validly appointed Directors of the Company. Dated this *" day of August, 2008. Authorized Signatories ClltJO B.V.I. LIMITED Registered Agent 0<> Sf! JOM I - 2 0 1 Z2 (CM ■a>ja ■rail u re Jim Documentos atesta Virgens Britanicas sob o nome de Decidir International Ltda. -se para as Ilhas 4 WKKIS1I ML 383819 POWER OF A1TORNFY THIS POWER OF ATTORNFY » made as of this 29* day of July. 2006. by DECIDIR.COM INTERNATIONAL LTD, a company organized and exulting in accordance witli ihc Laws ci the 3riiad< Virgin Islands, with mgizsared of nee situated m Citro Building. •Wkhami Cay. PO Bom 662. British Road Town, Tortoia, Virgin Islands, ir this act duly represented by its Director, Mr. He man Garcia Srmrtn, who declares as iollowt That PfcUDIR.COM INTERNATIONAL LID (hereinafter referred to as 'Cirantor*) hereby grants a power of attorney as ample as may be recjuiicd by law lo Diego Alejandro Alonao. Argentine cituen. businessman, married, bearer of Argentine Identity Card No 22*23 223 and Brazilian identity card (RNE) No. V480W6-O, with residenre and don Kile at Rua Tenente Negrao. 200, Apartment 1703, Itaim Bib.. Sao Paulo. Brazil (hereinafter re / e rr ed to as 'Grantee*), so that he may represent Grantor in its capacity as a partner (lose) in Dccidu Biasd Llda.. a limited liability company orgs nired and existing under the laws of Brazil, with head office at Rua Dr. Xanato Fac* de Barroa. 714, 5* Floor. Itaim Bib.. Sao Paulo. Braid. CNPJ No m.iXS 744/0001. M ("Drndir Brasil"); with powers to sign articles of association (rcntrntos sarins) and any and all documents related thereto, to sign amendments to articles of association (alirrofon cmrniruau) and resolution* regarding any and all matters of corporate interest. Including, but not limited lo. the appointment ar.d removal of administrators (ssfmiiusrraaom). liquidators (IiauidsnrrO and members of tsKal councils or of any other corporate body, the authorization for administrators and liquidators to enter into and carry out any actum, or transactions, the examination and the approval or retrction cf accounts, the destination and distribution of profits, the payment of interest est capital, die increase or reduction of capital, the issuance of quotas, the subscription for and payment of quotas, the purchase oi sale of quotas, the assignment and transte: of quotas, partnership Interests, subscription rights or other rights, -he- waiver of Grantor's preferential rights to subscribe for capital nr accrutre quotas. Grantee having powers to assign and transfer, or otherwise dispose of. lo third parties the quotas of Docidir Brasil held by Gran tot. with powers, to receive prices, give acquittance, sign the amendments to ttw articles uf auoriabon of IWidir Brasil and an> thing else required for the faithful performance of this power of-attomry, and to represent Grantor at any partners' meetings and assemblies (rtamiun e aiKmkltuu Jos sdrictt) or any other meetings, to propose, discuss, decide and vow any and all mailers of corporate Intern! at partners' meetings and assemblies or any other meetings to sign corporate books and minutes of partners' meetings and assemblies or any other meeting*, lo agree sn and sign any and all documents related to sny of the foregoing, and to perform any and all acts permitted to partners" That Grantee may represent Grantor m Its capacity as a partner (suVfe) of Decldir Brasil before any bodies, entities, agencies or authorities of the federal, state and municipal governments of Brazil including, but not limited to. the Public Registry of Commercial Untitles (Regiitro PMko aV Erayrrsst Mrrrenru) and the Commercial Registry (Junta Cooirrcuaf) of the States of Slo Paulo. Rio de Janeiro and of any other States, the Civil Registry of Legal Entities (Rrgistro CwiJ it Prssost hm'Anw) of the States uf Slo Paulo, Rio dr Janeiro and of any other States, and the Central Bank of Brazil, with powers to sign, flic and withdraw application*, letters, forms, petitions, appeals, declarations, statements and other documents, including with regard lo registration of uwestmenL reinvestment and ■enutunce of capital, profits, interest and dividends " Procuracao mostra que a empresa no Caribe sera usada para injetar dinheiro em empresa de Veronica Serra, a Decidir do Brasil, que funciona no bairro Itaim Bibi, em Sao Paulo. That Grantee h»« powers to receive service ot process solely for the purposes of article 119 ul Brazilian Law \'o. 6404/76 ewluaively in connection witf Grantor's capacity ai a partner of Deeid'r Hrastl, as well as powers to represent Grantor In court ijr-sicra da {Ubtsula attudicit). That Crantee has power* to make and receive payment* and to grant releases (dar quilnfHo). That Gtantee may de)egatc this power of attorney in whole o: In put to others and revoke >utri dciegatiuiu. lhat Grantor rahfies all acts carried out by Grantee prior to the date hereof within the scope of this power of attorney. That lh» power of attorney, shall be valid at of the date hereof until December 31. 2008. unless earlier revoked in writing by Grantor. IN WTTKFSS WHF.3EOP. the undersigned has duly executed this Power of Attorney on this 29* day of July, 2008 /I ramor l>ca*ita|ia»».SI> 33838 J 9 c(l«l<lt r. 2* Oflclal da Raglttro da Tltuios • Oocumtntos • Clvl dt Psttoa Jurteii BEL CCfTH DOM NC5U85I Apmcntado hoje. ■ S.JW.5I' Sao PmSo. CM Qk eft ?0OB 1-20 122 Traducio n' 1-20122 Urn n" 229 FuKuu 524 Mi Pagina 1 dc 3 , Civil dcP' vntvtolll Ml £«, Smdrv Rtgita Mattes Vjxk i pibUiii. (irtifia t den jl qui mt fa aprrttnuuin urn daamtntti, i imtkv/o no iifuin'e tear PROCURAQAO O PRESENTE INSTRUMENTO DE MANDATO i outorgado cm 29 de julrm de 20CIR prla OEClDIR.COM INTERNATIONAL LTD, socicdadc consiiruida r existence de acordo com u leu das llhas Virgen* Bariiucaa, torn sole socul siruada cm Citco Building, Wickhams Cay, P.O. Box 662, Bnnsh Koad Town. Tottob, Ilhaa Virgens, ncstc no dcvidamcnrc tcprcacntada por scu Dire for, Si Hcman (Jarcfa Simon, > qual deebn o i i ;\ imicr Que a DECIDIR.COM INTERNATIONAL LTD (dorav-ame designada "Outorgante") note art) outorga una procuxacao, tao impa quanto possa acr cxigtdo por lei, a Diego Alejandro Alonso. argentino, cTnpreaario, rasado, poitador da Cedula de Idcnudadc aigcntina n" 22.823.223 e da Cedilla de Ideoudade Braaalcira para Kamngcm* (KNE) n* V480936-Q, residence c donuuludo na Rua Tcnente Negrio, 200, apartanvento 1703, Itaim Bibi, Sao Paulo, Bra»il (doravante designado "Ouiorgado") pan que ele poisa represencar a Outorgante cm sua qualidade dc socio da Decidir Brass] !.i J-., soctrdadc bmuada coiiktiruida c exurcnte segundo as leis do Brasil, cum sede social na Rua Dr. Renato Pats de Barroa, 714, 5* andar. liaim Bibi, San Paulo, Brasil, inscrita no CNPI n* 03.633.749/0001-64 ("Decide Btasil"); com podcres para assinar conrraros socials e todos e quaisquer docunnntoa correlator, assinar alieracocs comracuais e deliberaccx-s rdaciorudas a todos e quaisquer assunros de intcrctse socsclirio, inclusive, cnlrc ouiroi, a nomcacao c a desacuicio de adiiuiilstradorcs, hquaJante* c raembros dc consclhos fiscal* M dc qualqacr uuuo orgao aociccano. a aiatonzacao dc aJnuiiUtradnres e Liquidantcs para praucar e efcruar quiiNquer atos oti opcrj^oes, a veta&acao e a aprovacao uu rcjcicao dc co:iua, a desnnacao e a distribuicao de lucios, o pagamculo dc |uroa sobrc o capuil, o aomento ou a rcducao dc capital, a cmiasao de quotas, a sabsencao e a incegialuacao dc quotas, a compra ou a venda dc quotas, a cessio c a transfciencia dc quocas, participacoea acionarias, duettos dc subtencao ou outros dircitos, a rcr.iincu aos direitos dc prcfcrcncia da Outorganle dc subscrevrr capital ou adquirir quotas, tendo o Outorgado podrrm para cedet e transfer!! ou de oulra manrira ilirnar a rercciros as quotas da Deddii Brasil decidaa pcla Oucorganrr. com podcres para rcccbcr quanuas cm dintiaro. dax quitacao, assinar alteracocs conuatuau da Decide Bratil e tud» 0 que for exigido pica o fiel Cumprimenlo desra pnx:uracao^ e repretcntar a Outorgamc cm qaainqurc rca:uiV- c iMcrnbleias do: aocioa ou em quaisquer outraa rcumi'xa. propor, discutir, decidir e votar todos c quauqjer assuntoa de inreresae societano nas reumocs c tsmUbUhm Jm socaoa ou cm quaisquer outras reunioes, assinar livros socicrinos c atas de rcuntocs c asscmbleias das socio* ou dc quatsqucr outras rcumoes, acordai c ass mat todos c quaisqjcr documenros rclactoiudos a quauquc: dos itens anma expotios v praacar todos c quaisquer acos pcrmicidos aoa socio* " Que O Outorgado podcra reprcaentar a Outorgante na quaudade dc s6cw> da l>eci<lir Brasil perante quaisquer orgioa, pessoas juridicas, agcncias ou aulondadc* govcrnamentais inmuapau, cataduau c federau do Brasil, incluaivc, enrre oulxos, o Rcgutio PuIiUlo de Hmprnas Mercancis e a Junrn Comcrcaal dos bstadus dc Sao Paulo, do Rio dc Janeiro c dc quaisquer outros Lacadoa, e o Kegtttro Civil dc Pcssoa.9 Juridicas dos llstados dc Sin Paulo, do Rio dc Janeiro e de quaisquet uutios ido». e o Banco Central do Brasil, com podcres para assinar, |iintar c retirar pedidot, cartas, formularios, peticocs, recurs os, derlaraencs, demonarracoes c outros docurnenloa, inclusive com rcsacao ao regwrro de invcjtiiner.to, reinvcsiimcnto e temcssa sic capital, lurros, juros c dividendos." Que o Outorgado tcri podcres para rcccbcr citacao cxcluaivamcntc para o« Ans do arcigo 119 da lx:i brasileira a° 6404/76, espealieamcntc tur. relacio a qualidadc da Outorgante dc aocU da Drrtdir BiaaU, bem corco podcres para rcprcscntar a Oucorgantc cm |Ut>o (podcres da clausula ad judtda). Que o Oatorgado rrra podercs para efcruar c rcccbcr pagamctiloa c dar qtiita ,'ao. Que o Ouiorgado podcra substabclcccr esta procuracio, it»tal ou parcaalmente, a rercciros e ro'ogar cases substabelecimentos. 5«CRA R£C HI UlTOS aiBJIT TrMuHU PUfa n QtrmUt ■ ^l)jl^at«JjCtt»««l^WV».lJf (SJMJMWIffiljr' RuslSaWUH.U; Ptm OUaMW Sn l^kX SI' - Urol rorwf k SJ 11 llS5-?S«l- t--^i laltiSMb' —mfitta r Traduzida para o portugues, esta procuracao autoriza as movimentacoes empresariais. 1 — *\ £;* Sandra Rtj/na MaUos Rjtdfil. nudktorv publico, itrtifua t don fi que me foi apnttntado urn doatrntato. im idiona t'«gto, <jut pas>o a Intdx^ir fcru o nrndcuio no stzpn/tk tear PROCURACAO O PRESENTF. INSTRUMENTO DE MANDATO i outorgado em 29 dc julrm de 2008 pela DLC1DIR.COM INTERNATIONAL LTD, socicdadc consuTusda e exittcntc dc acordo com w. Icis das Ilhas Virgen> Dnurucas, win sede social situida cm Citco Building. Wickhams Cay, P.O. Box 662, Bnnsh Road Town, Tortola, Uhas Virgens, rxste ato devictamentc rcprescntada pur scu Dtrrtor. Sr Hctnan Garcia Simon, a qua! dcclara o scgumtc Que a DEC1DIK.COM INTERNATIONAL LTD (doravante dwigriacU 'Outorgatile") n«te ato i.:!' !,., an. praCOUflOi u<. amp.* qj_r.ii- posvi - " rxifi.ii p.ir '-i ' 1-ieiro Alejandro Alonso. argcnt-no, cmprcsario, ca .ado. portador da Ccdul* dc Idcnudadc argcntina n" 22.823.22J e da Cedula dc Idcnndadc Brasilcira para R.trangciros (RN'r.) n" V480936-Q, residence c domkdtado na Rua Tcncnte Negrio, 200, apartamento 1703, Itaim Bibi. Sid Paulo. Branil (doravante desigaido "( .uorgadu") para que dc possa rcprcscntar a Outorganic cm sua qualidadc dc socio da Occidir Brasil Llda.. sociedade brrauda consutuida c cxis rente svguodo as lei* do Btasd, coin vedc social na Rua Or. Rcnato Paes dc Barros, 714, 5" andar, ltaim Bihi, Sir* Paulo, Brasd. inscnta no CNPJ n" U3 f>33 74 a/0001 64 ("Decidir Bras-P,: com podcrcs pin minir conlratox socials c todoa r quaisquer docum.ntos corrclalos, awinar alteracoes contraruais e debbcracoet rebuonadas a todos c quaisquer t assunto* de intcrvssc focietaoo, inclusive, cuuc ouuos, a numcacao c a destiruican dc adrninistradorca, j liqiudantc. c merabros de conselhos f_s__ti_ oa dc qualqucr ouiro organ s*K.Tc.ario, a autotizacao dc • .■].-■: .1 .r. • e licukiantcs pan peatkar e efetuar quaisquer atos nu operators, a venficaeio c a aprcsaciu ou iqocau dc conlas, a dottnaeao c a d-.stnbuicao de Kicros. a p-g-mcuio dc jam sobre o capita], o aUKCtUO ou a rcdj.au dc capital, a enussao dc quotas, a s abscricao e a uitegnuzacao dc quota., a compra ou a vtnda dc quotas, a cessio c a ttatisfctcncu dc quotas, participacors acionarias, ducitos dc subacricao ou outroi dircitos, a rcnuncu aos dueitos dc ptcfctcncia da Outorgantc dc nibscrevcr capital ou adquuu quotas, tendo o Outurgadn ptsderex para ccder e transfenr ou de outra mant'ira alirnar a rcrcciros as quotas da Dccidix Biasd dead** pcla Outorgantc, com puderea para rcccbct quannas cm drnhciro. dar quiiacao, assinar alteracoes contratuais da Decidir Hrasil c rudn o que for exigido para o fiel eumpntncnio dc^ta procuracao: e rcprcscntar a Outorgantc cm quaiwucr rcuiuoca c asscmblciaa dos socio* ou em qxuisqjcr outras tcunioca. ptupur, dbcuur, decidir e volar tod OS c quauqucr atkuntos Je lntcrcsst socictano nas reuruocs c asscmbleus dos souos ou cm quaisquer outras reuruocs, assinat Lvtm <ocictanos c alas dc rcuniocs e assembleias dos sucim ou de quaisquer outras rcunicVcs, acordar e assinat todos e quaisquer documentor rdackmados a quaiicjucr dos Hens acima cxpoatos e praticar todns e quusquer atos pcrmrados aos s6ck>»." Que o Outorgado podcra rcprcacntar a Outorgantc ru qutbdade dc socio da Dctkiir Brasil pcrante quaisquer orgaos, pessoas |uridic*s, agcnciaa ou autoridades govcrnamecaus municipal, otaduais c federals do Bra*il, ineluarve, cntre ouuos, o Rcgistio Pubbcn dc Kmprraaii \fereanris e a Junta Ccmcretal dos Kstados de Sao Paulo, do Rki dc Janeiro e de quaisquer oulicss lUtadoa, c o Ri gutro Civil de Pessoas Juruiicas cos Kstados dc Sao I'auln, do Rto dc lancuo e de quusquci uuitm I -* - ad:x, ; 0 Banco Central do Brasil, com podcrcs para aisinar, juntar c retirar pedidos, cartas, formulirios, peucocs, recursos, dcclaracocs, demonstrates e outros documcntoa, inciuaive com rebcio ao regiatm de investanento, reicvcsiinicnto t tcmcss* dc capital, lucrrw, jsims c di%idendos." Que o Outorgado rcra podcrcs para rcceber utacao cxclusisamcnte pata o« fins do aiugo 119 da l*;i brasileua n* MD4/76, cspccirieamrntc com rclacio a quaiidade da Outorftantc dc iiocia da Orcsdir Btasd, bem corr.o poderes para rcprcscntar a Outorgantc em juiio (podcrcs da clausula ad judtati). Que 0 Outorgado tcra poderes para efetuar I lassabflf pagaincniiu. e dsr c|uit»,-sio. Que o Outorgado podcra substabckcci csta procutacio, total ou parciaunente, a tcrcciros e tevogar raaasi substabelectrner.ios. sat" - MotoltoMziu- Fo]ha» 324-326 I ..h'oj * Muk* C DBMMlM^^^^fl » t MK Mt ,M t y y 3383819| Que a Ourorgante rarificn codos est atos prancados pclo Outorgado antes da data deste instrumcnto no ambito da present* procuracao. \ Que a prcsentc procuracio sera valku a contar da data destr instrumcnto ate 31 de dczembro dc 2008, salvo »e revogaii anieupadxmcnte, por escrito, pela Oulorgantc BM TESTEMCNHO DO QUE, a aluixn atiinada assinou devtdamcnte esta Procuiacao, neste dia 29 dc |ulho de 2008. Por (ass) Hcrruin Garcia Simon, Diretot XUm dc crrco b.v.i. Limited. C.E RT1FICADO DP. AGENTE RF.GISTRADO Nos, CITCO B.V.I. LIMITED, com endereco em P.O. Box 662, Wickhams Cay, Road Town, Tortola, Ilhas Virgens Briurucas, na quabdadc de Agente Regisuado da Dccidir.Com International Ltd., Sooedadc Corneictal coruutuida c cxntcnte segundo as leis da* Ilhas Virgens Brilanicas ("a Sociedade"). NESTE ATO CONFIRMAMOS que. dc acordo com nossos regis tros c salvo nos so melhor juizo c cienca. as assirururas constante; da Procuracao ancxa do Dirctor sao as assinaturi.s luicnricas e corrctas dc Esteban Brenrnan, Daniel Maruanarrs, Hernan Garcia Simon, Guy Ncvo, Francisco Santandrcu e Esteban N'ofal. o* Diretorcs validamcnte nomeados da Soaedade Datsdo de 8 dc agosto dc 2008. (■«*) w • i,. i . _ ■ i :■ ■ Automados CITCO B.V.I. UMITBD, Agente Rcgiitrado Ba, Sra. A* ha L. Johnson, Tabelia Public* de Road Town, Tortola, Ilhas Virgens Hrttinicas, NESTE ATO CERT1FICO que as assinaturas corntantcs do Certificado de Agente Rcgiatrado anexo tin as assinitura* autenncas e conetas dc Nicolas Rccondo ( Agustin Giavedoni, pessoalmcntc corshecidra por mim na qualidadc dc Procuradores da Citco B.V.I. Limited, Agente Registrado da Dccidir.Com International Ltd., Sociedade Comcrcul consucuida c cxbtente nas Ilhas Virgens Bntanicas Datado de 8 de agosto de 2(XW. Sra. Asha L. Johnson, '. abelia Piiblica Selo cm rclcvo da Tabelia Pubbca. Selo das Ilhas Virgeos Briurucas. APQSTILA (Convcncao de I lata de 5 de outubro dc 1961) 1. Pais Tortola, Ilhas Virgens Bntanicas Kate instrumcnto pubbco 2. foi assinado pch Sra. Aaba L. Johnson 3. Aruando na quabdade de: Tabclia Pubbia 4. Content o selo de Asha L. Johnson CERTIFICADO 5. em Road Town, Tortola 6. cm 1 1 de agosto de 2008 T. pelo Administrador de Tribunal Senior 8. N° II 07684.08 **u»fx*nt,*)i rmt.-<rm4x s*op*a sc. f«r»r B ss n jiis-no-^M f«*)«mi» —yu-Ma Tiaducio n" 1-20122 Livro n" 22V Folhaa 324-326 Pjgma 3 tic > cCM*M M n n:r ;i Mr I 13 83819 9 Selo/Cartmbo Sclo cm rclcvo eWlo da Rcccita das llhas Vugcns bntan:ra« canmbado. 10. Assinarura: (in) Rccnnhccunentrt da aumatura <lc Micaclle Mclean, Ofitul da Suprcma Cone dan lUiaa. Viiyn» Bntaoicas, pela Dnbaixida do Basil em Bud/ex em 18 ic agosro « 2008 (»sj) Ana Amelia Machado Godoi. Vice C6n»ul Sclo cumulai uo valut dc RJ20.0C uu:u, taiimliadu. NAOA MAIS. Li, (*»ftri, achti cenfarmt t itu fi data tradu(3a. Saa Paula, 4 Ht settnbra dt 2008 T Uflcial dc Ragittro rt'li.kK • Oocurrwntoa a Civil da Paaaoa Jurleica da Capital BEL CCN71L OOMINOuCS OOsJSmioS Of liaaj. Aavoaaaada hoyc, ryvuv'laAi c ui.^T* . ^ ^i/jrfrv -jf- • ' J^r*5<»0« 11.007AM OalaWWJ Rew<v> t.nui^lwn bOW>W Mia _ lit MMMkaj <o? •t*aafcj -dim e» smx. s» Fr—», «:ij'*sr»> t „» incciu: »t:i - •MtaaLMit Documentos evidenciam que a Decidir Internacional Ltda, logo apos pousar no Caribe, torna-se socia da Decidir Brasil, que funciona no escritorio de Veronica Serra e Alexandre Bourgeois no Brasil. O valor corresponde ao total investido pelo Grupo Opportunity na Decidir de Miami, na entao sociedade das duas Veronicas. JUNTA COMERCIAL 00 ESTADO DE SAO PAULO FIOW CADASTRAL OS 0AOOS DESTA PRIME IRA PAG I MA CONSTANTES DOS QUA0R0S CAPITAL - ENOEREC0 - OB3ET0 E TITULAR/SOCIO/DIRETORIA REFEREM-SE A SITUACAO DA EMPRESA NO M0MENTO DE SUA CONSTITUICAO OU AO SEU PRIMEIRO REGISTRO CAOASTRADO NO SISTEKA INFORHATIZADO -EMPRESA DECIDIR BRASIL LTDA. TIPO : LIMITADA NIRE MATRIZ I 3522037892 J I --DATA DA CONSTITUICAO- - | 05/01/2006 ! EMISSAO I 30/03/2011 11:11 I --INICIO OE A7IV.-- I 30/11/2005 I C.N. P. J. I 03.633.749/0001-64 | --INSCRICAO ESTADUAL- CAPITAL 10.000.000,00 (DEZ MILHOES DE REAIS . ' *) I ENOERECO- LOGR. : RUA DR. RENATO PAES 0E BARROS COMPLEMENTO: 5 ANDAR MUNICIPIO: SAO PAULO NUMERO: 714 BAIRRO: ITAIM BIBI CEP: 04530-001 uf: SP - - 083 ET0 I OUTRAS SOCIEOAOES 0E PARTICIPACAO. EXCETO HOLDINGS -TlTULAR/SOCIOS/DIRETORIA- 0ECIDIR.COM INTERNATIONAL LIMITED, DOC. 00000000001, EH0EREC0 NAO INFORMADO, NA SITUACAO DC SOCIO, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DC $ 9.999.999,00. MILIUM LU1Z SCHWtlZER, MAC. BRASILEIRA, CPF 10.882.448-90. RG/RNE 5347081, RES1DLNTE A RUA DR. JOSF DE ANDRADC FIGUCIRA, 347, APT0. 52, MORUMBI, SAO PAULO, SP. CEP MAO INF., NA SITUACAO 0E SOCIO E ADMINISTRADOR, ASSINANDO PC LA EMPRESA, COM VALOR OE PARTICIPACAO NA SOCIE0AOE OE S 1,00. ARQUIVAMCNTOS- ASSUNTO TRANSFORHADA OF NIRE 35300176154 (DECIOIR.COM I BRASIL S.A.). PAG. 001 JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL ARQUIVAMENTOS NUM. DOC SESSAO ASSUNTO 125.961/06-6 18/05/2006 CAPITAL DA SEDE ALTERADO PARA $ 10.103.200,00 (DEZ MILHOES, CENTO E TRES MIL E OUZENTOS REAIS.) . REDISTRIBUICAO DAS QUOTAS DE DECIDIR.COM INTERNATIONAL LIMITED, DOC. 00000000001, ENDERECO NAO INFORMADO, NA STTUACAO DE SOCIO, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE $ 10.103.199,00. REDISTRIBUICAO DAS QUOTAS DE MILTON LUIZ SCHWEIZER, NAC. BRASILEIRA, CPF 10.882.448-90, RG/RNE S. 347.081, SP, RESIDENTS A RUA DR. JOSE DE ANDRADE FIGUEIRA, 347, APTO. 52, MORUMBI, SAO PAULO, SP, CEP 05709-010, NA SITUACAO DE SOCIO, I ADMINISTRADOR E COMO PROCURADOR DE j DECIDIR.COM INTERNATIONAL LIMITED, ASSINANDO I PELA EMPRESA, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE $ 1,00. CONSOLIDACAO CONTRATUAL DA MATRIZ. 163.216/06-0 13/06/2006 OCIEDADE, POR PRAZO INOETERMINADO, 0 SR. I DIEGO ALONSO, ARGENTINO, CASADO, ENGENHEIRO I ELETRONICO, PASSAPORTE N 22.823.223, I DOMICILIADO A RUA CIUDAD DEL LA PAZ, N 1387, | ANDAR 6, DPTO. B, BUENOS AIRES, ARGENTINA, A j QUAL PASSARA A EXERCER PLENAMENTE SUAS I ATIVIDADES , TAO LOGO OBTIDO 0 NECESSARIO I VISTO PERMANENTE, JUNTO A SUPERINTENDENCIA DE POLICIA FEDERAL DO BRASIL . ESTABELECEM OS SOCIOS, AINDA, EM COMPLEMENTO A DELIBERACAO TOMADA ACIMA, QUE A ATUAL FORMA DE ADMINISTRACAO DA SOCIEDADE SERA MANTIDA ATE QUE 0 ADMINISTRADOR ORA NOMEADO, ASSUMA, EM DEFINITIVO, SUAS FUNCOES, APOS 0 QUE SERA PROCEDIDA NOVA ALTERACAO DO CONTRATO SOCIAL, A FIM DE MODIFICAR A CLAUSULA QUE DISPOE SOBRE A ADMINISTRACAO, ADEQUANDO-A A NOVA SITUACAO. ERAR NO SENTIDO DA INOICACAO, PARA A FUNCAO DE ADMINISTRADOR DA S 170.929/07-3 01/06/2007 I - INICIALMENTE, INFORMA-SE QUE 0 ATUAL PROCURADOR DA SOCIA DECIDIR.COM INTERNATIONAL LIMITED E 0 SR. DIEGO ALONSO. JA QUALIFICADO, E QUE JA CONSTA NO PREAMBULO DO PRESENTS INSTRUMENTO SOCIETARIO, CONFORMS PROCURACAO ANEXA VIGENTE.II - 0 SOCIO SR. MILTON LUIZ SCHWEIZER, PELO PRESENTE INSTRUMENTO E NA MELHOR FORMA DE DIREITO, CEDE E TRANSFERE, A NIRE: 35220378923 PAG. 00 2 Documentos da Junta Comercial de Sao Paulo mostram que a empresa do Caribe passa a adquirir cotas da Decidir do Brasil, que funciona no escritorio de Veronica Serra. JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL ARQUIVAMENTOS NUM. DOC | SESSAO I ASSUNTO I TOTAL IDADE DA PARCELA DO CAPITAL SOCIAL QUE I DETEM, REPRESENT ADA POR 1 (UMA) QUOTA, NO VALOR UNITARIO DE RS 1,00 (UM REAL), QUE PERFAZ 0 MOMTANTE DE R$ 1,00 (UM REAL), AO SR. DIEGO ALONSO, RECEBENDO, PARA TANTO, A EXPRESSA ANUENCIA DOS DEMAIS SOCIOS. PARA TANTO, 0 SR. DIEGO ALONSO PROCEDE AO | PAGAMENTO DA QUANTIA DE R$ 1,00 (UM REAL), REFERENTE A QUOTA SUBSCRITA E INTEGRALIZADA, | AO SR. MILTON LUI2 SCHWEIZER, QUE, POR SUA VEZ, LHE DA PLENA E TOTAL QUITACAO, DECLARANDO NADA MAIS TER A RECEBER EM RELACAO I A PRESENTE TRANSFERENCIA. Ill - EM DECORRENCIA I DO ACIMA EXPOSTO, 0 SR. MILTON LUIZ I SCHWEIZER, RETIRA-SE DA SOCIEDADE.IV - ,FICA | ADMITIDO, PORTANTO, NA SOCIEDADE, 0 SOCIO SR. I DIEGO ALEJANDRO ALONSO. V - RESOLVEM, OS SOCIOS, DIANTE DAS CONSIDERACOES ACIMA, E j CONFORMS DELIBERADO NA ULTIMA ATA DE REUNIAO I DE SOCIOS, DATADA DE 05/05/2006 E, ARQUIVADA | NA JUCESP - JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO I PAULO SOB 0 N 163. 216/06-0 EM SESSAO DE | 13/06/2006, ALTERAR A FORMA DE ADMINISTRACAO I DA SOCIEDADE, QUE PASSARA A SER EXE RC IDA, I NDIVIDUALMENTE , PELO SOCIO - ADMIN ISTRADOR SR. DIEGO ALEJANDRO ALONSO. VI - POR FIM, DECIDEM, OS SOCIOS, TENDO EM VISTA 0 INTERESSE DA SOCIEDADE, REESCREVER E CONSOLIDAR 0 CONTRATO SOCIAL COM AS ALTERACOES ACIMA EXPOSTAS. ALTERACAO DE SOCIOS/TITULAR/DIRETORIA: . REMANESCENTE DECIDIR.COM INTERNATIONAL LIMITED, DOC. 00000000001, ENDERECO NAO INFORMADO, NA SITUACAO DE SOCIO, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE $ 10.103.199.00. RETIRA-SE MILTON LUIZ SCHWEIZER, NAC. BRASILEIRA, CPF 10.882.448-90, RG/RNE 5.347.081, SP, RESIDENTE A RUA DR. JOSE DE ANDRADE FIGUEIRA, 347, APTO. 52, MORUMBI, SAO PAULO,' SP, CEP 05709-010, NA SITUACAO DE SOCIO, ADMINISTRADOR E COMO PROCURADOR DE DECIDIR.COM INTERNATIONAL LIMITED, ASSINANDO PELA EMPRESA, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE $ 1,00. NIRE: 35220378923 PAG. 00 3 JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL NUM. DOC 293.473/08-0 SESSAO 11/09/2008 -ARQUIVAMENTOS- ASSUNTO A RUA TENENTE ITAIM BIBI, SAO NA SITUACAO DE ADMTTIDO DIEGO ALEJANDRO ALONSO, NAC. ARGENTINA, CPF 232.109.798-12, RG/RNE V480936-Q, SP, RESIDENTS NEGRAO, 200, APTO. 1703, PAULO, SP, CEP 04530-030, SOCIO. ADMINISTRADOR E COMO PROCURADOR DE DECIDIR.COM INTERNATIONAL LIMITED, ASSINANDO PELA EMPRESA, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE $ 1,00. CONSOLIDACAO CONTRATUAL DA MATRIZ. A SOCIA DECIDE ATUALIZAR A CLAUSULA QUARTA, A ALTERAR AS CLAUSULAS SEXTA, A DECIMA SEXTA E CONSOLIDAR 0 CONTRATO SOCIAL DA SOCIEDADE, ALTERACAO DE SOCIOS/TITULAR/DIRETORIA: . RETIRA-SE DECIDIR.COM INTERNATIONAL LIMITEO, DOC. OOOOOOOOOOl, ENDERECO NAO INFORMADO, NA SITUACAO DE SOCIO, COM VALOR DE PARTICIPACAO HA SOCIEDADE DE S 10.103.199,00. RETIRA-SE DIEGO ALEJANDRO ALONSO, NAC. ARGENTINA, CPF 232.109.798-12, RG/RNE V480936Q, RESIDENTE A RUA TENENTE NEGRAO, 200, APTO. 1703, ITAIM BIBI, SAO PAULO, SP, CEP 04530-030, NA SITUACAO DE SOCIO, I ADMINISTRADOR E COMO PROCURADOR DE I DECIDIR.COM INTERNATIONAL LIMITED, ASSINANDO I PELA EMPRESA, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA I SOCIEDADE DE S 1,00. ADMITIDO EQUIFAX DO BRASIL LTDA. , NIRE 35215441698, SITUADA A RUA TEIXEIRA DA SILVA, 217, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., NA SITUACAO DE SOCIO, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE i 10.103.200.00. NOMEADO MARCELO KEKLIGIAN, NAC. BRASILEIRA, CPF 100.735.128-42, RG/RNE 168305161, SP, RESIDENTE A RUA PEDRO POMPONAZZI, 623, APTO. 171, CHACARA KLABIN, SAO PAULO, SP, CEP 04 US -000, COMO ADMINISTRADOR , DIRETOR E REPRESENT AN DO EQUIFAX DO BRASIL LTDA., ASSINANDO PELA EMPRESA. CITADO LUIZ CARLOS ALVES BELO, NAC. BRASILEIRA, CPF 758.617.987-53, RG/RNE 500169731, SP, RESIDENTE A RUA ORDENACOES AFONSINAS, 134, VILA MORCE, SAO PAULO, SP, NIRE: 35220378923 PAG. 004 JUNTA COMERCIAL 00 ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL NUM. DOC 322.130/08-6 376.728/08-5 376.729/08-9 215.679/10-6 234.759/10-0 SESSAO 26/09/2008 18/11/2008 18/11/2008 24/06/2010 12/07/2010 -ARQUIVAMENTOS- CEP 05623-030. BRASIL LTDA. . ASSUNTO REPRESENTANOO EQUIFAX DO A SOCIEDAOE TORNA-SE UNIPESSOAL PELO PRAZO MAXIMO DE 180 DIAS. CONSOLIDACAO CONTRATUAL DA MATRI2 . TRATA-SE DE CARTA DE RENUNCIA DATADO DE 10/09/2008, DO SOCIO DIEGO ALEJANDRO ALONSO, ARGENTINO, PORTADOR DA CELULA DE IDENTIDADE PARA ESTRANGEIROS RNE N. V480936-Q SE/DFP/SP, CPF N. 232.109.798-12, RESIDENTE E DOMICILIADO NA RUA TENENTE NEGRAO, N. 200, APTO 1703, CEP: 04530-030, ITAIM BIBI, SAO PAULO, SP, AO CARGO Dfc DIRETOR. D.O.E. (DIARIO OFICIAL 06/11/2008. DO ESTADO) DE DIARIO DE NOTICIAS DE 06/11/2008. CARTA RENUNCIA DATADA DE: 03/05/2010, DE MARCELO KEKLIGIAN, CPF 100.735.128-42, RG/RNE 168305161, SP, DOS CARGOS DE ADMINISTRADOR, DIRETOR E REPRESENTANOO EQUIFAX DO BRASIL LTDA. . A SOCIA DECIDE ATUALIZAR A 4. CLAUSULA DO CONTRATO SOCIAL DA SOCIEDADE E PRORROGAR 0 PRAZO PARA INTEGRALIZACAO DAS 2.823.798 QUOTAS SUBSCRTTAS PARA ATE 31 DE DEZEMBRO DE 2011. ALTERACAO DE SOCIOS/TITULAR/DIRETORIA: . REDISTRIBUICAO DAS QUOTAS DE EQUIFAX DO BRASIL LTDA., NIRE 35215441698, SITUADA A RUA TEIXEIRA DA SILVA, 217, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF. , NA SITUACAO OE SOCIO. COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE $ 10.103.199,00. REMANESCENTE MARCELO KEKLIGIAN, NAC. BRASILEIRA, CPF 100.735.128-42, RG/RNE 168305161, SP, RESIDENTE A RUA PEDRO POMPONAZZI, 623, APTO. 171, CHACARA KLABIN, SAO PAULO, SP, CEP 04115-000, COMO ADMINISTRADOR, DIRETOR E REPRESENTANOO EQUIFAX DO BRASIL LTDA. , ASSINANOO PELA E^PRESA. NIRE: 35220378923 pag . COS JUNTA COMERCIAL DO EST ADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL NUM. DOC 234.760/10-2 SESSAO 12/07/2010 - ARQUIVAMENTOS - ASSUNTO ADMITIDO EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA., NIRE 35215207148, SITUADA A AVENIDA PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK, 50, CONJUNTO 172, VILA NOVA C0NCEICA0, SAO PAULO, SP, CEP 04543-000. NA SITUACAO DE SOCIO, COM VALOR OE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE $ 1,00, (ENOERECO: AVENIDA PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK 50 CON JUNTO 172, VILA NOVA CONCEICAO SP 04543000). CITADO MARCELO KEKLIGIAN, NAC. BRASILEIRA, CPF 100.735.128-42, RG/RNE 168305161, SP, RESIDENTE A RUA PEDRO POMPONAZZI, 623, APARTAMENTO 1, JARDIM VILA MARIANA, SAO PAULO. SP, CEP 04115-000. RE PRESENT AN DO EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA. , ASSINANDO PEL A EMPRESA. CITADO LUIZ CARLOS ALVES BELO, NAC. BRASILEIRA, CPF 758.617.987-53, RG/RNE 500169731, SP, RESIDENTE A RUA ORDENACOES AFONSINAS, 134, VILA MORSE, SAO PAULO, SP, CEP 05623-030, REPRESENTANDO EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA., ASSINANDO PELA EMPRESA. CONSOLIDACAO CONTRATUAL DA MATRIZ. ALTERACAO DE SOCIOS/TITULAR/DIRETORIA: . REMANESCENTE EQUIFAX DO BRASIL LTDA., NIRE 35215441698, SITUADA A RUA TEIXEIRA DA SILVA, 217, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., NA SITUACAO DE SOCIO, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE $ 10.103.199,00. DESTITUICAO/RENUNCIA MARCELO KEKLIGIAN, NAC. BRASILEIRA, CPF 100.735.128-42, RG/RNE 168305161, SP, RESIDENTE A RUA PEDRO POMPONAZZI , 623, APTO. 171, CHACARA KLABIN, SAO PAULO, SP, CEP 04115-000, COMO ADMINISTRADOR , DIRETOR E REPRESENTANDO EQUIFAX DO BRASIL LTDA., ASSINANDO PELA EMPRESA. REMANESCENTE EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA., NIRE 35215207148, SITUADA A AVENIDA PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK, 50, CONJUNTO 172, VILA NOVA CONCEICAO, SAO PAULO, SP, CEP 04543-000, NA SITUACAO DE SOCIO, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE $ 1.00, nire : 35220378923 PAG. 006 t JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL NUM. DOC 234.761/10-6 343.660/10-6 SESSAO -ARQUIVAMENTOS- 12/07/2010 16/12/2010 ASSUNTO (ENDERECO: AVE N I DA PRESIDENTS JUSCELINO KUBITSCHEK 50 CONJUNTO 172, VILA NOVA CONCEICAO SP 04543000). ELEITO PILAR MARIA BAZTERRICA, NAC. ARGENTINA, CPF 233.669.888-94, R6/RNE V590831R, RESIDENTE A RUA JOAQUIM FERREIRA, 147, APTO. 33, SUMARE, SAO PAULO, SP, CEP 05033-080, OCUPANDO O CARGO DE DIRETOR, ADMINISTRADOR E REPRESENTANDO EQUIFAX DO BRASIL LTDA. E EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA. , AS SI NANDO PELA EMPRESA. ELEITO ROBERTO D'AMARIO, NAC. BRASILEIRA, CPF 14.255.078-7S, RG/RNE 11718778, SP, RESIDENTE A RUA DO ROCIO, 450, APTO. 172B, VILA OLIHPIA, SAO PAULO, SP, CEP 05033-080, OCUPANDO O CARGO DE DIRETOR, ADVINISTRADOR E REPRESENTANDO EQUIFAX DO BRASIL LTDA. E EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA., ASSINANDO PELA EMPRESA. O SOCIO DECIDE ALTERAR A CLAUSULA DO CONTRATO SOCIAL, PARA PREVER QUE OS ADMINISTRADORES SERAO ELEITOS EM INSTRUMENTO SEPARADO. CONSOLIDACAO CONTRATUAL DA MATRIZ. ALTERACAO DE SOCIOS/TITULAR/DIRETORIA: . REMANESCENTE EQUIFAX DO BRASIL LTDA. , NIRE 35215441698, SITUADA A RUA TEIXEIRA DA SILVA, 217, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., NA SITUACAO DE SOCIO, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE S 10.103.199,00. REMANESCENTE EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA. , NIRE 35215207148, SITUADA A AVENIDA PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK, 50, CONJUNTO 172, VILA NOVA CONCEICAO, SAO PAULO, SP, CEP 04543-000, NA SITUACAO DE SOCIO, COM VALOR DE PARTICIPACAO NA SOCIEDADE DE S 1,00, (ENDERECO: AVENIDA PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK 50 CONJUNTO 172, VILA NOVA CONCEICAO SP 04543000). REMANESCENTE PILAR MARIA BAZTERRICA, NAC. ARGENTINA, CPF 233.669.888-94, RG/RNE V590831R, RESIDENTE A RUA JOAQUIM FERREIRA, 147, APTO. 33, SUMARE, SAO PAULO, SP, CEP 05033-080, OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR, NIRE: 35220378923 PAG. 007 JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL NUM. DOC SESSAO -ARQUIVAMENTOS- ASSUNTO ADMINISTRATOR E REPRESENTANDO EQUIFAX DO BRASIL LTDA. E EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA., ASSINANDO PELA EMPRESA. REMAN ESCENTE ROBERTO D'AMARIO, NAC. 8RASILEIRA, CPF 14.255.078-75, RG/RNE 11718778, SP, RESIDENTE A RUA DO ROCIO, 450, APTO. 172B, VILA OLIMPIA, SAO PAULO, SP, CEP 05033-080, OCUPANOO 0 CARGO DE DIRETOR, ADMINISTRATOR E REPRESENTANDO EQUIFAX DO BRASIL LTDA. E EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA., ASSINANDO PELA EMPRESA. ELEITO ELIAS ANTONIO SFEIR, NAC. 8RASILEIRA, CPF 13.346.228-50, RG/RNE 6274855, RESIDENTE A RUA SAO JOSE, 887, SANTO AMARO, SAO PAULO, SP, CEP 04739-001, OCUPANOO 0 CARGO DE DIRETOR, ASSINANDO PELA EMPRESA. CITATO EDUARDO MIGLIORA ZOBARAN , NAC. BRASILEIRA, CPF 1.201.287-48, RESIDENTE A AV. PRESIDENTS JUSCELINO KUBTSCHEK, 50, 50, 189 AND., SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., COMO PROCURATOR DE EQUIFAX TO BRASIL LTDA. E EQUIFAX DO BRASIL HOLDINGS LTDA. . CITATO RICARDO PATERNOST OE CARVALHO E VILLELA, NAC. BRASILEIRA, CPF 261.065.618-18, RESIDENTE A AV. PRESIDENTE 3USCELINO KUBITSCHEK, 50, 182 AND. , SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., COMO PROCURATOR DE EQUIFAX TO BRASIL LTDA. E EQUIFAX TO BRASIL HOLDINGS LTDA. . ARQUIVAMENTO DE ATA., DATADA DE: 12/11/2010. FIM DAS INFORMACOES SIRE : 35220378923 PAG. 008 ♦ <•£ Ofetoi to FWgu. to » 3mw. h . .J.,. 7956655 . P ower-Of-Attorney I By thu ponce deed of pewcz-of-attorney, VEX CAPFTAi. INC., a company legally incorporated and Hrirn-ifi i-rnia'inrT-'iTri the laws of the Bntish Vuguu Islands, with its registered office* as^Gtco Building, j ykhims Cay, Road Town, Tortola, represented in accordance with in by HMn by m Dutt tor, Tortola Corporation Company Limited, a compact legally incorporated and existing in accordance with the laws of the Booth Vugma Islands, with its registered offices at Circo Budding, Wkkhams Cay, Road Town, Tortola, (the '■Grantor"), hereby appoints Nil ALEXANDRE BOURGEOIS. Brazilian amen, bearer of the Identity Card RG n* 12.S35.965-0 - 1KP/RJ, enrolled with the Individual Taxpayer's Registry (CPF/MF) under n° 043.011.987-92, resident and with legal domicile tn the Dry of Sio Paulo, Sate of Sio Paulo, at Rua Dr. Cardoso de MeOo. n° 1608, 14" (loot (the "Grantee ") his attorney in- fact, with the purpose of (i) rrptesenririg Grantor ii: the Federative Rrpubbc of Brazil | before the Brazilian Internal Revenue Service (Rttnla Ftdml), to provide for the enrollment of the Grantor on die Company's General Tax Payers Registry ("GVPf") and to deal with and resolve definitively any cjucsnons that may arise concerning the Ri.nlj Vtdtni and the CAP/; (ii) representing Grantor in the Federative Rcpubbc of Brazil before Brazilian authonoes in general, including but not limited to pubfcc and commercial registries, the Central Bank of Brazil and the Sr.rj/j Fulml, as parmer of Comparucs and also as owner of real estate properties, airplanes, ships, equity, bank accounts, fitranrral market operations, capital market operations and of other goods located in the Federative Republic of Brazil that are owned or may be owned and accnared by Grantor (hiring the term of this Power -of- Attorney, which ownership may require or* be aub|cct to pusbc regsstry: (iii) representing Grantor in the Federative Republic of Brazil as parmer of the ".f aaedair par QmUu 6 KtspnwkhdiaU LMRfcaV' denominated "Orbix Capital S/C I-tda.", a company duly incorporated and legally existing under the raws of the Federative Republic of Brazil, enrolled with the Legal Entracs Taxpayer's Registry (CNPI/MKj under n° 03.025Ji7/OOOi-70, with headquarters n the City of Sio Paulo, State of Sio Paulo, at Rua Dr Cardoso de MeUo. n* 1608. 14" floor, (the "Company"), mduding with the powers to, pursuant to Grantor's specific inscructiooa, in writing, incorporate companies in Brazil and subscribe Grantor's interest in the Company and exercise, in the name and for the benefit of the Grantor, all eights and prerogatives of quotaholdet or shareholder in the Company, including those required to sign and execute any bylaws or amendments to the bylaws of the Company, represent Grantor m any quotahoIdeiV or shareholders' meetings, with powers to vote and to be voted, receive dividends, approve and execute financial reports and statements, and any other managerial documents and statements requiring Grantor's signature or approval, as well as those necessary to judicially or extra judicially liquidate and extinguish the Company, including with the powers to represent Grantor in any suits and proceedings before Brazilian courts as a party or otherwise, with all powers to serve and to receive court service of legal process pursuant to the provisions of Article 1 19 of Law nr. 6404 of December 15*. 1976, to pennon and to appeal in any kind of judicial process or administrative proceedings, mduding to defend Grantor's interests in any in creditor's meetings, concordats or bankruptcies, and (iv) representing Grantor in the Federative Republic of Brazil as a foreign entity carrying out business in Brazil, with the powers to, pursuant to Grantor's specific instructions, in writing, ptovide in general for the management of the assets of Grantor in Brazil and execute, register and perform agreements, contracts sn general, acquisiaor.s and guarantees, including, but not hunted to, real and personal guarantees, hire counsel and services providers; PROVIDED THAT, except as required to represent the Grantor m any court or administrative proceedings, any such delegation of the 1 powers herein by Grantee will require the poor express authorrzahuu of Grantor, ui this mandate, which shall be valid for undetermined period, being any substitution of this power of attorney forbid. By: Tortola Corporation Company Limited A exemplo da esposa, Veronica Serra, e de Ricardo Sergio, Alexandre Bourgeois operava a offshore Vex Capital Inc. que funcionava no mesmo escritorio do Citco, nas Ilhas Virgens Britanicas. Traducio n° I-6J49 Livro o' 81 Fulhas 150 - 151 Pagina 1 de 2 Eai, Sandra Ruina Mattel Rudnl, traelutoru puhtua, arttftto t dern ft qut at jot apmtntaOo urn datumtnto, en: ..:<-. ■ • ■ -:r J ■■ ■ ■, -•>. ; >.■■■.. ■ PROC fRACAO Pelo prcscr.tc instrumento particular de mandato. a VEX CAPITAL INC., s^icdade Icgalmente conscruida c cxi«tente de acordo com as lc:s da' ilhan Virgciis Britamcas, comAedc social em Citeo Building, VC'ickhams Cay. Road Town, Tortola, reprcscntada de acordo com scu Kstatuto Social por sua Diietora, TORTOLA CORPORATION COMPANY LIMITED, socicdadc Icgalmente consatuida e cxistente de acordo com as leis das llhas Virgciis Britamcas, com sede social em Citco Building, Wickhams Cay. Road Town, Tortola (a "Outoqranic"), neste ato nomcu o Sr. ALEXANDRE BOURGEOIS, brasilciro. ponador da Cedula dc Idenndade RG n° 12.83S.96S-0 - IFP/RJ, inscnto no CPF/MF sob n° 043.01 1. 987 -92, residenie e com dornkino legal na Cklade de Sio Paulo, EiUdu de Sao Paulo, na Rua Dr. Cardoso de Mcllo, 1608, 14° andax (o "Outorgado"), scu procurador com a finalidade de (i) reprcsentar a Outorgante na Republic* Frderartva do Brasil pcrante a Rcceita Federal, promover a insencao da Outorgante no Cadastro Naoonai da 1'essoa Jundica f'CNPJ") e ncgoaar e resolvcr de forma conclusiva quaisquer qucsiocs que possam surgir com rclacao a Rcceita Federal e ao CNPJ; (ii) represeniar a Outorgante na Rcpubfcca ! oini-vi <!<i Brasil pcrante autoridado brasiiciras'- cm gcral, inchmve. entre outros, canonos dc regtsrro pubbcos c comerctais, o Banco Central do Brasil e a Rcceita Federal, na quahdade ce socio de Soacriadcs c ajnda como ptupric-tano de liens unciveis, aeronaves, navios, capital, cocas rT>«~*ri?v opencdes do raercado financeiro, operacocs de merrado de capitals e de outros bens localization na Republica Federattva do Brasil que sao dc propricdadc ou possam ser de propnecade e adqumdos pda Outorgante durante a vigenoa desta Procuracio, propricdade cssa cue podcra cxjgir ou cstar sujeua a regis tro publico; (iti) represeniar a Outorgante na Republica Federadva do Brasil na qualidadc de socio da Socicdade por Quota* de Responsabilidade Ijmirada denorninada "Orbix Capital S/C Ltda.", socicdade devidamentc comtituida e lcgalmente exiucmc segundo as leis da Republica Federativa do Brasil, inscrita no CNPJ/MF sob n° 03.025.317/0001-70. com sede social na Cidade de Sio Paulo, Fstado de Sao Paulo, na Rua Dr Cardoso dc Mcllo, 1608, 14° andar ;» "Socicdade"). inclusive com podercs para, segundo ins(rut6es especificas da Oulorgante, por rtcrito, consnruir soacuades no Brasil c jubscrever a parutipacao da Outorgante na Socicdadc e exeiccr, cm nurae e lugar da Oulorgante, todos 0« direitos e prerroginvas de quottsta da Socicdade, inclusive aqucles cxigido* para assinar e firrriar qualquer Contra to Social OU literacies do Contrato Social da Socicdadc, represeniar a Outorgante em quaisquer tcuoiocs de quotista-s, com podercs para votar e ser voiado, reccber drvidendos, aprovar e issinat rclatorios e derooflstracdc* financciios, c quaisquer outros documcntos e declaracoes adrrunistrativos que cxijam a assinatura ou a aprovacao da Outorgante, bem como aqutlcs seccssanos para Uquidai e cxnnguu, pudicial ou extra|udicialrncnle, a Socicdade, inclusive com poderes para ccpicscntat a Outorgante em quaisquct aedes e processos pcrante o» tribunals brasuciios como uma parte ou outra, com todos OS podercs para cntiegar c reccber citacao segundo o disposto no Ara'go 119 da Ixi n° 6404 dc 15 de dezembro de 1976, protocOlar pcticoes e rccursos cm qualquer opo dc processo |udicial ou adnuiusmtivo, inclusive defender os interesscs da Oulorgante em quaisquer rcumdes com credo res, concordatas M falcncias, c (rs-) reprcsentar a Outorgante na Republica Federativa do Brasil como empresa estiangeira que rcahza negocios no Brasil. com poderes para, segundo instrucftes cspccificas da Outorgante, por escrito. promover, dc mood gcral, a adrruruiixacao dos atrvos da Outorgante no Brasil c assinar, icgismr e cumpnr acordos, contrarns em geral, aquisic<Ses e garantias, inclusive, entre oulras, garanrus ccais e pessoais, coatiatar advugado e prcstadorts dc servicos; RLSSALVADO QUE, execto conforme cxigido, reprcsentar a Outorgante cm quaisquer processos judiciais ou adniinisrrativos. c qualquer substabclcomento dos podercs contidos ncstc instrumcmo pclo Outorgado exigira a previa autoriaacao cxprcssa da Outorgante, nesta procuracao, a qual sera valida por wj ^an MOTH mojT . u«i ftt«u if*in«fa<«< • paha ■ h»h j#«.*n ■** n*^o* r eu ■ c* vti mvMim I Ml aw-i naitwdawciia) "ma a'CU^HO SMfM-V-M »JHi-}tO«mjf»Sf->'-JiMM>Tf»w r«^iya«» ctnm «|MMk A procuracao mostra que e Alexandre Bourgeois quern se tornou socio de outra empresa, a Orbix Capital, que funciona no mesmo escritorio de Veronica. Tradufio n Livra n" 81 Folhaa ISO - 151 I'jgina 2 dc 2 prazo ir.dclc-rminadn, sendo pruibido qualouer substabelecimcnto do prctenre nundato Amnacta note dia 1 J de dczembro dc 2002. (»«) H VKX CAPITAL INC. J 7956655 Por Toctola Corporation Company Limited, Dirctora Ku, Anthony Ljmton, Tabebio Publico, note no cerafico cjoe as assinatursfc que constant do documento ancxo sao as issinaturas iu ten ocas dc Robert Thomas c Nixia Titiey, signacauos autorixados da Tortoli Corporation (Company Limited. Data: 16 dc dczembro dc 2002. (ass; Anthony Lynton, Tabcliao Publico Sclo cm relevo do Tabcliao Publico. Sclo das nhas Virgeni Britanicis Rcconhecimento da anainntuia dv Anthony l.ynton, Tabcliao Publico nas c para as Lhas Vir^ens Bntinicas, pela Rmbaixada do Biasil em Bridgetown, em 1 8 de dczembro de 2002. (ass) Zcnaidc O. Estcves, Vice-C6ruul Sclo consular no valor dc R$ 20,00 ouro, canmbado. .NvlD.-l MAIS. U. conjeri, achei cenforme e don ft dtsla Iradufao. Sao Paula, 6 de fevertin de 200} FtUDZTI «38 OfUal dm Bigutn da TUu»o« ■ DwM»nt« e CT.1l ■>« P««» jKn*«M Apmwmtado hoja . protocolado. raglstrado mlerofllmado • dlgJtaJtSadoiob o^7956655 «.U nun. ..i l.o T IflTE/ |,|3 1TUL J.-. I TRIM _ or atrw* 1M» » iur/iMo rvaom *r*lim> MP ICUIO UP «** farVcaV RaUaaMM ««■'•««* Jioaaoc sailj: a- -tew In » u-rmxi F*K-ii-Jiotiiy t<wi ray^-viwicoaa Mkaw nrif Timbre oficial do Citco mostra operacao de Bourgeois nas Ilhas Virgens Britanicas. Pkucuracao Pelo presente instrument) particular de procuracao iConexa Inc., sociedade corjtfituida em conform: dade com as leis das Uhas Virgmw Britanieas, neste ato rcpreseatada pela sua Diretora Vex Capital Inc., sociedade consh'tuida em conformidadc com as leis das llhas Virgens Britanieas, (a "Outorgante"), nomeia e consitui seu bastanie procurador o Sr. ALEXANDRE BOURGEOIS, brasilerro, sol'.eiro, er.genheiro, portador da Cedula de Idcntidade RG n' 12.835.965 -IF7/RJ e mscrilo no CPF sob n* 043.011.987-92, residentc I Domiciliado na Cidade de SJo ?aulo, Estadfl de SSo Paulo, na Rua Av, Monirnbi, n* 1.7C0 (o "Outorgado"), para o fun espedfico de representar a Outorgante no excracic, cm benehcio da Outorgante, de todos os direitos e prerrogativfts na qualidade de socio, quobsta ou adonista da iConexa S.A., sociedade por acoes com sede na Cidade de Sao Paulo, Esrado de Sao Paulo, na Rua Ltoutor Cardoso de Melo, n* 1.603, 13° andar, insertta no O.TJ sob n" 03.434.590/0001-59, doravanle referida sirnplesmente como "Sociedade", com a limitacao de agir sempre em conformidade com as mstru<;6es fomedd&s previancnle, por escrito, pela Diretoria da iConexa Inc. especilicaa para cada oto dc represenracSo da iConexa Inc.. Obscrvada a limita:3o acuna, o Outorgado poderi iirmai boletins de subscric,ao, acordo dc adunistas, contiatos sodais ou alteracoes a cor.tratos nociais da Sociedade, representar o cutcrgante nas assemblers dc quohsras corn podcres para votar c sci votado, receber dividend os, assinax balances, baJancetes, relatorios, dcclaracoes, dcmonslrativos cofttabtas. firunceiros e administrativos, bem como os necessirios para p raced er a hquidacio e extincio judicial ou extrajudicial da Sociedade, mais os necessArios para lepresentar a Outoigante, enquanto investidor estrangtiro e na forma da regulamentacao em vigor, {rente a autucuiades e reparticccs publicac brasikiras em geral, inclusive cailbnos, juntas comerciais, o Banco Central do Brasil e a Receita Federal, bem cu.ro, finalmcnte, rcprescnta-la no fore em geral em quaisquer acoes em que a Outorgante for mtcressada, como autora ou re, assstete ou opcsiente, podendo, para tan: J, receber citacde* ncs termus do ar:. 119 da Lei 6404 dc 15 de dezembro de 1976, recorrer de despachus e senlencas e praricar todos os aros necessarios a defesa de seus interesses, requercr f.ilenda de seus devedores, prcmover habilitacces de seus creditos em proctssos de talencias ou concordatas, impugnar os que em direito for permiudo, trartsigir, aceitar ou nlo propostts de concordat*, votar em assembUHns decredorcs, para tudo o que poderi subsiabelecer a advogado os poderes necessarios. A presente nio pod era ser substabelecida, com ou sem reservas, em nenhum de seus tcrmos. O Outorgado se cocipnuneU: a nlo praricar qualquer dos atos de rcprescntacan objeto do presente scm a previa instrucSo por etcrito da Ouwrganie, soh pena de nulidade. O presente mandato teri a validadc de 1 (hum) ano. Assinada em 17de outubro de 2001. 4** iCxfttia I nc Vex/Capital I inc. apital Inc. nirctor tilt >:: iiulluu tht Mruitl it ; ' ):i:i:t[?tittiitt::ilitiiittltltltltliliaitttiitlttm t I I t t 1 t M 1 t I I t S I I S I i i i t i I i m i i i i it nil )! I, Wm*% it nt/bt^.:tim\H. HtUi'rl I flVTAHQjAO.VAJUPRi Outro documento do Citco revela que Bourgeois era diretor da Iconexa Inc., outra offshore aberta no Caribe. JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL OS DADOS DESTA PRIMEIRA PAGINA CONSTANTES DOS QUADROS CAPITAL - ENDERECO - OBJETO E TITULAR/SOCIO/DIRETORIA REFEREM-SE A SITUACAO DA EMPRESA NO MOMENTO DE SUA CONSTITUICAO OU AO SEU PRIMEIRO REGISTRO CADASTRADO NO SISTEMA INFORMATIZADO SUPERBID.COM.BR. S.A. -E'.IPRESA TIPO : SOCIEDADE POR ACOES j NIRE MATRIZ I 35300176201 | --DATA DA CONSTITUICAO-- 10/02/2000 I EMISSAO 30/03/2011 11:10 --INICIO DE ATIV.-- I 23/09/1999 | C.N. P. J. I 03.434.590/0001-59 --INSCRICAO ESTADUAL I I CAPITAL 10.000,00 (DEZ MIL REAIS. **********************************) ENDERECO- LOGR. : RUA DOUTOR CARDOSO DE MELLO COMPLEMENTO: 13. ANDAR MUNICIPIO: SAO PAULO numero: 1608 BAIRRO: CENTRO CEP: NAO INF. UF: SP - OBJETO I HOLDINGS DE INSTITUICOES NAO- FINANCE IRAS | SERVICOS DE TELECOMUNICACOES POR FIO NAO ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE OUTRAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTIFICAS E TECNICAS NAO ESPECIFICADAS ANTERIORMENTE SUPORTE TECNICO, MANUTENCAO E OUTROS SERVICOS EM TECNOLOGIA DA INFORMACAO -TITULAR/SOCIOS/DIRETORIA VERONICA ALLENDE SERRA, NAO BRASILEIRA, CPF 173.338.218-62, RG/RNE 19370000, SP, RESIDENTE A AV. MORUMBI, 1700, CENTRO, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., 0 OCUPANDO 0 CARGO DE CONSELHEIRO ADM. . MARCELO FERRAZ DE MARINIS, NAC. BRASILEIRA, CPF 152.663.368-03, RG/RNE 89568424, SP, RESIDENTE A RUA NICOLAU GAGLIARDI, 554, APTO. 51, CFNTRO, SAO PAULO , SP, CEP NAO INF., 0 OCUPANDO 0 CARGO DE CONSELHEIRO ADM. . FABIOLA SCHLOBACH MOYSES, NAC. BRASILEIRA, CPF 147.423.268-06, RG/RNE 200272755, SP, RESIDENTE A RUA CACAPAVA, 49, 7. AND. CI. 78, CENTRO, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., 0 OCUPANDO 0 CARGO DE CONSELHEIRO ADM. . PAG. 001 Documentos da Junta Comercial de Sao Paulo comprovam que Veronica e Alexandre Bourgeois abrem no mesmo endereco no bairro Itaim Bibi, a Superbid.com.br S.A., que mudara de nome para Iconexa S.A. JUNTA COMERCIAL DO ESTAOO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL TITULAR/SOCIOS/DIRETORIA (CONTINUACAO) I ALEXANDRE BOURGEOIS, NAC. BRASILEIRA, CPF 43.011.987-92, RG/RNE 128359650, RJ, RESIDENTE A AV. MORUMBI , 1700, CENTRO, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., 0 OCUPANDO 0 CARGO DE CONSELHEIRO ADM. . RAJIV SAINANI, NAC. INGLESA, DOC. O000O00O001, 0 OCUPANDO 0 CARGO DE CONSELHEIRO ADM. , (ENDERECO: LONDRES , INGLATERRA, REINO UNIDO, NA 52 BROACWALK N21-3B X.). MUM . DOC SESSAO 27.972/00-8 10/02/2000 -ARQUIVAMENTOS- 118.929/00-8 | 28/06/2000 ASSUSIO CONSTITUIDA POR CONVERSAO OE SOCIEOADE | SIMPLES. REGISTRAOA SOB 0 N. 18196 NO 7. OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DE PESSOA JURIDICA j DA COMARCA OE SAO PAULO-SP. DENOMINACAO I ANTERIOR REGISTRADA EM CARtORIO | SUPERIBID.COM.BR S/C LTDA. CAPITAL DA SEDE ALTERADO PARA $ 1.862.000,00 | (UM MILHAO, OITOCENTOS E SESSENTA E DOIS MIL | REAIS.) . CON FORME A.R.C.A.. DATADA DE: | 16/12/1999. ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS DADOS | CADASTRAIS DE MARCELO FERRAZ DE MARINIS , NAC. I BRASILEIRA, CPF 152.663.368-03. RG/RNE ' 89568424, SP, RESIDENTE A ROA NICOLAU GAGLIARDI, 554, APTO. 51, CENTRO, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR PRESIDE NTE E DIRETOR COMERCIAL. ELEITO JIRI TRNKA, NAC. SUICA, CPF 213.905.718-07, RG/RNE V1844572, ENDERECO NAO INFORMADO, OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR. ELEITO CHARLES DE FRAIPONT, NAC. BRASILEIRA, CPF 88.556.078-71, RG/RNE 141493021, SP, RESIDENTE A RUA DOS BATATAIS, 48, APTO 71, JD. PAULISTA, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR OPERACIONAL E DIRETOR FINANCEIRO. ARQUIVAMENTO DE A.R.C.A., DATADA DE: 16/12/1999. DELIBERATES: CONSOLIDACAO DO ESTATUTO SOCIAL. ALTERACAO DE SOCIOS/TITULAR/DIRETORIA: . CON FORME A.G.E., DATADA DE: 22/03/2000. NIRE: 35300176201 PAG . 002 Por meio de sucessivos aumentos de capital, a empresa recebe a injecao de milhares de reais da offshore Iconexa.Inc, aberta no Caribe. JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL NUM. DOC 118.930/00-0 SESSAO 28/06/2000 -ARQUIVAMENTOS- ASSUNTO DESTITUICAO/RENUNCIA VERONICA ALLENDE SERRA, NAC. NAO INFORMAOA, CPF 173.338.218-62, RG/RNE 19370000, ENDERECO NAO 1NFORMADO, 0 OCUPANDO 0 CARGO DE CONSELHEIRO ADM, . ELEITO CLAUDIO CORACINI, NAC. BRASILEIRA, CPF 673.443.138-04, RG/RNE 6998962, SP, RESIDENTE A AV. EUSEBIO MATOSO, 891, 17 ANDAR , SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., 0 OCUPANDO 0 CARGO DE CONSELHEIRO ADM. . CAPITAL DA SEDE ALTERADO PARA $ 2.558.280,00 (DOIS MILHOES, QUINHENTOS E CINQUENTA E OITO MIL E DUZENTOS E OITENTA REAIS . ) . CON FORME A.R.C.A., DATADA DE: 03/04/2000. ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS DADOS CADASTRAIS DE CLAUDIO CORACINI, NAC. BRASILEIRA, CPF 673.443.138-04, RG/RNE 6998962, SP, RESIDENTE A AV. EUSEBIO MATOSO, 891, 17 ANDAR, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., 0 OCUPANDO 0 CARGO DE CONSELHEIRO ADM. . ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS DADOS CADASTRAIS DE ALEXANDRE BORGEOIS, NAC. BRASILEIRA, CPF 43.011.987-92, RG/RNE 128359650, RJ, RESIDENTE A AV MORUMBI, 1700, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., M OCUPANDO 0 CARGO DE PRES. DO CONSELHO ADM. . ELEITO FRANCISCO OTAVIO GARRAFA DA ROCHA, NAC. BRASILEIRA, CPF 74.390.118-56, RG/RNE 9675112, SP, RESIDENTE A ALAMEDA ITU, 1030, AP 11-B, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR COMERCIAL. ELEITO MARCELO DE ALENCAR PAULA LEITE, NAC. BRASILEIRA, CPF 708.190.927-20, RG/RNE 043176262, RJ, RESIDENTE A AV SAO PAULO ANTIGO, 500, AP 163-C, MUNIC. NAO INF., UF NAO INF., CEP NAO INF., OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR FINANCEIRO. ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS DADOS CADASTRAIS DE MARCELO FERRAZ DE MARINIS. NAC. BRASILEIRA, CPF 152.663.368-03, RG/RNE 89568424, SP, RESIDENTE A RUA NICOLAU GAGLIARDI, 554, AP 51, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., OCUPANOO 0 CARGO DE DIRETOR PRESIDENTE. nire: 35300176201 PAG. 00 3 JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL NUM. DOC 219.959/00-6 219.960/00-8 SESSAO -ARQUIVAVESTOS- 27/11/2000 27/11/2000 ASS UNTO ELEITO JIRI TRNKA, NAC. SUICA, CPF 213.905.718-07, RG/RNE V1844572, RESIDENTE A ALAMEDA RIBEIRO DA SILVA, 554, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., OCUPANDO 0 CARGO OE DIRETOR TECNICO. ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS DADOS CADASTRAIS DE CHARLES DE FRAIPONT, NAC. BRASILEIRA, CPF 88.556.073-71 (CPF INCORRETO), RG/RNE 141493021, SP, RESIDENTE A RUA DOS BATATA IS , 48, AP 71, 3D PAULISTA, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR PRESIDENTE E DIRETOR OPERACIONAL. CAPITAL DA SEDE ALTERAM) PARA $ 3.471.880,00 (TRES MILHOES, QUATROCENTOS E SETENTA E UN MIL E OITOCENTOS E OITENTA REAIS.) . CON FORME A.G.E., DATADA DE: 14/11/2000. DENOMINACAO/RAZAO SOCIAL ALTERADA PARA ICONEXA S.A. CONFORME A.G.E., DATADA DE 14/11/2000. ALTERACAO DO OBJETO SOCIAL DA SEDE PARA HOLDINGS DE INSTITUICOES MAO-FINANCEIRAS , TRATAMENTO DE DADOS, PROVEDORES DE SERVICOS DE APLICACAO E SERVICOS DE HOSPEDAGEM NA INTERNET, SUPORTE TECNICO, MANUTENCAO E OUTROS SERVICOS EM TECNOLOGIA DA INFORMACAO, SERVICOS DE PERICIA TECNICA RELACIONADOS A SEGURANCA DO TRABALHO. CONFORME A.G.E., DATADA DE: 14/11/2000. ALTERACAO DE CONFORME A.G.E. , SOCIOS/TITULAR/DIRETORIA: DATADA DE: 14/11/2000. ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS DADOS CADASTRAIS DE ALEXANDRE BOURGOES, NAC. BRASILEIRA, CPF 43.011.987-92, RG/RNE 128359650, RJ, ENDERECO NAO INFORMADO, OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR PRESIDENTE. ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS DADOS CADASTRAIS DE MARCELO DE ALENCAR PAULO LEITE, NAC. BRASILEIRA, CPF 708.190.927-20, RG/RNE 04317626, R3, RESIDENTE A AV. SAO PAULO, 500, APTO 163 C, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR SEM DESIGNACAO. NIRE: 35300176201 PAG. 004 JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL NUM. DOC 16.165/01-9 250.273/01-9 103.490/01-2 154.976/01-5 171.941/01-9 SESSAO 23/01/2001 17/02/2001 05/06/2001 30/07/2001 21/08/2001 -ARQUIVAMENTOS- ASSUNTO ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS DADOS CADASTRAIS DE CHARLES DE FRAIPONT, NAC. BRASILEIRA, CPF 88.556.078-71, RG/RNE 141493021, SP, RESIDENTE A RUA 80CAINA, 140, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR SEN DESIGNACAO. ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS DADOS CADASTRAIS DE HRI TRNKA, NAC. NAO INFORMADA, CPF 213.905.718-07, RG/RNE V1844572, RESIDENTE A RUA FIANDEIRAS, 270, APTO 74, VILA OLIMAIA, SAO PAULO, SP, CEP 04545001, OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR SEM DESIGNACAO. ELEICAO/REELEICAO/ALTERACAO DOS . DADOS CADASTRAIS DE RAJIV SAINANI, NAC. NAO INFORMADA, CPF 223.632.268-28, RESIDENTE A RUA DOUTOR CARDOSO DE HELO, 1608, 13 ANDAR, SAO PAULO, SP, CEP NAO INF., OCUPANDO 0 CARGO DE DIRETOR SEM DESIGNACAO. CAPITAL DA SEDE ALTERADO PARA $ 3.481.880,00 (TRES MILHOES. QUATROCENTOS E OITEKTA E UM MIL E OITOCENTOS E OITENTA REAIS.) . CONFORME A.G.E., DATADA DE: 29/12/2000. CAPITAL DA SEDE ALTERADO PARA S 6.382.905,O0(SEIS MILHOES, TREZENTOS E OITENTA E OOIS MIL E NOVECENTOS E CINCO REAIS.). CONFORME A.G.E., DATADA DE: 28/11/2001. CAPITAL DA SEDE ALTERADO PARA $ 3.672.880,00 (TRES MILHOES, SEISCENTOS E SETENTA E DOIS MIL E OITOCENTOS E OITENTA REAIS.). CONFORME A.G.E.. DATADA DE: 21/05/2001. CAPITAL DA SEDE ALTERADO PARA $ 5.427.730,00 (CINCO MILHOES, QUATROCENTOS E VINTE E SETE MIL E SETECENTOS E TRINTA REAIS.) . CONFORME A.G.E., DATADA DE: 14/07/2001. ARQUIVAMENTO DE A.G.E., DATADA DE: 15/08/2001. CONSOLIDACAO DO ESTATUTO SOCIAL. CAPITAL DA SEDE ALTERADO PARA J 5.437.730,00 (CINCO MILHOES, QUATROCENTOS E TRINTA E SETE MIL E SETECENTOS E TRINTA REAIS.). CONFORME A.G.E., DATADA DE: 15/08/2001. nire: 35300176201 PAG. 005 JUNTA COMERCIAL DO ESTAOO DE SAO PAULO FICHA CADASTRAL NUM. DOC SESSAO 221.750/01-0 31/10/2001 15.374/02-6 22/01/2002 11.674/03-9 14/01/2003 -ARQUIVAMENTOS- ASSUNTO ARQUIVAMENTO DE A.G.E., DATADA DE: 26/10/2001. APROVADO A ALTERACAO DOS ARTIGOS 12, 17 E 17, PARAGRAFOS PRIMEIRO. CONSOLIDACAO DO ESTATUTO SOCIAL. CAPITAL DA SEDE ALTERADO PARA $ 7.069.485,00(SETE HILHOES, SESSENTA E NOVE MIL E QUATROCENTOS E OITENTA E CINCO REAIS . ) . CON FORME A.G.E., DATADA DE: 20/12/2001. SG - 268/02 DE 18/12/2002. CARTA RENUNCIA DATADA DE 13/12/2002, DO SR. MARCELO DE ALENCAR PAULA LEITE, DO CARGO DE DIRETOR FINANCEIRO. FIM DAS INFORMACOES NIRE: 35300176201 PAG. 006 I wtujtc tf 1-6350 ' a, S-mdra Rtgau Mattts Rm^i, tradition pubkta, artifice t don ft ant me fit aprtitittada us daatmtnh, rrr. uStoma utffh, am pass* a iradtt^tr para » ttntdak r.o itfuuttt ttvr ihMhMN MM ~, 7956653 1 >T 185843 II. HAS VIRGENS BRITANIC\S l.ci dc Companhias Imemaciomis de 1984 MEMORANDO DE CONSTITUICAO E CONTRATO SOCIAL DA VEX CAPITAL INC Cuinpanhia lntcraacional Consatuida cm 17 dc maio dc 1996 Allerayao Rcgistrada cm 21 dc junho dc 2000 CITCO B.V.I. LIMITED Canmbo: Ccrrsficada com Copta Vetdadciia (ass) Oficul de Regis tro das Ilhas Virgcns Bntarucas Data: 31 dc agosto de 2000 MEMORANDO DE CONST1TUICAO DA VEX CAPITAL INC. COMPANHIA INTERNACIONAL DAS I LI IAS V1RGENS BRITANICAS DENOMTNACAO ! A denominacao di Sociedadc e Vex Capital Inc. SEDE SOCIAL 2. A jede social da Soacdadc sera em Citco Building, Wickhams Cay. P.O. Boa 662. Road Town, Tortola, Ilhas Virgcns Bntarucas. AGENTE REGISTRADO 3. O Ageote Regis trado da Sociedadc nas Ilhas Virgcns Bntarucas sera Cttco B.V.I. Limited, com endereeo em Cttco Budding, Wickhams Cay, P.O. Box 662, Road Town, Tortola, Ilhas Virgcns Bntarucas. OBJETOS 4. O obieio c propositi da Sooedade e o de dccicar-sc a qualqucr ato ou advidadc que nao scja sroibidc po: qualqucr lei axaimcr.tc vigente nas Ilhas Virgcns Bntarucas. PODERES E LIMITACOES 5. A nao set cocformc penruudo pela Leu a Soacdadc nao pod era sow surras KJOCT .> it Ml -OHMMOO-Stolk*: Sf kBl —kj> tf tui • cpf m mni-m w • m mm -. 's-i -i> ■ ii nt i.-p 5 ■•*"»< mh ««», .-'•. wmM Contrato social da Vex Capital Inc., uma das offshores operadas por Alexandre Bourgeois, no Citco, nas Ilhas Virgens Britanicas. Tccluciio n* 1-6350 >J»to n* S3 *olh»u132-159 !< Hgiu£ 2 de 8 S.I. realuar operacoes com pcssois rcsidcntcs ms Ilhas \'ixgcns Bntanica*; nUMM mutt OftrteJ «• ftr**M«* *• 7rH*»* • Dbc-^*iAJ€ • pojsvur piraapicio em imoreis localiwdos nas Ilhas Virgens Britinicas, a nao ser mm locacao tcicudi na aliaea (e) do item (2) do arugo 5 da Ixi; S3, ''lallzar operacoes bancaxias ou de fidiiaa, a menos que -steia hcenciada a £aie-Jo segundc a Lei de &%a:Oi e Souedado de Hducia de 1990; 5.4. exerccr as atmdades de companiua de seguros ou resscguios, agente de seguros ou corxetor de seguros, a meaos que csteja bceuaada segundo uma promulgacao que a autonze a cxcicer essas atrndadcj; 5.5. exexcex a atmdade dc admirustricao de cmprcsas, a menos que csteja licenciada segundo a Lei de Adminjjnacio de Empresas de 1990, ou 5.6. cxerccr a acvidadc dc fomcccr sede social ou agente rcgistrado para socicdadcs corisnruida* nas Ilhas Virgens Bnrinieas. 6. Sujeito ao paragrafo (>;sic) acma c a quaisquer hrnitacoes previstas no Contrato Social ou cm qualcjucr Id entao vigeote flai Ilhas V'irgens Bntarucas, a Socicdade tera todos os podercs lnvcsridos nela pcla Lei. ACOliS £ CAPITAL ALTORIZADO 7. As acoes da Sooedadc scrao emiridas na moeda dos Estados Urudos da America 8. O capital autorizado da Socicdade sera dc US$ 50.000,00 e sera representado por uma classc e uma serie de 50.000 acoes do valor nominal de US$ 1,00 cada 9. Cadi acao tera lodos os podcres c direitos pertencentes a acoes na Socicdade e dara ao seu detentor o direilo a um voto em todos os assuntos nos quais o voto das acoes possa ser exercido. Todas as acoes serao idenncas cntrc si em todos os aspectos 10 As acoes na Socicdade poderao, por delibcracao dos dirctorcs, ser emiadas em forma norrunaova ou ao portador ou uma combinacao de ambas 1 1. As acoes norninanvas poderao ser txocadas c converndas cm acoes ao portador e vice-versa TrL\NSFERENCIA DE ACOES 12. Nenhuma acao nominaova da Socicdade sera trans fenda sem a previa aprovacao dos duetoies da Soaedade, e a Sociedadc nao sera obegada a mscrcver cm seu bvro de registxo dc acoes o Dome de um cession ano dessa acao sc a transferencia dessa acao ao cessionario nao over sido aptovada dessa maneua. ALTERACOES 13. O Memorando da Socicdade podeia ser aiterado pox dclibcxacio de qualquer dos diretores ou ************ NOTIFICACAO 14. Qualquei notificacao ou outxa uu'ormacao eujo enne ao dcteDtor dc acGcs ao portador seja cxigido pcla I xi seta dada mr flame a publicacao da mesma em um jomal de circulacao gcral nas Ilhas Virgens fio.aeucas ou na outra publicacao, sc houvcr, que os dirctorcs da ■Socicdade possim delibcrar ^criodicarnentc. OKF1NIC6ES 15 As pakvras defimdas na Lei dc Compan'nias internacionais dc 1984 (a "Lej". conformc alterada penocUcarnente) terao os mesmos signiticados neste Memorando &*>U IBM SunOS MSI tattaa mtm i WW"* bmm*-h*^-i^toiTtmetmM&KOmir<rti?rmPf<M0n<fllXKi&u;^ lal*rj*MA4l>1*Mi citraoco s*» nut • S' • h>i « ss.ii-)'N'M3raiSa.u rcxMS'tmai mpCH^^fanf **• m «i o.i x MvtO n" 81 -.,Uijj Jj2-159 • 3 de 8 nutf,-roju Kniti Ac*.*. A 7956653 7 N6s, Citco B.V.I. Limited, com endereco em P.O. Box 662, Road Town, Tortok, llais Vugens Biiiv.iiicBi, para fans dc consortucio de umi Companhu Interna clonal segundo as Ids das Hhas Virgens JButiuiiou, neatc a to subscrevemos nosso nome nesre Mcmorando dc Consrirxcio no du 17 dr maio ■r. VJ96. 'Jitco 8.V !. Limned Por (ass) (ass) na prcscitca de: Tcatcmunha: (») Road Town, Toitola Secretario CONTRATO SOCIAL DA VEX CAPITAL INC. » CO.MPANHIA INTERNACIONAL DAS ILHAS VIRGENS BR1TAN1CAS PRELIMINARES 1 Al palavTas definidas na Lei dc Companiuas Imcmaeionais de 1984 (a IdT, conformc alteiada periodicamente) tcrao o mesmo significado ncste Contrato Social 2 As disposicocs da Lei regerio e regulario os ncgoaos, assuntos c rcsponsabiudades da Sociedadc, a Oao »es que essas ctspostcoes sejam, na medida pcrmitida peb lei, cxpressamente modifies das pclo Mcmorando de Consutuicao da Sociedade (o "Memorando") ou est* Conttato Social ACOES B CAPITAL 3 Uma copu do ltvro de rcgisrro dc acnes da Sociedadc sera mantido na sede social da Sociedade nas Ilhas Virgcos Bntanicas e nos outros locaif (se houver) cjue o* diretores possam periodicamente dcsignax. ACOES NOMINATTVAS 4 A Sociedade devera, mediante sobcitacao de qualqucr dctcntor icgistiado de acoes na Sociedade, cmitr para essa pessoa um cemficado lepresentatrvo das acocs detidas por ela, cspcc.ftrando o oiimcro do eeroficado, a data dc emtasao do cemfjeado, o nome da pessoa, e a quanndade de acoes emibdas. O cemficado contera o SeJo e sera assirudo por urn diretor ou administrador da Sociedade. ACOES AO PORTA! >OR 5. Os ceraficados dc acocs ao portador serao emindos sob Selo e mdicarao que o portador tcm o direito a uma quanttdade cspccificada de acocs, c pudcxao prcva, por eupons, taldes ou de ourra forma, o pagamento de dividendos ou ourra* quanru* devidas sobre essas acocs. 6. Su|euo ao disposto oa I.e. e neste Conrrato Social, o portador de cemficado de acoes ao portador ■eri constderado como sendo um adonisia da Sociedade e tera duetto aos mcsmos duetto; e pnvilegios que reria sc ovcasc sido rcgistrado cocao dctciitur dessas acoes. SAHW* WrrtOS RUCCT kttttl h&u « H»i* <Vl+A: umtm t»4 HjZtSf u* ntaM ^ >e« - C^f OiJ MO 016 » w i Urrotf* ti ^■srak.H -u ^ > PdBmm i$* - 159 * IVigiua '1 de 8 W/~ nmwi k*k* 7. Sujeito a quaiiquer duposicoes cspccificas ncste Contrato Soaal, o portador de aa certificado de ■.lijorj ao portador aprescntari o rcfcodo certificado para excrcei scus dircitos como aaorusta da ^ocicdatie. Alcm disso: f«) a assitiatura do portador em qualqucr deiibcrario por ctcrito nu nonficacio de reqmsicio de HMOMGl do* aaonisras (um "Documento Pertinente") seri teconbecida de acordo com a Clausula 8 a icguir; c (b) para recebcx qualqucr dindendo ou pagamcnto, o portador deveri aprcs.cr.tar qualqucr cupom ou takao corrcspondente ao agcntc pagadot autonzado ou a outra pessoa que possa set designada pdos ductorcj pcnodicamcntc. 8. A assinarura do portador de um certificado de acio ao portador sera considerada como tendo sido dcvidamcntc icconhedda se o portador aprescntar esse certificado e o Documento Peraceme a um tabeliao publico ou gerente de banco ou diretor ou admin istradoi da Soaedade (una "pessoa autonzada"), cue er.dostsara o Documento Pertincatc com uma dedaracio: (a) idenuficando o certificado rcpresentacrro de acoes ao portador apresentado a ela por cjuantidade, data de errussio, valor c (se for o caw) dasse de acoes; e (b) con&rnundo que a sssmarura do portador foi endossada no Documento Pertinente cm sua presenca e que (se o portador esuvcr representando uma pessoa juridica) isso foi reconheddo pdo portador, que apresr nrou prova sarisfatorio de seus podetcs; e (e) cspecificando a qualidade na qual da esta habilitada a atuar como pessoa autonzada e, se um labdiio publico, afixando seu sdo na mesma ou, *c um gctcmc de banco, anexando um rarimh o de idcnrifieacSo do banco do qua) c gerente. 9. (a) Nio obstante o acima prcvisto, 0 portador de certificado representanvo de acoes ao portador pod era a quilquer mometuo entrcgai o icfcndo certificado pot courier ou carta registrada i Soaedade em sua sede social A Sodedadc emitai um rrd'ao detalhado rcfercnte a esse ccmficado asaim iccebido. que sera sdado c assinado por um diretot ou outro admirustrador da Soaedade. (b) Qualqucr desses rcobos dara a pessoa designada (a "Designada") o direito de cxeicer todos OS dirdtos rclativus ao certificado de acoes ao portador assim depositado. (c) Qualqucr timet teruficados sera devohido median te solidiacao a Designada, cujo redbo sera caocdado pda Soaedade lmediatamentc e sera dcvohido pela Designada que devera, se o redbo por extra viado ot perdido, forncccr a Sociedadc a jndenizacio que da possa rcquerer. 10. O portador de certificado representative de acoes ao porta Jo: seii, para todos os fins, considerado como proprietano das acoes compreendidas no referido certificado e, em nenhum ciso, sera a Soaedade ou quaiquer de seus adminismdores ou o Presidente de qualque: assembleia dos adonistas da Soaedade ou quakruer pessoa autoozada obrigado K (a) verificar as drcunstancias pelas quais um certificado representanvo de acoes ao portador cbegou as mini do portador do mcsmo; ou (b) queanonai a validadc ou autenbadbde dc qualqucr ato praticado pdo portador cuja assinarura tenha sido recoohedda de acoido com a Clausula 8 aama It. Qualqucr pessoa representando uma pessoa juridica que scja* o portador de certificado • r-jcntanro de acoes ao portador devcra aprcscntar, rr.cdiante sobutacao, coinprovacao sausfatorja de sua autoczacao para rcpresentar a pessoa juridica, caso contririo, sera considerado ptssoalmente como sendo o detcntor das acoes em q aalquer certificado de acoes ao portador. Ru>UHatMin.<St fmtt .MMt-MM ff-lm* V M-ti-ilot 'iii >u ss-ii 3104 Mt t~Tit od/>f.'>i—lc3ntr iK>rwi wr.Bt T.. JtSjto rt* 1-6350 Mj0M » de S 12. Oj dirctores podcrio piovidcnciar o pagamento de div.drndos aos dctentorcs de acocs ao portador tuc ■■ ucuu ou talOo e, nesse caso, os copons ou raloe* tcrao a forma e serao pagaveis na data c no lootl ou locais que OJ duetores deliberarem A SocKdadc tera o dueiio de reconhecer o direito absoluto le qim.lqi.icr portador dc quaiquer cupom ou (alio ao pagamento do dividendo ao qual se refrre e a •iKc.'fja do cupom ou talao pclo portador ou scu agcntc a Socicdadc ou sou agcntes consntuua, cm :odo3 os aspectos, quitacio valuta da Sociedade com rdacio a esse dividendo. aceitacAo e substitl:icac> de acoes 13. Pot sua iceitacio de um cemficado de acoes da Sociedade ou de cupom ou talao referente ao pagamento de dividendos ou outra distnbuicao sobrc aedes, a pessoa que icccbcr o ccrtuicado, cupom ou talao obnga se a uideniiar e isentar a Sociedade e seus duetores c administradoies de quaiquer pcrda ou rcspoOsaliUKladc que da ou das possam irtcorre; cm vutude dc uso ou declazacio mdevida ou ftaudulenta fcita pot qualquci pessoa ru posse do certificado, cupom ou talao. 1 4. Se um ccrnficsHo de acocs na Sociedade, ou um cupom ou talao pertenccnte a um certificado, for mutilado ou desfigurado ou pcrdido, furtado ou destroido, clc podera set subsuruid . na aprcsencaca de: (a) o cemficado, o cupom ou o talao mutilado ou desfigurado; ou (b) prova satisfatona dc sua perda, funo no destruicio, juntamente com o pagamento razoavd que possa sei fixado pelos clirctorcs para cobnr o custo do novo cemficado, cupom ou talao e a indenizacio ou caucao que possa ser exigida por dehberacio dos ductules A Socicdadc c scus duetores c admimstradoies rio serao responsaveis por quaiquer ato pratirado de boa fe nos termos desca Clausula. TRANSKERENCU DE ACOES NOM1NATTVAS 15. As acocs nominanvas na Sociedade podcrio (sujeito as limitacoes sobte trans fercncias conadas no Mcmorando) ser rransfendas por instrumcnto dc transfcrencia por cscrito assinado pclo cedente ou por seu procurador. O instrumcnto de transference devera cemter o nomc c endercco do ccssiouano c a quacudadc dc acuta uominauvas sendo etansfetidas O insuumento de transferencia devidamente assinado devera estar acompanhado por 151a prova da autenoadade da assinatura do cedente e. se o instrumcnto de transference for assinado por um prociuador pclo cedente, da assmarura de seu procurador, que possa ser razoavclmcntc exigida pelos duetores; e 1 5.2. se o instrumcnto de transfcicncia fur assinado pot um procurador pclo cedente, uma procurac ao devidamente asstnada autonzando o procurador a atuar pclo cedente devera set apteseouda a Sociedade ou a outia pc»so*que ela possa designar. '.6. Na ausencia dc instrumcnto dc trans ferencu de acocs nomiaativas por esccto conforme previsto no paragrafo 1 5 acima, os duetores podcrio acatar a prova da traiisfetencia de acocs nominatrvas que des julgarem adequada na epoca. A Sodedade e seus duetores e adrrunistradores nao serao responsaveis por quaiquer ato praocado dc boa fe scgundo csta Clausula. 1 7. Se duas ou mais pessoas csnveiem registradas como dctcntoras dc acocs conjuntaroente, um recibo cmiudo por uma ddas consbtuiri recibo cficaz com rdacio a quaiquer dividendo ou outra distnbuicio paga sobrc essas acoea. , C:OMI'RA E RESGATE DE ACdES 18. As acocs da Sociedade que a Sociedade cumpm, resgauu ou de ourra forma adquuir podcrio, a crUecto dos duetores, set ca nccbrias ou detulas como acues em tesourana. lis Si SVtft* {FOk^ MAtTOS RyKT - VaMM P*Mq e HMi Connie* - fatgfe - tigtts JMNMW* JU3a> ■» rr«u» «• IMS • Cf 3K08)C1!-CI R&I2HBJ l Ifj Lea: o*jf: <M-T*mi» oi:ot.'M ■ M sp-Bbsi * kWHWnBfklHI 1104 »t» «<»ir MMCIMM cor t< wiw cimK Trad 1171.0 n" 1-6350 Urro «i" 83 Folli... * Pigirro&deB Hjj W/' r.ytTeu «»ue« DTRETORKS 19. O muneio rnirnmo dc diretores da Sociedade seri de 1 e o numero maxuso seri de 12. Os diretores podcrio set pes so as fracas ou juridical 20. Os primeiros diretores da Sodedade serio eleitos pelos subscritorcs do Memoranda; e postcnormente os diretores serao eleitos pelos adonistas da Sociedade pek> mandate que possa ser espeaficulo com rclacao a sua eletcao, tcssauVado que um diretor poderi sci elcito pela maioria dos dirctoics rcmanescentes para prcenchcr uma vaga na diretoxia Um diretor ocupara scu cargo ate que scu sucessor seja empossado ou ate a sua mortc, renuncu ou desntuieio anterior. 21 . Qualquer Sociedade que se|a diretor da Soacdadc poderi, pot deliberacao de seus diretores ou outro orgao adrniriistrauvo, nomear uma pessoa fiaica para atuar como scu reprcscniante em rcuniao dos diretores, ou de comissao dos diretores, da Sodedade ou para assinar conscnomento com deliberacao dos diretores, ou comissao dos diretores, da Soacdadc PROCED1MENTOS DOS DIRETORES 22. Um diretor teceberi convocacao com Co luiiuroo ties dias de antecedenoa de rcuniao dos diretores/ a mcnoN que antecedencia menor seja aceita por todos 0* diretores na epoca. 23. A Cao scr no caso de um unico diretor, uma reuniao dos dirctores estara devidaroente insta bouvei presenca, em pessoa ou por substitute, no infoo da rcuniao, dc no minimo mctadc do numcro total de diretores na cpoca, a mcnos que hajx apenas dois diretores, caso em que o quorum sera de dois 24. Cada diretor tera urn voto em qualquer reuniao dos diretores e, no caso dc igualdade de votos, o Prcsidcnte (se bouver) ou (em sua ausfnen) o Vicc-Prcsidente ou outro subsonito na cpoca tera o voto dc nunerva. ADMINISTRADORES 25. Os diretores podcrio, por deliberacao, nomear os adrmmsmdoies da Sociedade que possam considcrar neccssirios ou convenientei pcnodicamente- Qualquer numero de cargos poderi ser ocupado pela mesma pessoa, rcssalvado que um uruco diretor nio deveri ocupai simultaneamcnic c cargo de secrctario. INDENTZACAO 26. O Artigo 57 da Lei seri aplicivci integralmcntc para que (sujeito aos termos desse Artigo) a Sociedade indenize toda pessoa tefenda no Artigo 57(1) (pessoa fisica, pessoa |uridica ou outra) de todas e quatsquet despesas e responsabihdades incotndas por c!as nu circuits tin etas rcferidas naquele Artigo. ACIONISTAS 27. Uma pessoa, que flio scja uma pessoa fisica que seja aciouista da Sociedade poderi, por deliberacao dc scus dirctores ou outro otgio adrninistraovo, nomear uma pessoa para atuar como scu rcprcscntante cm asscnibicia dos aaorustas ou para assinar consenomento com dchberacao dos adonistas. EXERCiCIO SOCIAL 28 O exetciao social da Soacdadc seri o ano aviL SELO 29. 0 Selo da Sociedade seri circular cm forma e conteri a dcnominacao da Soacdadc c as palavtas "BV'l INTERNATIONAL BUSINESS COMPANY" O Selo. uuando afnud>. cm IMBMM po: escrito, seri testemunhado por um diretor ou outra pessoa autorrzada a faze-lo por deliberacao dos dir.-tores. S»C«*Ri<*Aa.;:3imMr iatnematuntk Zmxa- fine* lh.*mmampuAttSe*tmia**\HO Bfmitttamu*muZ2IB-\ ' rudugfto n* 1-6350 i.iviu u" 81 Vmm US > 159 * P-.'iginn7<le8 *«.x:o« tmxt CONTINllAgAO :i0. A Soiedade poderi. por ddiberacao dos duetotes ou aoonistas, continual como sociedade ..onsatuida segufldo as leu de urn foto font das llhas Vugcos Butaflicas da raaiidra prevista ncssas Icis. auhracAo 31. Esic Conuato Social podera ser alterado por deBberacio dos direiorcs ou aciomsus. Not, Gtco B.V.I. Limited, de P.O Box 662, Road Town, Tonola, llhas Vugens Bntamcas, para o fira de consntuu uma Companhu Intrmacional segundo as leis das llhas Vugens Bntanicas, neste «to subscrevemos nosso nome neste Contrato Straal neste dia 17 de maio dc 1990 Cucc B V I. Lanited Por. (ass) (ass) na presence de: Testcmunha: <»*) Road Town, Tottola Secxciiao APOSTILA (Convencio de Haia dc S dc outubto dc 1961) 1 Pais: Tottola. llhas Vugens Bntamcas Este Instrumcnto Publico 1 Foi assinado por Diar. deCasrro V Atuando na quahdadc de Oficial dc Regtstro de Soctedades Adjunto cm Exercicio A. Conton o selo/canmbo do icfendo Oficial de Regis no de Sociedades Internaoonais CERTIFICADQ 5. Road Town, Tonola 6. Em 1 3 dc setcmbto de 2000 7. Pelo Vice-Govemador 8. Nunieio: D 93021 9. Sclo/Carimbo: Selo da Retciia das llhas Vugens Bntanicas e Canmbo do Vice-Govemadot das llhas Vugens Bntamcas 10. Assinatura: (ass) pelo Vicc-Govcrnadof RF.TNO 1TN1DO DA GRA-BRETANHA E 1RI ANDA DO NORTE N" D634609 • . 'at*. 19 de setembro de 2000 Este documcnto contem a assinatuta/selo de J. Frett, atuando na qualidade de memhro do quadro de funaonaaos do Govemador e Comandante-Cbefc das llhas Vingcns Bntamcas. swow in** M»Tros hxxi ■ mm fitu ■ mm *>%i&-wj»wmttmjj&y>nmmat>*iti» a*wixaxt-«vit2ngsi itMBMUMM m-Tmlt -mam-XD SU'MO- £)>• ftasl *.SS-l1-31[»?3MF»i5Hi SIMMS) f-twl »*»h8(B«wrfjW»r» «■»•» »» *j' v> I • . •1.(1350 I'aginu 3 8 pi Willi fatfeario por {»»») A. Beckwuh. pclo Scoctano de Katado Prinapai dc Sua Mafcstade paia Asvomos t.atia;igr ten r da Comunidade Cadtahrt - «lo cm ictevo do Foreign Office de Londiej. Reconhecimento da assinatura de A. Beckwuh, funaonino do Foreign Office era Londtcs, Kcinu Vnido, pclo Consulado Geial do Brasil em Londres, em 22 de aetembio de 2000. (a») Taicuio Lumack de Moura, Consul- Adjunio Sclo consulat no vaJot de R$ 20,00 ouro. carirnbado. tfADA MAIS. Li, cenftrt, achci conforme t don ji dtila tradufSo. Sao Paulo, 6 dt fevtrtire • J JO * jo l fe'\«\bvil9a-do< S»OH'-:a\i m<-tbs war ■ »«»/»« f\a*a< two* C3-*c* M^-ircttiOTrttpMjUC[Si'**<«ka*>'i'isu c'a8?aue<>a«i2»a IU'.anltti <•> 7* attr . SiOO OK Nafta*- S» -tal 1* M-H4KI TtJtt.ll n ]1UWfH» ^vj^koth •mim.-xi t<n» 10. os sdcios OCULTOS DE SERRA Por que o ex-govemador esconde seus socios e suas sociedades. E por que mentiu a Justiga Eleitoral. Veronica, Preciado e Rioli. Outro elo com Ricardo Sergio. Muitas parcerias comerciais unem — ou uniram — Jose Serra a parentes e amigos. Mas, por estranho que pareca, raras entre elas sao assumidas pelo ex-governador de Sao Paulo. No decorrer da sua vida publica, ele tern omitido, com zelo inco- mum, a existencia de seus socios — a filha Veronica entre eles — e de suas sociedades a Justica Eleitoral. Por que age assim? Vamos tentar saber aqui. Urn bom comeco e seu socio e primo Gregorio Marin Preciado. Senador eleito pelo PSDB, Serra assume, em 1995, o Ministerio do Planejamento na gestao Fernando Henrique Cardoso. Enquanto isso, Preciado vive aturdido pelas dividas com o Banco do Brasil. Cansado de esperar, o BB finalmente se move: em ju- lho do mesmo ano ingressa na Justica pedindo o arresto de bens do devedor relapso. No lote, figura um item interessante: o ter- reno que Preciado entao possui em sociedade com o primo mi- nistro no bairro Morumbi, area nobre de Sao Paulo. Mas alguem vazou a informacao e os primos Preciado e Serra venderam o imovel antes do arresto... 235 HISTORIA AGORA A escritura de compra e venda foi lavrada em l 2 de setembro de 1995, e o negocio registrado no dia 19 do mesmo mes no 15 2 Cartorio de Registro de Imoveis de Sao Paulo. Em sua defesa, Preciado declarou ter realizado a venda em abril. Pitorescamente, o assento no cartorio ocorreu cinco meses depois... Serra apresentou uma explicacao que o Ministerio Publico Federal tachou de "esdruxula". Sintonizado com o primo, sustentou que a negociacao foi parcelada em cinco vezes e que somente apos o pagamento da ultima cota, lavrou-se a escritura. Descreveu uma operacao anomala, ja que o instituto da hipoteca existe para solu- cionar tais pendencias sendo a escritura firmada imediatamente apos o fechamento do negocio. A suspeitlssima operacao autoriza a crer que Serra e Preciado cometeram aquilo que e chamado, no jargao juridico, de fraude pauliana. Explica-se: na pre-historia do Direito, o devedor respon- dia com o proprio corpo pelas obrigacoes assumidas. Se nao pagas- se a divida, poderia ate mesmo perder a liberdade — e tornar-se escravo do credor — ou mesmo a vida. No Direito Romano, atribui- -se ao pretor Paulo a mudanca desta situacao, afastando a penalida- de do corpo do devedor e direcionando-a para seus bens. A fraude pauliana ocorre quando o devedor aliena seu patrimonio visando iludir o credor e esquivar-se de sua obrigacao. Em outras palavras, uma artimanha de que se vale o caloteiro para afastar a satisfacao do prejuizo do alcance de quern iludiu. Como se a suspeita carregasse no seu bojo outra suspeita — uma realimentando a outra — o terreno dos primos, com 828 m 2 , no valorizadlssimo bairro da classe media alta paulista, foi pas- sado adiante por R$ 140 mil, montante abaixo dos precos pra- ticados no mercado. Mas a relacao entre Serra e seu contraparente e prodiga em parcerias, alem da antiga e polemica copropriedade do terreno no Morumbi. Os dois primos estao vinculados por enderecos, 236 A PRIVATARIA TUCANA negocios e sociedades. Mas Serra procura sempre isolar, atras de uma muralha de subterfugios, seus contatos e sua vida comer- cial. Basta ver o caso da ACP Analise da Conjuntura Economica e Perspectivas Ltda. A empresa, que tern como socia tambem Veronica Serra, situava-se na Rua Simao Alvares, 1020, Vila Madalena, Sao Paulo (SP). Por uma incrivel coincidencia, o pre- dio pertencia a Gremafer e, portanto, a Preciado. Neste terreno onde as coincidencias se encontram amiiide e di- zem "Ola" umas para as outras, Serra nao incluiu a ACP na decla- racao de bens apresentada a Justica Eleitoral em 1994, 1998 e 2002. O endereco, alias, tambem acolheu seus comites nas campanhas eleitorais de 1994 e 1996. Serra "mentiu para a Justica Eleitoral, ocultando empresa e liga- cao com o Sr. Preciado", registrou o Ministerio Publico Federal (MPF), quando investigava o relacionamento comercial do ex- -governador paulista e de seu contraparente. Como se fosse pouco, Serra escondeu tambem da Justica Eleitoral sua vinculacao com Vladimir Antonio Rioli, ex-diretor de operacoes do Banespa. Serra e Rioli foram socios durante nove anos na Consultoria Economica e Financeira Ltda., parceria que se manteve ate 1995. E, mais uma vez, um socio e uma sociedade de Serra foram sonegados pelo can- didate a Justica Eleitoral. Nao e de hoje, mas desde 1965 que a lei eleitoral, buscando a necessaria transparencia, exige que os candi- dates sejam honestos ao declarar seus bens para prevenir o enri- quecimento ilkito por meio do assalto aos cofres publicos. Serra escondeu o primo, mas por que esconderia Rioli? Sucede que, nesta senda de negocios obscuros, o socio Rioli e mais uma conexao com Preciado. Vice-presidente de operacoes do Banespa e pilotando as reunioes do comite de credito do banco publico, Rioli liberou R$ 21 milhoes para o primo do ex- -governador tucano. Realizado em 1999, o emprestimo, sem ga- rantias legais, direcionado para a Gremafer e a Aceto, carregava 237 HISTORIA AGORA "indicios veementes de ilicitudes", segundo o MPF. Nao se sabe se o financiamento foi pago. Mas Rioli e muito mais do que um elo da cadeia entre Serra e Preciado. Ele desvela a vinculacao de Serra com o ex-tesoureiro do ex-governador, Ricardo Sergio de Oliveira. No labirinto em que se cruzam e entrecruzam os caminhos de Serra, Preciado, Ricardo Sergio e outros personagens da era das privatizacoes, o percurso de Rioli e tao importante, que ele merece tratamento a parte. Pivo de negocios nebulosos, em que invariavelmente os cofres publicos perdem e os particulares ganham, ex-arrecadador de campanhas eleitorais do PSDB e ex-socio de Jose Serra, o nome de Vladimir Antonio Rioli, hoje, evoca mais futebol do que poli- tica. £ que, atualmente, uma de suas empresas, a Plurisport, empenha-se em semear arenas esportivas Brasil afora, prevendo a demanda da Copa do Mundo de 2014. Torcedor do Palmeiras, Rioli envolveu-se na modernizacao do velho estadio Palestra Italia. Alem do clube do coracao, arquiteta consorcios para erguer os novos estadios de Sport Recife, Botafogo (de Ribeirao Preto), Santo Andre, Remo, Tuna Luso e Paysandu. Seu passado, porem, persegue-o como uma sombra. Rioli, 67 anos, sempre foi unha e carne com dois ex-ministros de FHC. Um deles, Jose Serra e o outro, Sergio Motta, ex-titular da pasta das comunicacoes e um dos artifices da privatizacao do siste- ma Telebras. 41 Bern antes da expressao "tucano", em livre associa- cao, vincular-se a "privatizacao" e "neoliberalismo" no imaginario politico nacional, Rioli, Serra e o falecido Serjao ja eram amigos. Conviviam na Acao Popular (AP), uma das tantas organizacoes de Sergio Roberto Vieira da Motta (1940-1998), um dos fundadores do PSDB, tornou-se personagem central no processo de aprovacao da reeleicao para beneficiar o entao presidente e seu companhei- ro de partido Fernando Henrique Cardoso. Teria articulado a compra dos votos parlamentares — por meio de dinheiro ou concessoes de radio e TV — necessarios a aprovacao da emenda pro- -reeleicao, segundo gravacoes obtidas e publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo. 238 A PRIVATARIA TUCANA esquerda dos anos 1960/1970 que peitaram a ditadura militar para mudar o Brasil. Implacavel, o tempo passou, os tres mudaram e mudou tambem a mudanca que pretendiam fazer. Em 1986, quando comecou sua sociedade com Serra, Rioli envolveu-se em desastroso negocio para a entao estatal Companhia Siderurgica Paulista (Cosipa). Sua consultoria, a Partbank, foi acusada pelo Tribunal de Contas da Uniao (TCU) de engendrar um contrato sem correcao monetaria em periodo de inflacao galopante. No final das contas, a Cosipa acabaria perdoando parcialmente a divida da siderurgica Persico Pizzamiglio, de Guarulhos (SP). O prejuizo da Cosipa escalou o patamar dos US$ 14 milhoes. Em 2005, caberia justamente a Pluricorp, de Rioli, assumir um piano de recuperacao da industria. Por ironia, a de- vedora Persico sobreviveu. A credora Cosipa foi privatizada em 1993 e absorvida pela Usiminas. Nomeado, por indicacao do PSDB, para a vice-presidencia de operacoes do Banespa em 1991, no governo Luis Antonio Fleury (PMDB), Rioli conquistou poderes para autorizar novos empresti- mos mesmo para clientes endividados. Em 1999, foi condenado a quatro anos de prisao. Convertida em multas e prestacao de servi- 90s, a pena foi aplicada pela Justica Federal que considerou sua ges- tao temeraria. Apesar de pareceres contrarios, Rioli emprestou US$ 326 mil a quase concordataria Companhia Brasileira de Tratores. O lance mais impressionante de Rioli no Banespa incluiu um personagem recorrente desta trama: Ricardo Sergio de Oliveira. Envolvendo o Banespa e com a cumplicidade de Rioli, Ricardo Sergio trouxe de volta ao Brasil US$ 3 milhoes sem origem justifi- cada que repousavam no paraiso fiscal das Ilhas Cayman, no Caribe. Na CPI do Banespa, que investigou o escandalo, o ex-governador Fleury espantou-se com o fato. "£ surpreendente saber que os tuca- nos conseguiram usar o Banespa para internar dinheiro durante o meu governo", disse. 239 E *na. Sra prooesp 3 e ? on,ratos Taboa °<fe Sena /SP 840 ^SP, 27,06/2008 CT -^. 33.06^)8 - Sw "»raOretofa 1 .Encam/nbamos a \/<;« ^owrlamoso Cordia/mente, Hn * 0 ' de Seguranca de 80 ,l*nc» 1 a <)•' 1 11 DOUTOR ESCUTA", 0 !lif'Ui];itf!liJM:iTTC Dinheiro publico para contratar espiao do SNI. Militar atuou em grupo de exterminio durante a Ditadura Militar. E o que mostram documentos ineditos. E Alckmin mantem o araponga de Serra sob contrato... DerrOtadO na diSpilta a Presidencia da Repiiblica, Jose Serra gastou boa parte da campanha eleitoral de 2010 resmungan- do contra "espioes" que estariam bisbilhotando a vida de sua filha Veronica e de ilustrlssimas figuras de seu partido. Sua aliada, a mi- dia encarregou-se de reverberar seus protestos, turbinando-os com altos decibeis. A arapongagem teria raiz no "nucleo de inteligencia" montado por petistas, cuja existencia nunca foi provada. Serra sempre refutou, tambem com veemencia, adotar praticas seme- lhantes as que supunha ver praticadas por seus adversarios. Mas as relacoes de Serra com o submundo da espionagem foram levantadas pelo proprio autor. Faltava, no entanto, prova-las. Este capltulo traz essa prova cabal, os documentos ineditos que com- provam definitivamente o que todo mundo sempre soube. Serra costuma recorrer ao submundo da espionagem para vasculhar a vida de seus adversarios politicos. A papelada cedida ao autor pelo jornalista Gilberto Nascimento evi- dencia que o entao governador paulista contratou, sem licitacao, por meio da Companhia de Processamentos de Dados do Estado de Sao 243 HISTORIA AGORA Paulo (Prodesp), a empresa Fence Consultoria Empresarial. A Fence e propriedade do ex-agente do Servico Nacional de Informacoes (SNI), o legendario coronel reformado do exercito Enio Gomes Fontelle, 73 anos, conhecido na comunidade de informacoes como "Doutor Escuta". A empresa do "Doutor Escuta" foi contratada por R$ 858 mil por ano "mais extras emergenciais" — pagos pelo contribuinte — no dia 10 de julho de 2008. Vale lembrar que nessa epoca a vida particular do ex-governador de Minas Gerais Aecio Neves estava sendo esprei- tada por arapongas no Rio de Janeiro, onde a Fence esta sediada. Talvez isso explique por que a Prodesp tenha invocado "inelegibilida- de" para contratar a empresa do araponga sem licitacao. Em outras palavras, a Prodesp afirma que o "Doutor Escuta" nao tinha concorrentes a altura para realizar o servico. Conforme o contrato, entre outros servicos, a Fence e responsavel pela "detec- cao de incursoes eletronicas nas instalacoes da Prodesp ou em ou- tras localizacoes de interesse da empresa". Isto significa que a empresa tern como acessar os dados pessoais de funcionarios pu- blicos, de juizes e ate de parlamentares por uma simples razao: a Prodesp e responsavel nao so pela folha de pagamento, mas tam- bem por todos os servicos de informacoes do Estado. Ou seja, o contrato concede a firma do "Doutor Escuta" o direito de invadir esses dados na hora que bem entender. Ate o fechamento deste li- vro (final de junho) o governador Geraldo Alckmin (PSDB) man- tinha o contrato com a empresa de Fontelle. E o que o delegado federal e ex-deputado, tambem federal, Marcelo Itagiba, chefe da arapongagem serrista, tern a ver com isso? A resposta quern fornece e o proprio curriculo do coronel. O "Doutor Escuta" jacta-se de haver integrado o seleto grupo de ara- pongas que Serra, quando era ministro da Saude de FHC, montou na Anvisa (Agenda Nacional de Vigilancia Sanitaria). Sob a batuta de Itagiba, alem do coronel Fontelle, estavam ainda mais dois personagens destas paginas. Um deles, o ex-agente do 244 A PRIVATARIA TUCANA SNI Fernando Luiz Barcellos, de alcunha "agente Jardim". E... adivi- nhe quern mais! Sim, ele mesmo, o delegado Onezimo das Gracas Sousa, aquele mesmo frequentador do restaurante Fritz, da confei- taria Praline e das paginas de Veja e dos jornaloes em 2010. O ninho de arapongas da Anvisa foi desativado pelo proprio Serra, o que aconteceu apos a imprensa denunciar que a vida privada de servidores do Ministerio da Saude e de desafetos do entao minis- tro — entre eles seu colega, o ministro da Educacao, Paulo Renato de Souza, falecido em 2010 — estaria sendo esquadrinhada. Na epoca, o argumento de Serra para a arregimentacao de arapongas foi o medo. Receava ser grampeado por representantes das industrias de medica- mentos, que teriam sido contrariados por medidas do governo. Coincidentemente, o "Doutor Escuta" e os demais passaros fo- ram contratados em 2002, quando partidarios do PFL (atual DEM) denunciaram a suposta vinculacao de setores do governo do PSDB com os grampos fatais a candidatura pefelista a Presidencia da Republica. Teriam levado a Policia Federal a descobrir que a em- presa Lunus, de propriedade da candidata Roseana Sarney e de seu marido Jorge Murad, guardava R$ 1,34 milhao em seu cofre. Suspeita-se que o dinheiro alimentaria a campanha do PFL, implo- dida ali mesmo pela apreensao. O "Doutor Escuta" vem de longe. Foi no perlodo do presidente Joao Baptista de Figueiredo que ele se integrou a comunidade de informacoes. Entrou pelas maos do ex- ministro -chefe do SNI, Octavio Medeiros. Seu rumo foi o Garra, braco armado das acoes clandestinas e a arma mais letal do SNI durante a ditadura. Fontelles recebeu a tarefa de modernizar o arsenal tecnologico do orgao. Como seu proprio codinome esclarece, o "Doutor Escuta" coman- dou uma equipe de trabalho que desenvolveu aparelhos de escuta com tecnologia nacional que substitufram os importados. Faziam parte do seleto grupo do Garra os coroneis Ary Pereira de Carvalho, o "Arizinho"; e Ary de Aguiar Freire, acusados de participar 245 HISTORIA AGORA do complo que resultou no assassinate 42 do jornalista Alexandre Von Baumgarten em outubro de 1982. Dois meses antes de morrer, o jor- nalista compos um dossie. No chamado Dossie Baumgarten, os dois Arys sao acusados de terem participado da reuniao em que foi selada a morte do jornalista. O sargento Marival Dias, do CIE (Centro de Informacao do Exercito), soube da morte do jornalista antes mesmo de seu desa- parecimento ser anunciado. Disse ao autor que Baumgarten teria sido executado pelo "Doutor Cesar", codinome do coronel Jose Brant, tambem do Garra, a exemplo de Fontelles. Agente do CIE em Brasilia, Dias teve acesso a um informe interno onde se afir- mava que a morte se devia a Brant. Em uma operacao do Garra para intimidar Baumgarten, o "Doutor Cesar" teria se excedido e matado o jornalista. Isto o teria obrigado a eliminar duas teste- munhas: a mulher de Baumgarten, Janete Hansen, e o barqueiro Manuel Valente. A reportagem, publicada na revista IstoE, nunca foi desmentida. 43 Aos seus clientes, o coronel Fontelles costuma dizer que sua em- presa presta servicos de contraespionagem e nao espionagem. Como veremos mais a frente, foi justamente esse trabalho, ou de contraespionagem, que acabou envolvendo o autor no episodio da quebra de sigilo da suposta quebra de sigilo de Veronica Serra du- rante a campanha presidencial de 2010. Baumgarten saiu para uma pescaria no dia 13 de outubro de 1982. Seu corpo apareceu boiando doze dias mais tarde na praia da Macumba, no bairro carioca do Recreio dos Bandeirantes. Tinha as marcas de tres tiros. Dois cadaveres, que seriam os de sua mulher, Janete Hansen, e do barqueiro Manuel Valente, foram descobertos carbonizados em Teresopolis, alguns dias mais tarde. "Os matadores" de Amaury Ribeiro Jr., reportagem publicada em IstoE, edicao de 24 de marco de 2004. 246 A proposta da Fence Consultoria Empresarial, a empresa do "Doutor Escuta", para o governo Serra e a resposta da Prodesp ExmaSra. Dra Maria Aparecida Gorxjafves Kawagoe DO Chefe da Divisao de Contratos PRODESP - Tecnotogia da lnforma?ao Rua Agueda Goncalves 240 Taboaoda Serra/SP CT. Nr. 33.06/08 - FENCE Senhora Diretora Encaminhamos a VS*. a nossa Proposta para a contratacao dos serves de Seguranpa de Comunicacoes solicitados pete PRODESP. Aproveltamos o ensejo para reiterar os nossos protests de consideracao e respeito. OoRMiMih CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. Sao Paulo, SP. 27/06/2008 000019/ "f f ENEE CONSULTORIA EMPRESARtAL LTDA Rio de Janeiro, RJ, 27 Mai 08 PROPOSTA Nr. 04.05/08 -PrSP 1. CUENTE PROOESP. 2. ESCOPO O escooo da presents Proposta e a prestacao de servicos na area de Seguranca de Comunicacdes para a PROOESP. 3. JNIVERSO DE PESQUISA O sermco ora proposto compreende a inspecao, no edifao-sede do clients, a fin de detectar eventuas agressoes eletrdnicas, de: > 3.1 -Nasede: 3.1.1 -Unhas tele finicas: 1) Unhas(aretas:07 2) Ramais:113 Nota: cad a linha telefonca constitui 1 (um) item 3.1 2 - Ambientes: 3.000 metros quadrados. Nota: consjderamos 60 tens cada um equivalente a SO metros quadrados. 22 ■ Total de tens: 180 (cento eoitenta). 4. PRECO E CON DICOES DE PAGAMENTO 4.1-UnNMoc R$ 384.00 (trezerrtos e oitenta e quatro reais) por item. 4 .3 - Custos o peracionais : inclusos. 4.4 -Total: R$ 69.1 20.00 (sessenta e nove mil. cento e vinte reais) mensais. 4.5 - Valor total do contnrto: R$ 829.440,00 (oitocentos e vinte e nove mi quatrocentos e quarenta reais). 4.5 - Condicoes de pagamen'.o: O pagamento sera feito apos a reafizacao de cada traoalho mensal. mediante a apresentacao da Nota Fiscal correspondente 5. VISITAS EMERGENCES 5.1 - Em caso de solctacoes emergenciate, a nossa equipe se apresentara nas Instatacoes do ctente no prazo maxmo de 48 (quarenta e oto) horas. 52 - No atendrnento emergency sera considerada a quanMade minima de 10 {dez) tens, para os quais sera cobrado o mesmo preco untano constante do item 41 acima, acrescido de custos operaccnais no valor de RS 2.000.00 (doe mil reais) por visita Nota: Para eteto de previsao de recursos. consideramos cada atendrnento emergencial composto de 10 (dez) tens, e um total de 5 (dnco) atendimentos durante os doze meses do contraso o que signified um valor total de R$ 29.200.00 (vinte e nove mil e duzenlos reais) para o ano. Av oat Americas 8700. Btoco 2 Sata 213 ■ CEP 22793080 Rio da Janatro / RJ. Tat (71) 2431-3648 e Fax (21) 2431 -3454 .tier* com Ofto,!"** /.'/' i CONSULTORIA PRESAR1AL LTDA 6. REAJUSTES Os reajustes serao apiicados aos precis anualmente. per ocasiao da assinalura dos termos adttrvos de prorrogacao do contrato, de acordo com o IPCA. 7. CONSIDERACOES FINAIS 7.1 - Ao final do service, a Fence entregara o Retatorio a ete correspond**. 72 - A equipe de traPatw prectsara contar com o seguinte apoo no bcai de trabalho: 1 ) Elemento de confianca do ciente para acompanhar lodo o servioo; 2) Chaves de todas as portas. inclusive daqueias onde nao havera hspecao. As chaves permaneoarSo nas maos do acompanhante. e serao solicitadas peta nossa equipe se e quando necessario. 3) Escada de abrir com attura sufciente para atingr todos os tetos das salas onde serao realizadas as irtspecoes de ambientes 4) Acesso ao Quadro de Entrada de Snhas telefdnicas e a todos os Quadras tntermedarios existentes 5) Acesso ao PABX e demais salas onde se encontrem reguas terminals ou patch panels de telefonsa. Av am Amercaa 6700. Btoco 2. SMi 213 - CEP 27783460 Rio de Janeiro / RJ. Til (21) 2431-3648 • Fax 01) 2431 3464 ♦ 000007 4 //PRODESP V Tecnologia da Informaqao Como base para a composicao de precos, podemos utilizar a Proposta Nr 04.05/08-PRSP enviada pelo fomecedor Fence . 4.6. Condicoes de Pagamento O pagamento sera ferto mensalmente. apos a realizacao de cada service mediante a apresentagao da Nota Fiscal respectiva a cada Ordem de Servico emitida. 4.7. Relatorio Ao termino de cada intervencao mensal. a Empresa contratada devera entregar um Relatorio, contendo a abrangencia do servico efetivamente realizado, assim como os diagnosticos pertinentes. 4.8. Servicos Emergenciais A Prodesp podera solicitar ao fomecedor a execucao de servicos emergenciais, dispondo de 24 (vinte e quatro) horas para atender ao chamado, sendo o preco para este tipo de atendimento devidamente explicitado em contrato. 4.9. Documentacao Considerando a especificidade do servico e suas peculiaridades descritas neste Relatorio, deverao ser anexados documentos que comprovem o enquadramento das atividades da empresa nas exigencias dos dispositivos da Lei 8666/93. • Com relacSo a sugestao apresentada no item 4, referente a Contratacao por inexigibilidade de licita?3o da Fence Consultoria Empresarial Ltda., recomendamos que. caso aprovada esta modalidade de contratacao, a empresa apresente tres copias de contratos ja firmados com Orgaos Govemamentais nestas caracteristicas. com base nos incisos da lei 8666/93. 000012 /Jtrodesp Tecnologia da Informa^ao Sistema de Seguranca da Informacao. alem tie eslar em pleno desenvolvimento para a Certrficacao ISO 20000. prevista para o final de 2O08. Estas certificaQoes sao mantidas atraves de Audrtorias Externas periodicas, efetuadas por Instituicoes Intemacionais. nas quais sao verificadas as conformidades e aderencias dos nossos Sistemas de Gestao em relacao as Normas existentes Em complemento a esta atividade os aud tores recomendam acoes para serem implementadas visando a melnoria continue dos processos denlro do ciclo PDCA (Plan. Do. Check. Act. ou seja Planeje. Faca, Verifique. Aja). Em nossa ultima auditoria de manutencao da ISO 27001. pertinente ao Slstema de Seguranca da Informacao, fomos alertados quanto a importancia da implantacao urgente de solucao de deteccao de eventuals intrusos qa rede de telefonia fixa. seja na intencao de aprophar-se de dados que trafegam na rede, seja no ato de escuta teleffinica (grampo) Esta solucao e de fundamental importancia para a execucao dos servicos da Prodesp, que utiliza o contato via telefone (vo?) em larga escala para atendimento de seus clientes em todos os niveis Diante deste quadra expomos a seguir as caracteristicas necessanas para uma solucao completa que garanta a Seguranca de Comunicacao em Sistemas de Telefonia Fixa, tanto intemamente. quanto externamente, ou seja. na utilizacao do recurso telefonia fixa quer pelas areas intemas e entre si, na empresa, quer nas comunicacoes feitas "de" e "para* fora. £ de qrarvde importancia que a garantia de seguranca na utilizacao dos Sistemas de telefonia deva ser buscada, estendida e assegurada igualmente nos ambientes utilizados pela Prodesp nas instalacoes de seus clientes onde a comunicacao telefonica e indispensavel e essencial para a prestacao de servicos contratados. NECESSIDADES TECNOLOGICAS Para deteccao de irregularidades nas comunicacoes telefonicas entre a Prodesp e seus clientes. necessitamos que as seguintes premissas tecnologicas sejam contempladas na Solucao: 3.1. Deteccao de "grampos telefonicos" Conforme levantamentos efetuados por nossos tecnlcos, exlstem baslcamente 3 (tres) tecnologias disponiveis que possibilitam a varredura telefonica com o intuito de deteccao dos chamados "grampos teleffinicos", ou seja Visual, Diferenca de Voltagem e Reflectometria. Cada uma destas tecnologias tern a sua aplicacao especifica . variando de acordo com a potenclalidade e especiali7acao do agressor 000013 PRODESP Tecnologia da Informa^ao 3.1.1. Tecnologia Visual E a mais simplista das tecnologias, que consiste na observacSo da linha telefonica visualmente, o que em grandes instalacoes, como e o caso da Prodesp. inviabiliza sua utilizacao. 3.1.2. Tecnologia por Diferenca de Voltagem Caso o agressor trabalhe com gravador comandado por rele de linha, cuja qualidade provoque uma queda de tensao na linha, o processo de deteccao baseado nesta tecnologia podera ser bem sucedido. Este tipo de ataque e efetuado normalmente por agressores com baixa potencialidade e especializacao. 3.1.3. Tecnologia por Reflectometria Quando o agressor eletronico dispoe de tecnologias de ataque modemas e sofisticadas, a unica forma de detecta-lo e atraves da utilizacao da reflectometria, que consiste na geracao e lancamento na linha telefonica de uma seqiiencia de pulsos de afta freqiiencia, os quais ao encontrar urn obstaculo qualquer que altere as caracteristicas (como por exemplo, emendas, quadras de distribuicao, umidade, curto- circuito, derivacQes ou ainda um grampo), envia uma onda de retomo atraves da linha, agindo como o eco de um sonar ou radar (que tambem sao equipamentos que utilizam reflectometria). Esta onda de retorno e graficamente mostrada na tela de cristal Ifquido de um instrumento especifico, para serem examinadas e analisadas por um especialista, fomecendo desta forma grande numero de informagoes a respeito do status da linha. A insercao de grampos, mesmo os que pouco representam no contexto geral da linha (conhecidos por "resrstencia infinita" ) ou os mais modemos que nao utilizam reles automaticos e gravam de forma continua e permanente as linhas telef6nicas invadidas. modificam as caracteristicas intrinsecas da linhas sendo desta forma detectados pelo reflectometro. s PRODESP 000014 ^ Tecnotogia da lnforma<;ao 3.2. Deteccao de "bugs" {transmissores clandestinos) Existem varias tecr>ologias disponiveis para a varredura eletromagn6tica, destmada a deteccao de bugs. Tais como: a) Escaneamento automatico continuo; b) Detector de Juncao Nao Linear, c) Analise de espectro de frequencias; d) Banda Larga. Nao sao recomendadas as tres ultimas tecnoiogias anteriormente citadas. pois alem de apresentarem grande taxa de erros, colocam em risco a saude de que as manuseia. Diante deste quadra e recomendada a adocao do Escaneamento automatico continuo 3.2.1. Escaneamento Automatico Continuo Consiste na varredura continua da faixa de frequencias (normalmente de 0,1 MHz a 3 GHz), utilizada para transmissao em telefonia. Sao conhecidas no mundo 3.098 diferentes frequencias de transmissao, que associadas aos modos de transmissao utilizados (AM, NFM e WFM), resultam em 9.294 possibilidades de transmissao em diferentes canais. Este numero e importante uma vez que a Solucao a ser adotada deve cobrir esta gama de provaveis canais transmissores. O equipamento receptor para interceptar os transmissores clandestinos devera ter altissima sensibilidade, prevendo inclusive a extrema miniaturizacao dos equipamentos, que contam com antenas milimetricas, apresentando baixa potencia de transmissao. Assim para capta-los, o receptor de varredura devera possuir sensibilidade maior do que a do receptor de ataque, sob pena da perda da detecgao 1 em (uncao da grande quantidade de radiofrequencias existentes no local. Qualquer metodologia de deteccao de "bugs" nao podera ainda prescindir da inspecao visual local para identificacao de mini aparelhos ocultos no ambiente. 3.3. Outras Necessidades Conforme citado no item anterior sera fundamental nesta Solucao que estamos solicitando, a inspecao dos ambientes. especialmente em funcao da crescente miniaturizacao que as tecnoiogias de telecomunicagoes vem /^RODESP Tecnologia da Informacao 000015 I ^ sofrendo nos ultimos anos, consequencia direta da mtniaturizacao cos componentes de hardware da tecnologia da informacao. 4. SOLUQAO SUGERIDA Apos prospeccao de mercado a respeito de empresas que atendessem ao exposto no item anterior, constatamos em uma realidade de fomecedores altamente especial izados que, devido as peculiaridades da Prodesp, a unica empresa que atende a todos os requisitos apresentados e a Fence Consultoria Empresarial Ltda.. Esta empresa alem de ser a iinica a atender a todos os requisitos tern a experiencia de ja haver prestado este tipo de servico (tendo sido contratada por inexigibilidade de licitacao) nos seguintes orgaos: Tribunal Supenor Eleitoral. Superior Tribunal de Justica, Ministerio da Saude, Itaipii Binaaonal, Tribunal de Contas da Uniao. Empresa Brasileira de Correios e Telegrafos, Eletrobras, etc.. 5. PLANO DE TRABALHO O Piano de Trabalho sugerido para o desenvolvimento dos Servicos descritos nos itens anteriores devera obedecer as seguintes premissas. 5.1. Objeto Prestacao de servigos na^area de Seguranca de ComunicaQoes. envolvendo linhas telef6nicas e ambientes de decisao. visando a deteccSo de intrusSes eletronicas nas instalaooes da Prodesp ou em outras localizacoes de interesse da mesma. 5.2. Abrangencia 5.2.1. A Prodesp definira os itens a serem inspecionados. 5.2.2. O pagamento dos servicos sera efetuado conforme os mesmos forem sendo feitos. ou seja, de acordo com a demanda. T PRODESP 000016 Tecnologia da Informaqao 5.2.3. A Prodesp podera requisitar a execucSo dos trabalnos em instalagoes de seu interesse, fora de sua Sede. 5.3. Periodicidade Uma intervencao ao mes, em datas aleatorias. a serem definidas pela Prodesp. 5.4. Vigencia O contrato tera validade de 2 (dois) anos, pcxiendo ser renovado ale o maximo de 5 (cinco) anos, de acordo com a legislacao vigente. 5.5. Preco No preco proposto, que sera especificado a partir das Ordens de Servico emitidas de acordo com as necessidades da Prodesp, deverao estar incluidos todos os Impostos, despesas com hospedagem, alimentacao e transporte do fomecedor. # 5.6. Condicoes de Pagamento O pagamento sera feito mensalmente. apos a realizacao de cada servico, mediante a apresentatjao da Nota Fiscal respectiva a cada Ordem de Servico emitida. 5.7. Relatdrio Ao termino de cada intervencao mensal, a Empresa contratada devera entregar urn Relatdrio, conlendo a abrangencia do servico efelivamente realizado, assim como os diagn6sticos pertinentes. 5.8. Servicos Emergenciais A Prodesp podera solicitar ao fomecedor a execucao de servicos emergenciais, dispondo de 24 (vinte e quatro) horas para atender ao chamado, sendo o preco para este tipo de atendimento devidamente explicitado em contrato. a 000017 A 7 5.9. Documentacao Considerando a espetificidade do servico e suas peculiaridades descritas neste Relat6rio, deverao ser anexados documentos que comprovem o enquadramento das atividades da empresa nas exigencias dos dispositivos da Lei 8666/93. Com relagao a sugestao apresentada no item 4, referente a Contratacao por inexigibilidade de licitacao da Fence Consultoria Empresarial Ltda., recomendamos que, caso aprovada esta modalidade de contratacao, a empresa apresente tres c6pias de contratos ja firmados com 6rgaos Govemamentais nestas caracteristicas, com base nos incisos da lei 8666/93. 6. CONCLUSAO Mediante o exposto neste Relatorio, entendemos que se justifica a contratacao de empresa especializada para prestacao de Servicos Tecnicos Especializados em Seguranga de Comunicacoes em Sistemas de Telefonia Fixa nos Ambientes internos e extemos da Prodesp, visando a deteccSo de intrusoes eletronicas nas nossas instalacQes. Assim solicitamos autorizacao para dar prosseguimento a Contratacao aqui descrita nos termos especificados Esta contratacao vai permltiro incremento dos niveis de Seguranga, definidos como requlsitos mandatorios da Certiflcacao ISO 27001 , alem de atender as premissas de Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade da informacao, garantindo ainda, uma evidencia de melhoria continua nos processos de Gestao da Prodesp. .y- ( y v Comite de Excels Matrlcula: 6512-2 Confers com Original 12. OS TUCANOS E SUAS EMPRESAS-CAMALEAO 0 esforgo para apagar as pegadas. Decidir e Decidir, IConexa e IConexa, Orbix e Orbix. Ou a danga dos nomes iguais. A camuflagem dos parentes e socios de Sena. E, uma vez mais, Ricardo Sergio... E lim jOgO de gatO e ratO. Policiais,procuradoresefiscais fazendarios fazem o papel do gato. Quem esta na pele do rato tenta escapar, apagando suas pegadas. £ preciso perseguir o dinheiro e este, como se tivesse vida propria, esta sempre mudando de nome, de endereco, de forma. Circula pelos dutos formados por empresas de fachada, contas secretas e operacoes heterodoxas. Nao e facil en- contrar os rastros em meio a tanta dissimulacao. Que inclui, por exemplo, batizar empresas com nomes parecidos. A IConexa Inc. e a IConexa S.A. sao duas firmas, uma aberta nas Ilhas Virgens Britanicas e outra no Brasil. E a IConexa brasileira antes se chama- va Superbid. Todas pertencem a Alexandre Bourgeois, o genro de Jose Serra. As IConexas sao apenas uma amostra daquilo que se denomina empresa-camaleao. Como o reptil, elas praticam o mimetismo, camufiam-se para escapar aos cacadores. £ tambem o papel da Orbix, igual- mente produto da mente criativa do genro de Serra. Comecou como Orbix Administracao de Capital e Recursos Ltda., metamorfoseou-se em Orbix Global Partners Administracao de 259 HISTORIA AGORA Recursos, depois Orbix Capital S.C. Ltda. e, por fim, AAA Asset Management S/C. Ltda. Quern acha pouco tres Orbix pode comecar a sorrir. Ha tam- bem o Fundo Orbix S.A., implantado por Alexandre Bourgeois na praia de Trancoso, no sul da Bahia. O Fundo de Bourgeois recebe o respaldo do BNY Mellon Servicos DTVM. Como o mundo e mesmo pequeno, o BNY Mellon Servicos DTVM tern como socia a construtora Joao Fortes, de propriedade do deputado Marcio Fortes (PSDB/RJ), que vem a ser o caixa da campanha de Jose Serra a Presidencia da Republica em 2010. Fundada em 1997 com o nome de Dreyfus Brascan, a empresa fun- ciona no predio do grupo Opportunity, no Rio de Janeiro... Nao foi a toa que seis meses das investigacoes foram gastos para achar o no da meada e entender como funciona a farsa. A primeira licao que aprendi e de uma simplicidade constrangedora: nao adian- ta prestar atencao aos nomes das empresas, porque eles existem para nos iludir. O fundamental e checar os CNPJs, o numero em que a firma foi incluida no cadastro nacional das pessoas juridicas. Mas a meada tern mais no para desenrolar. Bourgeois lida ainda com a Lutece Investimento e Gestao de Recursos Ltda., que tern o nome fantasia de ABL Servicos e foi fundada em 2000. Que se vale tambem de outra denominacao: Xibro Axia Administracao de Recursos Ltda. E ai aparece a Lutece Participacoes Ltda. A Lutece nasceu em 2004, entao designada como S&A Servicos Empresariais Ltda., em Santana do Parnalba, paraiso fiscal do interior paulista. Entao, mu- dou para Opah Participacao Ltda. E, apos, para Lutece. £ uma em- presa de gaveta, criada num escritorio de contabilidade. Inicialmente pertenceu a Cassio Lopes da Silva Neto, Luciano Correa e Andre Bourgeois, irmao de Alexandre Bourgeois. E onde entra Alexandre Bourgeois? Bern, o marido de Veronica e genro de Serra compra as cotas de Luciano Correa e Cassio Lopes 260 A PRIVATARIA TUCANA da Silva Neto na Lutece. Em fevereiro de 2006, ele tenta usar a Lutece para incorporar a Orbix Global Partners Ltda., empresa de sua propriedade que deve a Fazenda Nacional. No final desse mes- mo ano, a empresa deficitaria, a Orbix, foi fechada. Prolifico, o cla Serra registra mais exemplares das empresas- -camaleao. O que, alias, transmite a impressao de que os negocios que pratica nao dispensam o estratagema. Desta vez, a empresa — e a confusao premeditada — sao obras de Veronica, filha do ex- -governador paulista. Em 2001, ela abre na Florida (EUA) a empre- sa Decidir.com.br em sociedade com Veronica Dantas, como se sabe, irma e socia do banqueiro Daniel Dantas, um dos maiores players dos leiloes de privatizacao. Logo, e ja com o nome de Decidir International Limited, transfere-se para o escritorio do Citco nas Ilhas Virgens Britanicas. No Brasil, enquanto isso, surge uma tercei- ra Decidir. £ quando a Belleville Participacoes altera seu nome para Decidir.com.brasil Ltda. E sera sua homonima a offshore Decidir Internacional Limited, o ponto de partida, em 2006, da internacao de R$ 10 milhoes no Brasil. Na danca dos nomes semelhantes, depois da filha e do genro do ex-governador, e a vez das suas amizades. Aqui, o ardil da transmu- tacao ocorre alem do circulo familiar, mas dentro do seu entorno de amigos do peito. Pode-se iniciar pelo ex-caixa de campanha Ricardo Sergio de Oliveira, o dono do know-how. Figuram na sua conta a Antar e a Antares. A offshore Antar Venture comprou R$ 5 milhoes em acoes da brasileira Antares Participacoes Ltda. em 1999. Antar e Antares sao controladas pelo ex-tesoureiro e por seu entao socio Ronaldo de Souza, ja falecido. Como se fosse pouco, no pico da privataria Ricardo Sergio ope- rou mais duas offshores, a saber a Consultatum Inc. e a Andover National Corporation. Braco direito de Ricardo Sergio na Previ — e nas privatizacoes patrocinadas com dinheiro publico e dos fun- dos de pensao — Joao Bosco Madeiro da Costa nao deixou por 261 HISTORIA AGORA menos e abriu outras duas offshores nas Ilhas Virgens Britanicas: a Belluga e a Hill Trading. Mudam os nomes, mas o modo de agir e sempre o mesmo. Invariavelmente inclui a criacao de uma offshore que um dia vai se tornar socia de uma empresa reptil no Brasil. E assim conseguira importar, com a conivencia do Banco Central, o dinheiro sujo que certo dia saiu pela porta dos fundos atraves dos lamacentos dutos implantados pelos doleiros mais criativos. Concebido por mentes astutas como as de Daniel Dantas e de Ricardo Sergio de Oliveira, o esquema se espalhou pelo submun- do da corrupcao. Em 2006, por exemplo, a operacao Branca de Neve, tocada conjuntamente pela Polkia Federal, Receita e MPF descobriu que uma dessas empresas-camaleao das Ilhas Virgens Britanicas — a Vilars Holding — ajudou a esconder por mais de 10 anos parte dos US$ 3 bilhoes que uma megaquadrilha de frau- dadores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) desviou dos cofres publicos. O bando era liderado pelo ex-procurador do instituto Armando Avelino Bezerra. Ligado a superfraudadora Jorgina de Freitas, ele cumpriu pena entre 1992 e 1997 condenado por peculate e forma- cao de quadrilha, entre outros delitos. Livre das grades, Bezerra nao dispendeu maior esforco para montar uma estrategia capaz de trazer de volta ao Brasil toda a for- tuna invernada no Caribe. Era a hora de desfrutar o produto da roubalheira. A formula usada para internar os valores foi a mesma adotada pelos tucanos. Ou seja, a offshore se tornou socia de uma empresa aberta pelo proprio fraudador no pais: a Coronato Empreendimentos. As investigacoes demonstram que o capital ini- cial da empresa brasileira, em torno de US$ 2,3 milhoes foi quase todo injetado (integralizado) pela empresa caribenha. Ao desem- barcar no Brasil, livre das impurezas, toda a grana desviada do con- tribuinte era redistribuida pela Coronato para outras empresas 262 A PRIVATARIA TUCANA menores. Essas empresas de fachada se encarregaram entao de ad- quirir, atraves de uma rede de laranjas, urn montante de 1 10 com- parsas para Bezerra e sua turma. Descoberta casualmente por um auditor da Receita Federal — urn vizinho com quern Bezerra se desentendera — a fraude levou o megafraudador e os demais integrantes da quadrilha novamente para atras das grades, desta vez por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. Os bens dos quadrilheiros foram se- questrados por determinacao judicial, o que denota que o estrata- gema ja nao anda funcionando com tanta eficiencia. Mas os ilusionistas em atividade estao sempre prontos para arquitetar uma nova forma de camuflar o dinheiro sujo e distrair seus rastreadores. Um ano depois da prisao de Bezerra, uma CPI da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, aberta para apurar as perdas na arre- cadacao tributaria, constatou que um grupo de auditores fiscais do Rio, comandado por Roberto da Cunha Gomes, conhecido como "Olho de Boi", tambem recorria ao mesmo tipo de relacao socie- taria entre uma offshore nas Ilhas Virgens Britanicas com uma em- presa brasileira para internar dinheiro oriundo de paralsos fiscais. As investigacoes concluiram que a operacao estava sob incumben- cia do filho de "Olho de Boi", o administrador de empresas Francisco Roberto da Cunha Gomes. Era ele quern pilotava a offshore Rossano Group Corp. nas Ilhas Virgens Britanicas. Seguindo o esquema tradicional para internar dinheiro, a em- presa caribenha comprou 50% das cotas de uma firma aberta pelo filho de "Olho de Boi" em Sao Paulo: a International Boats Ltda. Os restantes 50% estavam em nome, e claro, do proprio filho do auditor fiscal. Obviamente, o dinheiro sujo, camuflado no Caribe, voltava limpo por obra e graca da injecao dos recursos da empresa estrangeira naquela do Brasil. Mas com uma distincao: em vez da jogada convencional, o ingresso dos valores ocorria sob o pretexto de aumento de capital da empresa brasileira integralizado pela 263 HISTORIA AGORA offshore. A entrada do numerario da International Boats Ltda. era justificada simplesmente como lucro obtido pela sua filial, mera caixa postal no Caribe, no exterior. Esses rendimentos eram devi- damente declarados ao Fisco. Parecia uma manobra perfeita, porque o auditor e seu filho con- seguiam, em tese, escapar do enquadramento na Lei do Colarinho Branco — Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro, que consi- dera crime manter depositos e empresas no exterior sem o conhe- cimento dos orgaos federals. Nao podiam ser enquadrados em nossa melhor lei de combate a lavagem de dinheiro, porque toda a transacao no exterior havia sido informada ao Banco Central e a Receita Federal. Mas "Olho de Boi" acabou nao tendo melhor sorte do que os fraudadores do INSS. Comprovado o ardil pela CPI, o funcionario acabou sendo demitido a bem do servico publico. Evidenciado o esquema de corrupcao (crime antecedente), foi condenado tam- bem por lavagem de dinheiro pela Justica do Estado do Rio de Janeiro, que decretou o sequestro dos seus bens. Toda essa simulacao para internar dinheiro sujo certamente te- ria fun com uma providencia: a proibicao pelo governo da entrada de offshores em sociedades com firmas do Brasil. So deveria ser per- mitido o ingresso nas empresas nacionais de companhias estran- geiras que identificassem o nome de seus verdadeiros donos em seus balancos contabeis. £ uma medida simples que certamente ajudaria a conter o grande esquema de lavagem do dinheiro e o assalto aos recursos publicos. 264 A certidao de nascimento de uma empresa-camaleao, a Iconexa, de Alexandre Bourgeois, que antes atendia pelo nome de Superbid. Ancxo da Ata de Assemble'?. Gcil Fxtraordinaria""* realizada -r.i 26 de i.i.inb. n de 2001. CAP1TULO I - Da Denominacao, Sede, Objeto e Duracao Artigo 1. A iConcxa S/A 6 uma sociedade anonima, que sc rcgeri pelo presente cstatuto social e pelas disposicOes legais e regu laments res que lhc forem aplkiveis. Artigo 2. A Sociedade lem sede na Rua Ooulor Cardoso de Mello, n.* 1.608, 13* andar, na Cidade de Sao Paulo, Estado dc Sao Paulo. Artigo 3. A Sociedade terS per objeto a participacSo em outras 9ociedades, a prestac^o de services c a realizacao de negocios, criacao, desenvoh/imento e distribuicio de tccnulogia, direta ou indiretamente ligados a rede mundial dc computadores ("WorldWideWeb" ou "Internet") e as redes dc computadores em geral, espccialmcnte os dc dcscnvolvimento de linguagem dc programacio. Paragrafo Unico. Para a eonsecucio dc seu objeto social, a sociedade podcrS abrir e operar filiais em todo o territorio nacional e no exterior. Artigo 4. A sociedade durari por prazo indeterminado. CAPlTULO II - Do Capital e das Acocs Artigo 5. O capital social 4 de R$ 5.437.730,00 (cinco milhocs, quatrocentos e trinta e sete mil, setcccntos t trinta reais), representado por 15.000.000 (quinze milhoes) dc a0cs ordinarias, nominarivas, scm valor nominal. Artigo 6. Todas as a;oes da sociedade tcrSo a forma nominativa escritural. podendo, a crilerio da Asscmblcia Geral, pcrmanecer cm conta de deposito em instituicAo finance Lra autorizada, cm nome de seus tifulares, sem emissao de certificados. Podcra' ser cobrada dos acionistas remuneracdes pelo servico de transfcrencia da propriedade das actes. 4 Artigo 7. A sociedade poderf,. rr.edian;t au'.ori/a^io da Asscmblcia Ceral, adquirir as proprias acres' para 'fins dc cancelamento ou ; •■ i manenria em tesouraria para posterior alicnacio, obsorvadas as norm as legais e reRulamenUre,* apKcivcis. Artigo 8. As acoes ordinArias de emisrio da Sociedade terfo os dircitos e vantagens prcvistos em Lei. Artigo 9. A sociedade, dc acordo com piano aprovado pcla Assembleia Gcral, na forma da alfnea (kf, do artigo 12, podcrf outorgar opcSo de compra de acdes a scus adminlstradores ou cmpregados e a pessoas naturais que Ihe p res torn services. Parigrafo L'nico. Nao assishrf aos acionistas dircito de prcfcrericia para aquisicSo das ao5cs emitidas i\a forma do "caput" deste artigo. CAPfTULO III - Da Assembleia Geral Artigo 10. A Assembleia Ceral reurur-sc-i ordinariamcntc nos quatro mescs scguintes ao hJrmino do exerefcio social, para os fins previstos em lei, e, cxtraordinariamente, scmprc que os intcrcsses sociais o cxigircro. Exceto coniorme disposto no Artigo 12, abaixo, a Assembleia Ceral, delfberari por maioria simples dos presentee. Artigo 11. A Assembleia Geral, convocada de acordo com a lei, serf instalada e presidida pclo Presidcnte da Assembleia Geral, que pod era indicar, para faze-to em seu lugar, qualqucr mcmbro da Assembleia Geral ou da Direloria Exccutiva, o qual cscolhcrf, dentre os presentes, um ou mais secret! rios. Artigo 12. As cleliberacoes da Assembleia Gcral, rcssalvadas as hipoleses especiais prcvistas cm lei, serSo lomadas por maioria dc votus dos presentes, nio se computando os volos cm branco, com excecao das scguintes decisoes, que cxigirao a aprovacio de acionistas reprcscntando, no minirno, 70% das ac6es com direito a voto; (a) distribuicAo de resultados, a qualqucr rfrulo, incluindo dividend os; (b) aumcnto ou reduc.lo do capital da Sociedade, desdobramento ou gnipamento de acdes, rcsgate ou compra de acoes para cancelamento ou manutencAo em tesouraria; if* TABEl IAO DE. NOTAS (c) etmssjtv ou vcnda de. qu?isqver valores mobiliArios da Sodedade c«.nycjs(vcis*.<Ai nip em acdcs, inclusive, mas sem limitacao, cr:.v;jo ■ e « emirs jo de acoes ordmirias e preferenciais, de qualquer espccic, debentures, bonus de suhscricao, - partes benfiiqiarUs, opcOes de compra ou subscricao de xcocs, warrants oil outros tfrulos conversfveis ou permutavds pen a foes do emissao da Companhia, incluindo a fcxacao do precp de cmissao e de cxerci'cio, quando for o caso, e do numoro de b'tulos a serem emitidos; (d) realizaclo de qualquer ncg 6c io de qualquer natureza entre a Sodedade e qualquer de suas afiliadas e coligadas, controladora e/ou sous Acionistas e/ou /amiliares de seus Acionistas; (e) realizacao de qualquer despesa ou invesrimento, a contratacao, soja a Socicdade credora ou devedora, de empreshmas ou outras obrigacOcs dc qualquer natureza em uina unica ou numa serie de opcracoes rcladonadas entre si, no mesmo ano fiscal, em valores superiores a R$ 60.000,00 ou que nao estejaci contempladas no orcamento ar.ua], (0 contra tacSo de dfvidas conversiveis em acoes da Companhia; (g) aquisicao, alicnacao, oneracao, permuta ou trans ferencia irrcvogivel de direitos pela Socicdade, com relacao aos sous arjvos rclevantes, em uma unica ou numa serie dc opera COes relacionadas entre si, no mesmo ano fiscal, em valores superiores a RS 60.000X10 ou que nio estejam contempladas no orcamento anual, (h) qualquer alteracao das praricas e prindpios conrAbcis adotados pela Companhia e a transferencia dc qualquer rescrva dc capitaUzacio; (i) qualquer alteracao do Estaruto Social, em especial, mas sem limitacao, alteracao das prefcrendas, vantagens ou caracterishcas das Acoes existentes, bem como a reabzacSo de qualquer mudanCJ no escopo das atividades sociais; (j) qualquer operacao de incorporacao, fusao, cisio ou trans/ormaclo, consuruicio dc filiais c subsidiarias, ou qualquer outra forma dc reorganixacao sodetiria cnvolvendo a Companhia, as.iuas controladas e subsidiirias, irTABEUWWNOTAS jm. m, (k) Liquidacao oil dissolu(3t> da Companhia ou initio de qualquer p/oscvlnneruo d<i ■ t.-.-. > i dc falSncia ou ccnrordata da 'Companhia; (1) Aprovacicdoe plaiMM.de comprj de acocs conccdidas aos administradores, empregadoi c presladores de servigos, inchiindo a di-ltnruiucao do crin-rio de fivacio do pre<o das acues c do limile maximo de scales a scrcm cmitidas cm cada piano; (m) Contratacao, demissAo e substiluicio de Diretores e a aprovacao da potirica salarial e pianos dc inccntivos aos Diretores, cuja remuneracao anual seja super.or a RS 130.000,00; (n) aprovacao do orcamcnto anual c o planejamento cnmortiai e operational anual da Sociedade, bem corr.o qualquer de suas alteracOes; (o) realizafao de qualquer negocio nao contemplaeo ou de tempo c modo distinlo daqucle prcvisto no orcamcnto anual e no planejamento comcrcial e opcracional anual da Sodcdade; (p) contratacao e substituicao de empresa de audiloria independente; (q) cmissao dc tftulos, de qualquer narurcza, conventfveis cm acfies da Companhia; (r) consutuicao de Onus e/ou gravamcs de qualquer naturcza sobro a lotalidade ou parte dos ativos da sociedade; (5) alicnac^o, oncraijJo, permuta ou rransferfnda irrevogavel da toUlidade ou parte subslancial dos ativos da Companhia; (t) dcterminacao do valor de mercado das acoes da Companhia, suas controladas e subsidiarias e eleicao de banco de investimcnto de reconhecimento international; e (u) celebrac.ao, aditamento, rcscisSo ou rcsilicio de qualquer con Ira lo de prcstacao dc scrvicos lecnicos personalizados pcla Companhia, suas controladas e subsidiarias cm valor superior a RS 1.500.000,00 e a celcbracSo, adilamento. rescisao ou restficao do qualquer contrato cTlja inderiizacao seja supcrioi * R3 1.00d000,60. ! . CAPlTULO !V - Da Adminir.lracJo Artigo 13. A administrate) da socicdadc seii cxerrida pela Diretoria Executiva. SECAO I - Da Diretoria Executiva Artigo 14. A Diretoria sera constirufda pot ate 05 (cinco) Dire tores, adorusUs ou nio, clcitos pcla Assembler Geral, sendo urn Dirctor Prcsidente, e os demais Duetores sem designacao especifiea, com sujs atribuicfes espeolicas sendo definidas pela Assembleia Geral, na forma deste Estatuto. Paragrafo Prlmelro. Sendo o numcro de diretores inferior a 5 (cinco), cada Diretor podera acumular mats dc uma compctcrtcia. Artigo IS. O mandato da Diretoria 6 de 2 (dots) anos. Todos as diretores deverao pcrmanc-cer em exercido ate a investidura dc seus sucessorcs, podendo scr rccleitns. Paragra/o Unico. Os mcmbros da Diretoria serao invesridos em sous cargos mediante asstnatura de tenno de posse lavrado em I jvro proprio, devendo permanecer em exercicio ate 1 a investidura de seus sucessores. Artigo 16. Em caso de vaga permanente de cargo da Diretoria o Dirctor Presidente devera convocar a Assembleia Geral para prcenchimcnto do cargo. Artigo 17. Compete a Diretoria, coin observancia do disposto no parigrafo pnmciro desta clausula, a administracao dos negdeius sociais cm geral e a pratica, para tanto, dc todos os atos neccssirios ou convenicntcs a consccucio dos objetivos sociais, tessalvados aquelcs para os quais scja, por lei ou pclo prcsente Estatuto, atribuida compctexioa ou requcrida a previa aprovacio da Assembleia Geral. Seus podercs incluem, mas txSo cslJo limitados a, entre outros, os suficii-ntcs para: (i) zelar pela observancia da lei e deste Eslaruto; (ii) zclar pclo cumprimenlo das deliberac&es tomadas nas Asscmbl&a.'i Cerais e nas suas prdprias rcuniocs; (Ui) administrar, gerir e superintender os negoeios sociais; e (iv) emitir IA?U |A0 .... iii.wr-T^ I aprovar instrucd*& c rcgulrmentcs intemos que julgar utcis ou necessirios. f : J Parigrafo Primeiro. A pritica pela Diretocia da Companhia dos atos rclationadss ;no : Ar,Kgo, • ,12 destc Estatuto deveri ncccssariamentc tcr previa aprova^D psla Assemblcia Gcral. Parigrafo Scgundo. A reprcscntacao da sociedadc, cm Jufzo c fora dele, ativa ou passivamente, perante tercctros, quaisquer rcparricocs ptiblicas ou autoridades Eederais, Estaduais ou Municipals, bem como autarquias, socicdades de economia mi&ta c entidades paracstatais, compete ao Diretor Presidente, ou a procuradorcs da Sociedadc, na forma desle Estatuto. Parigrafo Tereeiro. As escrituras dc qualqucr narureza, as lelras dc cSmbto, 08 cheques, as ordens dc pagamento, os contratos t, em geral quaisquer outros docurrventos que importein em responsabilidade ou obrigac^o para a sociedadc, aid os limites estabeleddos pela Asscmbktta Gcral ou pcios Estatulos da Socicdade, scrao obrigatoriamente assinados: (a) pclo Diretor President*, isoladamcnte; (b) pelo Diretor Presidente em conjunto com o Diretor rcsponsivcl pclo ato; (c) qualquer Diretor em conjunto com um prorurador esperffico do Diretor Presidente; (c) 2 (dois) procuradores em conjunto, sendo um deles representante especflko do Diretor Presidente, desdc que investidos de especlats e expresses poderes; e (d) 1 Diretor ou 1 procurador, tsoladamente, mcdianlc autoriza^ao da Asscmbleia Geral, com a maioria qualificada cstabelecida no Artigo 12 deste Mruto Social. Artigo 18. As procuracoes em nomc da Sociedadc scrao sempre outorgadas pelo Diretor Presidente, sempre que ncccssirio com a autorizacAo previa da Asscmblfia Gcral, devendo quaisquer prooiracOcs especificar os poderes conferidos e, com exceeio daquclaa para fins judieiais, terao um pcriodo dc validade, miximo, de um ano, sendo vedado o substabelecimenlo das mesmas, no todo ou em parte. Artigo 19. A Diretoria reunir-se-i sempre que necessirio, mas pclo mcnos uma vez por ano. As rcuniocs scrSo presididas pelo Diretor Presidente ou, nj sua auaencia, pclo Diretor que na iv.isiao for cscolhido. Parigrafo Primeiro. As reunites serio sempre convocadas pajo Diretor Presidente, isoladamcnte, ou por quaisquer dois Diretores, Para que possam se instalar e validamente deliberar, i necessiria a presenca da maioria dos Diretores que na ocasiao estiverem no 16" TAB6LIAO DE NOIAS f *H0 T*«u BISOONIH MftMtutn.1 exercfciotte seus cargos, corr. a p:w5cnca obrigatriria do Diretor Prcsidentc, obscrva(>a> scm;;re as d'sposj^oes e competencies especCficas cstabebcidas ncstc 2itatuto. Paragrafo Seguiido. As delibei acfe? d# Diictoria constariiode alas lavradas no Uvroproprio e scrlq tpmpdas por maioria de votos, cabendo ao Diretor : V. iGUitc, cm case* de empale, tambem o volo dc descmpate, desdc que oonsoantc com as dis;>osicCcs e compclencias especificas estabelcddas neste Estaluio. Artigo 20. Nas ausencias ou impedimcntos temporarios de qualqucr Diretor, este, sujeito o ato a aprovacao da Diretoria, podera indicar urn subsuruto dentre os administradores para scrvir durante sua ausencia ou impedimento. O subsiituto do Diretor auscnte ou impedido exercera todas as funciies e terii os poderes, direitos e deveres do Diretor substitutdo. Paragrafo Unico. O substiruto poderj ser um dos demais Diretorcs que, ncstc caso, votara nas reunifies da Diretoria por si e pclo Diretor que estiver substituindo. Artigo 21. SJo expressamcnte vedados, nulos e inopcrantes com relacio a Sociedade, os atos de qualqucr Diretor, procurador ou funcionario que a envolvcrem em obrigac,8es relativas a ncgocios ou operacoes estranhas ao objeto social, tai.s como fiancas, avais, endossos ou quaisquer garanbas em favor de terceiros, salvo qtiando expressamentc autorizados pela Diretoria, em rcuni.1o, obedecidos os limitcs fixados pela Asscmbleia Ccral ou pelos Estatutos da Sociedade. Paragrafo Unico Quaisqucr alos praticados pela Sociedade, ou procurators outorgadas para a prjtica desses atos, que representarem comproousso. Anus, obrigacao ou garantia, bem como a aquisicio ou abenacao pcrmuta, transfercncia ou alienacio por qualquer outra forma, ou a hipotcca, penhor ou onus de qualquer especie, de bens imoveis ou ourros ativos da Sociedade exigirSo, obrigatoriamente, a aprovacao previa da Asscmbleia Geral da Sociedade. Artigo 22. Os membros da Diretoria scrao investidos em seus cargos, median te tcrmos dc posse lavrados nos Livros prriprios, tcrmos esses que tambem devcrao ser lavrados nos cases dc substituicao permanente de qualqucr dos seus membros. 10 1 (f» TABtLlAo PC WOtAS rktto iifliu sisoomi" ruiUAQ a . . t ft Artigo 23. Os mcmbros da -Ass»mbltf!l Ceral c da Diretoria Executiva pcnnancccrao cot -asis cargoH, apo> 4 (crmino dc scus mandatos, ale a posse de sens substitute... Artigo 24. A Asscmbldia Garal hxar* o d»ont*nV global dos honorarios da Diretoria, cabendo ao Doctor Prcsicjentc distribuMo cntre os denials Diretorcs dc acordu com suas funcdes. CAPITULO V - Do Conselho Fiscal Artigo 25. A Soricdade nio lera Conselho Fiscal pennanente, sendo que este somente sc ins talari a pedido de adonistas, na forma da lei. Paragrafo Primeiro. Case solicitado seu funrionamcnto, os acionistas deverao determiner o numero de mcmbros cfclivos, c igual niimero de suplentes para compor o Conselho Fiscal; cada peifodo de funcionamcnlo do Conselho Fiscal terminara na primeira Assemble ia Ceral Ordinaria apos sua instalacSo. Paragrafo Segundo. A remunerate dos Conselheiros Flscais sera determinada pcla Assembleia Ceral que os eleger. CAPlTULO VI - Do Exercfcio Social, Ocmonstra^oes Financciras, Rescrvas * Dividcndos Artigo 26. O exercfcio social inicia-se no dia 1' de janeiro e tormina no dia 31 dc dczembro de cada ano. Artigo 27. No ultimo dia de cada excrdcio social scrio claboradas, com observ&ncia das presc riches legais, as seguintes demons tracdes financciras: a. balanco patrimonial; b. demonstracio das mutacoes do patrimdnio b'quido; c. demonstracao do resultado do exercfcio; e d. demonstracao das origens c aplicacdcs dc rccursos. Paragrafo Primeiro. Do resultado do exercfcio scrio deduzidos: a. os prejuf/os acumulados, se houver, na forma prescnta em lei; b. a provisio para o imposto sobrc a renda; 11 I'arAgrafo Scgundo. 6 lesuiado da joticdadc, apos as dedueAcs rcferidas no § 1° desle artigo, ecnstituc o lucro h'quido do exercfcio, o qual, por dccisao da Assemble* Geral, ouvido o Conselho Fiscal, sc cm funcionarr.cnto, leri a sosrui.ite destinacio, "ad referendum" da Assembleia OnV ; M a. 3% (cinco por cenlo) para a constituicJo da Rescrva Legal, que nao excedera de 20% (vintc por cento) do capital social; b. 10% (dez por cento), no trunimo. como dividendo obrigatorio, calculado sobre o lucro h'quido do exercido, observado o disposto no § 4° destc artigo; faragrafo Tercciro. Os dividendos, cu>a dislribuicao houver sido autorizada pela Assembleia Geral serao pagos dentro do prazo maximo de 60 (sessenta) dias da data de sua declaracao, e. em qualquer caso, dentro do excrdcio social em que forem declarados. Paragrafo Quarto. A sodedadc podcra, por deliberacao da Assembler Oral, ouvido o Conselho Fiscal, sc em funcionamento, declarar, no curso do excrdtio social e ate a Assembleia Ger.il Ordinaria, dividendos intermcdiarios, inclusive a iftulo de aiitecipacao partial ou total do dividendo nunimo, a conta de: a. lucro apurado em balanco scmcstral; e b. lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no ultimo balanco anual ou semcstral. CAPlTULO VII - Da Liquidacao Artigo 28. A sociedade entrara em liquidacao nos casos previstos por lei ou por deliberacao da Assembler Coral, que cstabelccera o modo de liquidacao c elcgera os liquidanies c o Conselho Fiscal, se roqucrida a instalacao destc, que furtdonarao no perfodo de liquidacao. CAPfTULO VIII - Das Disposicoes Cerais Artigo 29. O adorusla que nao realizar a preslaclo correspondents as aedes subscritas, nas condicoes previstas no boleum de subscricao, ou, se este for omisso, na chamada da Dirctoria Executiva, hcara de pleno direito constituido em mora, sujcitando-sc ao pagamcnto de juros de 1% (urn por cento) ao mes, alem de correcao monetaria 12 if 16* TAUfeUAO DC NOTAS 'mi W* JL Numa operacao ati'pica de internacao de dinheiro, Bourgeois assina nos dois lados da transacao: pela Iconexa Inc, das llhas Virgens e pela Iconexa S/A., de Sao Paulo. caJcuUdo dc acortiorcm ixt i,x±icr:roficUia em vigor, sem prejulzo"- . '/ I / da utilizacao pela socicdade doa ntrra asacgurados em Id pan i . ■ i i., de «cu credito. ' ' ' Artigo JO. A Sodedadc do obswifnn a"o"los dc acionlita.i rm vigoi arrruivados em sua isle. Cewruia a DL«orta abstcr sc de registrar e arquivar transteifeidas ac acfes e o Presidcrtte da Assembler geral ah»trr-« dc compular vote* conrririos acts seus tennos. Con/ere com o original, lavrado no livro propria. S»o Paulo, 26 dc outubro dc 2001 AcioniMas: As-) p. Al»»«"-'— «»'•"-• — anfafaM - AlexandrrBourgcois iConaica^Inc. p. Alexandre Bourgeois 13. 0 INDICIAMENTO DE VERONICA SERRA As acusagoes de lavagem de dinheiro e de ocultagao de bens contra o genro do ex-candidato do PSDB. E de sonegagao fiscal. 0 "Sombra" entra na roda. E a midia faz de conta que nao viu nada... ACUSatlO tie partiCipar dO "nucleo de inteligencia" da campanha da entao candidata Dilma Rousseff, nunca fui apresen- tado, ate hoje, a nenhuma prova concreta dessa participate Que, na ficcao engendrada por setores da imprensa, consistiria em enco- mendar violacoes de sigilo fiscal de apoiadores de Serra. Alias, pela primeira vez de modo tao escancarado e comovente, a midia reve- lou sua alma serrista. Se o tal "nucleo" pertencesse a realidade e nao a quimera tuca- na de virar a eleicao, seus integrantes deveriam possuir, alem do talento para a bisbilhotice, o dom da telepatia. Todos que brandi- ram a tese da conspirata sao unanimes em concordar que os tais integrantes se reuniram uma unica vez no restaurante Fritz, em Brasilia. Alias, o contrato entre a Lanza, empresa que prestava ser- vicos para a pre-candidatura Dilma Rousseff, nunca chegou a ser assinado. Mesmo a revista Veja, que fez um estardalhaco com a pretensa conspiracao de arapongas, admitiu que o "nucleo" nao chegou a funcionar devido a ingerencia de setores "moderados" 277 HISTORIA AGORA da campanha, vinculados ao ex-ministro Antonio Palocci. Apesar dessa constatacao, toda vez que queriam relacionar o reporter Amaury Ribeiro Jr. a quebra de sigilo, o ponto de sustentacao de qualquer materia jornalistica invariavelmente era o famigerado "nucleo de inteligencia"... Embora nao tivesse acesso ao conteudo dos dados sigilosos, eu sabia que as quebras de sigilo haviam acontecido por decisao judi- cial. Ao investigar os caminhos e descaminhos do dinheiro da ven- da das teles sob FHC, tambem ja conhecia os processos que tramitavam contra os parentes do ex-governador paulista. Porem, publicar este livro durante a campanha eleitoral de 2010 daria a impressao de que seu objetivo seria exclusivamente o de desestabi- lizar a candidatura Serra. Mas o cerne daquilo de que se trata aqui tern uma dimensao que vai bem alem de uma candidatura em de- sespero. Eu ja possuia comigo todas essas informacoes, alem de ou- tras que serao entregues a Justica apos a publicacao desta edicao. Sao revelacoes que, publicadas, causariam estragos nos pianos elei- torais do campanha do PSDB. Obviamente, seriam todas ignoradas pela imprensa afinada com o tucanato. Tome-se, apenas para exemplificar, o indiciamento da filha do candidato presidencial do PSDB, a empresaria Veronica Serra. Passou em brancas nuvens. Ninguem soube ou, se soube, nao publicou. Esta sendo informado aqui, em primeira mao. Apontada como uma das vitimas da transgressao de sigilo fiscal ocorrida na agenda da Receita Federal em Maua (SP), Veronica Serra foi indiciada pela Policia Federal ja no remoto ano de 2003 e e re em processo que corre na 3 a Vara Criminal de Sao Paulo. Qual a acusacao? Justamente a de ter praticado um crime da mesma natureza... Consta do processo 370-36-2003.401.6181 (numeracao atual), no qual Veronica e outros dirigentes da em- presa Decidir do Brasil sao apontados como autores de violacao de segredo bancario. 278 A PRIVATARIA TUCANA Ate o momento, so se sabia, por intermedio da revista Carta Capital, 4 * que a empresa, nascida de uma sociedade em Miami en- tre Veronica Serra e sua xara Veronica Dantas, irma e socia do ban- queiro Daniel Dantas, rompera o sigilo bancario de 60 milhoes de brasileiros em janeiro de 2001, no apagar das luzes do periodo Fernando Henrique Cardoso. Na ocasiao, com base numa reporta- gem da Folha de S. Paulo, 45 o entao presidente da Camara, Michel Temer (PMDB/SP), solicitara ao presidente do Banco Central na epoca, Armlnio Fraga, a abertura de um procedimento administra- tive para investigar o caso. A revista — que informa ainda que a Decidir so teve acesso as informacoes sigilosas ao assinar um convenio com o Banco do Brasil — so se equivoca ao acreditar que o caso foi arquivado. Em 2003, ja no governo Lula, a Justica acatou a denuncia do Ministerio Publico. O processo penal corre sob segredo de justica. Outro fato: a empresa IConexa S.A. foi indiciada em 2005 pelos crimes de lavagem de dinheiro e ocultacao de bens. Como se sabe, a IConexa e um empreendimento de Alexandre Bourgeois, genro de Jose Serra, candidato tucano derrotado em 2010. E a firma ja teve Veronica Serra como socia. Um relatorio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou operacoes atlpicas nas contas da empresa. Em ou- tras palavras, o orgao responsavel pelo combate a lavagem de dinhei- ro percebeu que a movimentacao financeira da IConexa era superior ao faturamento da empresa, fundada em 2001 com o nome de Superbid por Bourgeois e por Veronica. A filha de Serra logo se des- ligaria do empreendimento. Porem, por solicitacao do Ministerio Embora essas informacoes fossem publicas, nunca consegui levanta-las pelos caminhos formais. So obtive essa documentacao na Junta Comercial de Sao Paulo com a ajuda do despachante Dirceu Garcia. "Sinais trocados" reportagem de Leandro Fortes, em 13 de setembro de 2010. A reportagem publicada pelo reporter Vladimir Gramacho mostra que a empresa havia quebrado ate mesmo o sigilo de politicos. Mas o nome de Veronica nao e citado. 279 HISTORIA AGORA Publico, o processo acabou sendo arquivado pelo juiz da 6 a Vara Criminal, Fausto de Sanctis, em 2008. A exemplo da Decidir, a IConexa era alimentada exclusivamente por dinheiro trazido de paraisos fiscais. Aberta para internar dinheiro, a IConexa, embo- ra prospera, esqueceu-se de pagar seus impostos federals, o que a levou a responder varios processos de sonegacao fiscal, circuns- tancia que expos o genro de Serra a sucessivos vexames ao ser procurado por oficiais de justica que tentavam bloquear seus bens pessoais. Mais um fato que transitou incolume pelos bigodes da vetusta midia cabocla: em 2010 — em plena campanha eleitoral do sogro ao Palacio do Planalto — Bourgeois teve seus sigilos financeiro e fiscal quebrados por determinacao do juiz Roberto Santo Fachini, da 7 a Vara Federal de Execucoes Fiscais de Sao Paulo. No processo, a IConexa e acusada de sonegar R$ 300 mil de impostos a Previdencia Social. Apos a tentativa fracassada de penhora dos bens de Bourgeois, a Justica determinou que o Banco Central bloqueasse todas as contas do genro de Serra. Nao restou para Bourgeois, obri- gado a fugir para o exterior para escapar dos oficiais de justica que o perseguiam, outra salda senao encaminhar um pedido de parce- lamento da divida. Nao foi preciso infringir nenhum sigilo para obter esses dados. Os processos nao correm em segredo de justica, e qualquer pessoa pode ter acesso aos autos na 8 a Vara Federal de Execucoes Fiscais, na Praca Roosevelt, em Sao Paulo. Mais uma noticia que nao ganhou seu espaco: pivo do escan- dalo da quebra de sigilo fiscal, que teria ocorrido na agenda da Receita Federal em Maua (SP), o vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, tambem ex-secretario-geral da Presidencia da Republica, e mais conhecido nas rodas tucanas como EJ, abriu seu proprio sigilo fiscal em abril de 2003 ao jornal Correio Braziliense. Seu proposito era defender-se de uma inves- tigacao do Ministerio Publico Federal (MPF). 280 A PRIVATARIA TUCANA O trabalho do MPF foi motivado por relatorio do Coaf que de- tectou tres depositos "atipicos" no valor total de R$ 3,9 milhoes na conta de Jorge. Para o Coaf, o deposito era incompativel com os rendimentos do correntista. O dirigente tucano argumentou que a bolada tinha origem na suposta venda de um terreno no municipio de Marica (RJ), antes pertencente ao seu falecido sogro e do qual seria inventariante. Coincidencia ou nao, na mesma epoca foram detectadas 1 1 das 22 quebras de sigilo fiscal da investigacao promo- vida pela Corregedoria da Receita Federal e da Policia Federal que teriam ocorrido no municlpio de Formiga, regiao mineira da Serra da Canastra, onde herdei uma fazenda do meu pai. Embora nunca tivesse ouvido falar do servidor da Receita Federal Gilberto Souza Amarante, citado como artifice dos acessos irregulares aos dados de EJ, parece evidente que, na ocasiao, ja estavam tentando jogar algu- ma dessas quebras na minha conta... Como ja foi evidenciado, todos os dados que alimentam estas paginas foram coletados de forma legal em cartorios de titulos e documentos, juntas comerciais do pais e do exterior e em processos judiciais diversos. Comparar as datas serve para constatar, por exemplo, a inutilidade das declaracoes de renda do vice-presidente do PSDB e de familiares de Serra — vazadas por funcionario da agenda da Receita Federal em Maua, na regiao do ABC paulista — para a producao deste livro. Segundo investigacao da PF e da Corregedoria da Receita Federal, os sigilos dos dirigentes tucanos e familiares de Serra foram acessados irregularmente nos anos de 2007 e 2008. Acontece que este livro detalha exclusivamente opera- coes do periodo que vai de 1998 a 2003. Ou seja, as movimentacoes verificadas durante e logo apos as privatizacoes. Por isso e tao im- portante cotejar data com data. "Eu falo para os chefes do meu jor- nal que as datas nao batem, que a historia nao bate, mas a verdade nao lhes interessa", ouvi de um colega de um dos jornaloes durante a cobertura da crise. 281 HISTORIA AGORA Vale reiterar que as investigacoes do livro estao centralizadas em operacoes executadas em empresas dos personagens e nao nos pro- prios. E, no mmimo, estranho que nao tenha aparecido, durante as investigacoes da PF, nenhuma quebra de sigilo de nenhuma empre- sa de tucanos na agenda da Receita Federal em Maua. Entao, com excecao de Eduardo Jorge, que nao tern, ao que se saiba, ligacao com o esquema das privatizacoes, a linica coisa que coincide e que algumas das pessoas aqui citadas surgem entre as alegadas vitimas, aquelas que tiveram seus sigilos acessados nas agendas da Receita Federal nos municipios paulistas de Maua e Santo Andre: Veronica Serra e seu marido, Alexandre Bourgeois; o ex-tesoureiro de Serra, Ricardo Sergio de Oliveira; e o ex-socio e testa de ferro deste ultimo, Ronaldo de Souza, ja falecido. Aparecem porque o servico de contrainteligencia do PSDB encomendou os dados fiscais dos tucanos aos funcionarios da Receita em Maua e Santo Andre com o objetivo de ligar a encomenda a mim para neu- tralizar o conteudo. Nao foi a primeira vez que vi esse filme. O leitor e mais toda a torcida do Flamengo sabe da acao da PF contra a Lunus, empresa do marido da pre-candidata presidencial do PFL em 2002, Roseana Sarney. Nao ha tambem quern nao conheca o episodio dos "alopra- dos", quando integrantes do PT foram presos em Sao Paulo pouco antes do primeiro turno das eleicoes. Foram surpreendidos pelos federals com malas de dinheiro em Sao Paulo, supostamente desti- nadas a compra de um dossie contra o entao candidato ao governo paulista, Jose Serra. 46 Todo mundo sabe que os tentaculos de Serra Em setembro de 2006, aproximadamente R$ 1,7 milhao foram encontrados no hotel Ibis, em Sao Paulo, com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha. Supostamente os valores se- riam usados na compra de um dossie detalhando as acoes da "Mafia dos Sanguessugas". Visaria atingir Jose Serra, a epoca candidato ao governo paulista. No material haveria denuncias de superfaturamento e outras irregularidades durante o periodo em que Serra e seu sucessor, o tambem tucano, Barjas Negri, comandaram o Ministerio da Saiide no governo Fernando Hen- rique Cardoso. Padilha e Passos foram inocentados, assim como varios dirigentes do PT, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 282 A PRIVATARIA TUCANA dentro da Policia Federal e do MPF nao se resumem ao delegado da PF Marcelo Itagiba. O destino e meus santos fizeram com que urn desses servidores que colaboraram com a candidatura do PSDB em 2010 fosse meu amigo de muitas datas. Essa fonte me ajudou a compreender o que estava se passando dentro do comite tucano durante as ultimas e turbulentas eleicoes. Nunca consegui entender qual o interesse que poderia moti- var a quebra de sigilo de Eduardo Jorge ocorrida, segundo a PF, em outubro do ano passado. Como poderia ser aproveitada por adversarios politicos? Que serventia teria ate mesmo para este livro cujo foco e o das privatizacoes? Em outros termos: qual o motivo que eu teria para encomendar dados sigilosos de EJ em outubro de 2009, quando ele mesmo ja os havia tornado publicos por intermedio da imprensa? Em toda a minha vida de reporter nunca investiguei ou fiz ne- nhuma reportagem contra EJ. Confesso que isso se deve a uma dose de receio e outra de impaciencia. Embora absolvido em todos os processos civis ou criminals relacionados a Lei de Imprensa, sem- pre tive consciencia da desorganizacao dos departamentos juridi- cos de alguns velculos de comunicacao onde trabalhei. Atuando nos ultimos anos exclusivamente com reportagens investigativas — o que sempre me punha em contato com documentacao a mais variada posslvel — nao foram raros os casos em que, apesar de nao ser advogado, tive de conduzir a linha de defesa por perceber que os advogados da empresa direcionavam o processo para um caminho totalmente suicida. Houve um caso em que, apesar de a reportagem estar totalmente embasada, o advogado queria que eu fizesse um acordo em que seria condenado a prestacao de servicos a comuni- dade. Propunha uma confissao de ofensa a honra do personagem citado numa reportagem! Por sorte nao segui a recomendacao e fui absolvido, ao contrario de um colega que, ao seguir a orientacao do departamento jurldico, foi obrigado durante um ano a dar banho 283 HISTORIA AGORA em crian9as carentes numa creche de Brasilia. Acho louvavel a pres- ta^ao de servicos a comunidade, desde que voluntaria e nao por uma exigencia da Jusu^a devido a condenacao por um crime de calunia, injuria ou prevarica9ao nao praticado. Ha exce9des como o trabalho dos advogados da revista IstoE que, invocando o princi- pio da exce9ao da verdade, derrotaram judicialmente o ex-caixa de campanha do PSDB, Ricardo Sergio de Oliveira. A imprensa resta o consolo de que a maioria dos advogados acionados para mover a9des contra os jornais e revistas consegue ser ainda mais despreparada do que os recrutados para defender os jornalistas. Eduardo Jorge, porem, nao se encaixa nesse parametro. Nao so contrata os melhores advogados, como segue todos os pas- sos dos processos que move contra orgaos de imprensa e ate mes- mo os caminhos dos jornalistas e procuradores que o denunciam. Certa vez, quando trabalhava na IstoE, vi EJ sentado na plateia ou- vindo o depoimento que o procurador da Republica Luiz Francisco de Souza, que o havia denunciado a Justi9a, prestava em uma co- missao do Senado. Perguntei-lhe por que estava ali. "Eu vou a toda palestra que ele (Souza) da. Sigo-o para onde vai. £ sempre muito divertido ve-lo falar", respondeu com ironia. Ao longo dos anos, percebi que, alem de estar muito bem emba- sado, o reporter deve estar ciente da maratona juridica que enfren- tara se publicar alguma denuncia contra o ilustre tucano. £ preciso valer a pena. Publicar reportagem contra EJ acarreta um desgaste muito grande. Sua outra fa9anha e que ele se metamorfoseia de reu em vitima num passe de magica. A investiga9ao do MPF, ali- cer9ada em relatorio do Coaf, foi trancada, por exemplo, porque a Justi9a acatou os argumentos dos advogados de EJ de que a movi- menta9ao atipica (terminologia universal usada pelas unidades de inteligencia financeiras para designar opera96es de lavagem de di- nheiro) nao significava necessariamente sinonimo de crime ou ato ilicito. Insatisfeito com a decisao judicial, EJ resolveu representar 284 A PRIVATARIA TUCANA contra o entao chefe da procuradoria da Repiiblica no Distrito Federal, Lauro Cardoso Pinto, no Conselho Nacional do Ministerio Publico Federal. EJ o acusava de ter vazado o conteudo das investiga- coes publicadas pelo Correio Braziliense. Por tudo isso nunca investi- guei EJ, que tambem carrega o apelido nefasto de "O Sombra", que ganhou quando era o todo-poderoso secretario-geral da Presidencia da Repiiblica sob FHC. Desde janeiro de 2008, eu desconfiava que algum servico de in- teligencia proximo ao tucanato — talvez aquele do Palacio dos Bandeirantes, talvez aquele pilotado por Marcelo Itagiba — arma- ria uma arapuca para tentar desqualificar as minhas apuracoes. Durante o trabalho, buscando ouvir o tradicional "outro lado" co- muniquei a assessoria de imprensa do governo de Sao Paulo sobre o conteudo da reportagem. Informei, inclusive, a descoberta de que a empresa Decidir, fundada por Veronica Serra e Veronica Dantas em Miami apos as privatizacoes, havia se transferido para as Ilhas Virgens Britanicas, justamente para o mesmo escritorio que lidava com dinheiro suspeito e que operava, entre outros, para o ex- -diretor internacional do Banco do Brasil e ex-tesoureiro de Serra, Ricardo Sergio de Oliveira. fi facil presumir que a noticia produziu um efeito bombastico no sto/fserrista. E Serra certamente acionou sua rede de arapongas para neutralizar aquela ameaca. Basicamente, os documentos levantados por mim na Junta Comercial de Sao Paulo desmentiam as versoes apresentadas por Veronica Serra e pela propria Decidir. Ela sustentava que a empresa, alem de nao te-la como socia, teria sido fechada logo apos sua fundacao. Os novos documentos mostravam o oposto: inau- gurada com o capital inicial de US$ 5 milhoes do Opportunity, a Decidir de Miami havia se transferido para as Ilhas Virgens Britanicas com o unico proposito de repassar toda a grana injetada pelo banco de Daniel Dantas para outra empresa criada com o mesmo nome — a Decidir do Brasil — aberta por Veronica Serra, no Brasil. 285 A comprovacao documental do indiciamento de Veronica Serra por crime de quebra de sigilo financeiro. A chamada "grande imprensa" nao viu nem ouviu... PODER JUOIClARIO JUST7CA FEDERAL OE PRIME IRO GRAU EM SAO PAULO Consvilta pelo CPf/CNPJ 70 36.2003.403.6181 mil I 20/01/2X13 C - -^idO! 20/01/2003 i ...... -oo AUTOR Anunto MUMERACAC SIITIOA 0000370-36.2003.403.0181 Protocolo... 20/01/2003 Olctribw'do: 20/01/2003 INDICIACO AUTOR Aiiunto NUMERACAO AKTIOA 3 0DOO370-3S.2OO3.40J.eiai Protocol©..: 20/01/2003 P«--.qu,-,.>ndo 173.330.2 13-62 ACAO PENAL OISTR. AUTOMATIC A Situ4<3o: NORMAL VEROMCA ALLENOE SERRA JUSTICA PUBLICA CRIME OE : OE SIGILO FI'IAIICCIRO (ART. 10 OA LC lOS/Ol .i • CRIMES PREVISTOS MA LEGISLACAO EXTRAVAGAIlTE PE'IAL 2C03. 61. 81.000370-5 ACAO PENAL OISTR. AUTOMATIC* MM(tOI NORMAL veronica alleiioe serra justica clwlica CRIME OE QUCCRA DC SIGlLO FlflAMCEIRO (ART. 10 DA LC 10V01) • CHIMES PREVISTOS MA .EG1SLACAO EXTRAVAGANT t • PEI1AL 2003.&I.S1 000370-S CRIM Todo 1 p/Vi ■ I CRIME T«el« 2 p/Vu ACAO PtNAL STR. AUTOI.'ATICA Jm.V CRIMII A mi'dia tambem nao tomou conhecimento da execucao fiscal contra a Iconexa, do genro de Serra, Alexandre Bourgeois. Que tambem sofreu acao de penhora de bens por parte da Justica Federal Oficion'911 /2007-lhpl Execute Fiscal n» 2004.61.82.061807-5 ExcqQcntc: INSS Executadofs): Iconexa S/A (CNPJ n* 03.434.590/0001-59). Alexandre Bourgeois (CPF n" 043.01 1.987-92). Senhor Delegudo: A fim de instruir os autos da execucao fiscal em epigrafe, solicito a Vossa Senhoria c6pias das tres ultimas declaracocs dr hens r rendimentos do(s) executado(s) supraritadofs). Aprovcito a oportunidade para^presentar protestos de elevada estima e consideracao. / PODERJUDIClARIO II Ml< * KKDFKAI Sao Paulo, 20 de Sctcmbro de 2007 Ilustrissimo Senhor Delegado da Rrcrita Federal Avenida Prestes Hala, 733 Sao Paulo/SP 01031-001 ROBERTO S, ?2/20f'2e8& 23:38 812-39349171 ITAU AG 7448 SX PAG. 81 jj Banco Itau 3.A Bloquolo por Dotormlnacfto Judicial i3l"5 00 OMQVUB BX.'KGi.'CZS sjrripnmanto de offlem express » da lutofldade oomp Tlpode bloqoato ewrte, p-ocecamos ao especir.caoV> abaft o: CNPJ/CPFdoCdanta NOmero do oflele NOraoro da prootnse 3004.61. 82. 061807-5 5cmarca / Vara / JiKzo / HMM 5V5 PAULC - SP "■a '.w» pbc-ehal dc Exscucoas piscais •.33BR70 SAJTWO PACCHINI ALTORl PAZKUDA KACJCKAL 1NSS Protocols Date bloquelo Valor da ordan am B» Valor Moqueado da aganda em KJ 3 0 1 00000 J »MSJ - eACWUVO 17/02/2010 3«L.»I«,71 i -.i » J '-odutos Valor Moqueado C3HTA CORFJD7TE ?£R53K ?UJS DI 70S7 7C&7 57485-3 57*85-2 -.00 2 U 2.8J8.30 216.03 OoeervacAo: Sa ocorrar bloquoo do fundos, 03 vatorea podorr icr variado am tuneao do valor da cot a. Dn caao de duv«ta« entrar am eonteto com o gerenta de sua oonta. SAO PAOLO, IS/Oi/lO. . Local e daia Banco Itau s/A Agervcte: 7057 - PSRS3NWCITE AJ93KLICA ALSXACTRB BOURGEOIS W MOaUKBI 01700 :-';?:;yu: - sao pauxo 57 - CEF 05606-100 CXvkias, tugestoes « redamasoes na sua ageno'a. Sa preterit, Sguo para o SAC HaO 0B00 728 0728, •.0006 06 0*t, 24h, ou aoaaso o Fate Conoaeo no -"-""""^ Sa nao near aatsteito com a aosjcOo apressnada. g*> oara a Cuvidoria Corporate had. 0600 570 001 1. am daM ut*s das 9 as 1 8 Mores, Caixa Postal 67.600. CEP 031 62-971 Doflcejrtee audHh/as sao Mndtdos lodos os diss 24h etravos de 0600 722 1722. .f.' av n)eOM*a MM Juiz decretou bloqueio de contas do genro de Serra. 8 JUSTICA FEDERAL DE PRIME IRA INSTANCIA SECAO JUDICIARIA DE SAO PAULO Rua JoSo Guimaries Rosa, 21 5, 9° andar - Sao Paulo - SP Horario de atendimento ao publico: das 13:00 as 17:00 boras Mandado numero; 6112/06 7* Vara Pnetmon.' 2004.6 1. S2.061607-S Cettidao de Dlvida Aii« n" 60. 126.482-7 Processo Administrative «.* 601264827 Valor da Dtvida para efirilo de penhora R$ 309.353,89 Fjaqttenu m Executaao(s) ICONEXA SM E OUTRO — -x J. EXECITADO QUE DEVERA SOFRER A PENHORA ALEXANDRE BOURGEOIS : CSPJ/CPF 043.011.987-92 Enderefo AV. MORIMBI. 1700 CEP 05606-100 MANDADO DE PENHORA, AVALIACAO E INTIMACAO 0(A) Dr.(a) ROBERTO SANTORO FACCHINL Juiz Federal da 7" Vara de Execucdes Fiscais. na forma da L«i, MAN DA a qualquer Oficial de Jusuca Avaliador defle Juizo Federal a qucm estc for aprcscntado, passado nos auios cm cpinrafc. que. cm scu cumprimenlo. dinja-sc ao aidcrcvo acima ou a ouiro local e: a) H- SHORE bens de propnedadc do executado acima indicado. tanlos quanlos bastcm para a sausfacao da divida b) INTIME o executado bein como o conjuge. se casado for e a penhora recair sobrc bcra imovel c) CIENTIFIQUE o cxecuiado de que tcra o prazo de JO (trinta) dias para ofercccr embargo*, tornados da intimacJo da penhora d) PROVIDENCE O REGISTRO da penhora no Canorio dc Rcgislro de Imoveis se o bem for imovel ou a ele cquiparado; na Rcparticao compcterrte. se for de outra nalurcza. na Junta Comercial, na Bolsa de Valores e na Sociedndc Comercial. se forcm aedes, debentures, partes beneficiarias. cous ou qualquer ouiro litulo. crodito ou dircito socictario nominativo, e no Conccssioniho. se for direito de uso de linha telefonica. e) NOMEIE DEPOSIT ARIO. colhendo-lhc assinatura c dados pessoais. advenindo-o de que nao podcra abrir mSo do deposito. «m previa autonzac&o judicial, sob as penas da La. c que devera oomumcar a cste Juizo qualquer mudanca dc cndcrcco dos bens penhorados. • f) AVALIE o (s) bem (ns) penhoradots) ( I MPRA-SE, na forma c sob as penas da lei. flcando o Oficial de Juaija autonzado a precede! na forma do an. 172, § 2°, do Codigo dc Processo Civil, com emprcgo dc forca policial e arrombamcnto. inclusive, se nccessirio. Eu, , (Tecnico Judiciario. RF: 2425). diptei c confen. e eu. Diretor<a) de Secrctaria, assino por ordem judicial (Portaria n° 01/7001). Expcdido ncfla cidadc dc Sao Paulo, em 26 de iunho de 2006. PEDRO CALEGARI CUENCA Diretor de Secretaria Documentos mostram o mandado de penhora. CERTIDAO Processo n° 2004.61.82.061807-5 Mandado n° 61 12/06 7* Vara Exeqiiente: INSS Executado: ICONEXA S/A E OL'TRO Ccrtifico c dou fc que me dirigi ao endereco constante no r. mandado anexo (Av. Morumbi, 1700 - Morumbi - Sao Paulo - SP, onde DELXEI DE PROCEDER A PENHORA em bens de propriedade do executado ALEXANDRE BOURGEOIS, por nao encontra-lo prescnte em todas as diligcncias realizadas, inclusive em oulro execulivo fiscal em seu nomc, onde recebia a informacao de que ele cstava viajando. Ccnifico ainda que realizei pesquisa junto ao Detran/SP, pelo niimero de CPF do executado em questao. porem, a mesma resultou ncgativa, conforme extrato anexo e diante do exposto, devolvo o mandado para indicacao de eventuais bens para penhora pelo orgao exeqiiente. Nada mais. ho- PODER JUDICIARIO JLSTICA FEDERAL Mandadon 0 11445/2007 7". Vara de ExecucSes Fiscais CERTIDAO Certifko e dou fe que, em cumpnmento ao r. man dado aiiexo, diligenciei ate a Rua Luiz Coelho n° 197 - Sobre Loja - onde, em 08 de novembro de 2007, INTIMEI o Delegado da Receita Federal em Sao Paulo, aprcscntando o mandado ao protocolo de acordo com diretriz interna do orgao oficiado (DERAT-SP), sendo aposta chancela no anverso do mesmo. Sao Paulo, 08 de novembrp de 2007 M aurjc^STStniioni Oflci^ae Justica KJDERJIIDIClAlUO JUSTICA federal ✓ CERTIDAO Certifico e dou fe que encaminhei a pasta "Informacoes Sigilosas - 22" as Declara9ao(6es) de Bem(ns) c Rendimento(s) do{s) cxccutado(s) / co- cxccutado(s) abaixo relacionado{s), rcmctida(s) a este juizo pela Delegacia da Receita Federal, onde ficara(m) a disposicao das partes. Processo n" 2004.6 1 .82.06 1 807-5 Exccutado / co-cxccutado Declaravoes enviadas 1. ICONEXAS/A 2007/2006/2005 2. Alexandre Bourgeois 2006/2005/2004 Sao Paulo Analista'TecnicQ RFn°5721 A documentacao registra que, em 2002, a Justica decretou a quebra de sigilo de Bourgeois e de sua empresa Iconexa S. A. 14. QUANDO 0 AUTOR VIRA PERSONAGEM Sob o cerco da midia tucana. A conversa estranha do despachante. "A casa caiu", avisa o delegado. Mas Sena manda dizer que "nao tern nada contra voce"... Boa parte da tlocumentacao que embasa este livro foi obtida na Junta Comercial de Sao Paulo, com a ajuda do despa- chante Dirceu Garcia que, logo adiante, seria escolhido cuidado- samente para me transformar no elo hipotetico com a quebra de sigilo. Comecei a desconfiar que ele poderia ter sido envolvido em algum tipo de armacao no dia 4 de agosto de 2010, quando mantivemos o ultimo encontro, por sinal, a seu pedido. Lembro bem da data porque fui a Sao Paulo assinar um contrato de tra- balho. Pareceu tudo esquisito porque o despachante, alem de nao explicar o motivo da reuniao, comecou a falar coisas esquisitas. "Eu nao traio as pessoas porque fui criado na Febem, nao porque eu fosse um menor infrator, e sim porque meu pai batia na mi- nha mae", disse. Antes, Garcia tambem havia agido de modo peculiar. No dia 8 de outubro de 2009, exigiu minha presenca em Sao Paulo, porque queria me entregar um lote de documentos. Desconfiei, porque ul- timamente ele simplesmente enviava a papelada por sedex para Belo Horizonte. Sempre depois de eu fazer um deposito na sua 295 HISTORIA AGORA conta ban caria, que nunca ultrapassou a cifra de R$ 1.500,00. Como nao havia nada de ilegal nessas operacoes, houve casos em que eu fiz uma transferencia direta da minha conta do Bradesco para a conta dele no mesmo banco. A documentacao que comprova isso sera entregue a Justica no momento oportuno. No ultimo encon- tro, Garcia tocou ainda no assunto da quebra de sigilo, que acom- panhava pela midia, o que me despertou ainda maior suspeita. — Por que voce esta falando isso? Voce nao esta metido com isso? — perguntei. — Claro que nao. Nao conheco ninguem citado na reportagem — respondeu. Ate hoje nao entendi como o despachante entrou nessa historia. Mas, em vez de raiva, tive pena ao ver seu rosto tornado de pavor me acusando com frases desconexas em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo. Atribuiu a mim a encomenda dos dados da quebra de sigilo. "Nao da para ter raiva mesmo porque o rosto dele e de medo", disse uma amiga que assistiu ao noticiario comigo. — Quern encomendou os dados? — perguntou o reporter Cesar Tralli? — Foi Amaury Ribeiro Martins Junior — disse. — Quanto ele pagou pelo servico? — Setecentos reais por imposto — respondeu. — Fazendo as contas, deu em torno de R$ 8.000,00 — pergun- tou o reporter. — Levando por esse lado, digamos que sim. A PF, Garcia declarou que eu paguei em torno de R$ 12 mil pela encomenda que teria sido entregue em especie em um bar de Sao Paulo no dia 5 de outubro de 2009. O referido encontro no bar ocorreu no final de dezembro de 2007. O outro, no dia 8 de outu- bro, aconteceu diante de um hotel na Avenida Paulista. Narrou ainda uma historia mirabolante na qual, apos a revelacao de que os sigilos haviam sido violados, eu teria depositado R$ 5 mil 296 A PRIVATARIA TUCANA na sua conta corrente em setembro de 20 1 1 . Documentos entregues a Policia Federal comprovam que nessa epoca eu estava na Amazonia, na companhia do colega Lumi Zunica, trabalhando em reportagem sobre norte-americanos que exploravam a prostituicao infantil em terras indigenas, republicada nas paginas do New York Times em 20 1 1 . A PF descobriu que o dinheiro que caiu na conta de Garcia foi depositado em especie na mesma agenda onde a Lanza Comunicacao possuia conta. Fica bem evidente a tentativa de envolver a empresa do jornalista Luiz Lanzetta na historia. Em meio a todo o tiroteio que estava sofrendo, Lanzetta teria de ser muito estupido para fazer um deposito com tal finalidade e com tal beneficiario justamente na agenda onde sua empresa tambem possui conta bancaria... — Voce entendeu isso como um cala-boca? — perguntou o reporter. — Nao. Apenas como uma ajuda. No segundo depoimento aos federais, o despachante argumen- tou que aceitara o dinheiro para fugir da situacao. Basta uma leitu- ra dos autos do processo para concluir que as declaracoes prestadas por Dirceu Garcia sao incoerentes. Ate mesmo os depoimentos que prestou nos dias 6 e dia 7 de outubro de 2010 sao contraditorios. No primeiro, afirmou que teria me conhecido no final de 2009 em frente a Junta Comercial de Sao Paulo, no bairro paulistano da Barra Funda, quando, apos realizar buscas de breve relatos das em- presas de Bourgeois e Veronica, eu teria solicitado os impostos das mesmas pessoas e firmas. No dia seguinte, relatou que me conheceu um ano antes. Vale lembrar que ate hoje — agosto de 201 1 — nem a PF nem a Receita Federal detectaram quebra de sigilo de qualquer empresa ligada ao tucanato. Com certeza, o despachante foi convidado a prestar novo depoi- mento a PF, porque o primeiro conflita com as apuracoes policiais e fiscais. Ao inves de me incriminar, acaba me inocentando. Diz que eu lhe pedi os impostos no dia 30 de setembro de 2010 e que, no 297 HISTORIA AGORA mesmo dia, seu contato na Receita Federal Ademir Cabral teria lhe passado duas das encomendas. De acordo com as averigua- coes, o pedido de copia do IR de Veronica Serra foi protocolado no dia 29 de setembro de 2010, por meio de procuracao, na agen- da de Maua (SP), ou seja, um dia antes de eu ter feito a enco- menda. Detalhe: segundo o proprio Garcia (em seu segundo depoimento) a encomenda demorava de tres a quatro dias para ser liberada. Outra perola: sustentou que, ao contrario dos docu- mentos das empresas na Junta Comercial, eu nao so lhe enco- mendei como negociei as copias das declaracoes de IR pela primeira vez por telefone. Mas ninguem faz um pedido desses para uma pessoa que mal acabara de conhecer por telefone. Como eu poderia adivinhar que ele desfrutava de um esquema para obter acessos irregulares na Receita Federal? £ de se supor que, ao reler o depoimento, os federais percebe- ram as contradicoes. E logo foi marcada uma segunda oitiva. O despachante abre o segundo depoimento corrigindo o que havia dito no primeiro. Relatou que, "na verdade", somente me conhe- ceu em meados de 2008. Disse ainda que, opostamente ao que havia declarado, eu lhe fizera o pedido pessoalmente e nao por telefone. E nao no dia 29 e sim entre os dias 24 e 27 de setembro. Ao tentar consertar o primeiro depoimento, Dirceu acaba trazen- do elementos que contradizem o inquerito. As investigacoes nao detectaram a violacao de nenhum tucano ou pessoas ligadas a Serra no periodo mencionado. Na verdade, eu o conheci em dezembro de 2007, quando ele passou a me ajudar a levantar do- cumentos em cartorios e na Junta Comercial. Se tivesse interesse em solicitar os dados do IR, ja teria feito isso nessa epoca, hipote- se descartada pelas investigacoes. No segundo depoimento aparece um detalhe deixando claro que Garcia agia sob orientacao tucana. De todas as empresas do casal Veronica Serra e Alexandre Bourgeois, assegura que so nao 298 A PRIVATARIA TUCANA conseguiu encontrar nada da Socimer International Limited. Ou seja, nao conseguiu encontrar justamente o documento da offshore instalada nas Ilhas Virgens Britanicas e que comprova que a so- ciedade entre Veronica Serra e Veronica Dantas havia se transferi- do para um paralso fiscal no Caribe. Ao admitir isso, Garcia estaria afirmando oficialmente que encontrara documentos que comprovavam os movimentos financeiros de membros do cla Serra em um paralso fiscal. Mas para haver contrainformacao o assunto teria de sair na im- prensa, a nm de que toda a rede fictlcia calsse num efeito domino. Trazendo no currlculo varias reportagens contra o PT e sua candi- data, o reporter da Folha de S. Paulo Leonardo de Souza tambem foi escolhido a dedo. Alem de nao fazer questao de esconder sua ojeri- za a Dilma e de atuar em um velculo alinhado a campanha tucana, o reporter possula fontes oposicionistas na Receita Federal, que sempre o ajudavam a detonar a candidata petista. O reporter e o autor, por exemplo, da entrevista publicada em agosto de 2009, em que a ex-secretaria da Receita Federal, Lina Vieira, acusava a entao ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de ter apressado o fim das investigacoes contra Fernando Sarney, filho do senador Jose Sarney. Na entrevista, a ex-secretaria diz acreditar que, desta forma, a entao ministra pretenderia abafar as investigacoes. Em junho de 2010, o jornalista publica que o celebre "nucleo de inteligencia" da pre-candidatura Dilma — que ate Veja admite que nao chegou a funcionar — tivera acesso as copias das declaracoes do IR de Eduardo Jorge. Haveria ainda comprovantes bancarios dos tres depositos de R$ 3,9 milhoes na conta de EJ. Mas o reporter nao conseguiu comprovar que os documentos tivessem circulado no "nucleo". A denuncia da violacao de sigilo bancario e um assun- to ainda mais nebuloso. A imprensa tentou, sem sucesso, atribuir a quebra a petistas ligados ao Banco do Brasil, o que foi desmentido com veemencia com provas pelo banco estatal e pela PF. Segundo o 299 HISTORIA AGORA BB, todos os acessos foram realizados com base legal e atendendo determinacao judicial. Passei um bom tempo acreditando que fosse o proprio EJ o au- tor do vazamento de seus dados para a Folha de S. Paulo. Seria uma maneira de se defender das acusacoes apontadas no relatorio do Coaf. Afinal, o dirigente ja havia feito isso anteriormente ao mos- trar seu IR ao Correio Braziliense. Recentemente, porem, tive a con- firmacao de que os dados foram repassados ao jornal paulistano por um funcionario federal que investigou oficialmente o dirigente tucano. O servidor tambem teria intermediado a entrevista com a ex-secretaria da Receita Federal, Lina Vieira. Ao receber as informa- coes, pensei que a fonte tivesse traldo o reporter ao dizer que as copias dos impostos, obtidas oficialmente, haviam sido alcancadas clandestinamente pelo "nucleo" propalado por Veja. Os amigos da fonte garantem que aconteceu o inverso. O funcionario teria sido provocado pelo jornalista da Folha. Este teria lhe pedido as copias para fazer reportagem em que mostraria que EJ cafra em desgraca no PSDB e estava afastado do comando da campanha, devido a investigacao sobre sua movimentacao bancaria. Se o fato for real, nao sera a primeira vez que Souza faz a inver- sao de lead (abertura da materia) ao obter documentos de suas fon- tes. Por exemplo, ao receber documentos comprovando que a farra dos cartoes corporativos tambem havia ocorrido no governo do FHC, em vez de denunciar os desmandos dos tucanos, o reporter arrumou uma forma de coloca-los como vftimas. Sua materia acu- sava a Casa Civil, comandada por Dilma, de ter recorrido ao apara- to governamental para vazar dados sigilosos dos cartoes de FHC e seus pupilos. Como se ve, o formato e o mesmo. Os bastidores do vazamento dos impostos para a Folha e assunto que cabe ao repor- ter e ao jornal explicarem. Comecei a sentir numa quarta-feira, ao receber uma visita inesperada no meu trabalho, em Sao Paulo, as atribulacoes que o 300 A PRIVATARIA TUCANA affaire"quebra de sigilo" detonaria na minha vida. O visitante ha- via se identificado apenas como "Hugo". Ao recebe-lo na portaria, fiquei surpreso ao perceber que o visitante era o delegado carioca da PF, Hugo Uruguai, responsavel pelas investigacoes sobre a questao dos sigilos violados. — A que devo a honra da visita? — Voce fez um monte de denuncias contra os tucanos. E ago- ra vou ter que apurar. Quero que voce explique essas operacdes complicadas. Nao demorei a perceber que o delegado queria tomar um novo depoimento. Meu terceiro depoimento nao ocorreu na sede paulistana da PF, mas em um hotel das proximidades. Fomos encaminhados para la pelo agente Luciano Cesar Bernardo, que ja nos aguardava na por- taria da empresa. Iniciado a tarde, o depoimento se prolongou ate a madrugada. Alem de Uruguai e Bernardo, participaram da con- versa mais dois federals, um deles o delegado Alessandro Moretti. Depois de quase cinco horas de interrogatorio, Moretti falou: — Nao esta funcionando — disse a Uruguai. — Vamos abrir o jogo e explicar que queremos que (o depoente) colabore. Temos uma testemunha contra ele. — Em primeiro lugar, se tern alguma testemunha contra mim, ela tern de provar o que esta falando. E, no mais, se isso estiver realmente acontecendo, voces nao precisavam ter montado este teatro. Deveriam ter me intimado para eu comparecer acompa- nhado do advogado. — Nao tern nada disso. Mas se voce quiser, marcamos o depoi- mento para outra data — respondeu Uruguai. — Nao, vamos continuar. Estou falando a verdade. E nao tenho nada a temer — rebati. Percebi que, na verdade, o meu depoimento serviria tambem para que a PF conseguisse entender a principal incognita do inquerito: 301 HISTORIA AGORA qual a finalidade que as tais copias poderiam trazer as investiga96es. Isto ficou claro quando comentei sobre a Lei do Colarinho Branco, que tipifica como crime os depositos no exterior feitos sem a autori- za9ao do Banco Central e da Receita Federal. — Ele sabe que ter conta em paraiso fiscal sem avisar a Receita e crime — comentou Bernardo. No entendimento do agente, eu po- deria ter encomendado os dados dos IRs na tentativa de provar que os familiares de Serra praticaram crime ao nao informarem a exis- tencia de empresas e de contas bancarias em paraisos fiscais. Achei ingenua a observacao. Contas e offshores em paraisos sao informa- 96es que nao costumam aparecer nas declara96es de imposto de renda. No final do depoimento, Uruguai me chamou ao lado para fazer a revela9ao. — A casa caiu. Chegamos ao Dirceu (Garcia) — disse. — O linico Dirceu que conhe90 e um despachante que levanta documentos para mim na Junta Comercial. E nada mais. — Acrescenta entao isso ao depoimento — disse o delegado. Eu viria a me reencontrar com os federals na segunda-feira se- guinte, 25 de outubro, na sede da Policia Federal, em Brasilia, na antessala do segundo turno das elei96es. Eu era a ultima esperan9a com que a imprensa serrista contava para virar o jogo nas elei96es. Por isso eu e meus advogados, comandados por Adriano Bertas, tinhamos a certeza de que eu sairia de la indiciado. Seria uma for- ma de a PF aplacar a furia da midia. Tive vontade de rir ao consta- tar que a advogada de Eduardo Jorge tambem estava la de plantao, a fun de vazar meu depoimento para a imprensa. Nos dias anteriores ouvira relatos de jornalistas e mesmo de tucanos de que o "Sombra" havia transformado a cobertura midi- atica da quebra do sigilo numa grande opera bufa, em que ele era o mais divertido dos personagens. Com ironia, colegas de im- prensa diziam que, de posse de informa96es privilegiadas do in- querito, o procer do PSDB travestira-se de pauteiro e editor de 302 A PRIVATARIA TUCANA velculos dos quais arrancara indenizacoes milionarias em acoes de danos morais. EJ teria iniciado um verdadeiro leilao em troca das informacoes privilegiadas. Nao pedia dinheiro ou algum be- neficio pessoal. Apenas exigia determinado espaco, chegando a definir qual seria a linha editorial da materia. Se determinado jor- nal nao concordasse com suas exigencias, simplesmente transfe- ria o "furo" ao concorrente. Pareceu algo simplesmente genial. EJ conseguira a facanha tao desejada pelos blogs: levar a midia ao papel ridiculo que se propos a assumir no pleito. Alem de arran- car fabulas de dinheiro dos jornais e revistas que no passado ha- viam publicado reportagens que considerou caluniosas, EJ tinha o prazer de aumentar seu poder de vinganca, ao assumir o con- trole editorial, mesmo que momentaneo, das paginas de politica. E, de sobra, irritava Serra que o havia deixado de lado durante a campanha eleitoral. Afinal, Serra acionara seus arapongas com o objetivo inverso, o de impedir que as denuncias viessem a publi- co. Acabou perdendo o controle da situacao devido aos conflitos internos do PSDB e ao fogo amigo petista, que colocaram o tema em pauta. O sinal de que o candidate tucano nao queria confusao com o assunto foi sinalizado pelo proprio Serra ao autor. Na reta final da campanha, quando meu nome frequentava as manchetes, Marcio Aith, assessor de imprensa do tucano, tentou marcar um encontro comigo. Escaldado com a arapongagem serrista, rejeitei a ideia. "Nao e nada disso. O Serra so quer dizer que nao tern nada contra voce", mandou Aith dizer. Ao chegar a Policia Federal, fui surpreendido com uma proposta feita por Uruguai. — Esse inquerito esta pesado. Tern coisa grossa contra voce. Por isso recebi um e-mail do MPF propondo a voce um acordo de de- lacao premiada. Em suma, o delegado esperava que eu confirmasse a conclusao a que havia chegado. Queria uma confissao de que eu e tambem 303 HISTORIA AGORA Lanzetta haviamos sido contratados pelo jornal Estado de Minas, ligado ao ex-governador e hoje senador Aecio Neves, para enco- mendar os dados fiscais. Justificava sua tese pelo fato de que mi- nhas passagens aereas haviam sido solicitadas por Marcelo Oliveira, responsavel pela marcacao de viagens dos funcionarios do Estado de Minas. Desconhecia que, alem de trabalhar para o jornal, Oliveira operava a compra de passagens para varias pessoas. Entao, mesmo apos deixar o jornal, ele continuou prestando o servico. E as passa- gens foram custeadas pelo meu proprio bolso. Em resumo, nao foi o PT nem o jornal que pagou minhas passagens. No dia 8 de outu- bro de 2008, estava em Sao Paulo por conta propria em busca de informacoes para concluir este livro. Tenho como provar isso. E realizei o pagamento por meio de transferencia dos valores da mi- nha conta para a de Oliveira. Mas o delegado insistia em sua tese. — Descobri sua metodologia. Voce primeiro pedia os breves re- latos e depois os IRs. £ assim, uma coisa busca a outra. So nao en- tendi por que nao apareceu o imposto de renda de nenhuma empresa. Mas ainda vai aparecer. Tambem nao consegui entender o que Eduardo Jorge tinha a ver com as privatizacoes. A proposta dele era simples: caso resolvesse colaborar, eu seria indiciado apenas com base no crime de violacao fiscal que, segun- do o Codigo Penal, deve ser atribuldo exclusivamente a funciona- rios. Caso contrario, ele me enquadraria em outros tres crimes apontados pelos meus advogados como ainda mais absurdos: uso de documento falso, corrupcao passiva e oferecimento de vanta- gem a testemunha. A testemunha seria Garcia, que a epoca em que disse ter recebido os R$ 5 mil, era totalmente desconhecido da PF, do MPF e da Justica, portanto estava longe ser testemunha em qualquer processo. Em meio a discussao, eu e meus advogados conseguimos pelo menos ter acesso pela primeira vez aos autos do processo. 304 A PRIVATARIA TUCANA Ao folhearmos as primeiras paginas, ficamos abismados com as contradicoes. — Delegado, o Dirceu (Garcia) que, ao contrario do meu clien- te, tinha algum elo com as agendas da Receita, foi enquadrado em um so crime, violacao de sigilo fiscal, e voce quer enquadrar o Amaury, que, segundo os autos, nao conhecia nenhuma dessas pes- soas, em outros tres crimes... — E. Mas o Dirceu colaborou com as investigacoes (o acordo de delacao premiada nao consta dos autos do processo). Na hora certa a gente o enquadra nos outros crimes. A primeira coisa que observei no processo e que nao possuia um alvo especifico. Aberto para investigar a reuniao do Fritz e o suposto "nucleo de inteligencia", o inquerito ganhara outro foco: a violacao de sigilo nas agendas de Maua. Alem dos depoimentos confusos do despachante, minha atencao se voltara para outro detalhe: ao contra- rio do que a imprensa noticiara, a violacao de dados fiscais estava longe de ser uma pratica corriqueira no governo ou um milionario comercio de dados. Ficava evidente que, com frequencia, o movel do delito era a pobreza. Por exemplo, um dos pivos da crise, a servidora do Servico Federal de Processamento de Dados (Serpro) cedida a Receita Federal, Adeida Ferreira Leao, comecou a violar os sigilos ini- cialmente em troca de doces e chocolates. Quern fez este relato a PF foram os proprios companheiros que conseguiram recruta-la. Como ja passava das tres horas e o delegado insistia na tal dela- cao, fizemos um acordo. Eu seria indiciado nos tais crimes e estu- dariamos a hipotese de voltarmos no dia seguinte, quando poderia ser sacramentado um novo acordo. Mas, logo apos sairmos, pedi aos advogados que, alem de distribuir uma nota a imprensa, anun- ciassem o indiciamento nos crimes citados. Na nota, redigida no dia anterior, eu negava com veemencia ter encomendado os dados sigilosos. Acompanhada de documentos, adiantava ainda algumas denuncias sobre as privatizacoes contidas neste livro. 305 HISTORIA AGORA Como o meu depoimento nao causou o resultado esperado, a ml- dia preparou mais um golpe baixo contra mim com o objetivo de atingir a candidatura Dilma. Apesar de ter tido acesso as copias de todos os meus depoimentos, os principals vekulos passaram a publi- car a versao mentirosa de que eu havia confessado ter pedido a trans- gressao dos sigilos. Basta uma consulta na internet para perceber que a farsa virou verdade nos principais jornais. Tornou-se ponto de sus- tentacao principalmente para as investidas contra mim dos colunis- tas mais a direita. Alem dos blogs, um unico jornalista, o colunista do site Congresso em Foco, Rodolfo Lago, publicou a notlcia verdadeira. "Os depoimentos a PF corrigem algumas informacoes publicadas pela imprensa nos ultimos dias. Nao e verdade que Amaury tenha confessado em seu depoimento ter pago para obter a violacao de Veronica Serra e de Eduardo Jorge Caldas Pereira", escreveu. Nao e dificil descobrir qual a procedencia da noticia falsa. No dia 20 de outubro de 2010, apos revelar o depoimento de Dirceu Garcia, Leonardo de Souza redigiu materia na Folha de S. Paulo em que afir- mava que eu havia encomendado ao despachante dados fiscais de di- rigentes do PSDB. A informacao de que esses dados eram documentos da Junta Comercial de Sao Paulo e nao da Receita Federal so aparece no terceiro paragrafo da reportagem. Mas quern le o titulo tern a im- pressao equivocada. A manobra acabou induzindo os editores da pri- meira pagina a manchetear que eu admitira ter pedido acesso ilegal as informacoes. Nao sei se foram induzidos ao erro pelo reporter ou gostaram de ser enganados para agradar os donos do jornal. Mas nada do que foi mencionado neste capftulo talvez tivesse causado algum impacto nao fosse o fogo amigo da campanha pe- tista, como, retroagindo no tempo, veremos nas proximas linhas. 306 15. OSVAZAMENTOSNO BUNKER DO IAGO SUL "Quern esta proximo ao Pimentel vai ser varrido." Sou antipetista, anuncia o araponga. 0 bombardeio midiatico contra a campanha. NO illlCiO tie abril de 201 0, cuidava das minhas uvas no interior de Minas, quando recebo uma mensagem do amigo Luiz Lanzetta, entao contratado para montar a assessoria de imprensa da campanha de Dilma Rousseff a Presidencia da Republica. Desde o comeco de marco, Lanzetta, atraves da Lanza Comunicacao, havia feito uma parceria com a Pepper Interativa, contratada pela mesma campanha para tocar a parte de internet. A Pepper, por sua vez, ja tinha os contratos com as empresas ame- ricanas Blue Stage e Mensage Revolution. Ambas tinham tocado com grande badalacao a campanha de Barack Obama a presiden- cia dos EUA. Para isso, a Lanza e a Pepper locaram uma imensa casa no Lago Sul, na QI 05, que logo ganharia em O Globo o ape- lido de "Bunker da Dilma". A casa nao era um comite da campanha. Era uma extensao das duas empresas. Mas ali ja estavam trabalhando dezenas de profis- sionais, como jornalistas, fotografos, cinegrafistas, tecnicos, espe- cialistas em internet, cada qual recrutado de uma forma diferente. 309 HISTORIA AGORA Tambem havia o estudio de radio, onde a candidata iria gravar os seus programas que seriam distribuldos na rede. Lanzetta estava preocupado. Havia frequentes vazamentos de in- formacoes. Instalou-se um clima de paranoia que foi se agravando gradativamente e tornando-se mais denso conforme 2010 avancava. Uma visita a casa da QI-05 serviu para aumentar minha inquietacao. Todo mundo desconfiava de todo mundo. A inseguranca era geral. Detectara-se, ainda, que pipocavam arremetidas na midia contra o nucleo que se agrupara, na area da comunicacao, em torno do ex- -prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, um dos coordena- dores da campanha, grande amigo da candidata, que eleita, o tornaria ministro do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior. No dia 26 de fevereiro, IstoE publica a primeira de uma sequen- cia de quatro materias contra Pimentel. No auge do mensalao do DEM, a revista resolve exumar o mensalao de 2005 e acusar o ex- -prefeito de envolvimento no escandalo que, no primeiro mandato de Lula, engolfou a cupula paulista do PT. Tudo porque, quando prefeito, firmou convenio com a Camara de Dirigentes Lojistas para instalar cameras de seguranca nas ruas do centro da capital mineira. A vinculacao ocorreria devido ao fato de que o entao dire- tor financeiro da CDL fora identificado como doleiro supostamen- te envolvido na fraude... A materia nao ficava em pe. Pimentel nunca foi da cupula do partido. Pelo contrario, era e e um outsider no PT. Mas nem a manifestacao do MPF afirmando expressamente que Pimentel nada tinha a ver com o processo 47 foi obstaculo para a retomada do assunto novas vezes. Na ocasiao do contrato com a prefeitura, o diretor financeiro da CDL era Glauco Diniz Duarte, mais tarde denunciado como doleiro. Parte do dinheiro teria sido remetida ao exterior para pa- gamentos ao marqueteiro Duda Mendonca. Em nota, Pimentel afirmou que nunca foi "inquirido, arrolado, indiciado, denunciado ou ouvido por qualquer ligacao, ainda que indireta, com o esque- ma do mensalao". Em 26/02/2010, o procurador Patrick Salgado Martins, do MPF/MG, disse que os fatos narrados por IstoE estavam "fora de contexto" e afirmou textualmente: "Nao ha nenhuma prova ligando Pimentel ao mensalao. Obviamente, por essa razao, ele nao foi denunciado. Se hou- vesse alguma prova, isso teria acontecido". 310 A PRIVATARIA TUCANA Sao materias marteladas em sequencia. Logo, mais coisas pesa- das. Surgem notlcias em O Globo sobre "o bunker". La, funcionaria uma fabrica de falsidades onde haveria, ate, um "editor de menti- ras". Na mesma epoca, plantam-se notas em toda a mldia contra Marcelo Branco, homem da internet que a propria Dilma convida- ra para a pre-campanha. Todas as burradas sao atribuldas a Branco. A comecar pelo affaire Norma Benguel, 48 uma confusao com uma fotografia publicada no blog de Dilma que nao foi de Branco e sim do marketing. Bastante ruim, o programa de radio era conduzido por Falcao, mas tambem caiu na conta de Branco. Tudo porque ele era proximo da candidata. Quern estava na mesma situacao era queimado. Um amigo de Dilma sintetizou para Lanzetta a disposi- cao do pessoal de Sao Paulo: "Quern esta proximo ao Pimentel vai ser varrido. Essa e a ordem...". Outra preocupacao de Lanzetta apontava para um punhado de petistas paulistas, reunidos numa empresa chamada Marka, de Valdemir Garreta, Marcelo Parada e Edson Campos, e apadrinha- dos pelos deputados Antonio Palocci e Rui Falcao — mais tarde, descobrir-se-ia que Falcao era socio do grupo... Ao contrario do que se pensara na ocasiao, Garreta e os seus nao estavam mais ali- nhados a ex-prefeita Marta Suplicy. As partes estavam rompidas. Mas, para todos, sem excluir segmentos da campanha, o trio encar- nava ainda a influencia da entao candidata do PT ao Senado por Sao Paulo. Nenhum deles negava a informacao, embora a relacao entre Marta, Falcao e Garreta ja estivesse sepultada. Em fevereiro de 2010, quando se tornou publico que a assessoria de imprensa da campanha ficaria sob a responsabilidade de Lanzetta Uma foto em que aparece a atriz Norma Benguel durante uma manifestacao contra a ditadura militar nos anos 1960 foi publicada no site de Dilma de tal forma, que induziu as pessoas a enten- derem que se tratava da candidata. Inflado pela midia, o equivoco transformou-se em uma onda de ataques contra a candidata do PT ate que a propria Norma Benguel, entrevistada, demonstrou nao dar maior importancia ao tema, o que contribuiu para esvaziar o episodio. 311 HISTORIA AGORA e de seus parceiros Mario Marona e Robson Barenho, os tres com cerca de 40 anos de experiencia jornalistica, os recados comecaram a chegar mais fortes. Lanzetta teria que abrir espaco para o grupo de Sao Paulo. Para ele, Lanzetta, estaria reservado um cargo de as- sessor para fazer contatos com algumas redacoes. Caso nao compu- sesse desta maneira ou saisse do caminho, os "metodos" de Garreta seriam exercitados. Logo veremos o que e o metodo Garreta de fa- zer amigos e influenciar pessoas. Imersa em suspeitas, com todos desconfiando de todos, a casa continuava vazando. Falava-se algo em uma reuniao e, no outro dia, a informacao estava estampada nas colunas dos jornais. Nesse ambiente crivado de ciladas, Lanzetta procurava um escudo para sua empresa e para si proprio. Queria a minha ajuda. — Caro, voce conhece todos os arapongas desta cidade. Eu nao sou da area — sintetizou. Ele me disse tambem que estava consultando com Danielle Fonteles, dona da Pepper, algumas firmas de seguranca indicadas por conheci- dos. Desconfiava-se de grampos e de infiltracao de pessoas. A casa era grande e devassada. E frequentada por muita gente. As acoes pode- riam vir de qualquer lado. Tanto dos adversaries, o que seria "legiti- mo", quanto de dentro, de gente querendo abrir espaco na marra. Pintado esse quadro, fui a Brasilia procurar o ex-sargento da Aeronautica Idalberto Matias de Araujo, o "Dada". Levei-o ao "bunker" da QI-05. Conversamos sobre a atuacao de Marcelo Itagiba, em atividade frenetica fazia dois anos, principalmente de- dicada ao levantamento de dossies sobre o PMDB. Garimpava ma- terial para Serra pressionar deputados peemedebistas que pudessem influenciar favoravelmente uma alianca com o PSDB em detrimen- to da provavel coligacao com o PT. Dada descreveu um cenario assustador, mostrando todos os fu- ros na seguranca. Aquilo que O Globo chamava de "bunker" so ti- nha de "bunker" o apelido. 312 A PRIVATARIA TUCANA O dono da Lanza levantou a hipotese de acoes de setores do proprio PT e falou claramente em Valdemir Garreta. Considerava- -se ameacado, por causa dos recados transmitidos por um dos socios de Garreta. Dada nao poderia fazer o servico, mas tinha uma indicacao a dar: a empresa de um ex-delegado da Policia Federal, com estagio no FBI, especialista em contraespionagem, e que teria entre os seus clientes duas prefeituras do PT. Seu nome era Onezimo das Gracas Sousa. Especializado em cozinha alema, o Fritz, na Asa Sul, existe des- de os primordios da capital e ja desfrutou dias melhores. Sempre foi tambem o restaurante preferido para encontros entre arapon- gas e congeneres. Com a casa bichada, marcou-se no restaurante a conversa entre os tres — eu, Dada e Lanzetta — com o ex-delegado Sousa. Por ingenuidade, nao percebi o risco que Lanzetta corria em uma reuniao com alguem desconhecido, ate mesmo por mim, e, pelo que se viu depois, disposto a qualquer coisa. Porem, como nao queria negociar nada envolvendo dinheiro com quern quer que fosse, entendi que seria necessario que alguem responsavel pela casa estivesse presente. Na ultima hora, juntou-se ao grupo o empresario Benedito de Oliveira Neto, amigo de Lanzetta, e que estava ajudando na parte administrativa e logistica da casa da QI-05. "Bene", como e bastan- te conhecido, havia indicado o pessoal para cuidar da administra- cao e infraestrutura. Foi vitima de um convite em cima da hora. Lanzetta justificou assim: "Precisava de uma testemunha". A "teste- munha" Bene virou alvo fixo de boa parte da midia... Sousa e Dada chegaram juntos. Imediatamente, fomos para uma sala no fundo do restaurante. Nao havia ninguem. Feitas as apresen- tacoes e trocados os cartoes, o ex-delegado toma a palavra e pergunta: — E o Pimentel? Nao havia nenhum encontro marcado com Fernando Pimentel. Depois nos inteiramos do motivo atras da pergunta. A arapuca 313 HISTORIA AGORA estava montada para Pimentel. Ao contrario do ex-prefeito, nem eu nem Lanzetta, muito menos Bene, eramos do PT. Nao tlnhamos participacao formal, em cargos, na campanha. Era um encontro entre duas empresas privadas, a Lanza e a de Sousa, prestadora de servicos de seguranca. Mesmo assim, na ausencia do briefing que Dada teria que ter feito, o ex-delegado engata uma retorica esquisita. E afir- ma, categorico: — Campanha eleitoral e dinheiro. Nos sabemos transportar dinheiro sem deixar rastros. Com seguranca. Este era, segundo o proprio Sousa, o principal produto que ti- nha a oferecer. — Eu sou apenas um jornalista. Nao trato disso — respondeu Lanzetta. Logo a conversa toma outro rumo: a seguranca da casa da QI-05. £ quando Sousa e Dada descrevem seus metodos de traba- lho. Vendem o "perigo" Marcelo Itagiba, 49 relatando como agia o dep utado - delegado. — Voces estao dois anos atrasados... Eu vim do lado de la e sei como eles trabalham — referiu Sousa. No meio da explanacao, Lanzetta pergunta ao ex-delegado o que faria para prevenir acoes que certamente partiriam de setores do PT contra sua empresa. E cita explicitamente Garreta e sua fama de mau. A resposta e reveladora do terreno movedico em que estava- mos pisando ali naquela tarde na mesa dos fundos do Fritz: — Nao tern problema, eu sou antipetista — retorquiu sem titubear. Tambem ex-diretor de inteligencia da Policia Federal no governo Fernando Henrique Cardoso, Marcelo Itagiba envolveu-se na Operacao Lunus, da PF, em 2002. Visando atingir a candidature de Roseana Sarney (PFL) a Presidencia da Republica, a acao resultou na apreensao de R$ 1,3 milhao no escritorio da empresa de Roseana e de seu marido, Jorge Murad, em Sao Luis (MA). Segundo o senador Jose Sarney (PMDB), o objetivo era tirar Roseana da disputa pelo Planalto pois seu cres- cimento nas pesquisas ameacava a candidatura de Serra. Sarney advertiu FHC e informou sobre a existencia de dossies contra os tucanos Paulo Renato de Souza, Tasso Jereissati e Pedro Malan, todos adversarios de Serra na cupula do PSDB. 314 A PRIVATARIA TUCANA Em nenhum momento toca-se no nome de Rui Falcao. Alias, naquele momento, ninguem suspeitava dele. Tampouco existe, em qualquer situacao, alguma referenda ao nome de Jose Serra. O ex- -delegado pede R$ 160 mil por mes, valor considerado irreal. Antes do final da reuniao, Lanzetta levanta-se. Informa que ti- nha outro compromisso e vai embora. Nunca mais fala ou se en- contra com nenhum dos dois, Sousa ou Dada. No inicio de maio de 2010 retornei a Brasilia para retomar as negociacoes com o pessoal da comunidade de informacoes. O ponto de encontro agora e a confeitaria Suica Praline, local prefe- rido de Dada "por so ter velhinhos, o que nao gera suspeitas". No encontro, so estamos eu, Dada e Sousa. Expliquei que, diante do risco de fogo amigo, seria muito arriscado coloca-los dentro da casa. E apresentei a proposta de Lanzetta: R$ 80 mil em troca de um relatorio de contrainformacao sobre as atividades do tal gru- po liderado por Itagiba. Argumentei ainda que a Lanza e a Pepper ja tinham fechado a contratacao da DigiLab, uma empresa do Sul, especializada em seguranca de Internet. A empresa trataria tambem dos blogs que seriam lancados a seguir. A necessidade era notoria, pois quando surgiu o primeiro, o Blog da Dilma, houve varios ataques de ha- ckers desfechados desde o exterior. Naqueles dias ja se noticiava a baixaria arquitetada na rede, que seria atribuicao do secretario de comunicacao do PSDB e homem de Serra para a internet, Eduardo Graeff. O delegado detestou. Furioso, reclamou: — Gastei duas semanas de trabalho pra nao receber nada. E voce me vem com uma proposta dessas? — redarguiu. Depois, no seu depoimento na Comissao Mista de Controle das Atividades de Inteligencia (Ccai), do Congresso, Onezimo Sousa ira negar a segunda reuniao na confeitaria Praline. Mas o fato puro e simples e que ela aconteceu... 315 HISTORIA AGORA — Esse trabalho de levantar a turma de Itagiba e mais complica- do do que investigar. Por isso o minimo que posso cobrar pelo novo servico e R$ 160 mil por mes — propos em seguida. — E o Serra, voces nao vao querer investiga-lo? — emendou. — Nao e esse o trabalho. Alem do mais, eu investigo o Serra e as privatizacoes ha 10 anos e devo ter, no mmimo, do is tiros fatais contra ele — repliquei. Artificiosamente, ao depor na comissao do Congresso, Sousa dira que eu teria afirmado isso no primeiro encontro. Um subter- fugio, ja que o comentario ocorreu no segundo cuja existencia ele nao admite... Pressenti que a oferta, envolvendo Serra, era uma emboscada. Despedi-me de Dada e de Sousa, dizendo que iria levar a contra- proposta a Lanzetta, o que nunca fiz. Intuitivamente, achei que era hora de interromper qualquer contato com o ex-delegado. Senti que ele estava jogando no time adversario, o que o tempo nao demoraria a evidenciar... Apreensivo com o comportamento de Sousa, tentei localizar o dono da Lanza. Nao o encontrei na QI-05. Pessoas proximas a Lanzetta, que sabiam por que eu havia sido acionado, me implora- vam para descobrir quern era o traidor ou traidores. Fui informado de acontecimentos que so aumentavam minha inquietacao. Soube, por exemplo, que Palocci e Falcao haviam trazido dois "voluntarios" de Sao Paulo que estavam trabalhando de graca na Pepper, agenda levada para a campanha por indicacao do marqueteiro Joao Santana, homem de confianca de Palocci. Mais: a dupla e mais a propria dona da Pepper estariam investigando os meus passos desde o dia em que pus pela primeira vez os pes dentro da casa. Queriam, a todo custo, saber o que eu fazia ali. Por telefone, fui tirar satisfacao com Lanzetta, mas ele saiu em defesa da Pepper, o que continua fazendo ate hoje. Percebi que era hora de romper, por seguranca, o vinculo ate mesmo com Lanzetta, e abortar qualquer hipotese de assinatura de 316 A PRIVATARIA TUCANA contrato. Passei no hotel para retirar minha passagem, e no trajeto para o aeroporto, comecei a ver fantasmas em todos os lados. No caminho para o setor de check in, dei meia-volta, desci a escada e retirei a bateria do celular. Naquele momento cheguei a imaginar que meus passos estavam sendo monitorados por satelite. Peguei outro taxi em diret^ao a rodoviaria e de la para minha fazenda no interior de Minas. Em panico, deixei Brasilia, onde, nas proximida- des, ja havia sido baleado. Senti que algo de ruim estava prestes a acontecer. Era so esperar. 317 16. COMO 0 PT SABOTOU 0 PT 0 organograma que virou golpe. Rui Falcao pauta a Veja contra a campanha de Dilma. Apadrinhados por Palocci, os paulistas abrem caminho. E uma esplendida visao do Lago Sul e da Ponte JK, um dos novos cartoes-postais de Brasilia, aquela que se tem desde o modernoso restaurante Gazebo. Foi o local escolhido por Palocci. Em uma sala reservada, Palocci apresentou Valdemir Garreta e Marcelo Parada ao entao seu colega de coordenacao na campanha de Dilma, Fernando Pimentel. Foi no dia 20 de fevereiro de 2010, durante o Congresso Nacional do PT, quando a candidatura Dilma foi oficializada pelo partido. Pimentel levou Lanzetta a tiracolo. Tambem estava no almoco Joao Santana, o marqueteiro de Dilma. Durante o almoco, Palocci disse que Garreta e Parada estavam prontos para apresentar um projeto a campanha. Para o mesmo servico que ja estava sendo desenvolvido por Lanzetta... No almoco, Garreta praticamente exigia que Lanzetta apresentasse o seu projeto. Como a situacao tornou-se constrange- dora, mesmo com a conducao habilidosa de Palocci, foi marcada uma reuniao posterior, somente entre Garreta, Parada e Lanzetta. A saida, Lanzetta demonstrou sua preocupacao a Pimentel. Principalmente porque Parada e Garreta nao eram do ramo. Lanzetta 321 HISTORIA AGORA havia sido socio de duas grandes empresas do setor, CDN e InPress, e estava havia muitos anos na area, sendo urn dos principais criado- res da Abracom, a associacao das empresas da area de relacoes publi- cas e assessoria de imprensa. Os outros dois eram neofitos na atividade, e Garreta, afamado por sua atuacao em negocios suspeitos da Prefeitura de Sao Paulo. Em outro ambiente do mesmo restauran- te, aparentemente esperando o resultado da reuniao, estava Rui Falcao, recem-eleito vice-presidente nacional do PT. Dias antes dessa reuniao, Lanzetta ja havia sido procurado por um dos socios de Garreta e Parada com os seguintes recados: Fernando Pimentel e o inimigo a ser destruido. Antonio Palocci e o sustentador do grupo. Rui Falcao, ex-todo-poderoso da gestao Marta Suplicy na prefei- tura paulistana, fazia parte do esquema. O curriculo de Garreta faz jus a algumas linhas a mais. Desde 2008, ele era alvo de investigacao do Ministerio Publico paulista sobre a chamada "Mafia da Merenda". Ex-secretario municipal de Abastecimento em Sao Paulo, tornou-se suspeito de participacao na fraude da terceirizacao da merenda escolar durante a adminis- tracao Marta Suplicy. Garreta, porem, sempre negou qualquer en- volvimento no escandalo. O pagamento de propina teria iniciado em 2001, intensificando-se na gestao Gilberto Kassab (DEM). No dia l 2 de julho de 2010, os pro- motores apreenderam documentos em oito empresas 50 suspeitas de envolvimento na falcatrua. Testemunha ouvida pelo MP/SP afirma que, em Sao Paulo, as seis empresas acusadas de formacao de cartel para combinar os precos dos pregoes pagaram R$ 1 milhao a Garreta. Informacoes de varios jornalistas dao conta de que o ex-secretario cultiva o habito desagradavel de ameacar a vida de seus adversarios. As empresas investigadas sao a Gourmaitre, Ceazza e Verdurama, todas do Grupo SP Alimentacao; Geraldo J. Coan, Nutriplus, Eb Sistal, Convida Denadai e Terra Azul. A prefeitura paulistana e uma das 30 cidades de Sao Paulo e Minas Gerais sob investigacao. 322 A PRIVATARIA TUCANA Ou seja, ou compoe ou compoe... Logo depois da convencao, num encontro no cafe Daniel Briand, na Quadra 104, da Asa Norte, Lanzetta disse a dupla Garreta & Parada que havia recebido uma encomenda de trabalho bem clara: criar a assessoria de imprensa da campanha, com varios servicos concernentes a atividade. Enquanto nao houvesse determinacao de quem fizera o pedido para mudar os rumos do trabalho, ele nao poderia compor com ninguem. Contrariados, os dois foram embora. Nao ira demorar para Lanzetta receber o seguinte recado: Garreta vai encaminhar seu projeto do jeito dele... — Fique tranquilo. £ um amigo de 40 anos — amenizou Pimentel. Dirigia-se a um bastante preocupado Lanzetta diante das pri- meiras atitudes de Falcao, este ja na condicao de coordenador da comunicacao da campanha. — Nao seriam 40 centhnetros no nosso rabo — retrucou Lanzetta, tentando tirar algum humor do episodio. A historia ime- diata mostraria que tinha razao. Fernando Pimentel e Rui Falcao participaram da luta armada. Foram presos, coincidentemente em Porto Alegre. Cumpriram pena na Ilha do Presidio, no meio do rio Guaiba, onde tambem ficou Carlos Araujo, ex-marido de Dilma e tambem companheiro de organizacao. Diante do pedido, foi dado a Falcao o tratamento que se da aos amigos. Foi convidado a ocupar uma sala da casa da QI-05. Ali, o velho e fraterno companheiro de Pimentel conduzia quase que uma assessoria paralela, incentivando a compra de servicos ja exis- tentes. Lanzetta e a equipe estavam conformados, tentando ver como sobreviver naquela luta. Era um tremendo desgaste, mas tambem algo relativamente normal em campanha. Interpretavam-se todos os movimentos de Falcao como um esforco para contribuir 323 HISTORIA AGORA com a candidatura. Falcao frequentou o ambiente ate o comeco de maio. No feriado de l 2 de maio, ele mostrou suas garras. E o con- ceito de "amigo" comecou a se esfacelar. Quando Lanzetta recebeu um telefonema as 08h30, na sua casa em Brasilia, sentiu que havia alguma coisa esquisita no ar. Do outro lado da linha, Falcao. Cedo, liga de Sao Paulo para re- gistrar sua mais profunda e irrestrita solidariedade a Lanzetta. Referia-se a uma diatribe do colunista Diogo Mainardi na edicao da revista Veja que recem-aportara nas bancas. Sob o titulo "O Lanzetta da Laranza" e num rasgo que evidenciava os dotes pre- monitorios do autor, proclamava que a campanha de Dilma Rousseff "esta ruindo". Disparava uma rajada de desaforos contra o PT e os petistas, temperava a macaroca com o medico Roger Abdelmassih e o musico Wagner Tiso, mas centrava fogo em Lanzetta. De quebra, agredia Pimentel. Lanzetta espantou-se com a solidariedade matinal de Falcao. Sobretudo, estranha e inesperada por partir de alguem que ultima- mente mal o cumprimentava. Mas a manha solidaria prometia mais emocoes. Cinco minutos depois, Marcelo Parada liga tambem solidario. "Estamos indignados, coisa e tal." Mas era algo tao recen- te, a edicao recem-saira... "Nao precisam assinar embaixo", pensou. As muitas pessoas que, sinceramente, prestaram solidariedade ao dono da Lanza ligariam a tarde ou no dia seguinte... Um amigo de Lanzetta resolveu fazer graca: "Vai ver eles leram a Veja juntos na cama, entre risinhos e torradas...". Bisonho no departamento de vaticinios eleitorais, Mainardi, porem, foi esclarecedor no mesmo paragrafo. Relata que Pimentel, "quando era terrorista", tentara "sequestrar um diplomata norte- -americano cinco vezes e fracassou em todas elas", acrescentando que o entao coordenador de campanha de Dilma era "conhecido por suas patetices". Era praticamente o mesmo comentario que Lanzetta ouvira de Falcao sobre a atuacao de Pimentel em Porto 324 A PRIVATARIA TUCANA Alegre. Na conversa, Falcao autoglorificara sua propria atuacao na guerrilha enquanto seu companheiro de Minas seria urn tanto trapalhao. Mainardi revelou, ao fustigar Pimentel, mais do que gostaria sua fonte. Contou tambem, para tipificar o comite como uma barafunda, que a assessora de imprensa de Dilma, Helena Chagas, tempora- riamente nao estava trabalhando. E detalhou que o afastamento era consequencia de a jornalista ter contraido dengue, algo que era do conhecimento apenas de poucas pessoas envolvidas com a campanha. Mas a investida de Veja, despropositada, hostil e surgida aparente- mente do nada, prenunciava novos problemas. Na mesma semana, durante um almoco com toda a equipe, o dono da Lanza observou que aquilo nao estava solto. Que nao era uma loucura de Mainardi e que a Veja estava "preparando um personagem". Primeiro ia ser um laranja, depois inventariam outra coisa... A coluna de Mainardi foi, de fato, a senha do que viria a seguir contra Pimentel, Lanzetta e sua turma. Uma das raras atividades de Falcao como coordenador de comunicacao da campanha, alem de vazar informacoes, foi forcar a entrada de seus socios em cima da empresa ja contratada. Na primeira reuniao da coordenacao, fez aprovar a contratacao de Marcelo Parada e do jornalista Nirlando Beirao, este sem saber o que estava acontecendo com o seu nome. Na segunda reuniao, ja com Marcelo Parada a seu lado, apresentou um organograma onde so apareciam os nomes dele mesmo mais Marcelo Parada e Nirlando Beirao. Os demais jorna- listas, ja trabalhando e exercendo cargos de comando, como Helena Chagas — indicada por Dilma como coordenadora da imprensa da campanha e hoje ministra da Comunicacao — nem sequer apareciam na hierarquia de Falcao. — Isto nao e um organograma. E um golpe — disse Lanzetta a Falcao. 325 HISTORIA AGORA A contrata^o de Beirao era urn factoide. O jornalista foi convi- dado por Palocci, mas, sabe-se, nunca cogitou trabalhar na campa- nha. E realmente nao atuou. O que interessava era fichar a empresa de Parada e Garreta para aninha-la na estrutura. A partir dai, Falcao e Palocci come9aram a levar para a campanha uma duplicidade de sen^os ja contratados. Criou-se, em Sao Paulo, uma especie de empresa-espelho. Era so esperar a queda da principal. Dada a senha por Mainardi, tanto Pimentel quanto Lanzetta passam a receber telefonemas do jornalista Alexandre Oltramari, da mesma Veja. Oltramari dizia que na QI-05 havia uma verdadei- ra fabrica de dossies contra os adversarios, especialmente contra Serra, e que o ex-delegado Onezimo Sousa e o jornalista Amaury Ribeiro estavam engajados na arapongagem. E exigia entrevistas. Foi um tumulto. Lanzetta alertou a dire9ao da campanha na QL 24, do Lago Sul, sobre a materia da Veja. O coordenador de comunica- 9§io ficou alheio ao problema. Nao havia contratado ninguem e to- dos sabiam qual era o seu verdadeiro trabalho. Mas a materia acabou nao saindo. O interlocutor com a revista foi Palocci, que se mostrou um esperto negociador. No inlcio da semana seguinte, mesmo sem a materia, que nao fora publicada por falta de consistencia, Palocci e Falcao, ageis, propuseram o desmantelamento da casa da QI-05. Lanzetta, que havia virado alvo, teria que sair o mais rapidamente da campanha. Decisoes tomadas, aos trancos e barrancos, em cima de uma materia que nao fora publicada. Sob pressao, Lanzetta liga pela segunda vez para a minha fazen- da. Ouvi cobras e lagartos. Ele me acusava de te-lo apresentado a dois maus-carateres que eram fontes da Veja. Corri, novamente, para Brasilia. — Essa sua fonte do Cisa (Dada) era um infiltrado, deu uma entrevista mentirosa para a Veja dizendo que havia sido contratado para fazer espionagem — esbravejou Lanzetta. 326 A PRIVATARIA TUCANA Conhecendo Dada de outras datas, achei dificil que isso tives- se acontecido. Mesmo assim, fui lhe pedir explicacoes. — Voce acha que eu vou dar um golpe sujo desses? — reagiu, indignado. Dada relatou que seu colega da comunidade de informacoes Jairo Martins — fonte notoria de Veja na area — havia sido procu- rado pelo mesmo reporter. Oltramari mostrara-lhe fotos minhas na casa da QI-05 e de um "pessoal mal-encarado" que circulava em um carro "de placas frias". Vale lembrar que Martins e o mesmo agente que entregou a revista o video em que o ex-chefe do departamento de compras da Empresa Brasileira de Correios e Telegrafos (ECT) Mauricio Marinho embolsa uma propina de R$ 3 mil. Na verdade, o "pes- soal mal-encarado" eram funcionarios contratados para prestar servicos na casa. O carro, que nao tinha nada de placas frias, era de um deles. Martins argumentou com Oltramari que a historia nao procedia. Caso contrario, por ser do mesmo grupo de Dada, tambem estaria engajado no trabalho. Mas para o reporter, o gru- po ja estaria atuando, pois a informacao havia chegado as suas maos por gente do "bunker": um coordenador de campanha, que procurara a revista "por nao concordar dos metodos adotados pe- los colegas de campanha". O boato nao demorou a se transformar em tumulto. Mesmo antes de receber o meu retorno, Lanzetta alertou a direcao da campanha na QL 24, do Lago Sul, sobre a materia que Veja es- tava preparando. O coordenador de comunicacao ficou alheio ao problema. Enquanto Pimentel e Lanzetta eram postos de lado, Palocci as- sumia o cargo de mediador da crise. Indignado com a boataria, resolvi procurar o diretor da su- cursal de Brasilia, Policarpo Jr., para esclarecer os fatos. Um 327 HISTORIA AGORA amigo comum, o procurador Luiz Francisco de Souza, inter- mediou o contato. Pedi a intermediacao, porque o procurador havia me dito antes que, em varias ocasioes, Policarpo Jr. havia elogiado o meu trabalho. Ao procurador, adiantei que, como a noticia era mentirosa e nao tinha nada a temer, iria contar pas- so a passo tudo o que havia ocorrido. Tomei a decisao com base na minha conduta. Nao foram raras as vezes em que der- rubei uma reportagem ao perceber que a denuncia estava cer- cada de contradicoes ou que o acusado havia me convencido de sua inocencia. — Entao se prepare para o bote. O Policarpo nao e facil nao. No meio da entrevista ele vai jogar a bomba na sua mao — previu. — Nao tern problema. Vou falar a verdade. — Entao pense que seu pai, mesmo morto, estara ao seu lado. Dom Inacio dizia que os mortos, ao inves de se afastarem, aproximam-se dos entes queridos — concluiu o procurador, que tambem acabara de perder o pai. Na minha frente, ele ligou para Policarpo. Apos contar piadas e fazer-lhe algumas provocacoes — das quais ele mesmo ria — pediu apenas que o diretor ouvisse minha versao. Ao chegar a sucursal, o diretor tratou-me com cordialidade e me fez ate alguns elogios. — Nos, apesar de termos trabalhado em revistas distintas (eu, na IstoE; e ele, na Veja), nos respeitamos — afirmou. Mas cumpri- das as formalidades, nao demorou a disparar o primeiro torpedo. — Voce, que sempre denunciou irregularidades, como se sente sentado ai do outro lado? Pensei em responder que me sentia melhor do que ele e toda a imprensa que haviam assumido um papel, no minimo, ridicu- lo nas eleicoes. Mas achei melhor responder de outro modo. Afinal, nao estava ali para esclarecer os fatos, e sim para desco- brir o nome do traidor. Sabia que a provocacao fazia parte do 328 A PRIVATARIA TUCANA jogo, que mal havia comecado. Entao respondi simplesmente que me sentia muito bem. Nao demorei para perceber que Veja nao possuia nada de con- crete*: uma foto minha dentro do "bunker" ao lado de Lanzetta, ou- tras fotos dos funcionarios e um cartao de visita do delegado Sousa, surrupiado da mesa de Lanzetta. De posse do cartao, entregue a Lanzetta na reuniao do Fritz, Policarpo Jr. insistia em que o delega- do estivera dentro da casa. A nm de que nao pairasse nenhuma duvida, narrei minha parti- cipacao no episodio desde o comeco, quando ainda trabalhava no jornal O Estado de Minas. Foi assim, por exemplo, que a revista e toda a imprensa ficaram sabendo da tal reuniao do Fritz. Mas faltava o tal bote. E ele veio logo apos o final do meu relato. Policarpo Jr. disse que tivera acesso, por meio de um cacique de dentro da casa do Lago Sul, a um relatorio elaborado por mim so- bre as privatizacoes. Descrito minuciosamente pelo diretor da re- vista, o que ele chamava de relatorio era o esboco geral deste livro arquivado no meu notebook. Como nao havia passado o relatorio e nenhum outro material a Lanzetta e mais ninguem conhecia o seu conteudo, so havia uma explicacao: o texto fora furtado do meu computador. Percebi que estava diante da evidencia da traicao. O que o jornalista descrevera era tudo igual — lead, sublead, persona- gens — ao material compilado por mim. Nao foi preciso nem um pouco de esforco para chegar a conclu- sao: o texto so poderia ter sido copiado na ratoeira do apartamento do hotel em que me haviam colocado em Brasilia e onde Rui Falcao tinha transito livre. — Voce diz que esta investigando a arapongagem, mas o meu relatorio e ate mesmo o cartao roubado da mesa do Lanzetta e o resultado nao so da arapongagem como do roubo — argumentei. — Voce aceita gravar um pingue-pongue? — perguntou Policarpo. 329 HISTORIA AGORA — Aceito, e claro! Afinal, vim aqui para isso — retruquei. — Temos uma gravacao com um dos coordenadores da campa- nha dizendo que voce faz parte de um novo grupo de aloprados do PT — advertiu. — Espera aL De que grupo e esse coordenador? — quis saber. — Do grupo de la (de Sao Paulo, e claro) — afirmou. — E o que ele diz na entrevista? — Que um jornalista maluco de Minas (referia-se a mim, e cla- ro) havia deixado denuncias contra Serra. Mas nada muito impor- tante, umas materias requentadas. Foi nesse momento que percebi qual a intencao da turma de Sao Paulo: tentar plantar o factoide de que Pimentel e Lanzetta estariam no comando de novos aloprados, conforme o presidente Lula bati- zou os militantes petistas flagrados com malas de dinheiro em um hotel de Sao Paulo, as vesperas das eleicoes de 2006. O dinheiro seria usado na compra de um dossie contra Serra que nada mais era do que um monte de materias requentadas de jornais. Dessa forma, afir- mar que eu entregara "materias requentadas" era a forma de de- monstrar que os supostos aloprados seriam um bando de trapalhoes. Policarpo ligou o gravador. — Ha informacoes de que voce faria parte de um novo grupo de aloprados? — Aloprados e o pessoal do PT de Sao Paulo, que so pensa em dinheiro e inventam um monte de historias nem que isso possa prejudicar a candidata de seu proprio partido. — Mas voce investigou as privatizacoes e o PSDB? — Sim, para escrever um livro. — E o que tern a dizer sobre o conteudo das investigacoes? — fi avassalador. Nesse momento, ele interrompeu a entrevista, dizendo que "tinha dado pau" no gravador. Nao sei se a interrupcao deveu-se a proble- mas tecnicos ou por ele nao ter ficado animado com as minhas 330 A PRIVATARIA TUCANA respostas. Solucionado o problema, mudando um detalhe ou ou- tro, o diretor da sucursal me fez perguntas semelhantes e obteve as mesmas respostas. Terminada a entrevista, avisei que tinham me metido numa ara- puca e que, agora, eu ia me defender por contra propria. Mesmo que isso pudesse provocar a demissao de Lanzetta, iria a PoHcia e ao Ministerio Publico denunciar o roubo do conteudo do meu com- putador e o destino do dinheiro da propina arrecadada durante as privatizacoes tucanas. Um ou dois dias depois estava na sede do MPF, quando tocou meu celular. Lanzetta pedia que eu desistisse das denuncias. Contou que ja havia se acertado com Palocci. Foi me buscar no MPF, e apos, enquanto tomavamos um chope no bar Brasilia, descreveu o dialo- go que acabara de manter minutos atras com o poderoso coorde- nador de campanha. — Pelo que eu apurei, a reportagem (de Veja) nao sai nesta se- mana. Mas parece que seu amigo esta querendo tumultuar o pro- cesso — disse Palocci a Lanzetta. — Segure os seus radicals, que eu seguro o meu — respondeu Lanzetta, provocando gargalhada em Palocci. O dialogo foi acompanhado com os olhos arregalados por uma terceira teste- munha, que viria se tornar um dos mais influentes colaborado- res do governo Dilma. No inlcio da semana seguinte, Palocci e Falcao, agilmente pro- puseram o desmantelamento da casa da QI-05. Transformado em alvo, Lanzetta teria que sair o mais rapidamente da campanha. "Quern ficar do lado do Pimentel, vai ser varrido da campanha", ameacou Falcao a outra pessoa proxima de Dilma. Talvez isso explique a relacao fria e formal que, mais tarde, a presidenta passou a ter com o atual presidente de seu partido. Dilma nunca suportou traicao. Durante a ditadura militar, os mili- tantes de esquerda eram instruldos a suportar durante certo tempo 331 HISTORIA AGORA as sessoes de tortura nos poroes do Dops e do Doi-Codi, de modo que outros companheiros nao fossem capturados com base nas in- formacoes que os presos fatalmente dariam. O ponto (local de en- contro) so deveria ser entregue quando o risco para os demais militantes fosse o menor possivel. Por causa disso, Falcao nao teria sido convidado para a solenida- de de posse, o que ele desmentiu a Folha de S. Paulo ao ser eleito presidente do PT. Garantiu ter recebido urn abraco caloroso da presidenta. E informou que esta me processando por calunia. £ sempre assim: toda vez que eu conto sua atuacao sinistra nos basti- dores da campanha, Falcao inventa um novo processo contra mim. Ele se esquece, no entanto, que a prova da traicao esta documenta- da: ao responder interpelacao judicial movida na Justica pelo jor- nalista Luiz Lanzetta, o delegado Onezimo disse ter ouvido do proprio Policarpo Jr. que Falcao era a fonte que abastecia a revista sobre as atividades do bunker da QI 05. Segundo uma fonte do autor na Istoe, Falcao ja havia oferecido anteriormente o mesmo material a concorrente de Veja. Durante a guerra contra a Veja, quando Lanzetta e Pimentel perdiam espaco na campanha, Palocci assumiu o comando para acabar com a crise. A notlcia de que a revista sairia com "uma bom- ba" agitava o meio politico. Mas nao era so o povo do PT que tinha os nervos a flor da pele. Temendo que o assunto das privatizacoes, que lhe provocara ca- lafrios desde a epoca da disputa com Aecio, o ex-governador de Sao Paulo apresentava-se irascfvel como raras vezes em sua carreira. Fora grosseiro com uma reporter do jornal Zero Hora. Atacava ate mesmo jornalistas e jornais que se mostravam simpaticos a sua candidatura. Outro dos alvos da sua incivilidade foi a comentarista Miriam Leitao, da Globo News. As denuncias de quebra de sigilo de seus familiares causavam-lhe embaraco. E provocavam tambem desconforto em Veronica Serra. Ao 332 A PRIVATARIA TUCANA desembarcar no aeroporto de Guarulhos, apos passar uma tempora- da fora do pais, Veronica e Bourgeois tiveram uma crise de nervos ao serem interpelados de surpresa por agentes federais. Eles apenas que- riam intima-los para prestar depoimento no tal inquerito. Alem do mais, ao estampar fotos e nomes das vitimas das violacoes de sigilo, a midia forcosamente trazia de novo para o noticiario personagens in- digestos para a campanha tucana, entre os quais o ex-caixa Ricardo Sergio de Oliveira. O comite petista nao demorou a notar o constran- gimento que o topico trazia ao ex-governador. "Afinal, os jornais nao tinham se dado conta que estavam colocando a quadrilha das privati- zacoes em suas paginas", comentou um dos caciques da campanha. O contexto ajuda a entender o conteudo da tao esperada primei- ra reportagem publicada por Veja cujo titulo e subtitulo diziam tudo. "Ordem na casa do Lago Sul" e "O comando de campanha teve que intervir para evitar que companheiros afoitos reeditassem o escandalo dos aloprados de 2006". — Voce foi blindado pelo proprio Serra. Agradeca a ele — co- mentou comigo um personagem da direcao da campanha do PSDB. A turma de Serra teria influenciado no fechamento da ma- teria. Havia divisoes internas. Enquanto o candidate ao Senado Aloysio Nunes defendia que o tema ganhasse as manchetes, Serra pedia que nada relacionado ao meu nome viesse a publico. A con- fusao interna do PSDB resultou numa reportagem que nao fazia o menor sentido. Palocci e Falcao apareciam como herois, Pimentel e Lanzetta fi- cavam mal e eu, o principal pivo de tudo, que concedera uma longa entrevista pingue-pongue, nem sequer era mencionado. Mas a tal blindagem so serviu para que o ex-delegado Sousa partisse para o jogo pesado. — Voce e o Amaury aprontaram comigo. Porque eu fui o unico a ser citado na reportagem (de Veja). Voces nem sao citados. Vou la na revista acabar com todo mundo — disse a Dada. 333 HISTORIA AGORA — Voce vai dizer o que? Ninguem fez nada de errado, nem o contrato foi fechado — procurou argumentar Dada. Na madrugada de sabado a entrevista ja estava na internet. Entre muitas mentiras, o delegado dizia que o tal nucleo tinha dado a entender que querlamos grampear Serra. "Eles queriam saber de tudo. Nao da para fazer isso sem pensar em grampo", afirmava. 51 O cerco logo se fecharia. A entrevista do ex- delegado 52 torna a situacao de Lanzetta politicamente insustentavel. A Lanza rompe o contrato com o PT e seu dono deixa Brasilia. — Nao queria near sitiado em casa pelas teves — justificou. Lanzetta embarcou no proprio sabado, acompanhado de um amigo, para Buenos Aires. De la, constatou mais um vazamento. Com a ausencia repentina do dono da empresa, houve um atraso no pagamento dos jornalistas contratados. O comite da campanha soli- citou, entao, uma listagem discriminada dos salarios de todos. A lista foi enviada para Falcao e Palocci. No mesmo dia, os salarios dos jor- nalistas contratados pela Lanza eram do conhecimento da Folha de S. Paulo. Alem da Veja, o fogo amigo trabalhava tambem para a Folha. Em nota distribuida a imprensa, a Lanza comunicava que decidi- ra "em carater unilateral, rescindir o contrato que mantem com a campanha do PT". Acentuava que a empresa, alem de nao autorizar "a producao de dossie contra quern quer que seja", rejeitou proposta de "investigacao clandestina feita por um ex-policial". Nao ha dossie e nem "contrato algum com arapongas". E acusava de "mentirosas, alem de contraditorias entre si", as informacoes e declaracoes de ex- -policiais publicadas por Veja e pelo jornal O Estado de S. Paulo. Apos ser entrevistado varias vezes, sempre desmentindo o dele- gado, encontrei-me com Lanzetta em Porto Alegre. Queria mais informacoes para a conclusao deste livro. Apesar do clima tenso, os Veja, materia da edicao de 02/06/2010. Idem, "Era para levantar tudo, inclusive coisas pessoais", materia da edicao 09/06/2010. 334 A PRIVATARIA TUCANA dias na capital gaucha foram marcados por conversas divertidas, animadas pelo vinho gaucho e os jogos da Copa do Mundo. — Entramos como amigos e saimos como dois irmaos nesse episodic Estamos iguais a dois gatos siameses — definiu Lanzetta. Respondi que a crise, pelo menos, havia servido para reforcar as amizades. Citando como exemplo o convite, recebido em plena cri- se, de Domingos Fraga, amigo desde os tempos de IstoE, para tra- balhar na Rede Record, disse que a solidariedade me emocionava muito. So lamentava a pressao que alguns amigos sofriam nas reda- coes por se recusarem a fazer materias contra mim. — Jornalista gosta muito de reclamar de tudo. Eu era um des- ses que bastava sentar no bar para comecar a falar mal do traba- lho. Agora nao reclamo mais de nada. Gosto de tudo na profissao, que me deu verdadeiros irmaos — comentei com Lanzetta na tar- de fria de Porto Alegre. 335 DepOiS deSta jOmada pelos pantanos da politica em que todos sao viloes e o Brasil e a vitima, acho importante encerrar a narrativa com algumas observacoes. A primeira delas e que o pais e suas instituicoes nao tern o direito de continuar fazendo de conta que nao viram a rapinagem organizada que devastou os bens do Estado nos anos 1990 e comeco da decada seguinte. E que serviu para tornar os ricos mais ricos. Varrer a sujeira para debaixo do tapete, como se fez tantas vezes, nao e mais posslvel. Nao ha tapete sunciente para acobertar tanto lixo. O Brasil, que escondeu a escravidao e ainda oculta a barbarie de suas ditaduras, nao pode negar aos brasileiros a evisceracao da privataria. Quern for inocente que seja inocentado, quern for cul- pado que expie sua culpa. Se isso nao acontecer, isto e, se a memoria do saque nao se tor- nar um patrimonio dos brasileiros, o pais podera repetir esta histo- ria, mais cedo ou mais tarde. Nao e demais reparar que, na America Latina, estamos atrasados nestas providencias. No Mexico, o ex- -presidente Carlos Salinas de Gortari — especie de santo padroeiro 339 HISTORIA AGORA da privataria latina — crivado de denuncias de corruptee), saltou em seu jatinho e fugiu para Nova York. Na Bolivia, apos privatizar ate a agua, que entregou a francesa Suez-Lyonnaise des Eaux e a norte-americana Betchel, o "modernizador neoliberal" Gonzalo Sanchez de Lozada foi ejetado do seu trono aos gritos de "assassino" e voou para Miami. Tripulando uma razia privatizante que liquidou ate mesmo es- tatais que davam lucro e um processo de concentracao de renda que desempregou 30% da populacao ativa, Carlos Menen virou si- nonimo de azar. Na Argentina, as pessoas dizem "Mendez" para nao pronunciar seu nome receando uma catastrofe. No Peru, apos aprovar sua segunda reeleicao, Alberto Fujimori evadiu-se do pais sob acusacao de surrupiar US$ 15 milhoes do erario e de autorizar a execucao de dissidentes. Condenado a 25 anos de prisao, Fujimori admitiu, depois, ter concedido propinas — "briberization", como diria Joseph Stiglitz — o que somou a sua pena mais alguns anos de cadeia. Para quern entende a desigualdade social como um valor em si mesmo e o Estado do Bem-Estar Social como um trambolho no caminho da realizacao plena do individuo, Salinas de Gortari, Sanchez de Losada, Menem, Fujimori e similares fizeram o que ti- nham que fazer. Foram flagrados — uma lastima do seu ponto de vista — mas nao se pode fazer maiores reparos a sua acao politica em termos de coerencia. Resta saber se quern interpreta o Estado Minimo como uma perversidade ineficaz — aqui ou em qualquer outro lugar — esta disposto a fazer valer sua condicao cidada e exigir da Policia, do Fisco, do Ministerio Publico e da Justica que cumpram a sua parte. Se jogar uma luz sobre este passado ainda imerso nas sombras, este livro, que termina aqui, tera cumprido a sua parte. E tudo o que houve tera valido a pena. 340 INDICE REMISSIVO HISTORIA AGORA Abdelmassih, Roger, 324 ACM, 69, 70 Aith, Marcio, 303 Al Capone, 55 Alckmin, Geraldo, 181, 244 Alencar, Marcelo, 39 Alves, Vivaldo, 135 Amaral, Roberto, 183 Antonia, Maria, 173 Araujo, Carlos, 323 Araujo, Idalberto Martins, 312 Arcanjo, Luiz Paulo, 183 Arenberg, Egmont, 50 Arida, Persio, 73 Arizinho, 245 Arruda, 16, 19 Arruda, Jose Roberto, 16 Arys, 246 Azenha, Luiz Carlos, 48 Azevedo, Diison Jose Ferreira de, 173 Barbosa, Renato, 74, 91, 133 Barcellos, Luiz Fernando, 25, 245 Barenho, Robson, 312 Barros, Antero Paes de, 66, Barros, Luiz Carlos Mendonca de, 70, 71, 72, 73, 74, 83, 190 Baumgarten, Alexandre Von, 246 Beira-Mar, Fernandinho, 58 Beirao, Nirlando, 325 Bene, 313, 314 Benedita, 173 Benguel, Norma, 311 Bernardo, Luciano Cesar, 301 Bertas, Adriano, 302 Beto, 72 Bezerra, Armando Avelino, 262, 263 Bicalho, Haroldo, 132 Bilachi, Jair, 73 Biondi, Aloysio, 38, 40 Birigui, 135 Borges, 72 Bourgeois, Alexandre, 10, 27, 30, 58, 93, 181, 182, 187, 188, 189, 191, 207, 215, 216, 217, 218, 219, 225, 259, 260, 265, 274, 279, 280, 282, 287, 292, 297, 298, 333 Bourgeois, Andre, 260 Bourgeois, Veronica, 191 Braffman, Jose, 71 Brant, Jose, 246 Brascan, Dreyfus, 260 Brenman, Esteban, 182 Brito, Raimundo, 172 Burdio, Gregorio Marin, 176 Cabral, Ademir, 298 Cacciola, Salvatore, 51 Calabi, Andrea, 184 Campbell, Naomi, 171 Campos, Edson, 311 Campos, Gilmar , 77 Cardoso, Fernando Henrique, 9, 25, 35, 64, 67, 71, 89, 235, 238,279,282,314 Cardoso, Ruth, 181 Carvalho, Ary Pereira de, 245 Carvalho, Clovis, 67, 83, Castilho, Jose, 74,133 Cesar, Doutor, 246 Chagas, Helena, 325 Chastinet, Tony, 48 Chaves, Mauro, 28 Clovis , 74 Collor, Fernando, 9 Colombo, Cristovao, 56 Contreras, Anibal, 125 Coppola, Francis Ford, 56 Correa, Luciano, 260 Correa, Rodrigo Silveirinha, 52, 75 Corvo, Luis Rodrigues, 69, Costa, Alvaro Teixeira da, 30 Costa, Joao Bosco Madeiro da, 58, 85, 170, 261 Costa, Teixeira da, 30 Covas, Mario, 39 Cuenca, Pedro Calegari, 188 D'angelo, Ana, 85, 86 Dada, 16, 24, 25, 312, 313, 314, 315, 316, 326, 327, 334 Dantas, Daniel, 10, 51, 58, 69, 89, 92, 130, 131, 135, 136, 179, 182, 183, 190, 191, 192, 261, 262, 279, 285 Dantas, Veronica, 130, 182, 183, 185, 191, 192, 193,261, 279, 285, 299 Dias, Marival, 246 Dipp, Gilson, 45 Dona Marly,, 181 Dreyfuss, Richard, 56 Duarte, Glauco Diniz, 310 Dupas, Alexandre, 177 Elizabeth, 84, Escuta, Doutor, 244, 245, 247 Estevao, Luiz, 54 Ethel, Miguel, 71 Fachini, Roberto Santo, 280 Falcao, Rui, 311, 315, 316, 319, 322, 323, 324, 325, 326, 330, 331,332, 334 Fasano, 83 Fernandes, Bob, 73 FHC, 26, 33, 35, 36, 37, 40, 57, 66, 67, 68, 70, 71, 73, 75, 81, 83, 84, 86, 89, 90, 92, 94, 96, 127, 131, 165, 169, 170, 172, 177, 181, 190, 238, 244, 278, 285, 300, 314 Figueiredo, Joao Baptista, 245 Filgueiras, Sonia, 52, 63, 85 Fleury, Luis Antonio, 171,239 Fonseca, Roberto Giannetti da, 94 Fonteles, Danielle, 312 Fontelle, Enio Gomes, 244 Fontelles, 245, 246 Fortes, Joao, 189, 260 Fortes, Leandro, 172, 279 Fortes, Marcio, 189,260 Fraga, Arminio, 279 Fraga, Domingos, 335 Franco, Francisco, 176 Freiberger, Rubens, 1 74 Freire, Ary Aguiar, 245 Freitas, Jorgina de, 27, 262 Freitas, Jr, Osmar, 74, 132, 133 Fujimori, Alberto, 51, 340 Funaro, Liicio Bolonha, 190 Gandhi, Mahatma, 184 Garcia, Dirceu, 279, 295, 297, 306 Garotinho, Anthony, 52 Garreta, Metodo, 312 Garreta, Valdemir, 311,313,321 Gaspari, Elio, 41 Giglio, Gino, 77 Gilmar, 77 Gomes, Roberto da Cunha, 263 Gomes, Rodrigo Carneiro, 46 Gortari, Carlos Salinas de, 339, 340 Goulart, Joao, 177 Graciano, Assuncion Preciado, 178 Graeff, Eduardo, 315 Gramacho, Vladimir, 279 Gregori, Jose, 177 Gringo, Jose Stefanes Ferreira, 84, 85 Guimaraes, Ulysses, 177 Hansen, Janete, 246 Havelange, Joao, 47, 48 Hoffmann, Dustin, 56 Hugo, 301 Inacio, Dom, 328 Iracema, 174 Itagiba, Marcelo, 25, 28, 244, 283, 285, 312, 314, 315, 316 Ivete, 173 Jefferson, Roberto, 52 Jereissati, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 72, 85 Jereissati, Carlos, 64, 65, 85, 127, 141, 145, 160 Jereissati, Tasso, 65, 181, 314 Joel e Angelina, 173 Jose, Emiliano, 172 Jr., Policarpo, 328, 329, 330, 332 Kassab, Gilberto, 322 Kennedy, Ted, 126 Kim, Brian, 182 Kingsley, Ben, 56 Lago, Rodolfo, 306 Lalau, 94 342 A PRIVATARIA TUCANA Lanski, Meyer, 56 Lanzetta, Luiz, 297, 304, 309, 310, 311, 312, 313, 314, 315, 316, 321, 322, 323, 324, 325, 326, 327, 328, 329, 330, 331,332,334, 335 Leitao, Miriam, 333 Levy, Gabriel, 127 Lozada, Gonzalo Sanchez de, 340 Lula, 75, 128, 183, 279, 310, 330 Magalhaes, Antonio Carlos, 9, 69, 172, 178 Magela, Geraldo, 77 Magela, Gilmar, 78, Mainardi, Diogo, 324, 325, 326 Makarausky, Davi, 74 Malan, Pedro, 314 Maluf, Flavio, 136 Maluf, Paulo, 9, 10, 51, 132, 134, 190 Marcello e Daniel, 71 Marin, Vicencia Talan, 127, 173 Marinho, Mauricio, 327 Marona, Mario, 312 Marques, Silvio, 134 Marta, Falcao e Garreta, 311 Martins, Aloisio, 174 Martins, Jairo, 327 Martins, Joel, 173 Martins, Patrick Salgado, 310 Martins, Vandelita Alves, 174 Matalon, Roberto, 76 Matarazzo, Andrea, 25, 181 Matarazzo, LuizEduardo, 181 Medeiros, Octavio, 245 Meeus, Philippe Ghislain, 173, 174 Melo, Sonia, 19 Mendes, Gilmar, 134 Mendonca, Duda, 310 Menem, Carlos, 51, Messer, Dario, 52, 75, 76, 93, 127, 128 Milliet, Fernando, 178 Montenegro, Eurico, 91, 133 Montoro, Franco, 168, 177 Moraes, Antonio Ermirio, 71, 181 Moreira, Raiane Maia, 15 Moretti, Alessandro, 301 Morgenthau, Robert, 74, 75, 132, 133, 134, 135, 136 Motta, Sergio, 238 Moura, Maria Thereza de Assis, 96 Mr. Big, 83, 84, 85, 87, 89, 91, 92, 93, 94, 95, 96 Murad, Jorge, 245, 314 Negri, Barjas, 282 Neto, Benedito de Oliveira, 313 Neto, Cassio Lopes da Silva, 260, Neto, Nicolau dos Santos, 31, 51, 94 Neves, Aecio, 20, 21, 24, 28, 29, 30, 244, 304, 332 Neves, Andrea, 27 Neves, Tancredo, 24 Nevo, Guy, 182 Nofal, Esteban, 182 Obama, Barack, 309 Oliveira, Francisco, 18, Oliveira, Marcelo, 304, Oltramari, Alexandre, 326, 327 Padilha, Valdebran, 282 Paiva, Jurema de, 189 Palocci,Antonio,278,311, 316, 319,321,322, 326, 328,331,332, 334 Parada e Garreta, 321, 326 Parada, Marcelo, 311, 321, 324, 325 Parente, Pedro, 96 Passos, Gedimar, 282 Penteado, Luiz Fernando Wowk, 54 Pereira, Bresser, 68 Pereira, Eduardo Jorge Caldas, 280, 306 Pereira, Luiz Carlos Bresser, 68, 177 Pimentel, Fernando, 307, 310, 311, 313, 314, 321, 322, 323, 324, 325, 326, 327, 328, 330, 332, 334 Pinto, Lauro Cardoso, 285 Pio, 72 Pitta, Celso, 132 Plath, Sylvia, 126 Preciado, Gregorio Marin, 10, 30, 126, 127, 128, 129, 130, 132, 137, 138, 140, 165, 167, 168, 169, 170, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 186, 235, 233, 233, 235, 236, 237, 238 Queiroz, Protogenes, 134 Resende, Andre Lara, 72, 73 Ribeiro, Joao Arcanjo, 58, 92 Rioli, Vladimir Antonio, 90, 137, 139, 171, 233, 237, 238, 239 Roberto, Jose, 72 Rodemburg, Veronica Valente Dantas, 182 Rodrigues, Alcides, 18 Rodrigues, Fernando, 167 Roth, Hyman , 56 Rousseff, Dilma, 11, 30, 277, 299, 309, 324 Sanctis, Fausto de, 280 Santos, Idalisio dos, 16 Santos, Joao Carlos dos, 16 Sarney, Fernando, 299 Sarney, Jose, 54, 68, 181, 299, 314 Sarney, Roseana, 245, 282, 314 Sergio, 19 Sergio, Ricardo, 10, 21, 26, 27, 57, 58, 61, 63, 64, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 78, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 90,91,92,93,94, 95,96,97,98, 103, 105, 107, 115, 116, 118, 123, 126, 127, 128, 129, 130, 131, 132, 135, 136, 137, 138, 141, 142, 144, 145, 146, 165, 169, 170, 171, 174, 176, 183, 187, 215, 233, 238, 239, 257, 261, 262, 282,284, 285,333 Serra, Jose, 10, 20, 21, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 33, 35, 36, 37, 40, 57, 61, 64, 67, 68, 74, 81, 83, 86, 90, 96, 123, 126, 127, 128, 129, 130, 137, 138, 139, 142, 146, 165, 167, 168, 169, 170, 171, 172, 173, 174, 176, 177, 178, 181, 182, 183, 184,187, 188, 189, 191, 192,233,235,236, 237,238, 239, 241, 243, 244, 245, 247, 257, 259, 260, 261, 277, 278, 279, 280, 28 1 , 282, 285, 287, 288, 293, 298, 299, 302, 303, 312, 314, 315, 316, 326, 327, 330, 333, 334 Serra, Veronica, 10, 11, 30, 58, 179, 181, 182, 183, 184, 186, 188, 192, 193, 201, 207, 208, 215, 237, 246, 275, 278, 279, 282, 285, 286, 298, 299, 306, 333 Setton, Clark, 75, 127 Siegel, Bugsy, 56 Silva, Luiz Inacio Lula da, 128 Siqueira, Clovis Barbosa de, 95 Soares, Amadeu, 19 Sousa, Onezimo das Gracas, 25, 245, 313, 315, 326, 332 Souto, Paulo, 172 Souza, Leonardo de, 299, 306 Souza, Luiz Francisco de, 54, 284, 328 Souza, Luiz Francisco de, 54, 284, 328 Souza, Paulo Renato de, 70, 245, 314 Souza, Pedro Paulo de, 95 Souza, Ronaldo de, 76, 79, 86, 87, 88, 93, 97, 98, 103, 105, 107, 115, 116, 118, 121, 127, 140, 143, 144, 147, 176, 261,282 Spencer, David Eric, 57, 58, 87, 88, 92, 93 Steinbruch, Benjamin, 70 Stiglitz, Joseph, 40, 340 Strasberg, Lee, 56 Suplicy, Marta, 311,322 Talan, Tereza Chirica, 178 Teixeira, Guilherme, 48 Teixeira, Ricardo, 47, 48, 58 Temer, Michel, 279 Thatcher, Margaret, 37 Thurman, Uma, 126 Tiso, Wagner, 324 Torrres, Heleno, 26, 89 Tranchesi, Eliana, 171 Trompetta, Giuliano, 19 Tuma, Robson, 171 Uruguai, Hugo, 301 Valente, Manuel, 246 Valerio, Marcos, 53, 86, 132 Van Dyke, 57 Van Dyke, Joost, 56 Veronica, 130, 171, 181, 182, 185, 186, 187, 188, 189, 191,216, 219, 233, 235, 243, 260, 261, 278, 279, 297 Veronicas, 179, 183, 185, 197, 198,207 Versolato, Ocimar, 181 Vieira, Lina, 299, 300 Vieira, Natalia Oliveira, 15 Wagner, Jacques, 172 Ximenes, Paulo Cesar, 84, 94 Youssef, Alberto, 92 Ziinica, Lumi, 297 343 Qual o capital que aplicado em 1993 a taxa de 30% am durante 5 meses rendeu juro simples de R$ 78.000 00?C = 52.000,00.
Que taxa o capital de R$ 8000 00 rende R$ 2400 0A taxa do juros será 5% ao mês.
Quanto tempo o capital de 40.000 aplicado a taxa de 3% ao bimestre leva para produzir 84000 de juros simples?3 resposta(s)
Tudo bem? Portanto, demora 70 bimestres (140 meses) para que o referido capital produza os juros em questão. Gostou?
Qual deve ser o capital aplicado a uma taxa de juros simples de 10% ao ano para que em 6 meses Renda?Questão 9. Qual deve ser o capital aplicado a uma taxa de juros simples de 10% a.a. para que, em 6 meses, renda R$ 217,50 de juro? A) R$ 4350,00.
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