Qual foi o primeiro metal a ser fundido no período Idade dos Metais?

O que determinou o fim do período neolítico?

Façamos uma possível reconstituição de uma cena que pode ter acontecido por volta de 5.000 A.C.

Um oleiro cozia vasos de argila, pois o fogo já tinha sido controlado. Enquanto o fogo ardia, o oleiro percebeu que algumas pedras verde azuladas que caíam no fogo, ficavam avermelhadas e encolhiam. Quando o fogo apagou, ele viu que aquelas estranhas pedras haviam se transformado em uma pasta vermelha incandescente, que endurecia conforme ia esfriando. Quando ela esfriou totalmente o oleiro viu que era mais dura que a pedra e a madeira, e que podia ser trabalhada enquanto estava quente.

Esta seria a história da primeira fundição de metal.

Este material mais duro do que a pedra e a madeira, chamou-se cobre, o primeiro metal descoberto pelo homem.

Estava terminada a Idade da Pedra e começava a Idade dos Metais.

Idade dos metais

A Idade dos Metais foi um período da Pré-História que aconteceu no fim do período Neolítico.

Este período da vida do homem na Terra começou por volta do ano 5.000 a.C. e acabou por volta do ano 1000 a.C., quando o homem inventou um meio de escrever os acontecimentos e descobertas que vivia.

Então a Idade dos Metais durou por volta de quatro mil anos, começou com a descoberta do cobre e terminou com a invenção da escrita. O período de tempo que marca a idade dos metais varia muito de acordo com as correntes históricas.

A idade dos metais transformou muito a vida do homem e das comunidades, mas levou mil anos acontecendo. É muito tempo, mas os acontecimentos eram muito lentos, as transformações no período neolítico levaram mais de quatro mil anos para acontecerem.

Para podermos entender como as coisas aconteciam é preciso saber que naquela época não havia nada da vida como é hoje. Naquela época o homem dormia no chão, não tinha móveis nas casas, comia com a mão, não tinha água encanada, precisava pegar água no rio, por isso, geralmente, as comunidades eram feitas perto de rios, comia o que produzia e caçava, não tinha automóvel nem avião, nem luz elétrica, computador e telefone.

A idade dos metais começou com a descoberta do cobre, sendo seguida pela descoberta do chumbo, do estanho e do antimônio, metais de pouca utilidade, mas que em mistura com o cobre produzia metais de melhor qualidade, como a liga do cobre com o estanho, que produz o Bronze. Na sequência vieram o ouro e a prata, metais que logo foram descartados por serem de muito difícil extração. Finalmente, em 1200 a.C., surgiu o ferro, de início considerado um metal inútil por sua dureza.

Então, podemos dizer que a Idade dos Metais se divide em Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro.

Idade do Cobre

O primeiro metal a ser descoberto foi o cobre, este metal avermelhado que hoje nós encontramos nos fios de eletricidade. A este período deu-se o nome de Idade do Cobre.

Com este metal se fabricavam potes, copos, tigelas, facas e outras vasilhas para uso em casa, como também lanças, facões e machados para uso nas caçadas.

Também fabricavam objetos de decoração, como estatuetas, vasos e espelhos, além de armas de guerra, como a espada.

O homem adquiriu técnicas para derreter o metal e moldar os objetos, usando moldes de pedra ou barro onde colocavam o cobre derretido. Depois de resfriado o objeto era trabalhado com o martelo para dar arremates e melhorar o formato.

Depois do cobre, foram descobertos outros metais de pouca utilidade, como o chumbo, o estanho e o antimônio. Eles não eram úteis sozinhos, mas em mistura com o cobre produzia outros metais, como a liga do estanho com o cobre, que produziu o bronze.

Idade do bronze

Apesar de sua resistência o bronze não era muito usado por ser um metal muito caro; as fundições não eram capazes de produzir tanto bronze, portanto só era usado por reis e guerreiros. E por isso foi chamado o metal do rei.

Começava uma nova era, a Idade do Bronze, e com ela surgiu uma grande modificação social: surgia a metalurgia e com novas categorias de trabalhadores, que foram classificadas como pesquisadores, extratores, fundidores e escultores.

A função dos pesquisadores era procurar e delimitar as jazidas de minérios.

A função dos extratores era extrair os minérios encontrados nas jazidas pelos pesquisadores.

Depois, vinham os fundidores que colocavam o minério em altos fornos em forma de funil abertos no alto e com furos para arejamento. Os fundidores colocavam o minério alternado com camadas de carvão vegetal. Ascendia-se o forno e o minério derretia e escorria num recipiente colocado em baixo do forno.

Se o metal a ser usado fosse só o cobre começava o trabalho do escultor. Se fosse a liga de cobre e estanho, fundia-se um metal da cada vez e depois os misturavam numa proporção de 90% de cobre e 10% de estanho.

Esta mistura era despejada em lingotes de forma arredondada em uma extremidade e com duas pontas na outra extremidade, que depois de resfriada formava barras de bronze.

Terminado o trabalho dos fundidores começava o trabalho dos escultores, que trabalhavam o cobre e o bronze fazendo utensílios, armas, estátuas dos deuses, de pessoas e de animais.

Para fabricar as estátuas usavam uma técnica chamada de cera perdida, que consiste no seguinte: modelava-se, com precisão, em argila e areia, a figura que se desejava esculpir, recobria-se este molde com uma camada de cera e sobre esta, outra camada de argila e areia. Fazia-se um furo nas partes superior e inferior da figura. Pelo furo de
cima despeja-se o bronze quente, que derretia a cera que escorria pelo furo de baixo. O bronze ocupava o lugar da cera, resfriava e tomava a forma da figura. Esta era a tarefa dos escultores.

Por mais de 1000 anos, o cobre e o bronze, foram os metais mais usados, mas outros metais foram descobertos, sua extração, porém, era muito complicada, como cozimento do mineral fundido em altas temperaturas e resfriado com jatos de ar produzidos por foles. Foram o ouro e a prata.

Idade do ferro

Houve um metal que durante muito tempo foi chamado, veja a ironia, um metal inútil; foi o ferro.

O ferro, embora seja quinhentas vezes mais abundante que o cobre, foi durante muito tempo um quebra cabeça para os fundidores, porque era um metal de difícil fusão (derretimento).

Em vez de derreter, o ferro transformava-se em uma massa negra, esponjosa, pois, como hoje sabemos seu ponto de fusão é 1500º C, impossível de ser alcançado nos fornos primitivos.

Esta massa podia ser trabalhada com o martelo, que com golpes repetidos eliminava parte das impurezas, transformando-a em uma barra de metal macio (doce), de cor cinza e pesado.

Este metal não era resistente e sua lâmina perdia logo o fio. Parecia ser um metal inútil.

Com o tempo os fundidores descobriram uma técnica para transformar o ferro doce em outro, duro e resistente; era a técnica da têmpera, que deu origem ao ferro forjado.

Consistia em aquecer o metal na forja (daí seu nome, forjado) e golpeá-lo com o martelo, resfriando-o rapidamente em uma tina de água fria. Este processo era repetido até que se conseguisse o resultado desejado.

As espadas feitas com o ferro forjado eram muito mais duras e resistentes que as de bronze, portanto o processo de obtenção deste era um segredo que permitia aos que o possuíam, fabricarem armas de resistência excepcional, com as quais venciam os outros povos e os dominava.

Começava a Era do Ferro.

Mais tarde o homem conseguiu fabricar o ferro em fornos de altas temperaturas. Com o ferro derretido em alta temperatura, as armas ficaram mais resistentes e eficientes, independente de qual fosse a sua função.

Os objetos de ferro tiveram grande utilidade na agricultura, com ele foram criados o arado de metal, a enxada e outras ferramentas que facilitavam o trabalho no campo, o que aumentou a produção de alimentos e, consequentemente, o aumento da população.

Utensílios domésticos também foram criados, como potes, facas e panelas. Apesar de ter sido muito importante, o ferro teve um processo de propagação bastante lento, pois as técnicas de manipulação da liga de ferro eram difíceis de aprender.

Mas, com a utilização dos metais, a confecção de armas de guerra possibilitou a dominação dos mais fortes sobre os mais fracos, o que gerou o domínio das comunidades mais fortes sobre as mais fracas. Foi o lado feio do progresso, a geração de armas de dominação.

Durante esta época, seis mil anos passados, o homem sofreu transformações em sua figura física e mental que o aproximaram do homem de hoje.

Seus traços físicos já eram definidos como os atuais, o tamanho e a capacidade do cérebro já tinha alcançado o desenvolvimento atual, os hábitos haviam evoluído e a vida social também.

O homem viveu durante milhões de anos da forma que descrevemos atrás, e desta época só temos informação pelos fósseis e utensílios encontrados; não há nenhum registro escrito que descreva estes fatos, pela simples razão de que o homem não sabia escrever.

Quais as grandes transformações que ocorreram na Idade dos Metais?

O uso dos metais representou um grande avanço para o homem daquela época, tanto na vida prática como nas transformações sociais e na consolidação das civilizações que começaram a surgir.

A agricultura e a criação de animais tiveram um grande avanço com as ferramentas que passaram a ser feitas com metais, como a enxada, o arado e os pequenos instrumentos de manuseio.

Com o avanço da criação de animais começou o desenvolvimento da tecelagem, porque havia mais lã para produzir fios, além de metais para a elaboração de ferramentas de trabalho para estes artesanatos.

Para a fiação e a elaboração destas ferramentas e utensílios surgia um novo tipo de ocupação, com um novo tipo de trabalhador, o artesão.

O trabalho dos artesãos começou a ser vendido em todos os lugares, o que deu lugar a um novo tipo de ocupação, os comerciantes.

O desenvolvimento dessas atividades levou ao surgimento das primeiras povoações, com a formação de pequenas vilas e cidades.

As comunidades agrícolas autossuficientes transformam-se em cidades, continuando a chamada Revolução Urbana.

Como os homens passaram a produzir mais do que necessitavam para seu próprio consumo, começaram a comerciar seu excedente.

Foi a partir daí que se iniciaram as primeiras disputas entre os homens, para ver quem ficaria com esses excedentes.

Os vencedores enriqueciam ao se apropriar das terras e dos bens dos vencidos, que ficavam mais pobres. Os indivíduos vencedores dessas disputas passaram a impor seu domínio sobre os outros, nascendo assim, a propriedade privada e a desigualdade social.

O desenvolvimento social tornou a sociedade complexa, exigindo uma nova configuração política.

A autoridade familiar e patriarcal já não se mostrava suficiente para controlar os diferentes e amplos grupos sociais das cidades.

Foi então que o Estado surgiu como uma instituição política que regulava as ações das populações citadinas.

As obras públicas, a regulamentação do comércio e a organização das atividades agrícolas passaram a ser geridas pelos poderes estatais.

Neste momento surgiu a necessidade de um agente regulador das relações entre os homens e que garantisse a propriedade privada.

Nascia um novo Estado.

O comércio e a navegação fizeram surgir a necessidade de um meio de comunicação e registro dos negócios.

Os homens passaram a registrar fatos e negócios por meio de caracteres inscritos em tijolos de cerâmica.

Surgia a escrita.

                                                                  Mas, como surgiu a escrita?

Em dado momento, o homem inventou símbolos com os quais narrava fatos de sua vida. Estes símbolos se referiam a impostos, mortes, guerras, nascimentos, comércio, e outros fatos da vida cotidiana. Não era uma escrita como a nossa, com palavras formando sentenças, mas símbolos que significavam acontecimentos. Daí por diante pode-se conhecer o que acontecia com o homem; a escrita documentava os fatos. Mas, como surgiu a escrita?

O homem pré-histórico costumava grafar, com imagens nas paredes, fatos que aconteciam em seus grupos, mas eram feitos de uma forma aleatória, de modo que não faziam sentido, pois nem todos entendiam da mesma forma a mensagem passada, cada um interpretava de um jeito.

Como, no período neolítico, já havia uma grande evolução no relacionamento das pessoas começou a necessidade de registrar fatos como pagamento de impostos, troca de mercadorias, valor dos objetos e tudo o mais. Assim o homem inventou símbolos que expressavam estes acontecimentos e os grafava sempre da mesma forma, para representar a mesma coisa. E foi assim que, na Mesopotâmia (atual Iraque), uma região situada no Oriente Médio, vivia um povo chamado sumério que desenvolveu um sistema para grafar estes símbolos de forma a não desaparecerem.

Mais ou menos no ano 4.000 a.C., os sumérios começaram a usar uma cunha para fazer desenhos em blocos de argila mole que depois endurecia e podia ser guardada para ser usada sempre. Estes desenhos davam aquelas informações que eles queriam registrar e que representavam sempre a mesma coisa. Desenvolveram mais de dois mil desenhos que eram escritos da direita para a esquerda (hoje, nós, ocidentais escrevemos da esquerda para a direita). Esta escrita é chamada de pictórica por causa do uso de desenhos e, por causa da ferramenta que usavam ter a forma de cunha, passou a se chamar escrita cuneiforme.

A escrita cuneiforme foi usada durante 3.000 anos por quinze línguas diferentes, entre elas a persa e a síria, mas apareceram, depois, modos diferentes de escrever, nas civilizações do Egito, da China e da América.

Hieróglifos

Não se sabe ao certo quando e onde surgiram os hieróglifos, mas se sabe de alguns detalhes sobre ela, como por exemplo, que era difícil e mais usadas em cenas religiosas e por pessoas de classe alta. Sabe-se, também, que os desenhos formavam uma ideia, um conceito, mas também representavam um som.

Escrita chinesa

Surgiu por volta de 1.200 a.C. e permanece até hoje, com algumas variações.

É uma língua muito difícil pois possui mais ou menos cinquenta mil caracteres que podem variar, dependendo do contexto da fala. Às vezes um símbolo representa uma palavra, outras vezes o mesmo símbolo representa uma ideia que envolve o significado da palavra, por exemplo, um símbolo que representa o homem também pode representar a fala de um homem, ou o andar de um homem. É complicado, mas é uma escrita bonita.

Escrita mesoamericana

Como vimos até agora a origem da escrita se deu no oriente, na Ásia e na África, mas no continente americano, os astecas e os maias desenvolveram um tipo de um sistema próprio de escrita, do qual pouco se sabe, porque quando os europeus invadiram as Américas, arruinaram grande parte dos seus documentos escritos, o que fez com que não pudessem ser traduzidos.

Esta escrita se chamou nahuati e surgiu por volta do século XIII, por volta de 1.200 a.C.

O termo mesoamericano se refere a uma região das Américas do sul do México e se expande para Guatemala, El Salvador, Belize, Nicarágua, Honduras e Costa Rica, onde se desenvolveram avançadas civilizações como a dos olmecas, teotilhuanos, astecas e maias.

E foi assim que a humanidade pode ficar conhecendo a sua história. Terminava a Pré-história e começava a História.

O que é a História propriamente dita?

A História, começa com a evolução do Homem, quando o ramo dos Primatas se subdivide e dá origem aos Pongídeos e aos Hominídeos (ver Aparecimento do Homem).

Após a última glaciação o homem passa a tomar posse do seu lugar no mundo, dando início à História da Humanidade, que se convencionou dividir em Pré-História e História.

Já vimos também como se desenrolou o período pré-histórico, vejamos a seguir a História do Mundo propriamente dita.

Dizemos que a História da Humanidade começa com o aparecimento da escrita, porque foi após este evento que tivemos registro do que aconteceu no mundo desde 4.000 anos atrás.

A História propriamente dita divide-se em Idade Antiga, subdividida em Idade Antiga Oriental e Idade Antiga Ocidental, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.

A Idade Antiga começa com a invenção da escrita, por volta de 4.000 a.C., e vai até o ano 395 d.C., com a divisão do Império Romano, conforme alguns historiadores, ou 476 d.C., com a queda do Império Romano do Ocidente, conforme outros.

Este período registra os fatos sobre os primeiros povos, que viveram no Oriente Médio, norte da África e sul da Europa e, que deram origem aos países destas regiões.

A Idade Média vai desde o fim da Antiguidade até o ano de 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos seldjúcidas, conforme alguns historiadores, ou em 1492, com a descoberta da América, conforme outros.

Este período registra os fatos sobre os povos que viveram na Europa e na Ásia e que deram origem aos países destas regiões.

A Idade Moderna vai até a Revolução Francesa em 1789, conforme alguns historiadores, ou 1914 no início da Primeira Guerra Mundial, conforme outros.

Neste período começa a se delinear o mapa do mundo, com os países que foram se formando no desenrolar da humanidade.

A Idade Contemporânea é esta em que vivemos.