Qual foi a reação da Tchecoslováquia perante a proposta da Alemanha?

Pouco antes da meia-noite do dia 30 de setembro de 1938 reuniram-se em Munique o líder nazista Adolf Hitler, o ditador italiano Benito Mussolini e os primeiros-ministros da França, Edouard Daladier, e do Reino Unido, Arthur Neville Chamberlain, para assinar o que viria a ser chamado de Pacto de Munique. O acordo selou o destino da Tchecoslováquia, cedendo o país à Alemanha nazista em nome da paz. A história consagrou o Pacto de Munique como um exemplo nefasto da ‘política de apaziguamento’.

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Da esquerda para direita: Chamberlain, Daladier, Hitler e Mussolini, após a assinatura do Acordo de Munique

De volta à Inglaterra, ainda no aeroporto e brandindo uma folha de papel, Neville Chamberlain declarou que a reunião tinha conseguido estabelecer a “paz em nossos tempos”.

Embora a intenção do acordo fosse entregar a Hitler apenas os Sudetos (cadeia de montanhas na fronteira entra a República Tcheca, Polônia e Alemanha), Chamberlain acabou cedendo também à máquina de guerra nazi 66% do carvão techecoslovaco, 70% do ferro e do aço e 70% da energia elétrica. Deixou assim a nação tcheca totalmente indefesa diante do poderio alemão.

No entanto, o tratado não conseguiu reprimir as exigências hitlerianas. Ele acabou por tomar não somente as zonas da maioria alemã, em que viviam cerca de três milhões de habitantes descendentes de alemães, mas também as puramente tchecas.

A Comissão Internacional de Fronteiras fracassou em impedir o avanço alemão. Uma força para policiar as zonas em plebiscito foi organizada na Inglaterra e depois dissolvida. Nenhum plebiscito foi realizado. O tratado de garantias jamais foi observado. E, no dia 19 de dezembro de 1938, Chamberlain disse a respeito do governo nazista: "Estou ainda à espera de um sinal de que eles estão prontos para dar a sua contribuição à paz".

Em suma, o, Pacto de Munique sacrificou a soberania da Tchecoslováquia no altar de uma paz de curtíssimo prazo, como se veria depois. O aterrorizado governo tcheco foi finalmente forçado a entregar as províncias ocidentais da Boêmia e da Moravia, que se tornaram protetorado da Alemanha, e, por fim, a Eslováquia e os Cárpatos ucranianos. Em cada uma destas regiões, Hitler instalou governantes títeres que serviram docilmente aos interesses políticos e militares dos nazistas. Por ocasião do início da Segunda Guerra Mundial, com a invasão da Polônia pela Wehrmacht (forças armadas da Alemanha), a Tchecoslováquia não mais existia.

Foi Neville Chamberlain a quem a história reservou como o grande incentivador do Pacto de Munique. Encontrou-se privadamente com Hitler em Berchtesgaden, o refúgio do ditador nos alpes alemães, antes da conferência em Munique. Convencido de que as exigências territoriais de Hitler eram bastante razoáveis (e Hitler era um “gentleman”), persuadiu o colega francês a juntar-se a ele na pressão ao governo tcheco para que se submetesse aos reclamos do Führer.

Com a invasão da Polônia pelas tropas de Hitler um ano depois, Chamberlain viu-se na embaraçosa situação de declarar guerra à Alemanha. O premiê terminou sua carreira sob a pecha de um líder fraco. “Vá embora e leve-nos com você”, exclamou um membro do Parlamento, citando o britânico Oliver Cromwell. Winston Churchill o sucederia logo depois como primeiro-ministro.

Atualizada em 15/12/2008, às 14h23

Após a derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Alemanha foi forçada a assinar o Tratado de Versalhes, em 1919. De acordo com seus termos, o país perdeu grande parte de seu território, além de sofrer fortes restrições no campo militar. Foi proibida de desenvolver uma indústria bélica, de exigir o serviço militar obrigatório e de possuir um exército superior a cem mil homens. Para piorar, deveria pagar aos aliados uma vultosa indenização pelos danos provocados pelo conflito.

O Tratado de Versalhes foi considerado humilhante pelos alemães e vigorou sobre um país arrasado e caótico, tanto no aspecto político quanto no econômico. O período de crise estendeu-se de 1919 a 1933. Nesse panorama conturbado, o nazismo surgiu e se fortaleceu. Aos poucos, chegou ao governo do país, impondo-lhe uma ditadura baseada no militarismo e no terror.


Uma república desastrosa

Diante da eminente derrota para os aliados, na Primeira Guerra, o imperador alemão, Guilherme 2º, abdicou ao trono no final de 1918. Em 9 de novembro, foi proclamada a República na Alemanha. Estabeleceu-se um governo provisório, liderado pelo Partido Social-Democrata, que assinou a paz com as outras nações e convocou eleições para uma Assembleia Nacional Constituinte.

Entretanto, chefiados por Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, os comunistas alemães viam na crise uma oportunidade de tomar o poder, por meio de uma rebelião. Porém, o governo e as forças armadas acabaram sufocando o levante, cujos líderes foram mortos. Nem por isso, o governo republicano deixou de enfrentar uma oposição de esquerda e de direita, na medida em que era incapaz de lidar com a precária economia alemã, que sofria uma terrível escalada hiperinflacionária.

A sociedade alemã empobrecia cada vez mais. Isso apenas fazia aumentar a tensão social e política, já muito grande. Em novembro de 1923, o marco alemão estava tão desvalorizado, que um único dólar equivalia a 4 bilhões e 200 milhões de marcos.

Inflação na Alemanha pós-guerra

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O Partido Nacional-Socialista foi fundado, em 1920, por Adolf Hitler, um antigo cabo do exército alemão, de origem austríaca. Defendia exagerados ideais nacionalistas, que também se misturavam ao militarismo. Nos primeiros momentos, o grupo era inexpressivo. Reunia inconformados com a derrota alemã e os que não acreditavam no regime republicano.

Em 1923, aproveitando-se dos níveis estratrosféricos da hiperinflação, Hitler e seus correligionários decidiram seguir o exemplo dos comunistas, organizando uma revolta armada na cidade de Munique. Tal como o levante socialista de 1918, porém, o golpe nazista fracassou e Hitler foi preso. Permaneceu na cadeia durante oito meses. Nesse tempo, passou suas ideias para o papel, com o auxílio de Rudolf Hess, um companheiro de partido. Assim surgiu o livro "Minha Luta" ("Mein Kampf"), que se transformaria numa espécie de Bíblia da Alemanha nazista.

Ilusões demagógicas de Hitler

Entre 1924 e 1929 as ideias de Hitler não encontraram eco na sociedade alemã. O nacional-socialismo só viria a obter respaldo popular após o advento da grande depressão mundial em 1929. Então, a já combalida economia da Alemanha entrou em colapso, com a falência de milhares de empresas, o que elevou para 6 milhões o número de desempregados.

O desespero gerado pela miséria e a incerteza quanto ao futuro, a facilidade humana de acreditar na demagogia e nas soluções autoritárias, a necessidade de resgatar a autoestima nacional depois das humilhações do Tratado de Versalhes foram alguns dos fatores que fizeram da Alemanha um terreno fértil a ser semeado pelos nazistas. O discurso de um líder carismático como Adolf Hitler oferecia segurança e a perspectiva de melhores dias, com promessas e ilusões demagógicas.

Além da classe média, dos camponeses e do operariado em desespero, as Forças Armadas também se identificavam com as posições nacionalistas de Hitler. Os grandes capitalistas alemães, por sua vez, acharam conveniente financiar os nazistas, que aparentavam protegê-los da ameaça comunista. Assim, de 1930 a 1932, o número de deputados do Partido Nazista no Parlamento alemão passou de 170 para 230.

Adolf Hitler e o início do 3º Reich

No Parlamento, o próprio Hitler que se mostrou competente no plano das negociações políticas. Desse modo, a 30 de janeiro de 1933, o líder nacional-socialista foi nomeado Chanceler, ou Primeiro-Ministro, o principal cargo executivo da República alemã. Popularmente, já era chamado de "Führer" (condutor). Tinha início o que os nazistas chamavam de III Reich (Terceiro Império), designação que se refere ao Sacro Império Germânico, da Idade Média, e ao Segundo Império, que se estendeu da Unificação dos Estados germânicos, em 1871, à República, em 1918.
 

Ideologicamente, Hitler se apropriou de ideias nacionalistas já em voga na Alemanha, radicalizando-as. Defendia a necessidade de unidade nacional, garantida por um Estado governado por um partido único, o Nazista, do qual ele era o líder supremo. Identificado com a própria nação, Hitler passou a ser cultuado como um super-homem pela imensa maioria do povo alemão.

Superioridade racial da raça ariana

O nazismo proclamava também a "superioridade biológica da raça ariana" (a que pertenceria o povo alemão) e, consequentemente, a necessidade de dominar as "raças inferiores". Entre estes, colocavam-se os judeus, os eslavos, os ciganos e os negros. Também era necessário extinguir os considerados "doentes incuráveis": homossexuais, epiléticos, esquizofrênicos, retardados, alcoólatras, etc. Com a ascensão de Hitler ao poder, a ideologia nazista passou a influenciar também a ciência do país, que se dedicou a inventar teorias supostamente biológicas para o racismo e o anti-semitismo.

A conquista do "espaço vital"

Com fundamento nesses princípios, o propósito nazista era construir um império ariano, puro e forte, centralizado em torno de Hitler. O passo decisivo para esse projeto se tornar realidade seria a expansão territorial e a integração de todas as comunidades germânicas da Europa num "espaço vital" único. Além da própria Alemanha, isso incluiria a Áustria, a Tchecoslováquia, a Prússia (oeste da Polônia) e a Ucrânia.

Concorrência comunista

Porém, para triunfar, o nazismo precisava combater seu principal concorrente ideológico, o socialismo revolucionário ou comunismo, com o qual teria de disputar a adesão popular. Igualmente totalitário, o comunismo também se arvorava a construir uma sociedade perfeita, não só na Alemanha, mas no mundo. Entretanto, no lugar de uma raça superior, colocava uma classe social - o proletariado - à frente do processo. Por isso, o anticomunismo constituía um ponto central do pensamento de Hitler.

Desenvolvendo uma propaganda agressiva e eficiente, administrada por Joseph Goebbels, o Partido Nazista se infiltrou em toda a sociedade alemã e controlou a imprensa, a rádio, o teatro, o cinema, a literatura e as artes. Conseguiu incutir na mentalidade do povo a visão de mundo nazista e a devocão incondicional ao Führer. A educação da infância e juventude, em especial, foi usada como uma ferramenta do Estado, para gravar no cérebro e no coração de crianças e adolescentes o orgulho de pertencer à raça ariana, bem como a obediência e a fidelidade ao "Führer".

Sturmabteilungen (SA) e Schutzstafell (SS)

Mas a vitória do nazismo não se deveu exclusivamente ao trabalho ideológico, Hitler também empregou a força para conquistar a Alemanha. Nesse ponto manifesta-se o caráter essencialmente militarista do nacional-socialismo que, desde o início, contou com a participação de organizações paramilitares próprias.

Para começar, foram criadas as SA ("Sturmapteilungen"), ou Divisões de Assalto, uma espécie de milícia particular nazista. Composta por desempregados, ex-militares, desajustados de qualquer espécie e até criminosos comuns, espalhavam o terror junto aos inimigos de Hitler, por meio da surra, da tortura e do assassinato. O grupo quase saiu do controle dos líderes e precisou ser transformado numa nova instituição a SS (Schutzstafell), ou Tropas de Proteção, um grupo de elite que contava com homens selecionados e disciplinados.

A partir de 1929, sob o comando de Heinrich Himmler, a SS cresceu e chegou a contar com um exército próprio, a Waffen SS (SS Armada), independente do Exército alemão. Além disso, também absorveu a Gestapo, a polícia secreta nazista, em 1939, juntamente com a qual comandaria os campos de concentração e extermínio nos países ocupados.

As vítimas preferenciais do nazismo: os judeus

Nos seis anos anteriores à Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939, os nazistas institucionalizaram a violência, prendendo arbitrariamente e executando seus inimigos políticos: comunistas, sindicalistas e líderes esquerdistas de modo geral.

O nacional-socialismo soube manipular os instintos agressivos do ser humano e canalizou o ódio dos alemães particularmente contra os judeus, pois existia uma tradição anti-semita entre os povos nórdicos. Desse modo, os judeus serviram como bode expiatório para todos os males alemães. A partir de 1934, o anti-semitismo tornou-se uma prática do governo, além de nacional. Os judeus foram proibidos de trabalhar em repartições públicas. Suas lojas e fábricas foram expropriadas pelo governo. Além disso, eram obrigados a usar braçadeiras com a estrela de Davi, para poderem ser facilmente discriminados.

A radicalização do anti-semitismo oficial forçou mais da metade da população judaico-alemã a deixar o país, à procura de exílio. Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, restavam apenas 250 mil judeus na Alemanha, menos de 0,5% da população total. Com a Guerra, tanto estes quanto os judeus dos paíes ocupados por Hitler foram enviados para os campos de extermínio, o que resultou no holocausto - o massacre de 6 milhões de pessoas.

Rumo à Segunda Guerra Mundial

Inglaterra, França e Estados Unidos, as três potências democráticas, não se preocuparam em deter a ascensão do nazismo. Acreditavam que uma Alemanha forte funcionaria como um cordão de isolamento, livrando o Ocidente da influência da União Soviética. Esta, por sua vez, assinou um pacto de não-agressão com a Alemanha, em agosto de 1939, em que se comprometiam a não atacar uma à outra e se manterem neutras caso uma delas fosse atacada por uma terceira potência.

Desse modo, a Alemanha logo começou a contar com crédito e recursos internacionais e passou a prosperar. Surgiram empresas industriais poderosas, de minério, petróleo, borracha, etc., da noite para o dia. Foram construídas grandes obras públicas, como estradas e aeroportos, reduzindo rapidamente e logo acabando (ou quase) com desemprego.

A recuperação econômica deu cada vez mais popularidade aos nazistas. Ao mesmo tempo, o grosso da população alemã recuperava autoconfiança. Aproveitando-se disso tudo, Hitler gradativamente deixou de respeitar as cláusulas do Tratado de Versalhes. A partir de 1935, a indústria bélica foi reconstruída e o serviço militar tornou-se obrigatório.

O eixo nazi-fascista

Em 1938, Hitler aliou-se ao ditador italiano Benito Mussolini formando o eixo nazi-fascista. Ainda no mesmo ano, passou a controlar a totalidade das finanças alemãs, colocando-se à frente do Banco do Reich. Também anexou a Áustria e os Sudetos, na Tchecoslováquia. Eram regiões de numerosa população germânica, ricas em matérias-primas e complexos industriais. As potências democráticas e a URSS mantinham-se na passiva posição de simples observadores, mas os acontecimentos se precipitavam rapidamente na direção de uma Segunda Guerra Mundial.

Porque a Alemanha invadiu a Tchecoslováquia?

O pretexto alegado foi privações sofridas por populações de etnia alemã que viviam nas regiões norte e oeste da fronteira da Tchecoslováquia, conhecidos coletivamente como os Sudetos. Sua incorporação à Alemanha nazista iria deixar o restante da Tchecoslováquia impotente para resistir à ocupação posterior.

Qual o interesse da Alemanha em anexar a região dos Sudetos na Tchecoslováquia?

No entanto, isso não aconteceu, e o líder alemão voltou-se para os Sudetos, região da Tchecoslováquia que possuía população de origem étnica germânica. Essa ação foi vista como um interesse de Hitler em garantir o controle da forte malha industrial existente naquela área.

Qual foi o resultado da conferência de Munique?

A Conferência de Munique e a política de apaziguamento, no entanto, do ponto de vista retrospectivo, foram um grande fracasso. Pouco menos de um ano depois, Hitler ordenaria a invasão da Polônia, e essa ação daria início à Segunda Guerra Mundial.

Quando a Alemanha anexou a Tchecoslováquia?

Tropas do exército de Adolf Hitler invadem e ocupam em 15 de março de 1939 a Tchecoslováquia, uma nação sacrificada no altar do Pacto de Munique, que foi uma tentativa inócua de evitar os objetivos imperiais da Alemanha.