A Era Napoleônica marca o período em que Napoleão Bonaparte dominou territórios europeus, com o fortalecimento das instituições burguesas, alterações nos poderes religiosos e grande expansão de terras. Show
No artigo a seguir, você encontra os principais eventos que marcaram o período napoleônico, sua relação com o fim da Revolução Francesa, até seu fim, na Batalha de Waterloo, no século XIX. Continue lendo para saber mais!
A Era Napoleônica e seus antecedentesA Revolução Francesa foi marcada pela luta de classes e reivindicações das camadas mais baixas da sociedade por maiores direitos e poder de posicionamento perante as decisões políticas e sociais. Os dois principais grupos em disputa eram formados por:
Em uma de suas fases, uma grande onda de terror toma conta da França. Liderados por Maximilien de Robespierre, os jacobinos implantaram uma ditadura e suprimiram os direitos individuais dos cidadãos. As relações institucionais se fragilizam, a Igreja, por exemplo, perde seu poder e surgem muitas revoltas contra os personagens eclesiásticos. Um novo calendário é formulado para tirar o protagonismo do “nascimento de Cristo” como o marco zero da contagem de datas ocidental. Diante desse cenário, muitos líderes burgueses, de dentro e fora da França, percebem Napoleão Bonaparte como uma salvação. O jovem nascido na Córsega ficou muito famoso por sua capacidade de vencer batalhas que pareciam impossíveis e possuía uma habilidade militar invejável. Então, após o golpe que matou Robespierre, é implantada uma nova forma de governo: o diretório. Em uma visão mais conservadora, seriam eleitos 5 diretores que garantem um poder descentralizado, o que evita a formação de uma ditadura, como aconteceu no período anterior. Mesmo assim, a burguesia ansiava por uma maior afirmação de seu poder, com o fortalecimento dos ideais capitalistas e como forma de reter os movimentos populares que pudessem surgir em meio aos jacobinos. Fases da Era NapoleônicaConsuladoNo dia 18 de Brumário, conforme o novo calendário desenvolvido na época do Terror, Napoleão Bonaparte destitui o poder do diretório e assume um governo consulado. Nesse momento, sua figura como militar garantia a força e contenção das revoluções. Diante desse tipo de organização política, Bonaparte garantiu maior controle sobre as instituições, como as escolas burguesas (liceus). Observa-se que embora seu governo fosse pintado como republicano, muitas de suas decisões caracterizam um regime ditatorial. Como foi apoiado pelos burgueses, o líder optou por instaurar modificações que favorecessem essa classe social, como a criação de bancos e emissão de moedas, que eram necessárias para impulsionar o processo de industrialização. Os principais objetivos dessa fase da Era Napoleônica era reorganizar o estado francês política e economicamente, além de instaurar um tempo de paz — com a diminuição dos focos revolucionários, fortalecimento do exército como figura de poder e estabelecimento de acordos de paz com as nações vizinhas. Outro grande marco do Consulado foi o embelezamento burguês: obras públicas como o Arco do Triunfo, desenvolvimento de concursos públicos, reformas educacionais, cobrança de impostos, modernização militar e outros feitos. Em 1804, foi criado o Código Civil Napoleônico que atuou na consolidação das conquistas jurídicas do projeto burguês. Nessas leis ocorreu a regulamentação do poder entre os indivíduos, o que aumenta os direitos de cada cidadão, frente à sociedade e às autoridades. Por outro lado, os movimentos sociais foram restringidos, o que agradou a elite contemporânea. Outros pontos foram o direito à propriedade privada e o fortalecimento da mercantilização. Em meio a esse cenário benéfico para a sociedade, Napoleão foi eleito em um plebiscito. Assim, o líder assume a figura de um “imperador dos franceses”, o que garante uma ideia de soberania popular. + Veja também: O que é mercantilismo? — características e contexto histórico Império NapoleônicoPara assumir seu poder como imperador, Napoleão Bonaparte demonstra maior poderio do que a Igreja. Na cerimônia de coroamento ele coloca sua própria coroa e não o papa, como era de costume na época. Com isso, o militar transmite seu ideal de que o poder do imperador estava acima das autoridades eclesiásticas e da Igreja. Em termos políticos, o império continua a modernização da economia e sociedade francesa. Diante da estabilidade da Era Napoleônica, as nações europeias se viram ameaçadas pela França novamente. Ao mesmo tempo, Bonaparte tinha a intenção de expandir os ideais burgueses da revolução pelo mundo. Nessa fase, surgem muitas guerras napoleônicas: disputas elitistas pelo mercado europeu — as nacionalidades passaram a guerrear pelo poder de consumo de um território, parte muito importante de uma economia capitalista. O principal inimigo econômico da França, nesse momento, era o processo de industrialização inglês. Além disso, as campanhas militares contra a Inglaterra eram de difícil conquista, já que essa nação tinha uma forte e armada Marinha. Em meio a conflitos e batalhas pouco resolutivas, Napoleão, que já tinha um poder consolidado por toda a Europa, emite o Decreto de Berlim. Esse documento afirmava um bloqueio continental à Inglaterra. Isso significa que todos os países do continente europeu estavam proibidos de comercializar e contatar os ingleses. As nações que desobedecessem tal princípio seriam invadidas pelas tropas napoleônicas e sofreriam fortes retaliações — o que desencadeou, inclusive, a vinda da família real para o Brasil, em 1808. Apesar disso, a indústria francesa não conseguiu suprir a demanda que a inglesa era capaz de fornecer. Assim, muitos governos quebraram o decreto e foram invadidos pelos exércitos bonapartistas. Em uma dessas ocasiões, as tropas napoleônicas invadiram a Rússia, mas, dessa vez, sem sucesso. Diante do rigoroso inverno russo e com as táticas de guerras desta nação, os franceses foram dizimados — números apontam que cerca de 80% dos militares de Napoleão foram mortos pela fome, frio e doenças. Depois disso, houve uma derrota marcante do exército francês frente aos militares russos, prussianos e austríacos, na cidade alemã de Leipzig. Por essa razão, o imperador se exila na Ilha de Elba. Seus seguidores, porém, aplicaram-se no resgate de Napoleão e no retorno de seu poder. Em seu retorno, instalou um Governo de Cem Dias, mas acabou derrotado na Batalha de Waterloo, em 1815. Com o fim da Era Napoleônica, então, o militar se exila na ilha africana de Santa Helena, morrendo por enfermidade alguns anos depois. Um dos acontecimentos marcantes após a Era Napoleônica foi o Congresso de Viena. Nos cursos da Coruja, você encontra esses e outros eventos históricos de maneira organizada, o que favorece sua compreensão cronológica. Assim, você fica mais preparado para as contextualizações de prova. Clique no banner para saber mais! Veja também um olhar físico e histórico sobre a industrialização no mundo inteiro, a aula é gratuita e apresentada por um professor especialista do Estratégia Vestibulares! Quais as consequências do período napoleónico?Consequências do Império Napoleônico
O Império Napoleônico deixou uma herança na França e na Europa. Na França, foram consolidadas as instituições já estabelecidas durante o Consulado: ensino público, Banco da França, Código Civil e o Código de Comércio.
Quais foram os impactos da Era Napoleônica no mundo?Duas caraterísticas principais podem ser ressaltadas nesse período da história mundial: a consolidação das instituições burguesas nos Estados Nacionais e a expansão do Império Napoleônico para outros locais da Europa, configurando-se como uma ameaça ao Antigo Regime Absolutista do continente.
Quais foram as principais mudanças ocorridas a partir do Império Napoleônico?As três principais mudanças realizadas por Napoleão Bonaparte foram: A criação do código Napoleônico. Estabelecimento da hegemonia francesa sobre a Europa. Enfraquecimento nas monarquias com suas ideias liberais.
Quais foram as consequências do fim do período napoleónico para a Europa?Com a queda de Napoleão, mostrou-se que a Europa não mais continuaria absolutista e novas revoluções liberais iriam surgir, por isso foi criada a Santa Aliança que tentava impor, geralmente a força, o absolutismo aos países "renegados”.
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