Qual foi a maior queda de desemprego no Brasil?

Publicado em 31/08/2022 15h20 Atualizado em 31/10/2022 17h22

A taxa de desocupação, que mede o desemprego no país, caiu para 9,1% no trimestre encerrado em julho, 1,4 ponto percentual a menos do que foi registrado no trimestre anterior, terminado em abril. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31/08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Essa retração da desocupação mantém-se associada a uma recuperação importante do número de trabalhadores na pesquisa, que vem sendo observado desde o segundo trimestre do ano passado, e agora, em julho, especificamente, o destaque vai para as atividades de comércio, administração pública, saúde e educação”, ressalta a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy.

O levantamento aponta que o contingente de pessoas ocupadas foi de 98,7 milhões, com alta de 2,2% (mais 2,2 milhões) ante o trimestre anterior. O nível de ocupação, que contabiliza o percentual de pessoas exercendo alguma atividade na população em idade de trabalhar, foi de 57%, aumento de 1,1 ponto percentual em relação aos três meses anteriores. Já em comparação com o mesmo trimestre de 2021, o aumento foi ainda maior, chegou a 4,1 pontos percentuais.

De acordo com o IBGE, duas atividades influenciaram a queda do desemprego em julho. Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas registrou acréscimo de 692 mil pessoas no mercado de trabalho em comparação com o trimestre anterior, um aumento de 3,7%. Já no setor que engloba administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foram empregadas 648 mil pessoas no trimestre, alta de 3,9%.

A Pnad Contínua constatou que o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado subiu 1,6% em comparação com o trimestre anterior e chegou a 35,8 milhões de pessoas. Entre os destaques estão os trabalhadores domésticos, que subiram 4,4% frente ao trimestre anterior, com 5,9 milhões de pessoas empregadas. O número de empregadores também cresceu e chegou a 4,3 milhões de pessoas, alta de 3,9%.

No setor público, o número de empregados chegou a 12 milhões, aumento de 4,7% no trimestre. Já a quantidade de trabalhadores por conta própria foi de 25,9 milhões de pessoas, o que significa um crescimento de 1,3%. 

Por fim, a pesquisa do IBGE revela que o número de empregados sem carteira assinada no setor privado bateu recorde da série histórica e chegou a 13,1 milhões de pessoas, um aumento de 4,8% em relação ao trimestre encerrado em abril. A taxa de informalidade foi de 39,8% da população ocupada e chegou a 39,3 milhões. No trimestre anterior era 40%.

A Pnad Contínua mostra, ainda, que o rendimento real habitual voltou a crescer depois de dois anos e chegou a R$ 2.693 no trimestre encerrado em julho. Esse valor é 2,9% maior que no trimestre anterior, porém, 2,9% menor que no mesmo período de 2021.

A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

A taxa de desemprego caiu em 22 das 27 unidades da federação no 2º trimestre, na comparação com os 3 primeiros meses do ano. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Trimestral, divulgada hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Qual foi a maior queda de desemprego no Brasil?
Qual foi a maior queda de desemprego no Brasil?

O maior recuo no trimestre foi registrado no estado de Tocantins, com menos 3,8 pontos percentuais. Pernambuco caiu 3,5 pontos percentual e Alagoas, Pará, Piauí e Acre também se destacaram, todos com quedas de cerca de 3 pontos. Apesar das quedas, o Nordeste permanece com a maior taxa de desocupação entre as regiões, de 12,7%.

Por estado, o maior índice de desemprego é o da Bahia (15,5%), seguido de Pernambuco (13,6%) e Sergipe (12,7%). Os menores índices estão em Santa Catarina (3,9%), no Mato Grosso (4,4%) e no Mato Grosso do Sul (5,2%). Registraram estabilidade na taxa o Distrito Federal, Amapá, Ceará, Mato Grosso e Rondônia.

A taxa de desocupação no segundo trimestre de 2022 ficou em 9,3%. No trimestre anterior, o índice nacional estava em 11,1% e no mesmo trimestre do ano passado o desemprego era de 14,2%.

Informalidade

A taxa de informalidade ficou em 40% da população ocupada, com 39,3 milhões de pessoas. Houve aumento em números absolutos na comparação trimestral (38,2 milhões) e na anual (35,7 milhões), mas estabilidade na análise percentual, devido à expansão da população ocupada.

Os trabalhadores por conta própria são 26,2% da população ocupada do país e a taxa composta de subutilização da força de trabalho foi de 21,2%.

Entre as pessoas desocupadas, 42,5% estão procurando trabalho entre um mês a menos de um ano e 29,5% procuram por dois anos ou mais. O país tem 4,3 milhões de pessoas desalentadas, o que corresponde a 3,8% da força de trabalho.

A formalidade no trimestre atingiu 73,3% dos empregados do setor privado, queda em relação aos 74,1% do trimestre anterior e também na comparação com os 75,2% do segundo trimestre de 2021. Por estado, a formalidade vai de 46,6% dos trabalhadores do Piauí a 87,4% dos de Santa Catarina.

Entre as trabalhadoras domésticas, apenas 25,1% tinham carteira de trabalho assinada no período analisado.

Gênero e raça

De acordo com o IBGE, a desocupação entre mulheres (11,6%) e entre pessoas pretas (11,3%) e pardas (10,8%) continua acima da média nacional. A taxa entre pessoas brancas ficou em 7,3% e o desemprego atinge 7,5% dos homens.

Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a diferença entre negros e brancos aumentou, enquanto a distância do desemprego das mulheres para os homens diminuiu, mas ainda é grande.

“A queda foi maior entre as mulheres (2,2 pontos percentuais contra 1,6 ponto percentual dos homens), porém, não foi o suficiente para diminuir a distância entre eles. A taxa das mulheres é 54,7% maior que a dos homens”.

Por idade, o maior recuo ocorreu entre os jovens, de 18 a 24 anos, passando de 22,8% no primeiro trimestre do ano para 19,3% no segundo. Por escolaridade, a taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto ficou em 15,3%, para quem tem nível superior incompleto, a taxa foi 9,9%, e para o nível superior completo o desemprego ficou em 4,7%.

Rendimento

O rendimento médio mensal recebido pelos trabalhadores foi estimado em R$ 2.652 no segundo trimestre do ano, o que representa estabilidade na comparação com o valor de R$ 2.625 registrado no trimestre anterior, segundo o IBGE.

O valor é 5,1% menor do que o percebido no segundo trimestre de 2021, quando o rendimento médio foi de R$ 2.794. Segundo Adriana Beringuy, o resultado demonstra que as pessoas estão recebendo salários menores, bem como os rendimentos perdem valor diante da alta da inflação.

“A gente tem melhoria do número de ocupados, um crescimento até de carteira de trabalho, em várias atividades econômicas, mas o rendimento em si não vem apresentando uma expansão em termos reais. Embora a gente tenha visto que em termos nominais houve sim uma expansão no trimestre e no ano. Só que trazidos a termos deflacionados, quando a gente considere em termos reais, o aumento que teve em termos nominais não é o suficiente para manter a expansão em termos reais”.

O rendimento dos homens ficou em média em R$ 2.917 e o das mulheres em R$ 2.292, o que representa 78,6% do rendimento dos homens. Entre as pessoas brancas, o rendimento médio é de R$ 3.406, caindo para R$ 2.009 entre as pretas e R$ 2.021 entre as pessoas pardas. Ou seja, o rendimento médio dos ocupados de cor preta representa 59% do rendimento médio dos ocupados de cor branca.

Acompanhando a expansão do mercado de trabalho, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos somou R$ 255,7 bilhões, crescimento em relação ao trimestre anterior (R$ 244,9 bilhões) e frente ao segundo trimestre de 2021 (R$ 244 bilhões).

Qual é a maior causa de desemprego no Brasil?

Uma das grandes causas do desemprego foi a redução dos investimentos em vários setores, o que levou as empresas a produzir menos e a demitir parte de seus funcionários. Como resultado, as pessoas também diminuíram o consumo e, assim, foi criado um ciclo de encolhimento na economia do país.

Qual é a taxa de desemprego em 2015?

A taxa de desemprego caiu para 8,7% no 3º trimestre. Esse é o menor percentual desde o trimestre de maio a julho de 2015, quando registrou a mesma taxa. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o resultado nesta 5ª feira (27.out.2022).

Qual a taxa de desemprego em 2008?

no Brasil foi de 5 meses, a partir de novembro de 2008, quando subiu de 7,7% para 8,6%, com dados dessazonalizados.

Quais são as 6 maiores causas do desemprego no Brasil?

Você sabe quais são as 6 maiores causas do desemprego no Brasil?.
Crises internacionais..
Cenário político instável..
Aumento da população economicamente ativa..
Automatização da mão de obra..
Crescimento de trabalhos informais..
Falta de qualificação..