Clique nas abas para ler sobre cada tipo.
MPS I é uma doença autossômica recessiva, progressiva multisistêmica causada pela deficiência da enzima alfa-L-iduronidase (IDUA), essencial para a degradação do ácido alfa-L-idurônico, presente nos glicosaminoglicanos (GAG) heparan sulfato e dermatan sulfato. A MPS I pode ser classificada em três formas. A forma mais grave é chamada de Hurler e os sintomas iniciam no primeiro ano de vida, geralmente, com sintomas respiratórios e história de reparo de hérnia umbilical e inguinal. A aparência facial gradualmente é modificada, com aumento da circunferência craniana, bossa frontal, ponte nasal larga, achatamento de face média, engrossamento dos lábios e hipertricose. O comprometimento cognitivo é marcado, sendo óbvio até a idade de 18 meses, com neurodegeneração lenta. Há disostose múltipla, com comprometimento do crescimento, levando a baixa estatura. Os pacientes apresentam ainda cardiopatia, hepatoesplenomegalia e opacificação da córnea. A forma intermediária é chamada de Hurler-Scheie, com vasta heterogeneidade fenotípica. Os sintomas se iniciam ao redor dos 2 anos, geralmente caracterizados por enrijecimento das articulações, sem evidência de inflamação. Disostose múltipla pode ser muito marcada levando a baixa estatura grave e problemas ortopédicos. O comprometimento cognitivo pode ser variável. A forma atenuada é chamada de Scheie e os pacientes podem apresentar baixa estatura, porém não tão marcada quanto a presente nas outras formas da doença. Apresentam rigidez articular, alteração nas válvulas cardíacas e opacificação da córnea. Não há comprometimento cognitivo e a expectativa de vida tende a ser normal. O diagnóstico bioquímico é realizado com a determinação do aumento de excreção de dermatan e heparan sulfato e deficiência de IDUA. O diagnóstico genético é realizado com o sequenciamento do gene IDUA e os pacientes com mutações sem sentido tendem a desenvolver doença mais grave. O tratamento preconizado para a forma grave da doença é o transplante de células tronco hematopoiéticas antes dos 2 anos de vida o que previne o desenvolvimento da doença neurológica. Para as outras formas, está indicado o tratamento com terapia de reposição enzimática. Show
* Ausente nas formas Scheie e Hurler-Scheie. Mucopolissacaridose tipo II (MPS II), também conhecida como Síndrome de Hunter, é uma doença progressiva multisistêmica, ligada ao cromossomo X, causada pela deficiência da enzima iduronato-2-sulfatase (I2S), causando acúmulo de dermatan e heparan sulfato. A grande maioria dos indivíduos afetados são do sexo masculino, com raras mulheres afetadas. Idade de início, gravidade e progressão dos sintomas variam entre os afetados. Nos indivíduos com início precoce dos sintomas e progressão rápida da doença, o sistema nervoso central (SNC) é envolvido, com progressiva deterioração cognitiva, doença respiratória e cardíaca progressivas, resultando em morte nas primeiras duas décadas de vida. Nos indivíduos com doença lentamente progressiva, o SNC, geralmente, não é acometido, embora o efeito do acúmulo dos GAGs nos demais órgãos e sistemas podem ser tão progressivos como nos indivíduos com envolvimento cognitivo. Outros achados em ambas as formas de MPS II incluem baixa estatura, macrocefalia com ou sem hidrocefalia comunicante, macroglossia, voz rouca, perda auditiva condutiva ou sensorineural, hepatoesplenomegalia, disostose múltipla, estenose espinal e síndrome do túnel do carpo. Diferentemente da MPS I, não há opacificação da córnea. O teste diagnóstico inicial é a dosagem de GAGs urinários, com determinação de excreção de dermatan e heparan sulfato, indistinguível de MPS I. O diagnóstico bioquímico é realizado através da análise da atividade da enzima I2S e o diagnóstico molecular através da análise do gene IDS. O tratamento é realizado com terapia de reposição enzimática.
* Ausente em indivíduos com forma leve.** Usualmente presente em indivíduos adultos. Qual a relação entre os lisossomos e essas doenças?Lisossomos são organelas citoplasmáticas que realizam a degradação e reciclagem dos metabólitos celulares através da digestão intracelular controlada por enzimas digestivas. As doenças relacionadas aos lisossomos apresentam efeitos cumulativos e resultam em degeneração dos tecidos, podendo levar ao óbito.
Quais são as doenças Lisossomicas?São exemplos destas doenças: a Doença de Fabry, a Doença de Pompe, a Doença de Gaucher, a Doença de Niemann-Pick, as Mucopolissacaridoses, a Deficiência de Lipase Ácida Lisossomal, entre outras.
O que são doenças Lisossomicas?As doenças lisossômicas são um grupo de doenças onde há acúmulo progressivo de substâncias não metabolizadas no interior do lisossomo, importante organela celular, geralmente por deficiência enzimática.
Qual a relação do lisossomo com as células de defesa do organismo?Os lisossomos são organelas citoplasmáticas, originadas no complexo de Golgi e têm a capacidade de degradar partículas. Presentes na maioria dos seres vivos eucariontes, os lisossomos estão envolvidos em outras atividades celulares como reparo de membrana e secreção.
|