Quais são os tipos de agricultura tradicional

Quais são os tipos de agricultura tradicional
Fonte: Depositphotos A agricultura moderna utiliza maquinários para uma produção em larga escala.

A agricultura é mais do que simplesmente semear e colher. A atividade engloba obtenção de energia, medicamentos, ferramentas, fibras, matéria-prima para roupas, entre outros. Devido à modernização e a chegada das máquinas nas áreas de cultivo, a agricultura se divide em dois tipos: a tradicional e a moderna.

A agricultura tradicional, também chamada de agricultura de subsistência em algumas regiões, pode ser entendida como aquela praticada há milhares de anos e que teve início com os camponeses das antigas civilizações e comunidades indígenas. Nessa atividade, há o uso da mão de obra direta, ou seja, aquela que não há intervenção de nenhum maquinário, assim como priorizam o uso de recursos naturais no desenvolvimento do trabalho.

Hoje em dia, agricultura tradicional é feita em pequenas propriedades e geralmente são destinadas apenas a subsistência das famílias que praticam o cultivo. Os produtos não são comercializados em grande escala.

Além disso, o solo também recebe um tratamento diferenciado nesse tipo de agricultura, pois não é utilizado nenhum tipo de veneno ou composto que acelere a produção das sementes plantadas. Sendo uma boa alternativa para ter produtos mais saudáveis.

Já a agricultura moderna é um processo mais elaborado e estruturado, pois faz uso de maquinários e planejamentos. Essa atividade surgiu na Revolução Industrial e tem por objetivo principal abastecer diversos comércios, assim como acelerar o desenvolvimento das sementes cultivadas.

Esse processo facilitou a exportação de muitos produtos em um pequeno espaço de tempo e por um custo relativamente vantajoso. Em contrapartida, o uso de fertilizantes aumentou de uma forma, que os itens produzidos também apresentavam qualidade inferior, já que tinham deixado de ser tão naturais como antes.

Quais são os tipos de agricultura tradicional

© Depositphotos.com / onepony Existem diferentes tipos de agricultura, cada uma adequada às necessidades, condições climáticas e objetivos dos produtores e seus consumidores finais.

Você sabia que o Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo? Essa reputação se deve também ao fato do nosso país ser um dos maiores, em extensão territorial, o que favorece a produção em massa e o fornecimento, interno e externo, de diversos tipos de alimentos cultivados no campo.

Cada região brasileira oferece condições diferenciadas e propícias ao cultivo de determinados tipos de produtos alimentícios. Entretanto, as formas de cultivo de cada espécie se diferem e, por isso mesmo, existem diferentes tipos de agricultura, cada uma delas adequada às necessidades, condições climáticas e aos objetivos dos produtores e de seus consumidores finais.

Tipos de agricultura

Agricultura extensiva

Caracteriza-se por apresentar pouquíssima ou nenhuma intervenção de máquinas. Este tipo de produção, considerada de subsistência, é feita por famílias que vivem no campo, com foco no próprio consumo. O plantio, a manutenção e a colheita são realizados de modo manual, e não há investimentos em sementes, adubos ou fertilizantes especiais, como nas produções em larga escala.

Agricultura moderna

Utiliza a tecnologia em favor da maior produtividade no campo e elimina grande parte do trabalho humano — utilizando, em seu lugar, máquinas como tratores, semeadeiras, colheitadeiras e irrigadeiras —, o que leva ao êxodo rural e consequente urbanização.

Agricultura itinerante

É um dos mais primitivos tipos de agricultura existentes, uma vez que utiliza fogo para “limpar” as áreas a serem plantadas. Ao queimar, destruir as árvores, animais, rios e nascentes, o produtor também está destruindo o meio ambiente. É chamada de itinerante porque, em decorrência do esgotamento do solo, o produtor procura outro local para plantar, onde repetirá o processo de destruição. Este modelo é responsável pelos altos índices de queimadas no Brasil e pela destruição das florestas.

Agricultura orgânica

Sustentável, a agricultura orgânica se caracteriza por não utilizar nenhum tipo de agrotóxico, fertilizante, adubo, regulador de crescimento ou sementes geneticamente modificadas. No sistema de plantio orgânico, o solo recebe tratamento diferenciado para que não se esgote. Para isso, medidas preventivas são adotadas, tais como: rotação de culturas, adubagem verde, compostagem e controle biológico de insetos e doenças.

Agricultura é uma atividade econômica pautada no sistema de cultivo e na produção de alimentos

A palavra agricultura deriva do latim e significa “arte de cultivar”. Essa prática surgiu em torno de 10 mil anos atrás, no período Neolítico, no qual a humanidade dominou a prática agrícola e de domesticação de outras espécies. Esse período foi de grande importância para o desenvolvimento da vida humana, já que possibilitou o sedentarismo e surgimento das primeiras civilizações e cidades.

Em meados do século XIX, outro evento importante marcou a história da agricultura: a Revolução Verde. Nela, a ciência forneceu diversas tecnologias que melhoraram a produção agrícola, como o uso de fertilizantes e agrotóxicos, prática da monocultura e melhoramento genético das plantas, bem como avanços tecnológicos nos sistemas de irrigação e máquinas.

Em geral, ela pode ser definida como uma atividade econômica pautada no sistema de cultivo e produção de alimentos, voltada principalmente para o consumo humano. No entanto, a agricultura pode ser praticada de diversos tipos diferentes.

Quais são os principais tipos de agricultura?

Os tipos de agricultura correspondem às inúmeras maneiras de produzir e cultivar alimentos. Eles variam de acordo com as características do ambiente escolhido para se realizar essa atividade, como condições climáticas, relevo, topografia, composição do solo e demanda de produção existente na região. Como exemplo dos principais tipos, destacam-se:

  1. Agricultura de subsistência ou familiar: pequenas propriedades rurais onde sua produção é voltada para o próprio consumo;
  2. Agricultura comercial ou moderna: grandes propriedades mecanizadas e voltadas para exportação;
  3. Agricultura orgânica: utiliza fertilizantes e adubos naturais e promove o uso sustentável do solo;
  4. Agricultura biodinâmica: procura manter uma produção correspondente a sua área cultivada, clima, ciclos e espécies;
  5. Agricultura regenerativa: recupera solos empobrecidos enquanto produz alimentos.

Mas, qual a agricultura mais praticada no Brasil? Por ser um dos principais exportadores de commodities agrícolas no mundo, o Brasil prioriza a agricultura comercial.

Quando surgiu a agricultura no Brasil?

Quais são os tipos de agricultura tradicional
Cultura de cana-de-açúcar. Imagem de José Reynaldo da Fonseca em Wikimedia Commons

A agricultura no Brasil data-se décadas antes da chegada de Portugal. Os povos indígenas nativos já praticavam a pesca, caça e cultivo de mandioca, milho e batata-doce, além de desfrutar de recursos marítimos e fluviais. Porém, com a chegada dos portugueses, a prática da agricultura expandiu, com o objetivo de crescimento econômico após o declínio da exploração do pau-brasil. 

Em meados do século XVI, Portugal decidiu colonizar e explorar o país com a finalidade de povoar e garantir a posse do território. Nesse contexto, foram criadas as capitanias hereditárias, que começaram a viver dos próprios recursos. 

Com isso, a plantação de cana-de-açúcar começou a aumentar para o crescimento econômico das capitanias, que exportavam açúcar com grande valor comercial para a Europa. Dessa forma, grandes monoculturas de cana-de-açúcar foram implantadas no Brasil e seu plantio foi considerado o primeiro ciclo econômico brasileiro ligado à agricultura.

De modo geral, a agricultura no Brasil se desenvolveu com a finalidade de produzir poucas culturas de grande valor comercial, atrelando a economia com o seu desenvolvimento.

O que são sistemas agrícolas?

Quais são os tipos de agricultura tradicional
Imagem de Randy Fath no Unsplash

Sistemas agrícolas são classificações utilizadas para a produção agrícola e pecuária. Pode-se dizer que existem sistemas intensivos e extensivos, que se distinguem a partir do tamanho da área cultivada e do índice de extração alcançado.

A agricultura intensiva corresponde à prática agrícola com altos índices de extração e capital investido. Ela caracteriza-se pelo uso de diversas tecnologias nos meios produtivos como maquinários, tratores e arados mecanizados. Além disso, a agricultura intensiva utiliza grandes quantidades de fertilizantes e agrotóxicos para ampliar o uso da área. Técnicas agrícolas como rotação de cultura também são empregadas.

Por outro lado, a agricultura extensiva caracteriza-se pela utilização de pouca mão de obra e capital investido, diminuindo a utilização de tecnologias, fertilizantes e agrotóxicos. Assim, o rendimento de sua terra depende da qualidade natural do solo, clima e disponibilidade de água. 

Qual é a importância da agricultura?

Considerado um setor essencial na economia, a agricultura brasileira é uma das áreas que mais contribui para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A produção da agricultura comercial, marcada por grandes propriedades rurais e alta tecnologia, é responsável pela exportação de commodities agrícolas para outros países. 

Já a agricultura familiar, caracterizada pela mão de obra manual, é responsável por 70% de todos os alimentos consumidos dentro do País, garantindo segurança alimentar e nutricional para a população. Além disso, sua função como gerador de empregos e renda é muito importante para a economia do meio rural.

Qual o melhor tipo de solo para a agricultura?

O solo é o material localizado na superfície do planeta, formado pela ação do intemperismo e da pedogênese. Devido às diversas condições climáticas encontradas ao redor da Terra, os solos também variam em diversos aspectos e tipos.

No geral, um solo propício para a agricultura é aquele rico em minerais, como nitrogênio, fósforo e potássio. Para uma fertilidade constante, também é necessário a presença de comunidades microbianas, que estabelecem uma relação importante de simbiose, em que as comunidades auxiliam na saúde e crescimento nas plantas em troca de nutrientes.

Como a agricultura pode impactar o meio ambiente?

Embora a agricultura seja essencial para a vida humana no planeta, a prática, principalmente intensiva, pode colaborar para a intensificação das mudanças climáticas. 

Queimadas

A queima da vegetação local para plantio aumenta a produção de CO2 e outros poluentes da atmosfera. Além disso, o desmatamento causado pelas queimadas pode causar a perda da fauna e flora local, fragmentando habitats e contribuindo para a migração de alguns animais.

Poluição do ar

O metano (CH4), um dos principais gases responsáveis pelas mudanças climáticas, é um poluente resultante da plantação de arroz e criação de gado, com um potencial de aquecimento 20 vezes superior ao de dióxido de carbono (CO2). De acordo com um artigo da revista Economia & Tecnologia, a área para cultivo de arroz é prevista a ser 4,5% maior até 2030. Como consequência, a emissão de metano tende a crescer, trazendo prejuízos para o meio ambiente.

Com o uso de fertilizantes nitrogenados, a emissão de óxido nitroso (N2O) também tende a crescer. Esse gás é outra fonte de emissão de gases do efeito estufa, sendo, também, responsável pela produção de ácido nítrico e amônia, contribuintes da chuva ácida e acidificação de solos.

Além disso, é relevante citar todo o processo de produção até as mãos do consumidor. Nele, acontecem muitas emissões de gases poluentes, devido ao uso de energias não renováveis para a produção, embalagem, conservação e transporte do alimento.

Pesticidas

O uso de pesticidas deve-se, principalmente, a suas propriedades de combate a pragas e doenças nas plantas. No entanto, todos eles possuem algum nível de toxicidade, que podem ser prejudiciais para a saúde humana.

Além disso, alguns pesticidas têm um alto potencial poluidor, como no caso dos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), substâncias altamente tóxicas e resistentes. Assim, dependendo de sua composição, eles podem contaminar solos, lençóis freáticos e a atmosfera.

Uso da água

Um dos principais problemas referentes à agricultura é o manejo inadequado da água. Devido ao seu uso excessivo, os níveis dos lençóis freáticos diminuem, o que aumenta o custo da extração de água. Em águas costeiras, seu uso exagerado pode acarretar na contaminação de água salgada nos aquíferos, inviabilizando seu uso para irrigação e consumo humano.

O mau uso da irrigação também pode contribuir para alagamentos, prejudicando o crescimento das plantas e composição química do solo.  

No caso da poluição das águas, destaca-se o uso de fertilizantes nitrogenados que, quando a concentração de nitrogênio excede a capacidade de absorção das plantas, o nitrato é levado para as águas subterrâneas e superficiais. Esse fenômeno contribui para a eutrofização de lagos e rios, modificando o ecossistema aquático.

Uso do solo

Outro desafio relevante é o uso intensificado do solo, que pode resultar na degradação, uma das maiores ameaças para a segurança alimentar. Ela é principalmente causada por processos naturais que são intensificados pela ação humana, como intemperismo e salinização. 

Porém, processos artificiais também podem contribuir para a degradação, como a contaminação química pelo uso exagerado de fertilizantes, agrotóxicos e pesticidas, que resultam na improdutividade e infertilidade do solo.

Para a agricultura em áreas íngremes, o uso da terra sofre grande pressão ambiental, já que essas regiões são mais propícias a sofrerem erosão se não forem manejadas de forma adequada. Entretanto, essa prática tende a aumentar, devido ao crescimento populacional e a falta de áreas planas para cultivo, principalmente no sudeste da Ásia.

Como diminuir os impactos da agricultura?

Com o aumento da agricultura comercial, é importante desenvolver técnicas que diminuam seus impactos ambientais para o uso sustentável dos recursos naturais terrestres. Dessa forma, a agricultura sustentável entra como uma alternativa para reduzir tais impactos. Dentre eles, destacam-se:

  • Gestão eficiente de recursos hídricos nos sistemas de irrigação;
  • Uso de energias renováveis;
  • Práticas orgânicas;
  • Sequestro de carbono no solo;
  • Reflorestamento;
  • Criação de políticas públicas ambientais;
  • Incentivo à agricultura familiar.

Quantos são os tipos de agricultura?

Tipos de Agricultura.
Agricultura de Subsistência. Também chamada de “agricultura tradicional”, a agricultura de subsistência é marcada por uma economia agrícola fechada, de autoconsumo. ... .
Agricultura Orgânica (Biológica) ... .
Agricultura Comercial. ... .
Permacultura..

O que é chamada agricultura tradicional?

A agricultura tradicional, ou agricultura de subsistência, foi a principal forma de se cultivar plantas ao longo de milhares de anos, bem como pode ainda ser observada em pequenas propriedades, em que a produção atende o consumo próprio daqueles que plantam ou é destinada ao consumo da comunidade local.

Quais são os dois tipos de agricultura?

Quais são os tipos de agricultura praticadas no Brasil?.
Agricultura Intensiva: prática agrícola em áreas de grande extensão, destinada à exportação. ... .
Agricultura Extensiva: prática agrícola com pouco investimento de capital..