Janieri de Sousa Oliveira, Maria de Lourdes da Rocha, Concei��o Elane Trabalho desenvolvido sob a orienta��o do Professor Vicente Martins (Universidade
Estadual Vale do Acara�, Sobral, Estado do Cear�, Brasil) Publicado no Psicologia.pt a: 2008-02-04 | Idioma: Portugu�s do Brasil | Palavras-chave: A- A
A+ A linguagem das crian�as intriga ling�istas e estudiosos do assunto. Sendo assim crian�as do s�culo XII, por exemplo, apesar de crian�as como as de hoje n�o brincavam com os mesmos brinquedos, nem sentiam, nem pensavam, nem se vestiam como as crian�as de hoje. E, certamente as crian�as deste s�culo ter�o caracter�sticas muito diferentes das de hoje. � interessante que assim surge um questionamento: se as crian�as de antigamente eram diferentes das de hoje certamente as de amanh� tamb�m
ser�o. Por que � ent�o interessante estudar a inf�ncia se esta muda? Na tentativa de responder a essa quest�o surgiram muitas teorias. Segundo Maingueneau �a aquisi��o da linguagem tenta explicar entre outras coisas o fato de as crian�as, por volta dos 3 anos, serem capazes de fazer o uso produtivo - de suas l�nguas�. Com base nisso tentarei aqui expor alguns pontos importantes de aquisi��o da linguagem pela crian�a. Desde pequenos j� existe a comunica��o, mas esta n�o �
feita por meio oral. A linguagem � um sistema de s�mbolos culturais internalizados, e � utilizada com o fim �ltimo de comunica��o social. Assim como no caso da intelig�ncia e do pensamento, o seu desenvolvimento passa tamb�m por per�odos at� que a crian�a chegue a utiliza��o de frases e m�ltiplas palavras. Ao nascer, a crian�a n�o entende o que lhe � dito. Somente aos poucos come�a a atribuir um sentido ao que escuta. Do mesmo modo acontece com a produ��o da linguagem falada. O
entendimento e a produ��o da linguagem falada evoluem. Existem diferentes tipos de linguagem: a corporal, a falada, a escrita e a gr�fica. Para se comunicar a crian�a utiliza, tanto a linguagem corporal ( m�mica, gestos, etc.) como a linguagem falada. L�gico que ela ainda n�o fala, mas j� produz linguagem. Vamos ver como! O desenvolvimento da linguagem se divide em dois est�dios: pr� � ling��stico, quando o beb� usa de modo comunicativo os sons, sem palavras ou gram�tica; e
o ling��stico, quando usa palavras. No est�dio pr� � ling��stico a crian�a, de princ�pio, usa o choro para se comunicar, podendo ser rica em express�o emocional. Logo ao nascer este choro ainda � indiferenciado, porque nem a m�e sabe o que ele significa, mas aos poucos come�a a ficar cheio de significados e � poss�vel, pelo menos para a m�e, saber se o beb� est� chorando de fome, de c�lica, por estar se sentindo desconfort�vel, por querer colo etc. � importante ressaltar que
� a rela��o do beb� com sua m�e, ou com a pessoa que cuida dele, que lhe d� elementos para compreender seu choro. Al�m do choro, a crian�a come�a a produzir o arrulho, que � a emiss�o de um som gutural, que sai da garganta, que se assemelha ao arrulho dos pombos. O balbucio ocorre de repente, por volta dos 6-10 meses, e caracteriza � se pela produ��o e repeti��o de sons de consoantes e vogais como �ma � ma � ma � ma�, que muitas vezes � confundido com a primeira palavra do beb�. No desenvolvimento da linguagem, os beb�s come�am imitando casualmente os sons que ouvem, atrav�s da ecolalia. Por exemplo: os beb�s repetem repetidas vezes os sons como o �da � da � da�, ou �ma � ma � ma � ma�. Por isso as crian�as que tem problema de audi��o, n�o evoluem para al�m do balbucio, j� que n�o s�o capazes de escutar. Por volta dos 10 meses, os beb�s imitam deliberadamente os sons que ouvem, deixando clara a import�ncia da estimula��o externa para o desenvolvimento da linguagem. Ao final do primeiro ano, o beb� j� tem certa no��o de comunica��o, uma id�ia de refer�ncia e um conjunto de sinais para se comunicar com aqueles que cuidam dele. O est�dio ling��stico est� pronto para se estabelecer. Sendo assim, contando com a matura��o do aparelho fonador da crian�a e da sua aprendizagem anterior, ela come�a a dizer suas primeiras palavras. A fala ling��stica se inicia geralmente no final do segundo ano, quando a crian�a pronuncia a mesma combina��o de sons para se referir a uma pessoa, um objeto, um animal ou um acontecimento. Por exemplo, se a crian�a disser apo quando vir a �gua na mamadeira, no copo, na torneira, no banheiro etc., podemos afirmar que ela j� esta falando por meio de palavras. Espera � se que aos 18 meses a crian�a j� tenha um vocabul�rio de aproximadamente 50 palavras, no entanto ainda apresenta caracter�sticas da fala pr� � ling��stica e n�o revela frustra��o se n�o for compreendida. Na fase inicial da fala ling��stica a crian�a costuma dizer uma �nica palavra, atribuindo a ela no entanto o valor de frase. Por exemplo, diz ua, apontando para porta de casa, expressando um pensamento completo; eu quero ir pra rua. Essas palavras com valor de frases s�o chamadas hol�frases. A partir daqui acontece uma �explos�o de nomes�, e o vocabul�rio cresce muito. Aos 2 anos espera � se que as crian�as sejam capazes de utilizar um vocabul�rio de mais de cem palavras. Entre os 2 e 3 anos as crian�as come�am a adquirir os primeiros fundamentos de sintaxe, come�ando assim a se preocupar com as regras gramaticais. Usam, para tanto, o que chamamos de super � regulariza��o, que � uma aplica��o das regras gramaticais a todos os casos, sem considerar as exce��es. � por isso que a crian�a quer comprar �p�es�, traze � los nas �m�es�. Aos 6 anos a crian�a fala utilizando frases longas, tentando utilizar corretamente as normas gramaticais. Chomsky defende a id�ia de que a estrutura da linguagem �, em grande parte, especificada biologicamente (nativista). Skinner afirma que a linguagem � aprendida inteiramente por meio de experi�ncia (empirista). Piaget consegue chegar mais perto de uma compreens�o do desenvolvimento da linguagem que atenda melhor a realidade observada. Segundo ele tanto o biol�gico quanto as intera��es com o mundo social s�o importantes para o desenvolvimento da linguagem (interacionista). Dentro da �ptica interacionista, da qual Piaget � adepto, o aparecimento da linguagem seria decorr�ncia de algumas das aquisi��es do per�odo sens�rio � motor, j� que ela adquiriu a capacidade de simbolizar ao final daquele est�dio de desenvolvimento da intelig�ncia. Soma � se a isso a capacidade imitativa da crian�a. As primeiras palavras s�o intimamente relacionadas com os desejos me a��es da crian�a. O egocentrismo da crian�a pr� � operat�rio tamb�m se faz presente na linguagem que ela exibi. Desse modo, ela usa frequentemente a fala egoc�ntrica, ou privada, na qual fala sem nenhuma inten��o muita clara de realmente se comunicar com o outro, centrada em sua pr�pria atividade. � como se a crian�a falasse em voz alta para si mesma. Contudo ela tamb�m usa a linguagem socializada, que tem como objetivo se fazer entendida pelo interlocutor. J� de acordo com Vygostisky �n�o basta apenas que a crian�a esteja �exposta� � intera��o social, ela deve estar �pronta�, no que se refere � matura��o, desenvolver o (s) est�gio (s) para compreender o que a sociedade tem para lhe transmitir:
Para fazer uma s�ntese do que torna f�cil ou dif�cil de aprender para a crian�a, apresentamos o quadro abaixo:
Ap�s essas considera��es esperamos ter ajudado a compreender um pouco mais da complexidade que � o mundo da fala infantil. CONCLUS�O: Seria importante apenas ressaltar o quanto os estudos contribu�ram para as diferentes contribui��es no �mbito dos estudos da fala infantil. O quanto as crian�as conseguem antes mesmo de 1 ano transmitir a no��o de fala. Bem como todo o processo vivido por ela no intervalo de tempo de zero a 6 anos. � digno de nota as id�ias de Chomsky, Piaget e Skinner, bem como Vygostisky que muito contribu�ram para o aperfei�oamento de nosso estudo. Esperamos que o referido artigo possa contribuir para aprofundamento de estudos nesse assunto. REFER�NCIAS BIBLIOGR�FICAS: SAMPAIO, F�tima Silva. Linguagem na Educa��o Infantil. Fortaleza, SEDUC, 2003 pp. 12 � 18. FARIAS, Maria C�lvia Queiroz. Linguagem na Educa��o Infantil. Fortaleza, SEDUC, 2003 pp. 12 � 18. FROTA, Ana Maria Monte Coelho. Forma��o de educadores infantis Desenvolvimento Infantil: a crian�a de 0 a 6 anos. IMEPH pp. 19 � 21. DEL R�, Alessandra. Aquisi��o da Linguagem. S�o Paulo, 2006. pp. 13 � 44. Quais são os quatro estádios de conhecimento de uma palavra?O DESENVOLVIMENTO DO VOCABULÁRIO 1 Quais são os quatro estádios de conhecimento de uma palavra? 1. Não ter ideia nenhuma sobre uma palavra; Ter ouvido uma palavra, mas não saber o seu significado; Reconhecer a palavra, num contexto específico; e Perceber o significado da palavra em vários contextos.
Quais são as dimensões da profundidade do vocabulário o que caracteriza o conhecimento sobre as palavras?Quais são as dimensões da profundidade do vocabulário, que caracterizam o conhecimento sobre as palavras? Incrementalidade, Interrelação e Heterogeneidade. Polissemia e Multidimensionalidade. As opções a e b são corretas.
Qual dessas afirmações não é verdadeira a aprendizagem de palavras ocorre em pequenos espaços?Resposta: O conhecimento de palavras só inclui a forma escrita.
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