Quais são os principais desafios que se apresentam para a organização do sistema de saúde?

Resumo

A gestão do trabalho em saúde é considerada uma política estratégica, na qual pressupõe que a valorização do trabalhador, as relações de trabalho e suas implicações são dinâmicas centrais para consolidar o Sistema Único de Saúde (FRIGOTTO, 2018). O estudo buscou conhecer os principais problemas relacionados a área de gestão do trabalho em saúde que mais afligem as secretarias municipais e estaduais da região Sudeste do Brasil. Trata-se de uma pesquisa documental, com abordagem qualitativa. O estudo tem caráter descritivo e é proveniente da pesquisa “Gestão do Trabalho em Saúde: em busca do cálice não tão perdido”, promovida pelo Observatório de Recursos Humanos em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Para a análise dos dados utilizou-se a análise temática de conteúdo proposta por Minayo (2013). Os principais problemas que afligem a gestão do trabalho nas secretarias municipais e estaduais de saúde da região Sudeste estão relacionados a área de “Saúde do Trabalhador (36%); “Gestão do Processo de Trabalho (28%); Humanização em Saúde (16%); Outros (20%),”. Apesar dos esforços na área da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, alguns aspectos, a exemplo das problemáticas aqui elencadas, ainda precisam ser consolidadas, demandando avanços e ajustes significativos nas instituições de saúde e devem ganhar destaques nas agendas governamentais de saúde.

Introdução

A gestão do trabalho em saúde é considerada uma política estratégica, na qual pressupõe que a valorização do trabalhador, as relações de trabalho e suas implicações são dinâmicas centrais para implementar e consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS) (FRIGOTTO, 2018). Em que pese os avanços desta área, advindas e fortalecidas pela criação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde, na busca de se mobilizar as ações gerenciais no campo do trabalho, ainda configura-se como uma área desafiadora e complexa, na qual vem enfrentamento desafios oriundos da reestruturação produtiva e das novas exigências no campo do trabalho (MARQUES, 2013). Assim, conhecer e discutir os desafios que abarcam esta área se faz relevante, uma vez que novos caminhos e rearranjos podem ser planejados e (re)direcionados, na busca de se fortalecer a gestão do trabalho como um importante política estruturante da gestão em saúde.

Objetivos

Conhecer os principais problemas relacionados a área de gestão do trabalho em saúde que mais afligem as secretarias municipais e estaduais da região Sudeste do Brasil.

Metodologia

Trata-se de uma pesquisa documental, com abordagem qualitativa. O estudo tem caráter descritivo e é proveniente da pesquisa “Gestão do Trabalho em Saúde: em busca do cálice não tão perdido”, promovida pelo Observatório de Recursos Humanos em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os documentos investigados foram os Projetos de Intervenção, resultantes dos trabalhos de conclusão do curso (TCC) de Especialização em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde para a região Sudeste, promovida pela UFRN em parceria com o Ministério da Saúde. Foram selecionados os trabalhos que abordavam os problemas da área de gestão do trabalho nas secretarias municipais e estaduais de saúde da região Sudeste do Brasil. Para a análise dos dados utilizou-se a análise temática de conteúdo proposta por Minayo (2013). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes-UFRN Resultados e Discussão Foram analisados 175 projetos de intervenção direcionados a área de gestão do trabalho em saúde, destes 70% correspondem ao âmbito municipal e 30% do âmbito estadual. Os principais problemas que afligem a gestão do trabalho nas secretarias municipais e estaduais de saúde da região Sudeste, preponderou-se os problemas relacionados a área de “Saúde do Trabalhador (36%); “Gestão do Processo de Trabalho (28%); Humanização em Saúde (16%); Outros (20%),”. Os problemas que abarcam a área de saúde do trabalhador estão relacionados a carência de ações direcionadas a saúde dos trabalhadores; ausência da implantação de uma Política de Saúde do Trabalhador, bem como o alto índice de absenteísmo nas instituições de saúde. Quanto as dificuldades relacionadas ao processo de trabalho, observou-se a fragilidade na condução e organização do processo de trabalho nos serviços de saúde. No que tange aos problemas relacionados à humanização, evidenciou-se a necessidade de se reestruturar a prática do acolhimento. Estudam mostram que essas problemáticas trazem prejuízos para a qualidade/efetividade das ações em saúde, bem como contribui para o aparecimento da desmotivação do trabalhador (MENEZES, 2010).

Conclusões / Considerações finais

Os achados dessa pesquisa trazem à tona os desafios diários que se apresentam aos gestores municipais e estaduais de saúde na condução da gestão do trabalho em saúde. Tais desafios, impactam e geram consequências diretas para os usuários, profissionais e ao próprio sistema público de saúde. Ademais, embora os avanços da área da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde tenham se constituídos como importante iniciativa, alguns aspectos, a exemplo das problemáticas aqui elencadas, ainda precisam ser consolidadas, demandando esforços e ajustes significativos nas instituições de saúde e devem ganhar destaques nas agendas governamentais para uma efetiva condução da gestão do trabalho e do funcionamento do SUS.

Referências

FRIGOTTO, Vânia et al. Gestão do trabalho em saúde: uma análise a partir do PMAQ-AB na macrorregião Oeste do Paraná. 2018. Tese de Doutorado. MARQUES, Ana Paula Pereira. Reestruturação produtiva e recomposições do trabalho e emprego: um périplo pelas" novas" formas de desigualdade social. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, n. 6, 2013, p. 1545-1554. MENESES, Érika Silva. Processo de trabalho em saúde: uma análise das condições de trabalho dos assistentes sociais no âmbito hospitalar. 2010. 166 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social, Formação Profissional, Trabalho e Proteção Social; Serviço Social, Cultura e Relações) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.

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