A higienização das mãos é um assunto sempre abordado e que está presente nos meios de discussão sobre saúde, contaminação e transmissão de doenças. Ela é conhecida como uma das medidas primárias de prevenção de contaminações gerais e no controle de infecções relacionadas à assistência à saude (IRAS). Mas por que um assunto tão falado repetidas vezes com inúmeros estudos ainda se perpetua no meio? Qual a importância de se higienizar as mãos? Como toda essa discussão sobre assunto teve origem? As mãos realmente tem todo esse potencial para transmissão de patógenos? Show
Para entendermos melhor a relação entre contaminação e higienização das mãos faz-se necessário conhecermos o conceito de microbiota transitória, residente e infecciosa. Podemos caracterizar a microbiota residente como a aquela que está aderida às camadas mais profundas da pele, é mais resistente à remoção apenas com água e sabão. Os micro-organismos que compõem esta microbiota são agentes menos prováveis de infecções veiculadas por contato. Já a microbiota transitóriacoloniza a camada superficial da pele, sobrevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização simples das mãos com água e sabão, por meio de fricção mecânica. A microbiota transitória consiste de micro-organismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus, que raramente se multiplicam na pele. No entanto, alguns deles podem provocar infecções relacionadas à assistência à saúde. E ainda temos a microbiota infecciosa onde incluímos nesse grupo micro-organismos de patogenicidade comprovada, que causam infecções específicas como abscessos, paroníquia ou eczema infectado das mãos. As espécies mais frequentemente encontradas são Staphylococcus aureus e estreptococos beta-hemolíticos. Mesmo com a história de Semmelweis sendo da metade do século XIX, conhecendo as microbiotas, por que o índice de contaminação via mãos continua tão grande? Essa resposta é simples, a adesão e a forma correta de ser realizada! Em vários estudos realizados com profissionais de saúde e com a população geral vêm demonstrando que embora se tenha o conhecimento da importância, a adesão ainda é baixa. Muitos em seu dia-a-dia não fazem corretamente e nos momentos oportunos, de forma que hoje as infeções ceifam vidas de milhares de pessoas e podem ser prevenidas muitas vezes com ações simples e constantes, tanto no âmbito geral e principalmente no âmbito clínico-hospitalar. Assim sendo, a ANVISA, órgão máximo de regulação em saúde, recomenda que a higienização das mãos para a população em geral deve ser:
Para os profissionais de saúde além das recomendações acima citadas a higienização simples das mãos deve ser realizada:
Vale ressaltar que, tanto a para a população em geral quanto para os profissionais de saúde, a lavagem de mãos pode ser substituída por álcool gel ou glicerinado. Essas soluções alcoólicas deve estar entre 60 e 80%, para que haja uma ação mais efetiva e que concentrações mais altas são menos potentes, pois as proteínas não se desnaturam com facilidade na ausência de água. E como deve ser realizada a higienização das mãos? Veja abaixo o cartaz da ANVISA, mostrando a correta técnica de higienização: Assim faz-se necessário sempre um contínuo trabalho de conscientização da importância da higienização das mãos, um trabalho de educação contínuo e árduo com a população geral e ainda mais entre os profissionais da saúde. Não há justificativa que algo que já está concretizado há mais de século ainda não foi completamente implementado e usado rotineiramente. Lavar mãos pode salvar vidas. Você já lavou as suas mãos hoje? Entre em contato com nossa equipe e conheça as ações educacionais da Neoprospecta para aumentar a adesão à higienização das mãos em hospitais e clínicas.
Sobre o autor: Jonatam Rodrigo Crispim Rocha. Biomédico graduado pela Universidade Paulista, com período de intercambio na University of Eastern Finland como pesquisador pelo CNPq, pós graduando em MBA auditoria em Serviços de Saúde pela Estácio, atualmente gerente de qualidade e responsável técnico da Diagnóstica Catarinense. Quais são os microrganismos presentes na superfície da pele e que podem ser facilmente removíveis através de uma boa lavagem das mãos?Por estar presente na superfície, é facilmente removível pela lavagem com água e sabão. Dos microrganismos encontrados na pele, o Staphylococcus epidermidis é o que possui maior incidência (85% a 100%).
Quais são os microrganismos presentes na superfície da pele?Apesar de tudo isto, a pele aloja a sua própria microbiota específica, que inclui bactérias (Cutibacterium acnes, Staphylococcus epidermidis, etc.), fungos (por exemplo Malassezia), vírus (por exemplo, papilomavírus) e parasitas (incluindo ácaros, como Demodex).
Qual é o tipo de bactéria encontrada nas mãos?Resultados: Dentre os 52 microrganismos isolados e identificados, a bactéria de maior prevalência foi o Staphylococcus aureus (44%), seguida de Staphylococcus sp. (33%) e Escherichia coli (15%). As outras bactérias identificadas foram Pseudomonas aeruginosa, Shigella sp. e Enterobacter aerogenes.
Qual é o método de higienização para redução de microrganismos na pele?Uso de antissépticos:
Estes produtos associam detergentes com antissépticos e se destinam à higienização antisséptica das mãos e degermação da pele. Devem ser utilizados nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes e nos casos de surtos.
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