Quais são as características qualitativas das informações contábeis?

A Contabilidade busca, por meio da apreens�o, quantifica��o, classifica��o, registro, eventual sumariza��o, demonstra��o, an�lise e relato das muta��es sofridas pelo patrim�nio da entidade particularizada, a gera��o de informa��es quantitativa e qualitativa sobre ela, expressa tanto em termos f�sicos quanto monet�rios.

As informa��es geradas pela Contabilidade devem propiciar aos seus usu�rios base segura para as suas decis�es, pela compreens�o do estado em que se encontra a entidade, seu desempenho, sua evolu��o, riscos e oportunidades que oferece.

A informa��o cont�bil se expressa por diferentes meios, como demonstra��es cont�beis, escritura��o ou registros permanentes e sistem�ticos, documentos, livros, planilhas, notas explicativas, pareceres, laudos, diagn�sticos ou quaisquer outros utilizados no exerc�cio profissional ou previstos em legisla��o.

Os usu�rios s�o pessoas f�sicas ou jur�dicas com interesse na entidade, que se utilizam �s informa��es cont�beis dela para seus pr�prios fins, de forma permanente ou transit�ria. Eles podem ser, entre outros, os integrantes do mercado de capitais, investidores, presentes ou potenciais, fornecedores e demais credores, clientes, financiadores de qualquer natureza, autoridades governamentais de diversos n�veis, meios de comunica��o, entidades (como associa��es e sindicatos), empregados, controladores, acionistas ou s�cios, administradores da pr�pria entidade, al�m do p�blico em geral.

A informa��o cont�bil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e eq�itativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns de um grande n�mero de diferentes usu�rios, n�o podendo privilegiar deliberadamente nenhum deles, considerado o fato de que os interesses destes nem sempre s�o coincidentes.

A informa��o cont�bil, em especial aquela contida nas demonstra��es cont�beis, notadamente as previstas em legisla��o, deve propiciar revela��o suficiente sobre a entidade, de modo a facilitar a concretiza��o dos prop�sitos do usu�rio, revestindo-se de atributos, entre os quais s�o indispens�veis os seguintes:

a) confiabilidade - atributo que faz com que o usu�rio aceite a informa��o cont�bil e a utilize como base de decis�es, configurando, pois, elemento essencial na rela��o entre aquele e a pr�pria informa��o;

b) tempestividade - refere-se ao fato de que a informa��o cont�bil deve chegar ao conhecimento do usu�rio em tempo h�bil, a fim de que este possa utiliz�-la para seus fins;

c) compreensibilidade - presume que o usu�rio disponha de conhecimentos de Contabilidade e dos neg�cios e atividades da entidade, em n�vel que o habilite ao entendimento das informa��es colocadas � sua disposi��o, desde que se proponha analis�-las pelo tempo e com a profundidade necess�rios; e

d) comparabilidade - deve possibilitar ao usu�rio o conhecimento da evolu��o entre determinada informa��o ao longo do tempo, numa mesma entidade ou em diversas entidades, ou a situa��o destas num momento dado, com vistas a possibilitar o conhecimento das suas posi��es relativas.

Para que as informações financeiras sejam úteis, elas precisam ser relevantes e representar fidedignamente aquilo que pretendem representar. A Estrutura Conceitual compreende várias características qualitativas que melhoram a utilidade da informação.

A Estrutura Conceitual apresenta dois tipos de características qualitativas: as fundamentais e as de melhoria.

Características qualitativas e fundamentais

 
As características qualitativas fundamentais são a relevância e a representação fidedigna.

Relevância

 
A informação financeira, para ser considerada relevante, tem que ser capaz de fazer a diferença em decisões que possam ser tomadas pelos usuários das demonstrações contábeis. Normalmente, uma informação faz a diferença nas decisões quando tem um valor preditivo ou confirmatório, ou ambos. Ou seja, o valor preditivo consiste em utilizar a informação contábil para projetar cenários futuros e, assim, tomar decisões mais precisas. Já o valor confirmatório consiste no fato de a informação servir de feedback em avaliações prévias, confirmando-as ou alterando-as.

Materialidade

 
A materialidade será abordada nesta seção, porque se trata de um aspecto da relevância. A informação é considerada material se sua omissão ou divulgação distorcida ou obscura tiver o poder de influenciar, razoavelmente, as decisões que os principais usuários tomam com base nessa informação.

Representação fidedigna

 
A representação fidedigna corresponde à representação justa e verdadeira da situação patrimonial e financeira das entidades. De acordo com a Estrutura Conceitual, os relatórios financeiros representam um fenômeno econômico em palavras e números. A informação financeira deve não apenas representar um fenômeno relevante, mas também representá-lo de maneira fidedigna a essência do fenômeno.

Para se ter uma representação fidedigna, são necessários três atributos: (a) que seja completa; (b) que seja neutra; e (c) isenta de erros.

A Estrutura Conceitual menciona que o objetivo da representação fidedigna é maximizar ao máximo possível esses três atributos.

Informação completa

 
Deve-se, portanto, fornecer ao usuário um retrato completo da realidade econômica. Para isso, toda informação, descrição e explicação que sejam necessárias para tornar o retrato completo devem ser fornecidas.

Neutralidade

 
Em relação à neutralidade, sua representação deve ser livre de viés, ou seja, não deve ser tendenciosa na seleção ou na apresentação de informações financeiras. Portanto, é fundamental que não se dê mais ênfase a este ou aquele elemento e que não se realize nenhum tipo de manipulação. Caso contrário, a informação contábil chegará distorcida ao usuário, e isso aumenta a probabilidade de a informação contábil ser recebida por eles de modo favorável ou desfavorável.

Dois aspectos muito importantes são trazidos pelo pronunciamento, que reproduzimos a seguir:

“2.16 A neutralidade é apoiada pelo exercício da prudência. Prudência é o exercício de cautela ao fazer julgamentos sob condições de incerteza. O exercício de prudência significa que ativos e receitas não estão superavaliados e passivos e despesas não estão subavaliados. Da mesma forma, o exercício de prudência não permite a subavaliação de ativos ou receitas ou a superavaliação de passivos ou despesas. Essas divulgações distorcidas podem levar à superavaliação ou subavaliação de receitas ou despesas em períodos futuros.

2.17 O exercício de prudência não implica necessidade de assimetria, por exemplo, a necessidade sistemática de evidência mais convincente para dar suporte ao reconhecimento de ativos ou receitas do que ao reconhecimento de passivos ou despesas. Essa assimetria não é característica qualitativa de informações financeiras úteis. Não obstante, determinados pronunciamentos podem conter requisitos assimétricos se isso for consequência de decisões que se destinam a selecionar as informações mais relevantes que representam fidedignamente o que pretendem representar.”

Resta claro que o pronunciamento invoca a prudência como cautela diante de incertezas de julgamentos, diferentemente de como tratávamos antes das normas do CPC, utilizando-a de uma forma que acabava distorcendo a realidade econômica da entidade, uma vez que, sempre que se apresentavam alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alteravam o patrimônio líquido, adotávamos o menor valor para os componentes do ativo e o maior para os do passivo.

Livre de erros

 
Uma informação financeira livre de erros significa que não há erros ou omissões no fenômeno retratado, e que o processo utilizado, para produzir a informação reportada, foi selecionado e aplicado livre de erros. Contudo, isso não significa algo perfeitamente exato em todos os aspectos.

Por exemplo, a Estrutura Conceitual comenta sobre a estimativa de preço ou valor não observável; estes não podem ser qualificados como algo exato ou inexato, no entanto, a representação dessa estimativa pode ser considerada fidedigna se o montante for descrito clara e precisamente como uma estimativa, se a natureza e as limitações do processo forem devidamente reveladas e nenhum erro tiver sido cometido na seleção e aplicação do processo apropriado para o desenvolvimento da estimativa.

A forma de aplicação das características qualitativas fundamentais deve seguir um processo:

  • será necessário constatar o fenômeno econômico que tenha o potencial de ser útil para os usuários das informações financeiras da entidade que reporta;
  • reconhecer o tipo de informação sobre o fenômeno que seria mais relevante; e
  • determinar se a informação está à disposição e representa de forma fidedigna o fenômeno econômico.

Realizadas essas etapas, o processo de satisfazer as características qualitativas fundamentais chega ao fim. Caso contrário, deverá ser repetido a partir do próximo tipo de informação mais relevante.

Quais são as características qualitativas das informações contábeis?

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Tags: Contabilidade, Contabilidade Avançada, CPC, Estrutura conceitual, Informações financeiras, Informações financeiras úteis

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Quais são as características qualitativas da informação contábil?

Características qualitativas de melhoria são quatro: Comparabilidade, Capacidade de verificação, Tempestividade e Compreensibilidade.

Quais são as 6 características qualitativas da informação contábil?

Atributos como relevância, fidedignidade, comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade devem fazer parte do processo de reflexão e julgamento desse profissinal sobre a utilidade da informação contábil, em seu cotidiano.

Quais são as características das informações contábeis?

A informação contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e eqüitativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns de um grande número de diferentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente nenhum deles, considerado o fato de que os interesses destes nem sempre são coincidentes.

Quais são as quatro características qualitativas de melhoria das informações contábeis?

Características qualitativas de melhoria: comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade.