Quais os riscos de usar absorvente interno?

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Quais os riscos de usar absorvente interno?

Amy está alertando outras mulheres sobre os riscos do absorvente interno (Foto: Reprodução/The Sun)

Depois de passar por uma experiência traumatizante no ano passado, uma mãe britânica resolveu contar sua história para aumentar a conscientização e impedir que outras mulheres passem pela mesma situação. Amy Williams, 24 anos, de Basildon, Essex, conta que lutou contra a Síndrome do Choque Tóxico — que pode fazer com que o corpo entre em choque séptico, um caso sério de sepse, que pode causar falência de múltiplos órgãos e até a morte, se não tratada —, depois de esquecer um absorvente interno por cinco dias. “Eu tinha ouvido falar da síndrome, mas nunca pensei que fosse acontecer comigo. Eu usava absorventes internos há dez anos, mas nunca mais usarei. Quero alertar as mulheres e meninas para serem extremamente cuidadosas ao usá-los”, disse, segundo o The Sun.

A história começou em junho de 2019, quando Amy saiu à noite com o namorado Samuel Mullen, 30 anos. Ela conta que, quando foi ao banheiro trocar o absorvente interno, não conseguiu encontrar o barbante. Então, concluiu que não estava com um e resolveu colocar outro. “Eu estava muito bêbada na hora e não conseguia lembrar se já tinha um. Além disso, não consegui localizá-lo”, lembra. Depois disso, Amy continuou trocando seus absorventes internos quando necessário. Mas, cinco dias depois, ela passou a sentir um cheiro ruim. “Cheirava à morte e não era normal. Então, eu entrei no chuveiro para me lavar, mas o cheiro ainda estava lá depois que eu saí e me sequei. Eu deitei na cama e verifiquei dentro de mim. Senti algo com a unha e percebi que havia um absorvente dentro de mim. Fiquei mortificada", disse.

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O absorvente interno estava de lado e Amy levou meia hora para removê-lo — "quase desmaiando de dor", lembra. “Quando saiu, senti uma pressão avassaladora, como se fosse desmaiar. Ele estava preto. Foi nojento", conta. Depois disso, Amy sofreu com cólicas na parte inferior do abdômen. Dois dias depois, durante o trabalho, começou a sentir náuseas e foi levada às pressas para o pronto-socorro do Basildon University Hospital, já com 40 graus de febre. Ao chegar, começou a vomitar. “Eles me levaram às pressas para uma enfermaria e me deram um soro de antibiótico enquanto faziam exames de sangue. Eu disse à equipe que deixei um absorvente interno por cinco dias e eles pareciam preocupados”, disse.

Nesse ponto, os órgãos de Amy começaram a falhar e entrou em choque séptico. Pouco depois, foi diagnosticada com síndrome do choque tóxico. “O médico me disse que, se eu tivesse ido para casa naquele dia, não teria acordado. Eu fiquei apavorada. Chorei com a enfermeira e perguntei se algum dia veria meu filho de 3 anos, Archie, novamente. Ela me garantiu que eu estava em boas mãos", lembra.

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Durante os quatro dias seguintes, Amy voltou a perder a consciência enquanto seu corpo recebia antibióticos para combater a infecção. Felizmente, depois de quase uma semana no hospital, ela recebeu alta, mas continuou sendo monitorada em casa e tomou antibióticos por dez dias. Depois disso, Amy sofreu com menstruações intensas e irregulares e foi até avisada que isso poderia afetar suas chances de engravidar. Felizmente, um ano depois, ela está esperando seu segundo filho. “Não conseguia acreditar que um absorvete interno quase me matou. Nunca mais vou usar e agora só uso absorventes externos. Por favor, tenha cuidado ao usá-los”, finalizou.

Quais os riscos de usar absorvente interno?

Amy é mãe de um menino de 3 anos e está grávida novamente (Foto: Reprodução/The Sun)

PALAVRA DE ESPECIALISTA

O ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, do Hospital Sírio Libanês e Albert Einstein (SP), explica que a vagina é um ambiente com um "flora importante de bactérias". Por isso, é importante que a mulher tenha cuidado ao usar um absorvente interno, observando não somente o tempo máximo de permanência — que é de 8 horas —, como seu estado de saúde. "O sangue menstrual que sai do útero contém pedaços de tecidos celular que se desprendem da parede do útero. No entanto, ao usar o absorvente interno, esse sangue fica retido nessa região rica em bactérias. Se, por acaso, entre esse grupo de bactérias houver a presença de alguma que seja nociva ao corpo, ela vai se proliferar", diz.

"Depois de alguns dias, pode ser que ocorra uma multiplicação bacteriana muito importante, fazendo com elas entrem no útero e sigam em direção às trompas até cair na corrente sanguínea, levando, potencialmente, a uma septcemia, isto é, uma infecção generalizada. Nesse cenário, o corpo passa a ter muita dificuldade para combater a infecção e o paciente quase sempre termina na UTI", diz.

Segundo o especialista, a mulher pode, sim, utilizar tranquilamente um absorvente interno, desde que esteja saudável e nunca por um período maior do que 8 horas. "Idealmente, todo e qualquer corrimento vaginal com características diferentes — com coloração, volume e odor fortes —, devem sempre ser tratados por um médico. Não se deve usar absorvente interno se estiver com corrimento desse tipo, pois não se sabe qual bactéria está ali", finaliza.

O que o uso do absorvente interno pode causar?

Se você estiver usando absorventes internos e apresentar febre alta, dor muscular generalizada, náuseas e vômitos, pressão arterial baixa, alterações na pele como vermelhidão e erupções, procure um médico. O tratamento da SCT deve ser iniciado o mais rápido possível.

O que acontece se ficar muito tempo com absorvente interno?

O uso prolongado do absorvente interno pode causar uma doença chamada síndrome do choque tóxico (SCT). A SCT é causada pelas bactérias naturais da ppk, mas que podem se proliferar de forma acelerada quando se usa o absorvente interno por muito mais tempo do que o recomendado. A SCT é extremamente rara, mas é perigosa.

Tem como o absorvente interno entrar no útero?

Mais uma boa notícia: o absorvente interno não tem para onde ir. “A vagina tem apenas três ou quatro polegadas de profundidade, e a abertura do colo do útero é muito pequena para permitir a passagem dele”, diz Kiley. Então, ele nunca será perdido. Ainda assim, evite ao máximo esse tipo de situação.

Porque não pode dormir com absorvente interno?

É arriscado dormir com o absorvente interno Mito. De acordo com a médica, não existe contraindicação para o uso de absorventes internos durante o sono. “Apenas por uma questão de higiene, o ideal é trocá-lo no máximo a cada seis horas, dependendo do fluxo. E deve ser trocado logo ao levantar”, diz.