Em outubro de 2009, a designer Renata Reis, de 30 anos, antecipou em cerca de dois meses a aquisição de um carro novo. Em março de 2010, o bancário Maurício Madureira Ruiz, de 28, também adiantou a compra de um automóvel 0 km, o que só faria no final do ano. O estímulo que fez ambos "correrem" às concessionárias foi o mesmo do de milhões de outros brasileiros, que entre o final de 2008 e o começo de 2010 foram beneficiados pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na venda de automóveis. Show A redução do IPI para automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção está entre os incentivos ao consumo criados pelo governo brasileiro após o início da crise econômica internacional iniciada em 2008, originada no setor hipotecário dos Estados Unidos, que acabou tendo como marco a quebra do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008 – há exatos três anos. De lá para cá, uma série de movimentos internacionais continuam influenciando a vida da família brasileira, como a variação do dólar, a falta de dinheiro disponível para empréstimo nos bancos, a inflação, a baixa e alta dos juros, a retração da economia em 2009 e o alto crescimento do país em 2010. desconto (Foto: Arquivo Pessoal) Para Ruiz, por exemplo, o desconto no IPI para automóveis foi representativo, uma vez que o valor de um carro novo é alto. “Eu tive 6,5% de desconto (...). Corri para comprar justamente para ter a redução (...). Como o valor de um carro é alto, quando você consegue um desconto, ele é grande, faz diferença”, afirma. O valor do desconto dele foi de R$ 2,5 mil, disse. Para Renata, o IPI reduzido foi um incentivo a mais para a compra. “Eu já queria trocar [de carro] e aproveitei o momento”, afirmou. O G1 ouviu economistas para “traduzir” de que forma os efeitos da crise econômica
internacional influenciam no dia a dia do brasileiro. Os economistas ouvidos foram Cristina Helena Pinto de Mello e Antonio Carlos Alves dos Santos, professores da Pontifícia Univesidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Luiz Rabi, gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian, Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios e Ricardo Mollo, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Veja abaixo as explicações: Redução do crédito no mercado Alta do dólar Estímulos do governo Redução dos juros no país Crescimento do Brasil Inflação Valorização do real Quais medidas foram tomadas no Brasil para equilibrar a economia 2008?Para tentar manter a economia aquecida em meio à crise que tomou proporções mundiais, o governo brasileiro adotou uma série de medidas, como redução de impostos para estimular o consumo, congelou preços do petróleo, subsidiou as tarifas de energia elétrica e ampliou as desonerações.
O que o Brasil fez para superar a crise de 2008?A partir do último quadrimestre de 2008, quando o Brasil começou a sentir mais fortemente o impacto da crise econômica mundial, o governo brasileiro implementou várias medidas para diminuir seus efeitos no país. Essas ações abrangeram as áreas fiscal, monetária, creditícia e cambial.
Como foi solucionado a crise de 2008?Para enfrentar a crise econômica de 2008 e 2009, a primeira medida tomada pelo governo federal foi o anúncio da redução da meta de superávit primário em outubro de 2008. Esse anúncio foi importante porque o governo sinalizou, em primeiro lugar, que a saída era no campo fiscal.
O que poderia ter evitado a crise de 2008?A crise financeira de 2008 foi um desastre que poderia ter sido evitado e, no entanto, foi provocado por vários erros de regulamentação do governo, pela má administração das empresas e pela insensata avidez do risco de Wall Street, segundo as conclusões de um inquérito federal.
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