Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

RECRISTALIZA��O

A maioria das subst�ncias org�nicas s�lidas s�o sol�veis pelo menos num l�quido. Muitas dissolvem-se em um n�mero bastante grande de solventes, de maneira mais ou menos f�cil. Essa propriedade de os compostos se dissolverem com maior ou menor facilidade � chamada coeficiente de solubilidade. Apesar de n�o existir nenhuma subst�ncia que seja totalmente insol�vel em rela��o a todo e qualquer l�quido, existem algumas que se mostram praticamente insol�veis. Esse comportamento diferente que apresentam em rela��o a um mesmo solvente pode ser usado para fazer a separa��o de v�rias subst�ncias presentes numa mistura, por meio de um m�todo muito simples - a recristaliza��o.

           Purifica��o por recristaliza��o:

A ess�ncia da recristaliza��o � uma purifica��o. Compostos sujos s�o purificados e podem ser apresentados ao p�blico. A sequ�ncia de procedimentos que vais executar depende muito de qu�o complexa � a mix�rdia a que chamas produto cru e de qu�o sol�vel ela � em v�rios solventes.

Em qualquer dos casos, vais ter de recordar algumas coisas:

1.       Encontrar um solvente que dissolva o teu s�lido puro enquanto quente.

2.     O mesmo solvente n�o deve dissolver o teu composto quando frio.

3.     O solvente frio deve ser capaz de manter dissolvidas as impurezas

Ou seja, no solvente quente, dissolve-se tudo; quando a solu��o arrefece, o produto de interesse separa-se mas as impurezas permanecem no l�quido.

Ora aqui � que est� o problema& isto requer alguma experimenta��o. Mais uma vez, a arte a sobrepor-se � ci�ncia.

Como preparaste bem o trabalho, fizeste uma viagem � biblioteca, consultaste o Handbook (CRC Handbook of Chemistry and Physics) onde constam as solubilidades dos compostos a v�rias temperaturas. Escreveste estes dados no teu caderno de laborat�rio e sabes que solvente escolher. O qu�, n�o procuraste? N�o tens os dados de solubilidade anotados? Parab�ns, tens uma boa negativa!

O Handbook (e o teu caderno) diz que o teu composto �  s.h. eth , o que significa  soluble in hot ethanol , implicando que n�o � sol�vel em etanol frio, ent�o o etanol ser� um bom solvente para recristalizar o teu composto. Deves tamb�m ter procurado no Handbook dados sobre a cor e formas de cristaliza��o. Isto � importante porque:

        Cor num composto supostamente branco indica a presen�a de impurezas

        Cor num produto colorido N�O � sinal de impurezas

        A cor ERRADA num produto � sinal de impureza

Encontrar um bom solvente

Se os dados de solubilidade do teu composto n�o consta do Handbook nem dos outras fontes de informa��o, ent�o vais perder umas horitas � procura do solvente ideal.

1.       Coloca 100 mg, rigorosamente pesados, num tubo de ensaio.

2.     Adiciona 3 ml de um solvente, rolha o tubo a agita at� doer o bra�o. Se todo o s�lido se dissolver � temperatura ambiente, o solvente n�o serve, porque o s�lido � muito sol�vel nele. N�o uses esse solvente mas toma nota desta observa��o no teu caderno porque te pode ser �til no futuro.

3.     Se te parece que o s�lido n�o se dissolveu nada (ou muito pouco), tira a rolha e aquece cuidadosamente o tubo (um gobelet com �gua em ebuli��o d� muito jeito, nesta situa��o  se o teu solvente tem ponto de ebuli��o inferior a 100�C. Sabes o ponto de ebuli��o do solvente, n�o sabes? O qu�, n�o sabes? At� para o ano!). N�O APONTES A BOCA DO TUBO �S COSTAS DO TEU COLEGA! Rolha, agita, tira a rolha, aquece. Rolha, agita, tira a rolha, aquece. Se o s�lido n�o dissolver no solvente quente, este solvente tamb�m n�o presta.

4.     Se o s�lido dissolveu no solvente quente mas n�o no solvente frio, est�s na pista de um bom solvente para a recristaliza��o. Um �ltimo teste.

5.     Coloca o tubo (j� arrefecido) num banho de gelo. Aparece uma quantidade de s�lido! Isto � bom, encontraste um solvente �ptimo.

6.     Vamos supor que n�o aparecem cristais nenhuns quando arrefeces em banho de gelo! N�o � caso para desesperar, por enquanto. Arranja uma vareta de vidro e com ela agita a solu��o no tubo. Raspa as paredes de vidro. Se nem assim se formarem cristais, ent�o est� na hora de partir em busca de outro solvente.

           O aumento do rendimento

Devido ao facto de que a solubilidade das subst�ncias geralmente aumenta com a temperatura, � conveniente dissolv�-las a quente e processar rapidamente a filtragem, levando-se em considera��o que a evapora��o do solvente pode tornar a solu��o saturada sobre o filtro e acarretar alguma cristaliza��o do soluto e que se a filtragem for lenta, a temperatura pode cair, a ponto de provocar essa cristaliza��o. Assim, o volume de solvente tomado tem que ser um pouco maior do que o volume correspondente � uma solu��o saturada, � temperatura em que se vai trabalhar. Esse pequeno excesso estabelece uma margem de seguran�a para evitar a cristaliza��o prematura do soluto. Tais cuidados, portanto exigem o conhecimento dos diversos coeficientes de solubilidade da subst�ncia a ser purificada, para que se usem as quantidades convenientes de soluto e de solvente, bem como que se escolha uma faixa de temperatura adequadas.

Aquece uma por��o do solvente at� � ebuli��o (n�o te esque�as dos cacos de porcelana!). Coloca o produto que pretendes recristalizar num Erlenmeyer ou outro recipiente adequado. Evita gobelets, porque o produto trepa paredes!

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

Deita uma pequena (quando se diz pequena � mesmo pequena& ) quantidade de solvente quente no recipiente que cont�m o s�lido a recristalizar.

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

Agita o recipiente num movimento circular para dissolver o s�lido.

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

Coloca o recipiente sobre a placa ou banho para conservar a solu��o quente.

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

Se o s�lido ainda n�o estiver dissolvido, junta uma quantidade m�nima de solvente e agita de novo.

Dissolveu tudo? Est�s cheio de sorte! Isso quer dizer que as impurezas que possam estar presentes s�o sol�veis no teu solvente e se a tua sorte se mantiver, permanecer�o dissolvidas mesmo quando a solu��o arrefecer. Segue para o ponto x.

Se vires part�culas s�lidas � superf�cie, ou dispersas da solu��o quente, parab�ns! Est�s pronto para o procedimento mais tramado que alguma vez vais encontrar ao longo do curso: a filtra��o a quente!

Diz-se l� atr�s que  se a impureza for insol�vel a quente, separa-se a mesma por filtra��o da mistura aquecida . Parece t�o inocente!...

Primeiro, vai ler a sec��o Filtra��o.� L� outra vez. Agora considera o problema que vais enfrentar.

Pois, tens uma solu��o quente (quente quer dizer perto de 80�C se o solvente for etanol, 100�C se for �gua, vais queimar os dedos quando pegares no Erlenmeyer). Nessa solu��o quente tens o teu composto dissolvido enquanto a solu��o estiver assim quente; assim que arrefecer, o produto cristaliza. Tens impurezas s�lidas para filtrar.

Filtra��o por gravidade ou a v�cuo? Esta � f�cil, filtra��o a v�cuo para ser mais r�pida, antes que esta coisa cristalize.

Vais buscar um funil e um kitasato, guko e papel de filtro� ou ent�o um bal�o de fundo redondo e um funil de placa porosa. Est� tudo � temperatura ambiente&

Se fizeres a filtra��o com este material o teu composto vai cristalizar no filtro e fica l� retido juntamente com as impurezas. Assim n�o vamos l�. Por isso metes tudo na estufa mais quente que encontras (os gukos de borracha, n�o, por favor!) at� teres as tuas pe�as de filtra��o bem quentinhas. Agora j� n�o h� perigo de cristaliza��es fora do s�tio. N�o? S� que tens de ser r�pido a montar isto tudo, ligar o v�cuo e despejar o teu l�quido quente direitinho dentro do filtro, antes que tudo arrefe�a.

Conseguiste? � primeira? Excelente. Como pr�mio, deves ter j� os teus cristais a formar-se dentro do bal�o e fundo redondo ou do Kitasato para onde a solu��o foi filtrada. � que o abaixamento de press�o provoca uma diminui��o simult�nea da temperatura o que acelera a cristaliza��o.

Tens cristais por todo o lado? No funil, na haste no Erlemeyer onde aqueceste a solu��o? Bem vindo ao clube! Lava tudo com pequenas quantidades de solvente par dentro e um Erlenmeyer limpo par recuperar o mais poss�vel de produto, aquece � ebuli��o e tenta de novo. Sim, j� todos pens�mos o mesmo que est�s a pensar&

Quando a solu��o se apresentar l�mpida, o s�lido est� todo dissolvido. Deixa ficar o teu recipiente sobre a bancada. Resiste � tenta��o, n�o lhe mexas!

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?
Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

Passado algum tempo, os cristais come�am a aparecer no recipiente.

Podes agora colocar o recipiente num banho de gelo para acelerar a cristaliza��o. Ma n�o te esque�as que, quanto mais lenta for a cristaliza��o, maiores e mais vistosos ser�o os cristais formados!

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

Aten��o aos banhos de gelo! Os recipientes colocados sobre grandes peda�os de gelo t�m uma tend�ncia infeliz para tombar e se encher de �gua. P�e alguns cubos de gelo� na tina, junta �gua. Basta um fundo. Mesmo assim, p�e uma argola de metal � volta do Erlenmeyer para aumentar o peso e a estabilidade.

Est�s agora pronto para filtrar a solu��o e isolar os cristais.

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

Efectua uma filtra��o a v�cuo e calca os cristais para remover a maior quantidade poss�vel de solvente. Durante a filtra��o, podes tapar algumas vezes a boca do funil para acelerar o processo (papel de filtro, m�o por cima).

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?
Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

Algumas cristaliza��es n�o ocorrem espontaneamente, devido � tend�ncia de certos compostos a formarem solu��es sobre-saturadas. Neste caso � necess�rio adicionar � solu��o alguns cristais do composto ou raspar as paredes do frasco provocando ranhuras no vidro, para que se desprendam min�sculos fragmentos deste, que servir�o de ponto de apoio para a forma��o dos cristais do soluto.

Depois de teres os cristais filtrados,� coloca-os num vidro de rel�gio e p�e este num excicador para os cristais secarem.

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?
Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

N�o � poss�vel recuperar 100% da subst�ncia que se quer purificar, pois sempre h� perdas durante os processos envolvidos na purifica��o. O rendimento na obten��o da subst�ncia pura depende dos coeficientes de solubilidade dos componentes da mistura, da quantidade de cada um e da habilidade do operador.

Por que as substâncias são solúveis em certos solventes é insolúveis em outros?

A solubilidade de uma substância depende da natureza do soluto e do solvente, assim como da temperatura e da pressão às quais o sistema é submetido. É a tendência do sistema em alcançar o valor máximo de entropia.

O que são substâncias solúveis é insolúveis?

As solúveis são as substâncias que dissolvem em água, já as insolúveis são as substâncias que não dissolvem em água.

Quando se pode considerar uma substância solúvel ou insolúvel em outra?

Os solutos podem ser classificados em: Solúvel: são os solutos que se dissolvem no solvente. Pouco solúvel: são os solutos que apresentam dificuldade de se dissolver no solvente. Insolúvel: são os solutos que não se dissolvem no solvente.

Por que algumas substâncias se dissolvem na água é outras não?

A água interage de diferentes maneiras com substâncias com carga e polares em comparação com substâncias apolares por causa da polaridade de suas próprias moléculas. As moléculas de água são polares, com cargas parciais positivas nos hidrogênios, uma carga parcial negativa no oxigênio e uma estrutura geral curvada.