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Pré-visualização | Página 3 de 3naturais na contabilidade nacional seja a forma como esses recursos são classificados. Diversas maneiras são adotadas e aplicadas, porém, elas precisam ter integração com os dados econômicos, para ser possível a futura agregação e avaliação dos dados de maneira holística. A principal metodologia aplicada é a separação dos recursos em recursos de fluxo e recursos exauríveis (Margulis, 1990). Essa abordagem traz a ideia de que os recursos de fluxo representam os recursos naturais que podem ter o seu estado natural recuperado naturalmente ou pela ação humana, por exemplo, o ar e água. O uso desses recursos não os reduz no meio ambiente, ou seja, o seu estoque ambiental é pouco afetado em curto prazo. Contudo, a utilização ocorre com a modificação deles, gerando contaminação e degradação, prejudicando o uso futuro para os demais processos produtivos. Essa abordagem é exemplificada na microeconomia como externalidades, como foi discutido no tópico anterior. Entretanto, os recursos exauríveis são aqueles que o uso pelas atividades econômicas leva à diminuição da sua disponibilidade. Os exemplos podem ser os recursos minerais, que depois de extraídos das jazidas, não tem como voltar ao seu estado natural. A questão com relação a esse tipo de recurso é a diminuição do seu estoque em um determinado período, de forma a ser contabilizado pelas contas nacionais. A associação feita com esses conceitos é que os recursos de fluxo são os recursos renováveis, e, os exauríveis, os não renováveis. Nessa classificação proposta, existem várias questões que trazem dúvidas, como o caso do petróleo, que é considerado um recurso exaurível, pois a sua recomposição no ambiente natural leva milhares de anos. Em contrapartida, as florestas, que mesmo sendo consideradas exauríveis, por não serem recuperadas as condições ecológicas naturais depois de exploradas, podem ser renovadas em um espaço de tempo curto. Independentemente dessas questões, a possibilidade de enquadrar os recursos naturais em categorias é preponderante na forma proposta de correção dos valores do PIB de um país. De certa forma, a incorporação desses recursos naturais nos dados econômicos é dependente da metodologia de valoração pela qual serão avaliados. Nessa perspectiva, diversas abordagens foram propostas, cada uma apontando para uma visão diferente dos recursos ambientais na economia; entre elas, vamos abordar as duas principais. A primeira delas, conhecida como despesas defensiva, propõe retirar os valores da demanda final, tudo o que foi 11 gasto pela economia como forma de prevenir a poluição e degradação do meio ambiente, resultantes do uso dos recursos de fluxo. O principal objetivo desse conceito é evitar que tudo o que foi usado como precaução ao dano ambiental seja contabilizado positivamente nas contas nacionais e, por consequência no PIB (Leipert, 1989). A segunda aplicação, conhecida por despesas ambientais, sugere que sejam retirados do produto final da economia os custos que teriam que ser empregados para manter o meio ambiente em seu estado natural. Em outras palavras, seria levantado o custo potencial para não se degradar, poluir ou restaurar os elementos utilizados na produção. Essa visão tem também como objetivo diminuir o valor final do produto total da economia. Com base nesses conceitos, diversas experiências práticas tentaram ser abordadas mundo afora. Duas delas tiveram maior relevância e notoriedade no cenário mundial: o Sistema Integrado de Contas Econômicas e Ambientais (SICEA), desenvolvido pelo Escritório de Estatística das Nações Unidas (UNSO); e a Matriz de Contas Nacionais, incluindo Contas Ambientais (NAMEA), elaborado pelo Instituto de Estatística holandês e o Escritório Estatístico da União Europeia (EUROSTAT). Ambos os sistemas buscam padronizar as medidas ambientais de tal forma conseguir integrar os dados econômicos com os dados ambientais. De forma resumida, o sistema do NAMEA incorpora novas contas ambientais às contas nacionais, porém, as contas ambientais são utilizadas com unidades físicas, não sendo passíveis de agregação com os dados econômicos (Keuning; Dalen; De Haan, 1999). Já o SICEA procura aumentar a capacidade de informações das contas nacionais, porém, sem mudar as características dos agregados macroeconômicos, como o PIB. A grande questão desse sistema é a metodologia utilizada na valoração dos recursos exauríveis e de fluxo, que pode variar e, assim alterar, os resultados finais. Essa metodologia já foi aplicada, de forma piloto, no México e na Papua-Nova Guiné, e tiveram resultados distintos, que foram dependentes das maneiras como foram valorados os recursos naturais (Bartelmus, 1994). 12 REFERÊNCIAS BARTELMUS, P. Contabilidade verde para o desenvolvimento sustentável. In: MAY, P.; MOTTA, O. S. da (Ed.). Valorando a natureza: análise econômica para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Campus, 1994. BÖHRINGER, C.; JOCHEM, P. Measuring the immeasurable: a survey of sustainability indices. Ecological Economics, n. 63, 2007. CAVALCANTI, C. Concepção da economia ecológica: suas relações com a economia dominante e a economia ambiental. Estudos Avançados, v. 24, n. 68, p. 53-67, 2010. CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1988. GODARD, O. Environnement et Théorie Économique: de L’internalisation des Effets Externes au Développemment Soutenable. Seminaire Ecologie et Environnemet. Paris: École Nationale de la Magistrature, 1992. LEIPERT, C. National Income and Economic Growth: the Conceptual Side of Defensive Expenditures. Journal of Economic Issues, v. 23, n. 3, p. 843-856, 1989. JACOBS, B.; MOOIJ, R. A. Pigou meets Mirrlees: On the irrelevance of tax distortions for the second-best Pigouvian tax. Journal of Environmental Economics and Management, v. 71, p. 90-108, 2017. KEUNING, S. J.; DALEN, J. V.; DE HAAN, M. The Netherlands’ NAMEA: Presentation, Usage and Future Extensions. Structural Changes and Economic Dynamic, v. 10, n. 1, p. 15-37, 1999. MARGULIS, S. Economia dos recursos naturais. In: _____. (Ed.). Meio ambiente: aspectos técnicos e econômicos. Rio de Janeiro: PEA/Inpes, 1990. ROCHA, L. A.; KHAN, A. S.; LIMA, P. V. P. S. Nível tecnológico e emissão de poluentes: uma análise empírica a partir da Curva de Kuznets Ambiental. Economia Aplicada, v. 17, n. 1, p. 21-47, 2013. Página123 O que são os recursos não renováveis e quais tipos se enquadram nessa categoria?Os recursos naturais não renováveis são recursos esgotáveis e cada vez mais os órgãos ambientais criam normas e leis para conter a exploração indiscriminada destes recursos. Estes recursos minerais são amplamente explorados como fonte de energia pelo homem (carvão, petróleo, gás natural).
Quais são os recursos não renováveis?As fontes não renováveis são aquelas que possuem uma reserva limitada em nosso planeta e que não se regeneram - ou que levam milhares de anos para isso. O petróleo talvez seja o exemplo mais conhecido, assim como os minérios e o gás natural.
O que são recursos renováveis ou não?De forma resumida, recursos renováveis são aqueles elementos presentes na natureza que podem ser consumidos ou utilizados e que não acabam, sendo possível se recompor dentro de um determinado período. Os principais exemplos de recursos naturais renováveis são a energia solar e eólica.
O que significa não renováveis?Energia não-renovável é a designação dada a um recurso energético que, depois de utilizado, não pode ser regenerado pelo ser humano ou pela natureza em um prazo útil. Os combustíveis fósseis como o petróleo, carvão e gás natural são exemplos de energia não-renovável, porque um dia se esgotarão.
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