O que é o conceito de contabilidade?

A contabilidade é uma ciência que mede, interpreta e informa os fatos contábeis aos contadores, diretores e demais interessados. Os conhecimentos contábeis são cada vez mais essenciais assim como os conhecimentos da tecnologia da informação (Sá, 2006).

O processo artesanal de escrituração contábil foi substituído pelo mecânico e, logo em seguida, pelo automático. As melhorias na forma de fazer a contabilidade de uma empresa, utilizando-se a tecnologia de computadores, trouxeram enormes benefícios para os profissionais da área. O lançamento no diário e no razão tornou-se muito prático, sendo feito de forma simultânea nos sistemas informatizados (OLIVEIRA, 1997).

O que é o conceito de contabilidade?

A contabilidade é um método que captura e registra todas as movimentações (fatos) que modificam a situação de uma empresa, seja financeira ou patrimonial, logo, registra os Bens, os Direitos e as Obrigações. O que vem a ser Bens, Direitos e Obrigações?

Bens

Tudo o que pode satisfazer alguma necessidade de uma empresa, que pode ser avaliada economicamente, através de uma moeda, que tenha a posse (em seu poder) e o domínio (seu dono). Os bens podem ser tangíveis ou intangíveis. Os tangíveis existem fisicamente, podemos vê-los e toca-los como por exemplo máquinas, equipamentos, matéria-prima, produto acabado. Os intangíveis não existem fisicamente, não podemos vê-los nem tão pouco tocá-los, como por exemplo as marcas e patentes (Sá, 2006).

Direitos

Tudo o que não está em poder da empresa. O dinheiro depositado em uma conta bancária, pertence à empresa, porém está em poder do banco; a venda a prazo também é um direto (Sá, 2006).

Obrigações

São bens que não pertencem à empresa mas que estão temporariamente em seu poder como por exemplo o 13º salário. A cada mês o colaborador tem o direito de receber a fração equivalente a 1/12 referente à sua remuneração mensal. Este valor referente ao 13º salário é remunerado no final de cada ano, porém tem que ser registrado mensalmente na contabilidade como uma obrigação, já que o recurso não pertence mais à empresa, apesar de estar em seu poder (Sá, 2006).

Fato Contábil

É toda a movimentação de Bens, Direitos e Obrigações que merece ser registrado na contabilidade, logo, uma venda é um fato contábil, assim como uma compra, um pagamento ou um recebimento. Antes da invenção da contabilidade, os fatos contábeis eram registrados apenas quando entrava e/ou saia dinheiro do caixa.

Tempos atrás, os fatos contábeis eram registrados nos livros contábeis, que posteriormente eram resumidos nos livros contábeis, praticamente esta era a função dos contadores, atualmente os livros manuais foram substituídos por arquivos eletrônicos, ainda chamados de livros contábeis. Os fatos contábeis registrados nos livros contábeis são chamados de Lançamentos Contábeis. Os lançamentos contábeis são escriturados em dois livros, o Diário cujo preenchimento é obrigatório por lei. Neste são registrados todos os lançamentos contábeis agrupados ao longo de um dia; o segundo é o Razão Analítico cujo preenchimento não é obrigatório por lei. Neste são registrados todos os lançamentos agrupados por conta contábil (Sá, 2006).

Exercício Contábil

Pelo menos a cada 12 meses as empresas elaborarão os seus demonstrativos financeiros. A este período denominamos de Exercício Contábil. Terá duração de um ano, não havendo necessidade de coincidir com o ano civil (01/01 a 31/12), embora na maioria das vezes isso aconteça. Os proprietários da empresa definirão a data de término do Exercício Contábil. Esta data não deve ser alterada, a não ser em condições supervenientes (MARION & SOARES, 2000).

Para fins de Imposto de Renda, o Exercício Contábil deverá coincidir com o ano civil. As sociedades anônimas de capital aberto deverão apresentar Demonstrações Financeiras intermediárias, na metade do Exercício Contábil (MARION, 1998).

Balanço Patrimonial

É um relatório que lista todos os recursos que estão sendo movimentados por uma empresa em um determinado momento. Dividida em dois grandes grupos: à direita o Passivo que demonstra a origem dos recursos que estão sendo utilizados; à esquerda o Ativo que demonstra onde esses recursos estão sendo alocados.

O grupo do Passivo se divide em 3 subgrupos: Exigível de Curto Prazo, Exigível de Longo Prazo e Patrimônio Líquido. Exigível representa as obrigações da empresa perante terceiros. As obrigações que vencem num prazo de 12 meses denominam-se de Curto Prazo, as que vencem num prazo superior a 12 meses denominam-se de Longo Prazo. O Patrimônio Líquido é considerado o grupo de contas mais importante do balanço. São registrados os recursos que os acionistas investiram, os lucros que não tenham sido distribuídos e que tenham sido reinvestidos e os recursos originados de aportes de capital (Sá, 2006).

O grupo do Ativo se divide em 4 subgrupos: Disponível, Realizável de Curto Prazo, Realizável de Longo Prazo e Permanente. Disponível representa os recursos que a empresa pode dispor no curtíssimo prazo. Realizável representa os direitos da empresa perante terceiros. Os direitos que vencem num prazo de 12 meses denominam-se de Curto Prazo, as que vencem num prazo superior a 12 meses denominam-se de Longo Prazo. Permanente, são as contas que classificam o Imobilizado (prédios, terrenos, máquinas, equipamentos, etc.) e os Investimentos (Sá, 2006).

Os Lançamentos Contábeis (Débitos e Créditos), quando mencionamos as palavras Débito e/ou Crédito, logo associamos a ideia de soma, acréscimo, adição ao Crédito, em contrapartida, associamos a ideia de subtração, decréscimo, diminuição ao Débito (Sá, 2006).

Quando o banco faz um crédito em nossa conta bancária, o saldo aumenta, quando faz um débito, o saldo diminui. Contabilmente falando, o Crédito refere-se a “Origem” e o Débito refere-se ao “Destino” do lançamento contábil. Todo débito corresponde a um crédito de igual valor e vice-versa, este é um dos fundamentos e sustentação da contabilidade moderna, o chamado método das Partidas Dobradas. Para facilitar a visualização e entendimento dos lançamentos contábeis de partida dobrada, existe um diagrama chamado Razonete, utilizado apenas didaticamente representado por um T, onde no alto está a descrição da conta contábil, do lado esquerdo os lançamentos a débito e do lado direto os lançamentos a crédito.

Demonstrativo do Resultado do Exercício

O DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício, até pouco tempo atrás era chamado de Demonstração de Lucros e Perdas. É um relatório que decompõe as Receitas e Despesas registradas em um determinado período (chamado de Exercício Contábil) e apura o lucro ou prejuízo resultante (Sá, 2006).

Segundo MARION & SOARES (2000), esta demonstração evidencia o resultado (lucro ou prejuízo) de um determinado Exercício (ano). Para tanto é mostrado o confronto Receita x Despesa competente aquele Exercício (período contábil).

Conforme já mencionado, as demonstrações contábeis evidenciam as empresas em um determinado momento através de técnicas próprias, tendo como objetivo a capacidade de gerar informações para suprir necessidades financeiras e econômicas. Segundo a Lei nº 6.404/1976, ao fim de cada Exercício Contábil, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração (registros/fatos) da empresa, as demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da empresa e as mutações no exercício e como Balanço Patrimonial.

A escrita contábil num sistema de informática se destina a prover demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade. Seus objetivos devem ser ardentes, de alguma forma explícita ou implícita, aquilo que o usuário considera como elementos importantes para o seu processo decisório (PADOVEZE, 2000).

É por meios de indicadores relacionados nas demonstrações que apreciamos o nível de endividamento, capital de giro, imobilização, o comportamento das despesas em relação às vendas. Somente após estas análises de tais indicadores é possível tomar as devidas decisões visando corrigir o eixo do fluxo da empresa.

A análise pode ser vertical ou horizontal. Quando fazemos a divisão de uma grandeza por outra considerando os dados de um mesmo período (ou de um mesmo ano), chamamos de Análise Vertical. Quando comparamos os indicadores de vários períodos (vários semestres, anos…), analisamos a tendência dos índices, chamamos de Análise Horizontal (MARION, 2002).

Segundo NEVES & VICECONTI (1996), a análise é o método de preparação de dados estatísticos, visando a sua interpretação, estudando a situação através da decomposição, comparação, e interpretação do conteúdo das demonstrações, visando obter as informações analíticas e precisas sobre a situação geral da empresa tendo como objetivo fornecer informações numéricas de dois ou mais períodos, de modo a auxiliar as partes interessadas em conhecer a situação da empresa ou para tomar decisões.

Sistema de informação gerencial e apoio à decisão

Segundo PADOVEZE (2000), pode-se definir Sistema de Informação como um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma sequência lógica para o processamento dos dados e traduções em informações, para com seu produto, permitir às empresas o cumprimento de seus objetivos principais.

Os sistemas de informação classificam-se em: Sistemas de Informação de Apoio às Operações e Sistemas de Informção de Apoio à Gestão. Os Sistemas de Informação de Apoio às Operações têm como objetivo auxiliar os departamentos e atividades a executarem suas funções operacionais. Os Sistemas de Informação de Apoio à Gestão preocupam-se basicamente com as informações necessárias para a gestão econômico-financeiro da empresa.

Segundo PADAVEZE (2000), Sistemas de Apoio à Decisão utilizam-se da base de dados dos sistemas operacionais e têm como foco flexibilizar informações não estruturadas para à tomada de decisão. Logo, considera-se o DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício como um sistema de informação de apoio à tomada de decisão.


Por Luciano Nunes Ferreira :: Delsoft


REFERÊNCIAS

MARION, José Carlos, Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MARION, José Carlos, Contabilidade Empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

MARION, José Carlos; SOARES, Adenilson Honório, Contabilidade como instrumento para tomada de decisões: uma introdução. São Paulo: Alínea, 2000.

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V., Contabilidade Avançada: análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Frase, 1996.

OLIVEIRA, Edson, Contabilidade Informatizada: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 1997.

PADOVEZE, Clóvis Luís, Contabilidade Gerencial: Um enforque em sistema de informação contábil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

Sá, Carlos Alexandre, Contabilidade para não contadores: Princípios básicos de contabilidade para profissionais em mercados competitivos. 2. ed. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2006.