Show
O que é infarto? Será a mesma coisa que um ataque cardíaco? Na verdade, ele descreve apenas uma das condições por trás do ataque cardíaco, que podem levar à parada dos batimentos essenciais para a circulação sanguínea. Ainda assim, está entre as maiores causas de morte no Brasil e no mundo, sendo a segunda doença cardiovascular que mais mata. Para se ter uma ideia, em 2021, até setembro, 230 mil brasileiros foram a óbito devido a males cardiovasculares, sendo 73.035 deles resultantes de infarto. A única patologia mais letal é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que ceifou 76.148 vidas no período. Olhando para esses números, percebemos a importância de entender melhor o que é infarto, suas causas, tipos e sintomas para socorrer as vítimas em tempo. E reduzir as chances de sofrer com essa emergência médica, adotando comportamentos mais saudáveis. Trago essas e outras informações nas próximas linhas, incluindo alternativas de cuidados com a saúde do coração. O atendimento médico e monitoramento ficam mais práticos através da teleconsulta com cardiologista. Acompanhe este conteúdo até o final para saber mais a respeito! Infarto agudo do miocárdio (IAM) ou simplesmente infarto é um evento decorrente da interrupção no fluxo sanguíneo para o coração, levando à morte de parte do tecido cardíaco. Geralmente, a falta de irrigação pelo sangue é consequência da obstrução de uma artéria por uma placa de gordura ou coágulo. Parece complexo? Então, vamos a alguns detalhes sobre a circulação sanguínea. Você já deve ter ouvido falar que o músculo cardíaco funciona como bomba natural que envia sangue rico em oxigênio às células. Essa atividade é fundamental para a nutrição celular e a realização das tarefas vitais. A cada batida do coração, o líquido percorre as artérias, começando pela maior e mais espessa delas: a aorta. Outras artérias mais finas nascem dela, sendo responsáveis por fazer o sangue chegar a cada pequena parte do corpo. Duas dessas ramificações da aorta dão origem às artérias coronárias direita e esquerda, ligadas a pequenos vasos que irrigam todo o coração. O infarto ocorre quando um desses vasos sanguíneos fica obstruído, prejudicando a chegada de sangue oxigenado ao músculo cardíaco. Sem a nutrição necessária, o trecho que para de receber sangue morre. Vale lembrar que o infarto pode atingir outras áreas do organismo, provocando a oclusão de diferentes artérias. Contudo, o uso da palavra costuma se referir ao infarto do miocárdio (coração). O que é um princípio de infarto?Princípio de infarto é um termo usado para descrever o início de sintomas ou uma condição que precede o infarto, chamada angina instável. Por vezes, dizer que alguém teve um princípio de infarto pode significar que o socorro foi rápido, evitando a morte das células cardíacas. Nesse caso, o paciente pode ter sentido dor ou aperto no peito, falta de ar, náusea e outros sinais de alerta que o levaram a buscar um pronto-socorro. Se o atendimento for feito logo após a percepção dos sintomas, a equipe médica é capaz de reverter o quadro de forma ágil, evitando o óbito e sequelas. Em outras situações, o princípio de infarto evidencia uma condição de alto risco para esse evento, chamada angina. Angina é uma dor no peito que surge devido à diminuição do fluxo sanguíneo em uma artéria. Na angina estável, o incômodo aparece somente quando há esforço físico ou liberação de adrenalina após picos de estresse ou emoções fortes. Já a angina instável ou pré-infarto pode ser sentida com pequenos esforços ou até em repouso. Ambas as condições requerem avaliação médica. O coração funciona como uma bomba natural, enviando sangue rico em oxigênio às células O que leva a um infarto?Diferentes fatores podem contribuir para a obstrução das artérias próximas ao coração. O mais comum é a aterosclerose, doença sistêmica caracterizada pelo endurecimento e espessamento das paredes arteriais. A patologia é provocada pelo acúmulo de placas de gordura, cálcio e outras substâncias – chamadas ateromas – na parte interna dos vasos sanguíneos. Esse processo ocorre gradualmente, sem que a pessoa afetada perceba qualquer sintoma, até que gere uma complicação em uma artéria. Se o fluxo sanguíneo for apenas diminuído, ocorre um episódio de isquemia, podendo afetar órgãos como cérebro e o coração. A isquemia cardíaca costuma ser acompanhada por angina ou dor no peito. Observar esses episódios é importante porque eles sinalizam o perigo de bloqueio total da artéria, que resulta em infarto por impedir o fluxo sanguíneo. Além das placas de gordura, coágulos podem se formar justamente em locais onde o sangue circula de maneira lenta por causa do estreitamento das artérias. Essa condição facilita a coagulação do líquido, gerando pequenas massas formadas por hemácias que podem entupir as artérias. Coágulos e ateromas também podem se formar em vasos sanguíneos distantes e se deslocar até o coração, em um fenômeno chamado embolia. Principais causas de infartoComo expliquei acima, a principal causa do infarto é a aterosclerose. O enrijecimento das paredes arteriais faz parte da dinâmica de envelhecimento, o que explica por que o infarto é mais comum após os 40 anos. No entanto, uma série de outros fatores de risco contribui para a oclusão das artérias e/ou o avanço mais rápido da aterosclerose. Um deles é a obesidade, que costuma ter relação com maus hábitos alimentares e consumo de alimentos ricos em colesterol. Essa gordura em excesso será bombeada por todo o organismo através do sangue, facilitando a aderência de parte delas às paredes das artérias. O mesmo raciocínio coloca o colesterol alto e a ingestão constante de gorduras como fatores de risco. Outro vilão da circulação sanguínea é o cigarro, que contém substâncias capazes de tornar as paredes arteriais ásperas. Por consequência, as placas de colesterol conseguem grudar com maior facilidade. No campo das doenças que aumentam o risco de infarto, cabe citar a hipertensão arterial ou pressão alta. A força interna elevada para impulsionar o sangue faz com que a parede dos vasos sanguíneos engrosse, diminuindo o espaço para o líquido passar. O uso de drogas ilícitas e o consumo de álcool em excesso podem desencadear a hipertensão e, portanto, também estão na lista de males que aumentam as chances de infartar. O infarto nem sempre possui sintomas aparentes, por isso, consultas preventivas são importantes Quais são os tipos de infarto?Sabia que existe mais de um tipo de infarto? A classificação pode ser feita de acordo com a área do coração afetada, a presença de alterações no eletrocardiograma ou causas combinadas a consequências. No entanto, as duas primeiras divisões empregam critérios técnicos e costumam se restringir aos médicos, pois impactam no tipo de tratamento mais eficiente. Para ilustrar sua complexidade, o infarto que apresenta anormalidades no eletrocardiograma é chamado STEMI, enquanto o que mostra um traçado normal recebe a nomenclatura NSTEMI. Quanto às características gerais da patologia, ela pode ser separada em 5 tipos:
Quais são os primeiros sintomas de um infarto?Perceber o infarto em estágio inicial é importante para que a vítima seja socorrida rapidamente, o que aumenta as chances de sucesso no tratamento. Aproximadamente 60% dos óbitos acontecem nos primeiros 60 minutos após o início da doença. E, algumas vezes, o problema demora para se manifestar com maior intensidade e por meio de sintomas clássicos. Em outras palavras, nem sempre o infartado sente dor no peito. Daí a necessidade de ligar o alerta para sinais menos evidentes, como cansaço excessivo ao menor esforço, falta de ar e náuseas. Esses sintomas atípicos são mais frequentes em certos grupos de pacientes, como mulheres e idosos. Porém, podem aparecer em qualquer indivíduo que esteja sofrendo os primeiros efeitos da obstrução de uma artéria coronária. De qualquer forma, vale ficar de olho nos principais sintomas de infarto e correr ao pronto-socorro se perceber:
A associação entre dois ou mais sintomas deve reforçar o alerta e cuidados. Da mesma maneira, é preciso redobrar a atenção para qualquer sintoma, ainda que leve, em pacientes diabéticos, hipertensos, obesos ou com alto nível de colesterol no sangue. Atividades físicas, alimentação saudável e consultas periódicas ajudam a prevenir um infarto É possível prevenir um ataque cardíaco?A maior parte dos fatores de risco está relacionada ao comportamento e, portanto, pode ser prevenida. Claro que existem problemas presentes desde o nascimento (congênitas), fatores hereditários e a idade, que não podem ser contornados. Mas o risco proveniente da aterosclerose, por exemplo, pode ser diminuído a partir da adoção de hábitos saudáveis. E não sou eu quem está dizendo, mas sim pesquisas como a divulgada pela American Heart Association em 2018. O estudo constatou que a prática de atividade física regular reduz as chances de infarto pela metade. Outra pesquisa, publicada na revista científica americana JAMA International Medicine, demonstrou que o consumo de itens ricos em ômega 3 diminui em 10% o risco de ataque cardíaco fatal. O nutriente está presente em peixes como salmão e anchova, sementes e óleos de linhaça e de canola. Diminuir o consumo de carne vermelha, sal e alimentos gordurosos também ajuda a prevenir doenças cardiovasculares. Dieta balanceada e exercício físico são ainda mais relevantes para portadores de doenças crônicas como diabetes e pressão alta. Por fim, mas não menos importante, vale ressaltar o efeito tóxico do tabaco e outras fumaças, que devem ser evitados para preservar a saúde cardíaca e vascular. Médico online para a saúde do coraçãoOutra medida essencial é ter uma rotina preventiva de acompanhamento médico. Isso porque males e complicações podem ser detectados durante consultas ou testes simples como o eletrocardiograma. Simples, rápido e indolor, o ECG costuma fazer parte do checkup anual. O procedimento é solicitado durante atendimento feito pelo clínico geral ou cardiologista, seja de modo presencial ou online. Com o suporte da plataforma de telemedicina Morsch, você pode agendar suas consultas rapidamente e receber assistência de qualidade no conforto do seu lar. Basta seguir nosso pequeno roteiro para marcar sua teleconsulta:
ConclusãoGostou de aprofundar os saberes sobre o que é infarto, suas causas e como pode ser evitado? Lembre-se de que este artigo tem finalidade informativa, pois somente um médico pode diagnosticar o infarto e qualquer outra doença. Se ficou alguma dúvida, escreva um comentário a seguir. Aproveite para se inscrever na newsletter e ser avisado sobre os próximos textos sobre saúde e tecnologia. Dr. José Aldair Morsch Cardiologista Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin COMPARTILHEUtilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies. Saiba mais. O que o IAM pode causar?Sintomas do infarto agudo do miocárdio
O principal sintoma do Infarto é dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, o braço direito. Esse desconforto costuma ser intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre o tórax.
Quais os sinais característicos de IAM?A dor torácica é o principal sintoma associado ao IAM, que é descrito como uma dor súbita, sobre o esterno (osso localizado no meio do peito), constante e constritiva, que pode ou não se irradiar para várias partes do corpo, como a mandíbula, costas, pescoço e braços, especialmente a face interna do braço esquerdo, e ...
Qual a diferença entre arritmia cardíaca e IAM?A parada cardíaca ocorre quando o coração pára de bater ou quando seus batimentos diminuem significativamente. O infarto é uma das causas da parada cardíaca. Insuficiência cardíaca em fase terminal, embolia pulmonar e arritmia cardíaca congênita também podem ocasionar uma parada cardíaca.
O que fazer com paciente de IAM?ENTRAR EM CONTATO COM O SAMU 192
Realizar a Prescrição Médica conforme protocolo: Aplicar TIMI RISK em caso de IAM sem supra de ST, ECG sem evidência de supradesnivelamento de ST com troponina positiva.
|