O que aconteceu com a Educação Física na Idade Média e na Renascença?

O processo de educação na Idade Média era responsabilidade da Igreja. Existiam nesse período medieval escolas que funcionavam anexas às catedrais ou a escolas monásticas que funcionavam nos mosteiros, nesse contexto, a Igreja assumiu a tarefa de disseminar a educação e a cultura no medievo e o seu papel foi preponderante para o nosso legado educacional contemporâneo.

A escola no período medieval era dirigida por um cônego, ao qual se dava o nome de scholarius ou scholasticus. Os professores eram clérigos de ordens menores e lecionavam as chamadas sete artes liberais: gramática, retórica, lógica, aritmética, geografia, astronomia e música, que mais tarde constituíram o currriculum de muitas universidades.

Para acontecer o ensino precisava-se de uma autorização, essa era cedida pelos bispos e pelos diretores das escolas eclesiásticas que, com medo de perderem a influência, dificultavam ao máximo essa concessão. Reagindo contra essas limitações, professores e alunos organizaram-se em associações denominadas universitas, que mais tarde originou a palavra universidades. As universidades eram compostas por quatro divisões ou faculdades. A faculdade de Artes era o lugar onde a educação acontecia de forma mais geral, as faculdades de Direito, Medicina e Teologia trabalhavam o conhecimento de forma mais específica. Os diretores das faculdades eram chamados de decanos e eleitos pelos professores; o decano da Faculdade de Artes era o reitor e representava oficialmente a universidade.

Os cursos oferecidos eram em latim e com isso exigia-se do estudante muito empenho e dedicação. O estudo das sete artes liberais era dividido em dois ciclos: o trivium e o quadrivium. O primeiro compreendia a gramática, a retórica e a lógica; o segundo compunha-se do estudo da aritmética, geografia, astronomia e música. Conforme o grau de afinidade, distribuíam-se então os estudantes pelos cursos de Direito, Medicina e Teologia. Os estudantes viviam em um ritmo frenético e as calorosas discussões com a população eram rotineiras. De uma forma geral os estudantes eram de origem humilde e muitos viviam internos em colégios ou internatos que contavam com rígidas formas disciplinadoras estudantis. Com o tempo esses colégios passaram a constituir campos de estudos autônomos, sendo que alguns deles ainda existem, e são renomados mundialmente, como os de Oxford, Cambridge e o de Sorbonne, fundado em 1257 por Rogério de Sorbon, na França.

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A metodologia de ensino baseava-se na leitura de textos e na exposição de ideias feitas pelos professores. As aulas muitas vezes eram animadas quando os debates entre mestres e alunos eram travados em público, discutiam sobre um tema determinado, essas aulas foram denominadas de scholastica disputattio. Esse processo de estudo foi muito usado por São Tomás De Aquino e foi chamado de escolástica. A escolástica teve seu apogeu no século XIII, o método proporcionou a criação de diversas Universidades por toda a Europa, como as de Paris, Oxford, Cambridge, Salerno, Bolonha, Nápoles, Roma, Pádua, Praga, Lisboa e assim por diante. Sendo que a Universidade de Bolonha ficou célebre por sua faculdade de Direito e Salerno, por sua faculdade de Medicina.

Por Lilian Aguiar
Graduada em História
Equipe Brasil Escola

O século que se seguiu às Revoluções Industrial e Francesa encontrou um mundo diferente. A utilização de máquinas no processo de produção e a burguesia assentada no poder configuram um quadro, no mínimo, desafiador para o homem contemporâneo. Vários fatores foram determinantes para o verdadeiro renascimento físico que ocorreu na Idade Contemporânea, principalmente no campo ginástico. O crescimento das cidades e a conseqüente diminuição dos espaços livres limitavam as possibilidades de cenários apropriados aos exercícios físicos. A especialização profissional determinou a permanência dos trabalhadores numa mesma posição durante longas horas, concorrendo para o aumento de problemas posturais. O aumento das horas de estudo e a imobilidade imposta por severa disciplina criaram, para os jovens, os mesmos problemas dos trabalhadores.

Tudo concorreu para que um verdadeiro renascimento físico levasse muitos a dedicarem uma atenção maior à Educação Física. Dentre estes destacaremos quatro correntes que, pela sua importância, podem caracterizar a história desta ciência durante o século XIX.

A corrente alemã representa um notável impulso pedagógico aos exercícios físicos, reencarnando os ideais clássicos da educação helênica. Por influência de Rousseau, a ginástica passou a ser incluída entre os deveres da vida humana e, sob este aspecto, muito lembrava os princípios da Educação grega. As idéias pedagógicas da época foram, de certo modo, sufocadas na Alemanha pelo aparecimento de um novo modelo ginástico, de conteúdo patriótico-social. A derrota que Napoleão havia infringido aos alemães em Jena (1805) provocara o despertar de um profundo sentimento nacionalista popular. A nova ginástica alemã - a palavra Gymnastik foi substituída por Turnkunst (arte da ginástica) - ia ao encontro das necessidades do povo. O importante era formar o forte. "Viver quem pode viver" era o lema. Os exercícios físicos não eram meios de Educação escolar, mas sim da Educação do povo. Foram criados aparelhos como a barra fixa e as barras paralelas, sendo os alemães, portanto, os precursores do esporte que hoje se chama ginástica olímpica.

Na corrente nórdica frutificaram as idéias pedagógicas alemãs, principalmente na Dinamarca - considerada na época a metrópole intelectual dos países nórdicos. Nesse país foi criado (1804) um instituto militar de ginástica, o mais antigo estabelecimento especializado do mundo. Quatro anos após, inaugurou-se um instituto civil de ginástica, também para formação de professores de Educação Física.

Como coroamento, implantou-se obrigatoriamente a ginástica nas escolas, fazendo com que a Dinamarca se adiantasse em alguns decênios a outros países europeus. Não foi a Dinamarca, porém, que conseguiu promover um reconhecimento internacional para a ginástica. Tal aconteceu na Suécia.

Arrasado o país em virtude da guerra com a Rússia, os suecos pretendiam que a ginástica colaborasse para elevar o moral do povo sueco.

Esperavam obter, ainda, por meio de uma ginástica racional e científica, uma raça livre do crescente processo de alcoolismo e tuberculose que grassavam no país. Em 1813 foi fundado o Real Instituto Central de Ginástica de Estocolmo (hoje Escola Superior de Ginástica e Esporte), modelo para os demais países europeus. A ginástica sueca preocupava-se com a execução correta dos exercícios, emprestando-lhes um espírito corretivo, como Pestalozzi já o havia feito. Com esta idéia de conferir uma finalidade corretiva aos exercícios, ficam definitivamente consolidadas as bases da ginástica sueca.

A corrente francesa foi da maior importância, pois dela chegaram os primeiros estímulos que vieram a constituir os alicerces da Educação Física brasileira. A ginástica foi introduzida por militares, que dominaram o panorama da Educação Física francesa ao longo do século XIX. Em 1819 foi fundado o primeiro instituto de ginástica para o Exército e para as escolas civis. O que caracterizava a ginástica francesa era o seu marcante espírito militar e uma preocupação básica com o desenvolvimento da força muscular, não sendo, pois, adequada a ambientes escolares. Apesar disso, foi introduzida nas escolas francesas, sendo ministrada quase sempre por suboficiais do Exército, sem cultura geral nem formação pedagógica, é importante assinalar, em virtude da influência que exerceu sobre a Educação Física brasileira, a criação do instituto de ginástica do Exército francês, em 1852, na Escola de Joinville-le- Pont.

Apesar do êxito da ginástica, esses países não se conformaram em tê-la como único instrumento para a prática dos exercícios físicos. Por influência do espírito britânico, vários esportes atingiram grande popularidade. Baseada nos jogos e nos esportes, a corrente inglesa é a única das quatro, nesse período, com uma orientação não-ginástica. Concebida para envolver a prática esportiva numa atmosfera pedagógico-social, a Escola Inglesa incorporou, no âmbito escolar, o esporte com uma conotação verdadeiramente educativa, haja vista a importância que era dada ao fair-play. Esse modelo foi seguido por quase todas as escolas inglesas, apesar da grande resistência oferecida por vários segmentos da sociedade, tal como o eclesiástico, o médico e o intelectual - que não entendiam o esporte em sua verdadeira dimensão.

Fora da esfera escolar, a importância creditada ao esporte atingiu a sua culminância na Inglaterra, de onde se difundiu inicialmente para a Europa e, depois, para a América.

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O que aconteceu com a Educação Física no período da Renascença?

É no período do Renascimento que a Educação Física se reintroduz-se no ideal da educação cortesã, trazendo consigo os exercícios físicos, como o salto, a corrida, a natação, a luta, a equitação, o jogo da pelota, a dança, a pesca.

Qual a representação da Educação Física e corpo na Renascença?

No Renascimento, a Educação Física deu um salto em busca do seu próprio conhecimento. O período da renascença fez explodir novamente a cultura física. A admiração e dedicação pela beleza do corpo, antes proibida, agora renasce com grandes artistas como Leonardo da Vinci (1432-1519).

Onde aconteceu o renascimento da Educação Física?

Educação Fisica na era Renascentista Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença. Esse período fez explodir novamente a cultura física, as artes, a música a ciência e a literatura.

Como foi a evolução da Educação Física ao longo da história?

É a fase anatômica da educação física. Já entre os romanos, que herdaram com a conquista da Grécia as atividades físicas dos gregos, em plena decadência, orientavam a educação física, objetivando o desenvolvimento das massas musculares.