Http tvbrasil ebc com br Expedições conteudo a pré-história no Brasil e os Sambaquis

Dentro dos estudos arqueológicos desenvolvidos na América, o Brasil concede uma significativa contribuição proveniente de seus diversos sítios arqueológicos. Entre os estados que apresentam antigos vestígios da presença humana podemos destacar primeiramente os estados do Piauí, Minas Gerais e as regiões litorâneas do Centro-sul do país.

Em São Raimundo Nonato (PI), um grupo de arqueólogos liderados por Niède Guidon notificou a presença de facas, machados e fogueiras com cerca de 48 mil anos de existência. Entre as principais conclusões desses estudos, destaca-se a presença de comunidades coletivas que caçavam e utilizavam o fogo para protegerem-se e alimentarem-se.

Na região de Lagoa Santa (MG) é o local onde está registrado uma das mais notórias descobertas da arqueologia nacional. Foi ali que se achou o mais antigo fóssil das Américas. Trata-se do crânio feminino que existiu há cerca de 11.500 anos. Pesquisas desenvolvidas a partir desse fóssil (apelidado de Luzia) abriram portas para novas teorias sobre o processo de ocupação do continente. Os traços negróides de Luzia levantam a suspeita de uma onda migratória da Oceania, responsável pela ocupação do nosso continente.

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Próxima das regiões de rio e no litoral do Brasil existe outro conjunto de vestígios pré-históricos. Nestes lugares, montes de conchas e esqueletos de peixe conferem a existência de comunidades inteiras que sobreviviam da pesca. Também conhecidos como povos sambaquis, essas populações foram usualmente detectadas no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. No ano de 2001, o mais antigo sambaqui brasileiro foi encontrado em Vale do Ribeira (SP).

Nas regiões do interior do Brasil também são encontrados riquíssimos sítios arqueológicos. Os chamados “cemitérios dos índios” são, na verdade, vestígios de antigas civilizações do território brasileiro. Ali encontramos grandes aldeias que realizavam sofisticados rituais funerários. Datados com cerca de mil anos, esses povos possuíam uma cultura bastante diferente da dos sambaquis.

Ainda na região amazônica, temos relato sobre um outro conjunto de povos pré-históricos. Designados como integrantes da civilização marajoara, esses povos deixaram interessantes vestígios materiais. Dotados de uma arte ceramista ricamente detalhada, os marajoaras faz parte dos mais complexos grupos humanos que viveram em terras brasileiras.

Com o passar dos anos, as civilizações ameríndias foram desenvolvendo-se em território nacional. Espalhados em diferentes tribos, os índios brasileiros integraram uma parte mais recente da História das populações nativas do Brasil. A partir do século XV, a chegada dos europeus transformou radicalmente a situação dos índios. A intolerância religiosa e cultural, a violência e as epidemias foram responsáveis pela dizimação dos povos indígenas no país.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

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Arqueólogo: um cientista (re)contador de histórias.  

Desde a Pré-História, o homem tem deixado marcas por onde passa. E só sabemos disso, pois há pesquisadores que se esforçam para explorar, estudar e divulgar todo o conhecimento sobre a evolução humana, cada qual em sua área e especialidade. E não estamos falando somente da roda, da escrita e de outras invenções que contribuíram significativamente para o desenvolvimento do ser humano. Talvez você nunca tenha parado para pensar, mas você, seus familiares, seus amigos, todos têm deixado vestígios neste mundo, seja na forma, por exemplo, de fotografias e textos em uma rede social até por meio de invenções revolucionárias ou mesmo sobre como tratamos nosso lixo. Ainda hoje a preservação dos sambaquis brasileiros ainda é muito precária por serem vistos como amontoados de lixo pela população, que sem informação de qualidade, não os reconhece como cultura material de um povo.

https://tvbrasil.ebc.com.br/expedicoes/conteudo/a-pre-historia-no-brasil-e-os-sambaquis

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/09/08/O-que-são-sambaquis.-E-a-descoberta-de-um-esqueleto-em-SC

Dentre as ciências que tratam da origem e da evolução humana (analisando as transformações e adaptações morfológicas, comportamentais e sociais ao longo do tempo) estão a Biologia e a História. Porém, como estamos falando de marcas, de elementos materiais que o homem deixa em sua passagem pelo planeta, vamos conversar nessa semana sobre outra ciência: a Arqueologia.


Para começar, vamos citar dois exemplos que você talvez já tenha ouvido falar: Machu Picchu e Indiana Jones. Conhecida como a “cidade perdida dos Incas”, Machu Picchu foi construída no século XV, para abrigar o maior império da América pré-colombiana. Em 1911, suas ruínas foram descobertas em uma expedição do arqueólogo estadunidense Hiram Bingham.

https://escola.britannica.com.br/artigo/Machu-Picchu/481790

(Artigo eletrônico sobre Machu Picchu na plataforma Britannica Escola).

http://www.gutenberg.org/ebooks/10772 

(E-book Inca Land: explorations in the Highlands of Peru, de Hiram Bingham. Disponível em inglês pelo Project Gutenberg).

Indiana Jones é um personagem fictício de uma série de filmes homônima. Ele é um professor de Arqueologia que se aventura pelo mundo em busca de relíquias famosas. Trata-se de uma caricatura do arqueólogo, dado o caráter fantasioso da obra, transformando o profissional em um herói.

http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252013000200017 

(Artigo sobre Arqueologia e a representação do profissional pelo personagem Indiana Jones).

Veja também a série de filmes Indiana Jones, disponível em plataformas de vídeos streaming.

Mas, então, o que é Arqueologia? E de que maneira o arqueólogo pode ser um contador de histórias?

Arqueologia é uma ciência humana que, como já falamos, estuda o desenvolvimento do homem por meio dos vestígios materiais deixados ao longo da evolução no planeta. O arqueólogo precisa ir a campo em busca do objeto de sua pesquisa, por meio de escavação e, depois, com acervo extraído, tratado e classificado, ele pode analisar o material descoberto e juntar os pedaços da história relacionados a cada item encontrado debaixo da terra. Então, depois de montar esse quebra-cabeça (com peças faltantes, em boa parte) de vestígios humanos, com a ajuda de outras ciências como a História e a Antropologia, é que o arqueólogo consegue recontar a história da comunidade que viveu ali, em seu contexto temporal e social. 

http://www.arqueologia-iab.com.br/page/arqueologia

(Instituto de Arqueologia Brasileira)

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142018000300285&lang=pt 

(Artigo sobre a interdisciplinaridade da Arqueologia)

http://portal.iphan.gov.br/dicionarioPatrimonioCultural/detalhes/63/arqueologia-historica 

(IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)

A descoberta de Hiram Bingham proporcionou um novo  capítulo na história da civilização Inca e, consequentemente, na do homem nas Américas. E as aventuras de Indiana Jones, ainda que na ficção, retratam a emoção do arqueólogo em relação às suas descobertas. Adentrando um pouco mais no personagem de Indiana Jones, vimos que ele representa o trabalho arqueológico de forma caricatural, muitas vezes dizendo mais sobre a cultua estadunidense, que o assemelha a um rambo,
que um pesquisador. Mas é interessante notar que neste mesmo período, as teorias sobre a ciência arqueológica passam por uma profunda revisão crítica, em que os pesquusadores estadunidenses exercem profunda influência, exatamente por propor uma arqueologia completamente diferente daquela que aparece no filme, a Arqueologia Processual, que mais, do que escavar e classificar, é buscar compreender processos culturais estruturais, a “Nova Arqueologia”.

Aqui um link que fala um pouco sobre a história da Arqueologia e suas escolas:

http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/29852/31738

Nesse sentido, mesmo que buscando o cinema de entretenimento, não poderíamos ter no filme uma crítica à arqueologia anterior a este período? Formular perguntas é sempre um bom passatempo investigativo. De quebra, no último filme da série, o personagem indica aos seus alunos a leitura de um dos mais conhecidos arqueólogos, o australiano Gordon Childe. Dentre os feitos de Gordon Childe, estão as escavações no sítio Neolítico de Skara Brae, na Escócia e a publicação de livros que popularizaram a Arqueologia, como a obra A evolução cultural do homem, disponível no acervo da Rede de Bibliotecas Públicas de São Bernardo do Campo.

https://www.britannica.com/biography/V-Gordon-Childe     

(Verbete em inglês na Encyclopaedia Britannica)

Outra obra que também pode ser encontrada nas bibliotecas municipais é Deuses, túmulos e sábios: o romance da Arqueologia, de C. W. Ceram. É uma introdução aos estudos da Arqueologia. Contar história é uma arte. Recontar a partir de vestígios é uma ciência, que o arqueólogo coloca em prática com arte e propriedade, pois o trabalho científico é fruto de muitos anos de estudo, empenho e sacrifício, e sua correta divulgação é merecida e necessária. 

No próximo post falaremos sobre arqueologia e música. Como a arqueologia, que se debruça sobre a cultura material pode contribuir com uma das mais abstratas artes que possuímos?

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O que são os sambaquis na Pré

Os Sambaquis são montes que guardam vestígios arqueológicos deixados pelo Homem da Pré-História e, por isso, através dos Sambaquis é possível saber como viviam, que técnicas dominavam e como se relacionavam com o meio ambiente. No Brasil, os Sambaquis estão distribuídos por toda zona costeira.

O que são sambaquis na história?

Os sambaquis são formações constituídas, principalmente, de conchas de moluscos, formadas ao longo de milhares de anos pelas populações que habitavam regiões litorâneas. Essas conchas eram descartadas após o consumo dos moluscos, formando imensas montanhas.

Quem eram os povos dos sambaquis?

Os Homens do Sambaqui, como são chamados, iniciaram a jornada nestas terras há cerca de 8.500 anos. Eram caçadores, coletores e pescadores e enterravam seus mortos, muitas vezes, com adornos. O que aconteceu com eles ainda é um mistério.

O que foram os sambaquis e qual a sua importância?

Sambaqui, também conhecido como concheiro, é uma formação calcária ou montanhosa de origem humana. Os sambaquis são sítios arqueológicos deixados por povos pré-históricos que habitavam a costa brasileira de 7 a 8 mil anos atrás, muito antes dos tupis-guaranis.