Em que ano foi criada a primeira Escola de enfermagem nos Estados Unidos?

Curiosamente, a gênese da enfermagem não está diretamente ligada aos primórdios da medicina. Enquanto o cuidado e o tratamento de doenças é uma prática presente em todas as civilizações mais primitivas, a enfermagem, ainda como prática leiga, só surgiu no período medieval (entre os séculos V e XIII).

O trabalho de enfermeiras nesse período era fundamentado por valores como o espírito de serviço e obediência. A prática era desenvolvida por religiosos e tinha um sentido muito mais próximo do sacerdócio do que da ciência que anos depois se desenvolveu como base para a atuação da medicina.

Contudo, a estreita ligação entre a enfermagem e a religião ocasionou uma estagnação da área nos anos seguintes. No período que vai do século XIII ao século XVI e que ficou marcado pela retomada do desenvolvimento da ciência, a prática da enfermagem seguiu restrita aos hospitais religiosos e teve pouco desenvolvimento teórico.

A falta de desenvolvimento em todas as áreas ligadas à medicina ocasionou uma queda no nível de eficiência dos hospitais, e alguns passaram a funcionar com estruturas extremamente precárias. Isso fez com que a enfermagem deixasse de ser uma profissão bem vista pelas mulheres de classes sociais mais abastadas e representou uma grave crise para a área, que só começou a se recuperar depois da Revolução Industrial. Ricos eram atendidos por médicos em suas casas, pobres tinham pouca (ou nenhuma) confiança nos serviços médicos e a enfermagem ficou anos no ostracismo.

A retomada do desenvolvimento da enfermagem está diretamente ligada a uma reestruturação dos hospitais por conta do avanço da medicina. E o grande marco dessa mudança foi o trabalho da italiana Florence Nightingale, filha de ingleses, que foi convidada pelo ministro da Guerra da Inglaterra para trabalhar com os soldados do país britânico durante a Guerra da Criméia.

Nesse período, a taxa de mortalidade dos soldados ingleses nos hospitais era de 40%. Florence viajou para o campo de batalha acompanhada de 38 voluntárias, entre religiosas (categoria que ainda dominava a atuação da enfermagem) e leigas. Rapidamente, o contingente de guerreiros que não conseguiam sobreviver nos hospitais caiu para 2% e Florence ficou conhecida como “Dama da Lâmpada” porque percorria as enfermarias com uma lanterna nas mãos.

Depois que voltou da Guerra da Criméia, Florence Nightingale contraiu tifo e ficou impedida de levar uma vida normal. Apesar disso, ela conseguiu fundar uma escola de enfermagem no Hospital Saint Thomas, baseada nos conceitos de disciplina militar e correção moral. O curso de enfermagem tinha um ano de duração e as aulas eram ministradas por médicos.

No início da fundamentação teórica da profissão, aliás, coube aos médicos a definição do que era pertinente à medicina e do que devia ser área de atuação da enfermagem. Essa foi a base para o desenvolvimento da área até o fim do século XIX.

Nos Estados Unidos, a primeira escola de enfermagem apareceu em 1873, baseada substancialmente nos preceitos cunhados por Florence Nightingale. A partir de 1877, enfermeiras começaram a trabalhar nas casas de pacientes de Nova York.

Aos poucos, o controle da maioria das instituições de ensino de enfermagem passou às mãos das próprias enfermeiras e as escolas de treinamento, a despeito de continuarem ligadas aos hospitais, assumiram uma total autonomia financeira e administrativa. É curioso notar que a seleção de candidatas aos cursos nesse período era feita com base em uma análise curricular e de características pessoais, com enorme valor ao desenvolvimento moral e intelectual.

No Brasil, ao contrário dessa tendência, a enfermagem surgiu como uma atuação de escravos que ajudavam os jesuítas no combate às doenças durante o período colonial, fundamentada por conhecimentos empíricos e de ervas medicinais. O primeiro a desenvolver atividades de enfermeiro no país com mais base teórica foi o frei Fabiano Cristo, que trabalhou no convento de Santo Antonio do Rio de Janeiro durante o século XVIII.

No período pós-colonial, mereceu destaque a atuação de Ana Nery, nascida na Bahia. Viúva, ela não suportou a idéia de se separar dos dois filhos quando ambos foram convocados para a Guerra do Paraguai. Então, escreveu ao presidente da província e se colocou à disposição para ajudar nos campos de batalha.

Ao lado de seu filho mais jovem, aluno do sexto ano da faculdade de medicina, Ana Nery improvisou hospitais para atender os soldados e se tornou um símbolo da atuação da enfermagem. Tanto que foi pintada por Ivo Meireles, recebeu medalhas humanitárias e do governo imperial e também foi homenageada com uma pensão financeira.

No entanto, Ana Nery morreu antes da fundação de um curso de enfermagem no Brasil. Ela faleceu em 1880, no Rio de Janeiro, e a primeira Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras surgiu apenas dez anos depois, junto ao Hospital Nacional de Alienados do Ministério dos Negócios do Interior.

No início do século XX, a atuação da enfermagem no país teve como principal expoente a Cruz Vermelha, instituição que foi uma das principais organizações para conter a epidemia de gripe espanhola no fim da década de 1910.

A formação dos profissionais da Cruz Vermelha começou em 1916, quando o curso de socorrista foi criado para atender combatentes na 1ª Guerra Mundial. Os diplomas emitidos pela escola eram registrados pelo Ministério da Guerra e uma verdadeira formação na área só começou a acontecer na década seguinte.

Contudo, o desenvolvimento e a padronização teórica da enfermagem só aconteceram de forma contundente a partir da segunda metade do século XX, quando a medicina começou a se desenvolver com mais velocidade e a divisão de funções entre médicos e enfermeiros ficou cada vez mais clara.

No século XX, a enfermagem se consolidou como uma área complementar ao trabalho dos médicos. Atualmente, enfermeiros são parte integrante de uma equipe de saúde e têm papel importante para a criação de um planejamento de avaliação e execução de planos assistenciais com os pacientes. Além disso, cabe à enfermagem o combate de infecções hospitalares e doenças transmissíveis em geral, cuidados de higiene e conforto nos pacientes e ações de tratamento simples, entre outras coisas.

Bibliografia

GEOVANINI, Telma. História da enfermagem: versões e interpretações. Editora Revinter, 1995.
TURKIEWICZ, Maria. História da enfermagem. Editora Etecla, 1995.

Em que ano foi criado a primeira escola de Enfermagem nos Estados Unidos?

Nos Estados Unidos a primeira Escola foi criada em 1873. Em 1877 as primeiras enfermeiras diplomadas começam a prestar serviços a domicílio em New York.

Qual foi o ano que foi criada a primeira escola de Enfermagem?

Com a criação do Decreto Federal 791 de 27 de setembro de 1890, o Governo criou oficialmente a primeira Escola de Enfermagem Brasileira, apresentado em oito artigos, que dispunham sobre o ensino e a prática da assistência de enfermagem no Brasil.

Quando foi criada a primeira Escola de Enfermagem Anna Nery?

O ensino da enfermagem, no Brasil, foi institucionalizado em 1923, com a criação da Escola de Enfermagem Ana Nery e, no estado da Bahia, apenas em 1946 é que se deu a criação da então Escola de Enfermagem da Universidade da Bahia (EEUB), através do Decreto Lei 8.779 de 22 de janeiro de 1946.

Em que ano foi fundada a primeira escola de Enfermagem na Inglaterra?

Em 1860, criou a Escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, em Londres.