Diferença entre doença de trabalho e doença profissional

Diferença entre doença de trabalho e doença profissional

Infelizmente, o número de profissionais doentes no Brasil não para de crescer. Já falamos, por exemplo, sobre como os casos de depressão têm se tornado cada vez mais comum entre os trabalhadores, e também produzimos já conteúdo sobre a terrível Síndrome de Burnout. O problema consiste no esgotamento físico e mental resultante de uma vida profissional desgastante e já afeta mais de 30% da nossa população economicamente ativa (PEA).

Falar sobre as doenças que atingem os profissionais e conhecer mais sobre elas é muito importante. Isso faz com que, ao identificar situações suspeitas, os gestores e colegas de trabalho possam incentivar a busca por tratamento médico ou oferecer algum outro tipo de ajuda.

Mas, quando se trata de problemas de saúde envolvendo trabalhadores, algumas confusões são comuns. Você já ouviu falar, por exemplo, em doenças ocupacionais e por que elas são diferentes de doenças do trabalho? Se você ainda não domina o assunto e quer aprender um pouco mais, continue a leitura!

Basicamente, doenças ocupacionais e doenças de trabalho têm uma diferença: enquanto a doença do trabalho está mais relacionada ao ambiente, a doença ocupacional é causada por características da própria atividade profissional. Vamos explicar melhor:

Doença ocupacional

A doença ocupacional, também conhecida como doença profissional, é aquela provocada pelo trabalho em si, ou seja, pelas características da atividade que o trabalhador exerce. Quer um exemplo?

Em uma fábrica, João trabalha na equipe de soldadores e diariamente manuseia equipamentos que emitem altos ruídos sonoros e soltam faíscas. Por conta da profissão, João fica exposto à luz da solda. Ele corre o risco de entrar em contato com essas faíscas e adquirir algum problema ocular, como catarata. Se isso acontecesse, a doença seria considerada ocupacional.

Doença do trabalho

Por lei, a doença do trabalho é definida como “a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente”. Isso quer dizer que é causada pela exposição do funcionário a algum agente presente no seu local de trabalho, mas que não necessariamente faz parte de suas tarefas profissionais. Neste caso, o trabalho não é a causa específica da doença, mas tem bastante influência sobre ela. Vamos a mais um exemplo:

Na mesma empresa, Márcia trabalha como auxiliar de escritório, e apesar de passar o dia todo dentro de uma sala fechada, ainda se incomoda com os ruídos produzidos pelos soldadores. Depois de alguns anos, a exposição contínua ao barulho fez com que ela perdesse parte da audição.

Note que, nesta situação, o problema foi causado por um fator presente no ambiente de trabalho da Márcia, mas que não tinha nada a ver com as atividades que ela desempenhava no escritório. Então, a perda auditiva é considerada uma doença do trabalho.

É importante ressaltar que a utilização de equipamentos de proteção está entre as melhores maneiras de prevenir tanto doenças ocupacionais como doenças do trabalho. Esses recursos devem ser oferecidos pela empresa, que também precisa fiscalizar o uso e orientar os funcionários sobre a forma correta de utilização.

Também é responsabilidade de toda empresa empenhar-se para oferecer aos colaboradores um ambiente de trabalho saudável e, acima de tudo, agradável. Lembre-se: manter a saúde dos funcionários em dia é interessante para o seu negócio, mas eles não devem ser vistos como mera força de trabalho. Mostrar-se preocupado com o bem-estar de cada um deles é importante para estreitar o relacionamento com a equipe e fazê-la trabalhar mais disposta.

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Em uma grande companhia, é comum que algum funcionário, vez ou outra, seja afastado do trabalho por motivos de saúde relacionados à sua atividade. Mas saiba que empresas menores também estão sujeitas à ocorrência de doença do trabalho e doença profissional. Logo, é importante saber a diferença entre essas ocorrências.

Diversos motivos são responsáveis por afastar um trabalhador do seu ambiente de trabalho ou do exercício de sua função, desde doenças causadas por fatores ou condições do espaço e lesões por esforço repetitivo até acidentes inesperados.

Para entender melhor como se classificam todos esses incidentes e suas consequências, elaboramos este post explicando as diferenças e as peculiaridades de cada uma delas. Confira!

Apesar da confusão comum entre os dois termos, doença do trabalho e doença profissional se referem a duas situações diferentes. O artigo nº 20 da Lei nº 8.213/91 dispõe sobre ambos os casos, sendo o inciso I dedicado à doença profissional e o inciso II, à doença do trabalho. A seguir, entenda melhor esses conceitos, de acordo com o que diz a legislação.

Doença do trabalho

É aquela que decorre do ambiente ou de condições especiais em que o trabalho é realizado e tem relação direta com ele. Isso quer dizer, que, embora seja adquirida ou se desencadeie em função do exercício do trabalho, da forma como ele ocorre, não se refere especificamente ao cargo ou à profissão.

Ela ocorre por conta de circunstâncias alheias à atividade, podendo advir do ambiente onde é exercida ou da maneira que é realizada. Por exemplo, um trabalhador de uma fábrica que adquire surdez por ter sido exposto a ruídos acima dos limites. Ou, ainda, um colaborador que realiza movimentos não ergonômicos, carrega muito peso sem se proteger com exercícios laborais e, então, desenvolve hérnia de disco ou artrose. Ambas as ocorrências são consideradas doenças do trabalho nesse caso.

Doença profissional

Já a doença profissional é aquela desencadeada em decorrência da exposição contínua a agentes de risco, sejam físicos, químicos ou outros. Assim, a doença profissional é adquirida pelo exercício de determinado trabalho. Nesse caso, o agente específico é responsável por desencadear ou agravar alguma condição no organismo do trabalhador.

Pode-se dizer que ela tem relação direta com a atividade, por exemplo, um digitador que desenvolva LER — lesão por esforço repetitivo — no antebraço, já que não há uma forma de proteção nesse caso, como um equipamento. O esforço é inerente à função de digitador, e a doença acontece em razão do tipo de trabalho realizado.

Outros exemplos seriam um soldador que desenvolve catarata ou um jogador de futebol que sofre uma lesão no joelho. No campo dos agentes de risco, podemos citar a silicose, ocasionada pela inalação de partículas de sílica e o saturnismo, nome dado à intoxicação causada por chumbo.

Entretanto, se as substâncias nocivas se apresentam em níveis acima dos limites de tolerância e o trabalhador não usa a proteção adequada, então não pode ser considerada doença profissional.

Quanto aos aspectos legais de cada uma?

No âmbito legal, também existem algumas diferenças entre doença do trabalho e doença profissional, porém, as duas garantem ao trabalhador alguns benefícios, como o direito ao Seguro de Acidentes do Trabalho. Porém, no que se refere à aposentadoria especial, as formas de tratamento são diferentes.

Em geral, as doenças profissionais são incuráveis e, por isso, garantem a aposentadoria por invalidez. O digitador, exemplo dado acima, caso desenvolva uma lesão séria, ficará impossibilitado de trabalhar, necessitando da aposentadoria. Portanto, de acordo com a gravidade, a doença profissional pode gerar o direito à Aposentadoria Especial.

Já as chamadas doenças do trabalho, em sua maioria, podem ser tratadas e curadas: ainda que exijam um tempo de recuperação, não incapacitam o trabalhador. Sendo assim, é concedido o afastamento temporário, com o trabalhador retornando à função após a liberação médica. No entanto, dependendo do caso, também é possível a concessão de aposentadoria, mas é raro.

Além disso, tanto a doença do trabalho quanto a doença profissional podem garantir ao trabalhador o direito ao Adicional de Insalubridade e obrigam o empregador a pagar indenização, no caso de perda da capacidade laboral, por danos morais e materiais.

Quais doenças não se enquadram como doenças do trabalho?

Ainda segundo o primeiro parágrafo do artigo nº 20 da Lei nº 8.213/91, algumas doenças não podem ser consideradas como doenças do trabalho. São elas:

  • doenças degenerativas;
  • aquelas próprias de determinado grupo etário;
  • que não produzam incapacidade laborativa;
  • endêmicas que resultam da exposição contante por um habitante da região onde a ocorrência se desenvolva, exceto quando haja comprovação de que ela é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

Qual a importância de cuidar da saúde e do ambiente dos trabalhadores de uma empresa?

Diante dos riscos, é fundamental que a empresa tenha uma preocupação com a promoção da saúde no ambiente de trabalho, bem como com o bem-estar de seus colaboradores.

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional — PCMSO —, conforme é descrito na NR-7 do Ministério do Trabalho, prevê, por exemplo, políticas de conscientização quanto ao uso dos equipamentos de proteção considerando o nível de risco do trabalho.

Além disso, é necessário que haja um responsável na empresa realizando um acompanhamento frequente e fiscalizando os trabalhadores no exercício de suas funções, cuidando para que não se envolvam em acidentes.

Por fim, é recomendado oferecer suporte àquelas pessoas que já passaram por problemas dessa natureza na empresa. Apoio psicológico e terapia ocupacional podem minimizar os danos e ajudar os colaboradores a lidarem com os problemas, melhorando sua autoestima.

Concluindo, ambas as condições, doença do trabalho e doença profissional, conferem ao empregador e ao empregado uma série de deveres e direitos. No entanto, a diferença principal entre elas reside na ligação direta com a a atividade exercida, o que acaba impactando mais ou menos na capacidade laborativa.

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Qual a diferença entre doença de trabalho e doença profissional?

Apesar de ter nomes semelhantes e serem relacionadas ao trabalho, existe diferença entre a doença profissional e doença do trabalho: a doença do trabalho acontece por conta do ambiente de trabalho; e a doença profissional é causada de forma direta pela atividade profissional.

Quais são as doenças profissionais ou do trabalho?

LER (Lesão por Esforço Repetitivo); DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho); depressão; doenças causadas por vírus ou bactérias, por conta da exposição a locais insalubres.

O que é doença profissional e exemplos?

A doença profissional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e o da Previdência Social. Ex: Saturnismo (intoxicação provocada pelo chumbo) e Silicose (sílica).