Explosão demográfica designa o crescimento elevado da população de um determinado local ou do mundo. Esse crescimento pode ser provocado por diversos motivos, variando de acordo com o período e o contexto histórico. Esse fenômeno foi observado, principalmente, em países subdesenvolvidos após o ano de 1950, quando se elevou em um um bilhão o número de pessoas na Terra em apenas 35 anos. Show
→ Causas da explosão demográficaO planeta atingiu o número de sete bilhões de habitantes na primeira década do século XXI, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com essa organização, apesar de existirem tendências de diminuição nas taxas de crescimento, o mundo ganha cerca de 84 milhões de habitantes a cada ano. Esse acréscimo populacional é visto, principalmente, em países subdesenvolvidos, que apresentam, geralmente, as maiores taxas de crescimento demográfico. Uma das principais causas da explosão demográfica foram os avanços tecnológicos proporcionados pela Revolução Industrial. Após o início desse período, observou-se um acentuado processo de migração do campo para as zonas urbanas. Além disso, novas técnicas foram inseridas nas práticas agropecuárias, melhorando a produtividade e garantindo maior disponibilidade de alimentos. Houve também transformação das relações de trabalho e dos modos de produção. A revolução trouxe ainda avanços tecnológicos que alcançaram a medicina, proporcionando a redução dos índices de mortalidade por meio da vacinação e do controle de epidemias. Assim, elevou-se a expectativa de vida. A população mundial que, em 1750, era em torno de 760 milhões de habitantes cresceu para 1 bilhão no ano de 1800. → Explosão demográfica após a Segunda Guerra MundialFoi a partir da Segunda Guerra Mundial, especificamente a partir do ano de 1950, que a população mundial cresceu consideravelmente. Esse crescimento foi observado, principalmente, em países subdesenvolvidos. Muitos desses países dobraram sua população em menos de três décadas. A população mundial, no início do século XX, era de 1,6 bilhão de pessoas. Ao final desse mesmo século, atingiu 6,1 bilhões de habitantes. O que explica essa explosão demográfica após a Segunda Guerra Mundial é o fato de que, principalmente, os países subdesenvolvidos conseguiram controlar algumas doenças que assolavam suas populações. O avanço na medicina permitiu o desenvolvimento de vacinas capazes de erradicar algumas doenças. Além disso, houve um maior acesso a medicamentos, como antibióticos. Essas conquistas fizeram com que as taxas de mortalidade nesses países diminuíssem consideravelmente, propiciando o aumento da população. A partir de 1950, a população mundial elevou-se de 2,5 bilhões de habitantes para 6,7 bilhões no ano de 2008. Esse crescimento foi visto, principalmente, nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, que concentram, atualmente, cerca de 80% da população do planeta. Leia também: Trabalho infantil no início da Revolução Industrial → Consequências da explosão demográficaO crescimento acelerado da população mundial trouxe consequências para o meio ambiente, como desmatamento e esgotamento de solos, e também ampliou problemas sociais, como a fome, uma preocupação mundial que está associada à distribuição de riquezas. A ONU declarou que 842 milhões de pessoas são atingidas pela fome no mundo, e a maior parte dessas pessoas, especificamente 826 milhões, vive em países subdesenvolvidos. A ONU também estima que uma em cada oito pessoas está sob condição de subnutrição no mundo. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Muitos estudiosos acreditam que conter as taxas de natalidade nos países subdesenvolvidos é um caminho para diminuir os impactos ambientais. Repensar o modelo de desenvolvimento econômico pautado na exploração máxima dos recursos naturais visando ao lucro também é apontado como alternativa para reduzir os impactos negativos na natureza.
→ Implosão demográfica e explosão demográficaNos países desenvolvidos, apresentou-se um fenômeno com características contrárias às da explosão demográfica. A chamada implosão demográfica iniciou-se no começo do século XXI com a estabilização do crescimento populacional. Esse fenômeno indica taxas de crescimento em torno de 0% ao ano, sendo que alguns países apresentaram crescimento negativo. Esse fato fez com que alguns estudiosos da dinâmica do crescimento populacional denominassem esse fenômeno de implosão demográfica. Estimativas da ONU sugerem que a população mundial atingirá um número de 9 bilhões de habitantes em 2050 e, a partir desse ano, entrará em estágio de declínio. Esse decrescimento será consequência do envelhecimento da população e da redução das taxas de fecundidade, decorrente da urbanização, da maior inserção da mulher no mercado de trabalho e dos avanços na saúde, que proporcionaram, por exemplo, o desenvolvimento de métodos contraceptivos. → Teoria da transição demográfica e explosão demográficaEm alguns países subdesenvolvidos, é notável o declínio das taxas de natalidade a partir do século XX. A modernização da economia, a urbanização e a melhoria das condições médico-sanitárias, proporcionadas pelo que ficou conhecido como Revolução Médico-Sanitária, são fatores que influenciam essa desaceleração. Nos países desenvolvidos, é visível, desde o início do século XIX, uma estabilidade demográfica. Houve também uma redução das taxas de natalidade a partir do final do século XIX. Como consequência, aumentou-se, consideravelmente, o número de idosos nesses países. Essa tendência de redução do crescimento da população faz com quem muitos autores e estudiosos da demografia não utilizem o termo explosão demográfica para definir o elevado crescimento populacional. Os demógrafos falam, então, sobre “transição demográfica”. Essa teoria foi elaborada em 1929 e afirma que todos os países tendem a estabilizar seu crescimento em um dado momento. → Explosão demográfica no BrasilO Brasil apresentava cerca de 17 milhões de habitantes há pouco mais de um século. Hoje, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira corresponde a 204.450.649 milhões de habitantes. O crescimento populacional no Brasil elevou-se por volta do ano de 1940, quando as taxas de mortalidade apresentaram declínio em decorrência de melhorias na qualidade vida e avanços na medicina. A partir de 1960, as taxas de crescimento começaram a declinar, motivadas pelo intenso processo de urbanização, que modificou o modo de viver das famílias, e também pela redução da taxa de fecundidade, que caiu de 6,2 filhos em 1960 para 1,9 filho em 2010, segundo dados do IBGE. Quais são as consequências demográficas?O crescimento acelerado da população mundial trouxe consequências para o meio ambiente, como desmatamento e esgotamento de solos, e também ampliou problemas sociais, como a fome, uma preocupação mundial que está associada à distribuição de riquezas.
Quais são as principais consequências da transição demográfica?Como citamos, o principal aspecto decorrente da finalização do processo de transição demográfica é o envelhecimento da população. Com a estabilização das taxas de natalidade e mortalidade, a sociedade entra em um cenário de envelhecimento natural, pois a expectativa de vida aumenta consideravelmente.
Quais são as tendências demográficas atuais?José Noronha: tendências demográficas globais e riscos epidemiológicos futuros. Crescimento populacional; envelhecimento; aumento dos custos com assistência a pessoas que sofrem com doenças crônicas; ameaças globais de epidemias e pandemias; e riscos de guerras biológicas e químicas.
Quais são as principais causas da transição demográfica?Mas a teoria da transição demográfica demonstra que esse processo não ocorre pelo aumento das taxas de natalidade, e sim pela diminuição brusca das taxas de mortalidade, em razão das melhorias sociais em termos de saúde, saneamento, acesso à água e outros fatores.
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