Como era feita a travessia dos escravos da África para o continente americano?

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Como era feita a travessia dos escravos da África para o continente americano?
 Nota: Se procura a poesia abolicionista de Castro Alves sobre, veja O Navio Negreiro.

Como era feita a travessia dos escravos da África para o continente americano?

Maquete do interior de um navio negreiro.

Como era feita a travessia dos escravos da África para o continente americano?

Como era feita a travessia dos escravos da África para o continente americano?

Plano do navio negreiro britânico Brookes.

Navio negreiro (também conhecido como "navio tumbeiro") é o nome dado aos navios de carga para o transporte de escravos, especialmente os escravos africanos, até o século XIX.

Aprisionados no interior da África subsaariana, por incursões dos mercadores esclavagistas ou por outros africanos que lucravam com o tráfico, os escravos eram trazidos em marcha forçada até o litoral do continente, onde os sobreviventes eram despojados de suas roupas e eventuais pequenos pertences que ainda carregassem consigo, para serem vendidos aos comerciantes europeus, que os embarcavam nos navios negreiros. Neles, os escravos eram destinados aos porões da embarcação, onde ficavam presos em grupos às correntes. Cada navio, levava em média quatrocentos africanos amontoados. O mau-cheiro imperava, e o espaço para movimentação era mínimo, porque embora navios deste tipo fossem geralmente grandes, se otimizava o espaço do mesmo para caber o maior numero possível de escravos.

A partir de 1432 quando o navegador português Gil Eanes levou para Portugal a primeira carga de escravos negros vindos da África que os portugueses começaram a traficar os escravos para a Ilhas da Madeira e em Porto-Santo. Mais adiante os negros foram trazidos para o Brasil.

A história dos navios negreiros é das mais comoventes. Homens, mulheres e crianças eram transportados amontoados em compartimentos minúsculos dos navios, escuros e sem nenhum cuidado com a higiene. Conviviam no mesmo local, a fome, a sede, as doenças, a sujeira, os agonizantes e os mortos.

Sem a menor preocupação com a condição dos negros, os responsáveis pelos navios negreiros amontoavam negros acorrentados como animais em seus porões que muitas vezes advinham de diferentes lugares do continente africano, causando o encontro de várias etnias e que por vezes eram também inimigas. Seus corpos eram marcados pelas correntes que os limitavam nos movimentos, as fezes e a urina eram feitas no mesmo local onde permaneciam. Os movimentos das caravelas faziam com que muitos passassem mal e vomitassem no mesmo local. Os alimentos simplesmente eram jogados nos compartimentos uma ou duas vezes por dia, cabendo aos próprios negros promover a divisa da alimentação. Como os integrantes do navio não tinham o hábito de entrar no porão, os mortos permaneciam ao lado dos vivos por muito tempo.

Quando o navio encontrava alguma dificuldade durante seu trajeto, o comandante da embarcação ordenava que os negros moribundos ou mortos fossem lançados ao mar, como alternativa para reduzir o peso do navio. Nestes casos, o mar acabava se tornando a única saída dos negros para a luz, antes de chegarem aos destinatários do comércio.

A organização da Companhia dos Lagos propunha-se a incentivar e desenvolver o comércio africano e dar expansão ao tráfico negreiro, sua viagem inicial motivou a formação de várias companhias negreiras, tais como: Companhia de Cacheu (1675), Companhia de Cabo Verde e Cacheu de Negócios de Pretos (1690), Companhia Real de Guiné e das Índias (1693) e Companhia das Índias Ocidentais (1636). No Brasil, devido ao êxito do empreendimento, deu-se a criação da Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649).

Foi somente no século XIX que as leis proibiram o comércio de negros. Entre 1806 e 1807, a Inglaterra acabou com o tráfico negreiro em seu Império e em 1833 proibiu o trabalho escravo. No Brasil, mesmo após o tráfico negreiro ter sido proibido, a escravidão permaneceu até 1888.

O tráfico transatlântico de escravos africanos começou a entrar em decadência somente a partir da sua abolição no início do século XIX pelo Reino Unido, com alguns países como o Brasil persistindo em sua prática até serem forçados a abandoná-lo décadas depois. Devido às péssimas condições, físicas e psicológicas, em que se encontravam os escravos transportados, muitos morriam, eram mortos ou suicidavam-se durante a travessia por conta do sofrimento

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Rediker, Marcus "O Navio Negreiro" Ed. Companhia das Letras 2011 ISBN 9788535918052
  • http://www.historiabrasileira.com/escravidao-no-brasil/navios-negreiros/

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Tráfico negreiro
  • Como era feita a travessia dos escravos da África para o continente americano?
    Portal da escravidão

Como era feita a travessia dos escravos da África para a América?

A obtenção dos escravos começava no interior do continente africano, com os cativos sendo prisioneiros de guerra que eram vendidos ou vítimas de emboscadas realizadas pelos traficantes de escravos. Uma vez capturados, eram levados em uma marcha, a pé, até o porto, do qual seriam encaminhados para a América.

Como era a travessia dos africanos e a América?

Foi através dos navios negreiros, que fizeram a travessia do atlântico, que estes indivíduos chegaram em novos lugares. A viagem era bastante difícil e durava cerca de dois meses, podendo ser prolongada por conta das tempestades e calmarias em alto mar. Os maus tratos começavam antes mesmo de embarcar nos navios.

Como era o processo de travessia dos escravos?

Tráfico Negreiro Eram embarcados à força e aprisionados em porões que mal davam para permanecerem sentados. Os africanos escravizados eram mantidos nus, separados por sexo e os homens permaneciam acorrentados a fim de evitar revoltas. Já as mulheres, sofriam violência sexual por parte da tripulação.

Qual é o processo de migração forçada da África para América?

Resposta: A diáspora africana é o nome dado a um fenômeno histórico e social caracterizado pela imigração forçada de homens e mulheres do continente africano para outras regiões do mundo. ...