Ah mais meninos ou meninas com dislexia por quê

Os transtornos de aprendizagem são condições de origem genética (neurobiológica) que afetam especificamente algumas habilidades de aprendizagem, tais como a leitura, escrita e também a matemática.

As dificuldades ocorrem desde a infância, mas geralmente só ficam mais em evidência ao longo do período escolar.  

O aluno que sofre com esses problemas apresenta dificuldades acentuadas e que persistem ao longo da vida, por isso é tão importante que o problema seja identificado e tratado logo cedo.

Vale ressaltar que o termo distúrbio de aprendizagem é sinônimo de transtorno de aprendizagem, sendo a dislexia e a discalculia são os transtornos de aprendizagem mais comuns entre as crianças e os jovens.  

Conheça um pouco mais sobre os transtornos de aprendizagem:

O que é a Dislexia?

A dislexia é um distúrbio genético que atrapalha o aprendizado e a realização da escrita e da leitura do indivíduo. O cérebro, por razões que ainda são pouco conhecidas, tem dificuldade para juntar as letras e formar as palavras e não consegue relacionar direito os sons das sílabas formadas. Um dos principais sintomas é a troca na ordem das letras ao ler e escrever

É importante entender que a dislexia não tem nada a ver com Q.I. baixo ou abaixo da média. Os disléxicos têm dificuldades com as palavras, mas geralmente costumam ir muito bem nos cálculos, por exemplo.  

O comportamento de quem enfrenta esse problema também varia de pessoa para pessoa, pois existem disléxicos extremamente metódicos e outros desorganizados; existem os timidos e os tagarelas.

Neurocientistas da Georgetown University Medical Center, nos Estados Unidos, descobriram que o sexo masculino é mais afetado do que o feminino. São três meninos para cada uma menina.  

Existem vários graus de intensidade e o diagnóstico geralmente ocorre na infância, quando a criança começa a ser alfabetizada na escola e precisa começar a ler e escrever. Os casos que apresentam um grau de intensidade menor, podem por muitas vezes serem identificados somente na adolescência ou na fase adulta.  

Devemos nos preocupar com a dislexia porque ela pode limitar o desenvolvimento dos estudos e da carreira e, em casos mais severos, levar à depressão.

Sintomas da Dislexia:

  • Confundir palavras que tem som parecido, como camarão e macarrão;
  • Fala prejudicada;
  • Não conseguir associar letras aos sons;
  • Erros constantes de ortografia;  
  • Problemas de localização de esquerda e direita;  
  • Inverter ou pular sílabas na hora em que está escrevendo ou lendo;
  • Lentidão para ler;
  • Dificuldades para estudar;
  • Trocar as letras, principalmente se elas possuem sons parecidos, como “f” e “v”, “b” e “p”, “d”, “t”.

Como é feito o diagnóstico?

Ele deve ser feito por neurologistas, fonoaudiólogos e psicólogos e a criança deve ter entre 8 e 9 anos de idade.  

É importante consultar vários especialistas, pois é no consultório que ele consegue diferenciar a dislexia de outros transtornos, como o déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), além de descartar outros problemas emocionais ou neurológicos que também poderiam interferir na escrita e na leitura.

Testes de audição, de visão e provas de fluência verbal e desempenho cognitivo também são feitos para avaliar qual é o nível de dificuldade presente na criança.

Há prevenção para a dislexia?

A dislexia é um distúrbio genético, sendo assim, não há prevenção. A saída é detectá-la precocemente para garantir que a criança tenha uma maior qualidade de vida.

Como tratar a dislexia?

A dislexia não tem cura, mas é possível levar uma vida normal se ela for diagnosticada cedo e receber o suporte especializado necessário. O tratamento com psicólogo e fonoaudiólogo cria estratégias que ajudam a criança e o adolescente a superar as dificuldades com as palavras e também com as outras barreiras enfrentadas no dia a dia. Fazer terapia é importante porque é através dela que se diminuem as possíveis crises de baixa autoestima.

A criatividade é algo muito marcante entre os disléxicos, por isso aconselhamos os pais que estimulem seus filhos a desenvolver atividades criativas como: tocar instrumentos, desenhar, pintar, dançar, cantar e praticar esportes.  

E com o avanço da tecnologia, eles ganharam bons aliados. Alguns videogames e softwares desenvolveram jogos que são capazes de treinar as habilidades de leitura e de escrita de quem possui dislexia. Também foram criados alguns audiobooks que estimulam a associação dos sons das palavras às letras correspondentes.

O que é a discalculia?

A discalculia é um dos transtornos de aprendizagem causado por conta de má formação neurológica que se manifesta como dificuldade em aprender números. Essa dificuldade não é causada por nenhuma deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e também não há relação com o Q.I. ou a inteligência da pessoa.  

Indivíduos portadores de discalculia são incapazes de montar operações matemáticas, identificar sinais, classificar números, entender princípios de medida, seguir sequências, relacionar valores de moedas, compreender conceitos matemáticos etc.

Sintomas da discalculia:

  • Dificuldades para aplicar ideias matemáticas no dia a dia;
  • Sentem-se inseguras para resolver equações matemáticas básicas;
  • Dificuldades para interpretar gráficos;
  • Apresentam problemas para reconhecer símbolos matemáticos;
  • Incapacidade para aprender ou recordar estruturas matemáticas básicas;
  • Utilizam os dedos para contar;
  • Não são capazes de interpretar frases como: “mais de” ou “menos de”;
  • Iniciam problemas na ordem errada;
  • Dificuldade para memorizar ou aprender o procedimento das equações matemáticas de problemas simples;  
  • Dificuldade para alinhar problemas;
  • Dificuldade em somar ou subtrair;
  • Dificuldade para realizar contas básicas na mente;
  • Não compreendem problemas falados ou ditados;
  • Problemas de raciocínio;
  • Problemas em dizer que horas são;
  • Dificuldade para aprender a contar;
  • Problemas associados à compreensão de números;
  • Erros de ortografia dos números quando são escritos ou copiados;
  • Problemas para reconhecer símbolos associados aos números;
  • Confundir os sons de números que soam similares;
  • Repetir um número duas vezes ou mais;
  • Dificuldade para classificar objetos por formato ou tamanho.

Como é feito o diagnóstico?

É muito importante que o diagnóstico seja o mais precoce possível para evitar que a discalculia gere atrasos escolares e frustrações na criança.

Porém, não é tão fácil se obter o diagnóstico porque não existe nenhum teste próprio para identificar o problema a nível cerebral. Por isso, distinguir uma dificuldade nos conceitos matemáticos da discalculia é extremamente difícil.

Sendo assim, foram criados diversos testes que tem a finalidade de identificar o problema, mas eles precisam ser aplicados por especialistas, tais como neurologistas, psicopedagogos, neuropedagogo ou até mesmo psicólogos.

Há prevenção para a discalculia?

Assim como a dislexia, a discalculia é um distúrbio genético e, por esse motivo, não há prevenção. Por isso, é importante detectá-la precocemente para garantir que a criança tenha uma maior qualidade de vida.

Como tratar a discalculia?

O tratamento da discalculia deve ser adaptado de criança para criança, seguindo sempre o diagnóstico obtido.

O ideal é que seja um tratamento multidisciplinar, com fonoaudiólogos, auxílio dos professores e psicólogos para ajudar com a baixa autoestima (muitas vezes eles se sentem menos capazes perante aos outros alunos).

Tudo isso ajudará a criança a compensar suas dificuldades e ter um desenvolvimento normal, sem atrasar a sua trajetória na escola.  

O incentivo dos pais e dentro de casa também é fundamental para ajudar em relação aos transtornos de aprendizagem – lembrando que assim como a dislexia, a discalculia não tem cura.

Os transtornos de aprendizagem afetam uma grande parcela de crianças e jovens, por isso é tão importante se informar e identificar onde está o seu problema.

Feito isso, é ideal que você procure um especialista e realize exames que irão lhe ajudar de forma efetiva com os transtornos de aprendizagem.

Lembre-se que a Saberes possui uma equipe especializada com consultoria pedagógica e professores qualificados para aulas de reforço e acompanhamento educacional, que podem ser grandes diferenciais no desenvolvimento do aluno.

Porque a criança nasce com dislexia?

A causa do distúrbio é uma alteração cromossômica hereditária, o que explica a ocorrência em pessoas da mesma família. Pesquisas recentes mostram que a dislexia pode estar relacionada com a produção excessiva de testosterona pela mãe durante a gestação da criança.

Qual a porcentagem de pessoas com dislexia?

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula e atinge entre 5% e 17% da população mundial. A ABD define dislexia como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração.

Quais são as principais causas da dislexia?

As causas de dislexia estão relacionadas com fatores genéticos, desenvolvimento tardio do sistema nervoso central, problemas nas estruturas do cérebro e comunicação pouco eficaz entre alguns neurônios. No entanto, isso não afeta a inteligência da criança.

Quem tem dislexia pode ter filho?

Na dislexia adquirida, o indivíduo tem a área cerebral danificada por algum acidente (Área de Wernicke). Na dislexia genética existe uma disfunção no cromossomo 6, porém não significa que por ela ser genética, seja hereditária. Ou seja, o pai e a mãe podem ser disléxicos, mas os filhos não, ou vice-versa.