A mesma mao me apedreja

Frei Gustavo Medella

“A mão que afaga é a mesma que apedreja”. Este verso, do Poema Versos Íntimos, do poeta Augusto dos Anjos, ilustra bem a relação entre o Evangelho do último domingo (Mt 16,13-20) e o Evangelho que será proclamado neste 22º Domingo do Tempo Comum (Mt 16,21-27). Se, no domingo passado, Pedro surpreende e “afaga” o coração de Jesus com sua profissão de fé (“Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”), neste fim de semana o apóstolo troca os pés pelas mãos e manda uma “pedrada” certeira no projeto do Reino pregado por Jesus, desejando desviar o mestre do caminho que Ele deveria trilhar (“Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!”). Pedro ainda não havia compreendido que a fidelidade de Jesus ao Projeto do Pai renderia ao Cristo resistências e inimizades, levando-o à morte. Faltava ao apóstolo compreender o mistério da cruz.

Sendo assim, depois de passar uma descompostura em Pedro, chamando-o inclusive de “Satanás” e “pedra de tropeço”, o Mestre, pacientemente, ensina aos discípulos que o caminho de seu seguimento é necessariamente o caminho da cruz: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. É… de vez em quando também nós, ao modo de Pedro, precisamos levar uma “chacoalhada” de Cristo, trazendo-nos novamente à realidade do discipulado que pressupõe trabalho constante, dedicação generosa e comprometimento integral. Se o Senhor de fato nos seduziu, como o fez com Jeremias, conforme narra a 1ª Leitura (Jr 20,7-9), busquemos nos colocar com paixão e entusiasmo na adesão ao Projeto do Reino.

Alguém me disse que você falou
Que acha graça e tem pena de mim
Que não me ama, que o nosso caso
Já chegou ao fim

Que ao telefone não atende mais
E pra você agora tanto faz
Se é verdade que você não quer
Responda se puder

Quem é que liga no meio da noite e diz que está sozinha?
Quem é que nos meus braços fala que é só minha?
E chora de emoção na hora do prazer?
Por que será que você não assume
Que eu sou seu homem?
Por que o tempo todo fala no meu nome?
Confessa que você não sabe me esquecer

Tem nada a ver
Você é quem está fugindo da verdade
Parece que tem medo da felicidade
Você diz que não, seu corpo diz que sim

Tem nada a ver
A boca que me beija, a mão que me apedreja
Se deita em minha cama, depois me difama
Diz que não me quer, mas vive atrás de mim

Falcão

Mulher de amigo meu pra mim, é ótimo
Falou-me o vizinho em minha cabeceira
Como não se bastasse o esforço do governo
Tentando me lascar e ver minha caveira
Como se fosse pouco as pragas que sua mãe me joga
Como se fosse confortável uma hemorróida

My love, My Life, é muito Good (4x)

A mão que joga a pedra é a mesma que apedreja
Talvez escreva um dia o Paulo Coelho
Como se fosse pouco a AIDS e o refrigerante
A gripe, a tuberculose e a água no joelho

Como se fosse muito bom o imposto de renda
Um chato, a gonorréia e o Ministério da fazenda

My love, My Life, é muito Good (4x)

Ouça estações relacionadas a Falcão no Vagalume.FM

Jorge e Mateus

Alguém me disse que você falou
Que acha graça, e tem pena de mim
Que não me ama
Que o nosso caso já chegou ao fim
E ao telefone não atende mais
E pra você agora tanto faz
Se é verdade que você não quer
Responda se puder

Quem é que liga no meio da noite
Diz que está sozinha
Quem é que nos meus braços fala que é só minha
E chora de emoção na hora do prazer
Por que será que você não assume que eu sou seu homem
Por que o tempo todo fala no meu nome
Confessa que você não sabe me esquecer
Tem nada a ver
Você quem está fugindo da verdade
Parece que tem medo da felicidade
Você diz que não, seu corpo diz que sim
Tem nada a ver
A boca que me beija a mão que me apedreja
Se deita em minha cama, depois me difama
Diz que não me quer mas vive atrás de mim

Alguém me disse que você falou
Que acha graça, e tem pena de mim
Que não me ama
Que o nosso caso já chegou ao fim
E ao telefone não atende mais
E pra você agora tanto faz
Se é verdade que você não quer
Responda se puder

Quem é que liga no meio da noite
Diz que está sozinha
Quem é que nos meus braços fala que é só minha
E chora de emoção na hora do prazer
Por que será que você não assume que eu sou seu homem
Por que o tempo todo fala no meu nome
Confessa que você não sabe me esquecer
Tem nada a ver
Você quem está fugindo da verdade
Parece que tem medo da felicidade
Você diz que não, seu corpo diz que sim
Tem nada a ver
A boca que me beija a mão que me apedreja
Se deita em minha cama, depois me difama
Diz que não me quer mas vive atrás de mim

Ouça estações relacionadas a Jorge e Mateus no Vagalume.FM

O que quer dizer a mão que afaga é a mesma que apedreja?

A mão que afaga é a mesma que apedreja. O poeta utiliza uma linguagem coloquial, convida o "amigo" (para quem escreveu o poema) a se preparar para traições, para a falta de consideração do próximo. Mesmo quando temos demonstrações de amizade e de carinho como um beijo, isso é apenas o prenúncio de algo mau.

O que o poema Versos Íntimos quer dizer?

Versos Íntimos é dos poemas mais celebrados de autoria de Augusto dos Anjos. Os versos expressam um sentimento de pessimismo e decepção em relação aos relacionamentos interpessoais. O soneto foi escrito em 1912 e publicado no mesmo ano no único livro lançado pelo autor.

Qual é o poema mais famoso de Augusto dos Anjos?

“Versos íntimos” talvez seja o mais conhecido dos poemas de Augusto dos Anjos.

Quais são as características do poema Versos Íntimos de Augusto dos Anjos?

O poema Versos Íntimos, de Augusto dos Anjos, é uma obra que faz parte do movimento Pré-Modernista brasileiro. Uma das principais características dessa poesia é a combinação de elementos tradicionais, próprios de estilos, desenvolvidos até o século XIX, com elementos que anunciam o modernismo, iniciado no século XX.

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