Quais são as características da ocupação do território brasileiro?

O território brasileiro é marcadamente notado pela sua grande extensão. São 8.547.403 km², o que o torna o terceiro maior país das Américas e o quinto maior do mundo, atrás apenas de Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Em razão da sua grandeza territorial, costuma-se dizer que o Brasil é um país com dimensões continentais.

O Brasil é um país cujo território é considerado contínuo, ou seja, não há nenhum domínio isolado do restante do país, com exceção de algumas poucas ilhas localizadas ao longo do Oceano Atlântico. Um exemplo de um país cujo território é descontínuo são os Estados Unidos, que possuem ilhas em diversas partes do mundo e o estado do Alaska, a milhares de quilômetros dos demais.

Do ponto de vista da localização, o Brasil situa-se no Continente Americano, mais precisamente na América do Sul. Localiza-se, também, em três hemisférios diferentes ao mesmo tempo: todo o seu território encontra-se no hemisfério ocidental (aquele que se localiza a oeste do Meridiano de Greenwich), a maior parte dele no Hemisfério sul (abaixo da Linha do Equador) e uma pequena parte no Hemisfério Norte. O seu território faz fronteira com todos os países sul-americanos, com exceção do Equador e do Chile. O litoral é banhado apenas pelo Oceano Atlântico.


Localização do Brasil no Mundo

O Brasil é composto por 26 estados e o Distrito Federal, onde se encontra a capital Brasília. Esses estados constituem o país enquanto uma República Federativa, ou seja, um Estado composto por três poderes: legislativo, executivo e judiciário.

Economicamente falando, o nosso país é o maior da América Latina – e também o terceiro maior entre todos os países das Américas –, encontrando-se entre os 10 maiores do mundo. Apesar disso, é considerado um países subdesenvolvido, de economia emergente, com recentes crescimentos econômicos registrados nas últimas décadas. Assim, o país integra o Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul), um bloco econômico que envolve alguns países sul-americanos. É também considerado um dos BRICS (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que não é um bloco econômico, mas um termo para designar aqueles países com grande potencial de crescimento e desenvolvimento.

O Brasil é considerado um país populoso, com a quinta maior população do mundo, ultrapassando os 190 milhões de habitantes recentemente. No entanto, seu território não é densamente povoado, ou seja, a quantidade de habitantes por km² é considerada baixa. Mesmo assim, algumas regiões são muito povoadas, em virtude da má distribuição da população ao longo do território, concentrada em maior parte na região Sudeste. Observe o mapa abaixo:


Mapa da densidade demográfica brasileira

Em razão dos processos de colonização e escravidão que marcaram a história do Brasil, a matriz étnica do país é muito ampla e variada, apresentando as mais diversas descendências, das quais se destacam aquelas provenientes de tribos indígenas, outras relacionadas a povos europeus e asiáticos, além de outras oriundas de diversas etnias africanas. Por esse motivo, o Brasil é considerado como um Estado Multinacional, ou seja, com várias nações diferentes.

O relevo brasileiro é geologicamente antigo, o que significa que as suas estruturas geológicas se formaram ao longo das primeiras eras de formação do planeta. Por esse motivo, o relevo é um pouco mais acidentado e as montanhas não são tão altas como em outros lugares, porque o seu espaço esteve mais tempo sendo moldado pelos agentes de modificação do relevo (águas, chuvas, ventos, etc.).

Como não nos encontramos próximos a áreas de encontro entre duas placas tectônicas, praticamente não se registram terremotos e vulcões. Além disso, por causa da nossa vegetação densa e da grande quantidade de biomas presente no território brasileiro, as condições de vida são consideradas biologicamente favoráveis, com pouquíssimos desertos e áreas inabitáveis.

Por fim, é importante destacar a importância do país em seus recursos naturais e humanos. Por esse motivo, temos que valorizar o território e as pessoas que nele habitam, propiciando uma melhor distribuição das riquezas aqui geradas.


Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia

A formação do território brasileiro é um processo histórico que ganhou força com a chegada do portugueses ao país e segue em andamento.

A formação do território brasileiro é um tema referente aos estudos geográficos. Todavia, esse processo está diretamente associado à história que teve início muito antes dos portugueses avistarem o Monte Pascoal e se estende até os dias atuais.

Visto que o Brasil é a quinta maior nação do mundo em expansão territorial, espaço não falta. Contudo, mesmo diante desse cenário, a macrocefalia urbana segue sendo um problema. A quantidade populacional existente nos centros urbanos do país é amplamente desequilibrada.

Em suma, há uma rede de grandes cidades sem infraestrutura para comportar tantas pessoas. Em contrapartida, há uma carência de municípios de média dimensão. Embora existam diversos fatores que corroborem para esse problema, a raiz do mesmo está na formação do território brasileiro.

A estrutura do território brasileiro ao longo dos anos

A formação do território brasileiro sofreu várias modificações ao longo dos anos

Apesar de já ser habitado pelos povos indígenas antes da chegada dos europeus, a configuração territorial do Brasil sofreu grandes modificações a partir do momento em que os portugueses aqui desembarcaram. Em seguida, deu-se o processo de colonização, responsável por moldar de forma significativa a estrutura do território brasileiro.

Século XV, delimitação territorial

O Tratado de Tordesilhas realizou a primeira delimitação do território brasileiro

O período das Grandes Navegações resultou na “descoberta” do continente americano. Enquanto os ingleses e franceses disputaram pela porção norte do mesmo, os espanhóis e portugueses se concentraram na porção central e sul. Dessa forma, para delimitar o espaço de cada povo, assinaram o Tratado de Tordesilhas.

Esse acordo delimitava uma linha imaginária que repartia as terras entre Espanha e Portugal e forçava os últimos a permanecer no litoral. Como resultado disso, as atividades econômicas de exploração do novo territórios e adaptaram ao tratado.

Assim, a primeira atividade econômica responsável por marcar a formação do território brasileiro foi a exploração pau-brasil.Em seguida, o foco se voltou para o plantio da cana de açúcar.

Século XVI, início da formação do território brasileiro

As Capitanias Hereditárias antecederam a criação dos estados

Visto que inicialmente a ocupação portuguesa ficou restrita ao litoral, os lusitanos não tinham dimensão do tamanho territorial do Brasil. Só para ilustrar, inicialmente acreditou-se que o mesmo se tratava de uma ilha, tanto que seu primeiro nome foi Ilha de Vera Cruz.

Entretanto, a ocupação antes restrita à porção leste do território brasileiro foi tomando espaço. Além disso, a extração de pau-brasil marcou o primeiro grande ciclo econômico do país, seguido pelo comércio de cana-de-açúcar. Esse último, por sua vez, foi o embrião do processo de formação da agricultura nacional.

O sucesso de exportação de cana resultou na formação de grandes centros urbanos no litoral, as cidades portuárias. Sem demora, a Coroa Portuguesa notou e a necessidade de implantar uma administração mais eficaz no território, e assim dividiu o mesmo em 15 Capitanias Hereditárias.

Século XVII, exploração do interior do território

A busca por metais preciosos resultou na exploração do interior do Brasil

Ao passo que a União Ibérica se formou, o Tratado de Tordesilhas deixou de ter validade. Assim, os colonos portugueses ganharam maior liberdade para explorar o território e desbravar seu interior. O metalismo foi responsável por marcar esse período e implantar as regiões do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

A busca por ouro e pedras preciosas culminou em expedições ao interior do Brasil capitaneadas pelos bandeirantes. Esse foi o marco para a entrada em um novo ciclo econômico, o ciclo do ouro.

Nesse mesmo século ocorreu o fim da União Ibérica e reestabelecimento da monarquia portuguesa. Assim, o sul do país ganhou enfoque e, em 1680, fundaram a Colônia do Sacramento.

Século XVIII, guerras europeias alteram a estrutura do território brasileiro

A Guerra de Sucessão Espanhola também teve impacto na formação do território brasileiro

Enquanto a Europa servia de cenário para a Guerra de Sucessão Espanhola, a disputa impactava também as colônias americanas. Assim, mais uma vez os limites do Brasil foram reformulados. Todavia, com o fim do conflito assinaram o Tratado de Utrecht que estabeleceu novas delimitações.

  • fronteiras entre o Brasil e a Guiana Francesa;
  • reconhecimento do Amapá, antes requerido pela França, como território português;
  • entrega da Colônia do Sacramento à Espanha;
  • tomada da área ocupada pelos Sete Povos das Missões.

Além disso, a Coroa Portuguesa decidiu vir para o Rio de Janeiro e assim, mais uma vez, a formação do território brasileiro foi modificada. Ao passo que a atividade mineradora perdia força, o ciclo do café tomou os holofotes. Dessa forma, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, os estados da região sudeste passaram a se destacar.

Século XIX, período pós-independência

Com a Proclamação da República as províncias passaram a se chamar “estados”

Com a declaração da independência em 1822, houve uma reestruturação territorial. As Províncias Unidas do Rio da Prata, por exemplo, passaram a alegar que a área da Cisplatina lhes pertencia. Como resultado disso, a Guerra da Cisplatina eclodiu e só foi resolvida após a criação de um Estado independente, o Uruguai.

Também foi nessa época que ocorreu a fundação das províncias de Alagoas (1817), Sergipe (1820), Amazonas (1850) e Paraná (1853). Posteriormente, com a Proclamação da República, em 1889, as províncias passaram a se denominar “estados” e o processo de urbanização teve início.

A produção de café, principal produto de exportação do país, contribuiu para que as metrópoles ganhassem vida. Assim, as grandes cidades começaram a ser formadas.

Século XX, expansão da estrutura do território brasileiro

Mapa do território brasileiro atual

Após a consolidação das metrópoles formadas no século XIX, o Brasil já possuía uma grande extensão no século XX. Curiosamente, a disputa com a França pelo território do Amapá foi retomada. O país europeu não reconhecia o Rio Oiapoque como fronteira. Porém, no fim das contas, a decisão favoreceu o Brasil.

Contudo, o conflito territorial que marcou o século aconteceu contra a Bolívia. Ambos os países disputaram a região hoje conhecida como Acre. Apesar de ter resultado na Revolução Acreana, a disputa terminou com a incorporação das terras ao Brasil. Todavia, a Bolívia foi indenizada e a ferrovia Madeira-Mamoré foi construída.

Ademais, novos estados foram criados como o Território Federal do Guaporé (1943), Mato Grosso do Sul (1977) e Tocantins (1988). A partir desse período ficou notável o crescimento da população e necessidade de melhora na administração local. O Território Federal do Guaporé passou a ser o estado de Rondônia, em 1982.

Século XXI, a macrocefalia urbana

Um dos problemas resultantes do processo de formação do território brasileiro é a favelização

Após várias reformulações na estrutura do território brasileiro, a chegada do século XXI veio acompanhada de problemas urbanos. Visto que desde a chegada dos portugueses ao litoral, a distribuição da população não foi planejada, essas regiões enfrentam problemas relacionados à macrocefalia urbana.

Apesar do constante trabalho em busca da melhoria de infraestrutura, o litoral armazena as maiores cidades do país. Essa má distribuição, nada mais é do que um reflexo do processo de formação do território brasileiro que atravessou séculos.

E então, o que você achou dessa matéria? Se gostou, confira também: Estados Brasileiros – Quais são, surgimento, características e curiosidades.

Fontes: Brasil Escola, Toda Matéria, SME.

Imagens: Planetagaia, Toda Matéria, PSReI, Rio & Learn, Curso Enem Gratuito, Historia de España, Agência Brasil, InfoEscola, Gefinho Raiz.

Quais as características da ocupação do território brasileiro?

A ocupação do território brasileiro se iniciou com pequenos arraiais espalhados em diversas localidades. Tais ocupações aconteceram devido à necessidade européia de ampliar suas atividades comerciais, o que fez com que procurassem novos produtos e novas áreas a serem exploradas.

Quais são as principais características do Brasil?

Brasil, oficialmente República Federativa do Brasil, é um país localizado no continente americano, especificamente na América do Sul. A leste, o país é banhado pelo oceano Atlântico; a oeste, faz fronteiras com países, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Venezuela.

Como se caracteriza o processo de ocupação urbana do território brasileiro?

O processo de urbanização no território brasileiro iniciou-se, de maneira mais concreta, a partir do final do século XIX, com o início gradativo da industrialização no país. No entanto, foi após os anos 1930 que a presença das indústrias tornou-se mais intensiva e a urbanização começou a intensificar-se.

Quais foram os fatores que contribuíram para a ocupação do território brasileiro?

A expansão e a ocupação do território brasileiro foram ocasionados por diversos fatores, entre os quais destacam-se as atividades econômicas, as expedições para expulsão de estrangeiros, a busca de riquezas minerais e de índios para escravizar.

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