Em 13 de setembro de 1993, o então primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, o líder palestino Yasser Arafat e o presidente americano Bill Clinton assinaram no pátio da Casa Branca acordos pela paz no Oriente Médio.Bill Clinton, então presidente dos Estados Unidos, havia conseguido trazer ao jardim da Casa Branca o chefe do governo de Israel, Yitzhak Rabin, seu ministro de Relações Exteriores, Shimon Peres, e o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, para assinarem documentos que sinalizariam o início do fim de décadas de conflitos. Finalmente, estavam prontos os Acordos de Oslo, negociado secretamente na Noruega durante vários meses entre representantes israelenses e palestinos.
O mundo foi surpreendido pela notícia do consenso, pois, em Israel, ainda era proibido manter qualquer tipo de contato com a OLP. Diplomatas noruegueses, no entanto, haviam conseguido convencer Shimon Peres da necessidade de negociações.
A hesitação israelense ficou mais evidente nos jardins da Casa Branca, quando Clinton praticamente teve de forçar o premiê de Israel a trocar o tradicional aperto de mão com Arafat. Rabin havia tomado conhecimento das negociações quando elas já estavam numa fase adiantada.
Por isso, reconheceu: “Esta assinatura não é fácil para mim. Nem para mim mesmo, como soldado na guerra de Israel, nem para o povo israelense, ou o povo judeu na diáspora, que agora nos observam num misto de esperança e ceticismo”.
Promessa vã
Israel e palestinos resolveram que a maioria dos territórios ocupados durante a Guerra dos Seis Dias a oeste do Rio Jordão seria devolvida aos palestinos e que estes organizariam uma administração própria. Para os palestinos, era como a proclamação de um Estado próprio.
Como destacou Arafat: “Gostaria de agradecer ao presidente Clinton e sua administração por terem possibilitado este acontecimento histórico esperado por todos. Aproveito para garantir ao grande povo americano que meu povo compartilha os vossos ideais de liberdade, justiça e direitos humanos”.
Tanto em Washington como no Oriente Médio ainda predominava uma certa euforia, pois havia a crença de que a paz estaria próxima. Engano. Em novembro de 1995, Rabin foi assassinado e seu sucessor, Benjamin Netanyahu, iniciou a desconstrução do processo selado em Washington em 1993. Yasser Arafat morreu em circunstâncias misteriosas em 2004.
Veja também
- + Bruna Lombardi posta foto seminua e reflete sobre intimidade
- + Novo RG: quanto tempo você tem para providenciar o documento
- + Filha de Ana Maria Braga exibe vida simples no interior de SP
- + Agência dos EUA alerta: nunca lave carne de frango crua
Aumento dos pedidos de asilo acende alerta nos países da UE
Agência europeia relata aumento exponencial dos pedidos de proteção, que já passam de 5 milhões em 2022
O número de pessoas em busca de proteção internacional na Europa em 2022 atingiu níveis não vistos desde a crise migratória de 2015, quando mais de um milhão de pessoas chegou ao continente fugindo de conflitos, perseguições e da pobreza.
A Agência da União Europeia para o Asilo (EUAA) informou nesta quarta-feira (09/11) que, segundo os dados mais recentes disponíveis, somente no mês de agosto, em torno de 84,5 mil pessoas pediram asilo nos 27 países da UE, assim como na Noruega e na Suíça.
Quase um terço dos requerentes eram do Afeganistão e da Síria. Segundo a agência, também aumentou o número de pedidos feitos por marroquinos, turcos e indianos, assim como de pessoas de Bangladesh, Paquistão, Tunísia e Georgia.
Outros 255 mil, na maioria ucranianos, requereram alguma forma de proteção temporária, o que representa um aumento de 16% em relação ao mês de julho.
"Juntos, os pedidos de asilo e de proteção temporária ultrapassaram 5 milhões em 2022, até agora", informou a EUAA. A agência alertou que os dados sinalizam um risco de sobrecarga nos sistemas nacionais.
Em agosto, os pedidos de asilo feitos por afegãos e sírios aumentaram em torno de 30% em comparação a julho. Desde a tomada do poder pelo Talibã no Afeganistão, em agosto de 2021, foram 127 mil requisições encaminhadas por afegãos junto às autoridades europeias.
O número de crianças que viajaram sozinhas ou pediram proteção na Europa – na maioria afegãs ou sírias – também cresceu exponencialmente em agosto, para 4,7 mil, o que representa um aumento de 28% em relação a julho.
O terceiro maior grupo de requerentes de asilo veio da Turquia, país que nos últimos sete anos recebeu bilhões de euros em financiamentos europeus para ajudar a impedir a entrada de migrantes através das fronteiras da UE. Em agosto, foram 4,6 mil pedidos de asilo feitos por cidadãos turcos.
Ecos da crise de 2015
A EUAA diz que os números de agosto representam em torno da metade do registrado no final de 2015, quando os registros mensais chegavam a 170 mil.
A chegada em massa de refugiados sírios, na maioria dos casos, através das ilhas gregas, exacerbou a capacidade dos centros de acolhimento europeus e deu início a uma das maiores crises políticas da Europa. Os Estados-membros discutiram extensivamente quais países teriam maiores responsabilidades sobre os migrantes e de que forma os demais deveriam ajudar.
Mas, apesar das discussões, não foram encontradas soluções concretas, e as tentativas de reformar o sistema de asilo da UE não obtiveram progressos significativos, esbarrando na resistência de países como Hungria e Polônia.
Ainda persistem os desentendimentos entre os políticos europeus, com alguns países – como Itália e Holanda – sob forte pressão das entidades de direitos humanos em razão dos maus tratos dados aos migrantes em busca de asilo.