Quais as contribuições importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento infantil?

Jogo e ludicidade: contribui��es para o desenvolvimento infantil

Juego y ludicidad: aportes al desarrollo infantil

 

Cursando P�s-Gradua��o em Educa��o e Cultura: conflu�ncias

Universidade Federal do Par� - UFPA

P�s-Gradua��o em Metodologia do Ensino na Educa��o Superior

Faculdade Internacional de Curitiba � Facinter

Licenciatura Plena em Educa��o F�sica. Universidade do Estado do Par� � N�cleo Altamira

Jos� Robertto Zaffalon J�nior

(Brasil)

 

Resumo

          Neste artigo apresento o tema �Jogo e Ludicidade: contribui��es para o desenvolvimento infantil�. Apesar de ser um tema bastante discutido, ainda h� quem acredite que os jogos s�o dispens�veis no desenvolvimento da crian�a. Abordo aqui, alguns aspectos do desenvolvimento que podem ser aprimorados com o jogo, as fases do desenvolvimento e alguns tipos de jogos desenvolvidos na inf�ncia. Dar-se �nfase ao desenvolvimento motor e cognitivo, que s�o processos sequenciais e cont�nuos do ser humano, e da necessidade dos mesmos para a vida. Para que o desenvolvimento ocorra sem lacunas, s�o necess�rios est�mulos adequados. Esses est�mulos podem ser proporcionados pelos jogos. Descrevo ainda, o desenvolvimento cognitivo em fases, segundo Piaget. Com isso, ressalto a import�ncia da presen�a dos jogos na educa��o infantil.

          Unitermos:

Jogo. Desenvolvimento. Inf�ncia

Abstract

          This article presents the theme "Games and fun: the contributions to child development." Despite being a topic widely discussed, there are still those who believe that games are expendable in the development of the child. Raised here, some aspects of development that can be improved with the game, the stages of development and some types of games developed in childhood. To give emphasis to cognitive and motor development, which are sequential and continuous process of human beings, and need them for life. For the development takes place without loopholes, incentives are needed. These stimuli may be provided by the games. It also describes the stages in cognitive development, Piaget seconds. Therefore, emphasizing the importance of the presence of games in early childhood education.
          Keywords: Game. Development. Childhood

 
//www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - A�o 14 - N� 137 - Octubre de 2009

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    A ludicidade est� intr�nseca no ser humano desde a pr�-hist�ria. O ato de brincar � a mais pura forma da crian�ase expressar, � brincando que elaexpressa o que est� sentindo e tamb�m interioriza o mundo ao seu redor. Por�m, o ato de brincar vai muito al�m, � neste momento que os jogos come�am a apresentar-se, e ser� atrav�s deles que a crian�a desenvolver� boa parte de suas habilidades motoras e cognitivas.

    Na inf�ncia, o ser humano desenvolve v�rias habilidades motoras que ser�o aperfei�oadas ao longo de sua vida, mas, para que isso ocorra, s�o necess�rios est�mulos motores adequados � faixa et�ria. Tais est�mulos podem ser alcan�ados com a utiliza��o do brinquedo, das brincadeiras, e principalmente dos jogos, que concretizam seu objetivo no desenvolvimento da crian�a. Al�m disso, o jogo � uma forma l�dica de suprir a necessidade que a crian�a tem de conhecer, dominar e explorar possibilidades motoras que o seu meio proporciona.

    Ao brincar, a crian�a simula a vida real, ela respeita as regras do jogo al�m de exercitar o seu cognitivo, desta forma o desenvolvimento psicomotor pode ser estimulado quando o jogo � utilizado. Acredita-se que na presen�a dos jogos, a crian�a estimulada ter� maior interesse pelas atividades propostas, desta forma levando-a a um maior desenvolvimento.

    Jean Jacques Rosseau (apud ALMEIDA 2000) diz que a crian�a tem seu jeito pr�prio de pensar, sentir e ver, e que a crian�a s� aprende de maneira ativa, executando as tarefas, e tamb�m exercitando os sentidos, pois eles s�o os instrumentos da intelig�ncia.

    Froebel (apud ALMEIDA 2000) acreditava nos m�todos l�dicos da educa��o. Ele dizia que o educador faz do jogo um instrumento para promover a educa��o para crian�as, e tamb�m � uma forma de conduzir a crian�a � atividade, auto-express�o e a socializa��o.

    Um dos pensadores que adota a educa��o como pr�tica de liberdade � Paulo Freire. Ele conceitua o jogo como trabalho, e que a crian�a s� o realiza quando ela, no m�nimo, tem satisfa��o para execut�-lo (apud FREITAS e ASSIS 2006).

    Os jogos infantis s�o provenientes de pr�ticas abandonadas por adultos e foram transmitidos de gera��o em gera��o. Alguns desses jogos permanecem com sua estrutura inicial, j� outros, se modificaram recebendo novos conte�dos.

    No Brasil, os jogos infantis foram grandemente influenciados por portugueses, negros e �ndios, e fazem parte da cultura infantil na atualidade.

    O jogo � um ato espont�neo de toda crian�a. O jogar deve fazer parte da inf�ncia. Sobre jogo, Huizinga afirma que:

    Uma a��o ou uma atividade volunt�ria, realizada em certos limites fixos de tempo e lugar, segundo uma regra livremente adotada, mas absolutamente imperiosa, com um fim em si mesmo, acompanhado de uma sensa��o de tens�o e jubilo e da consci�ncia de ser diferente da vida real. (HUIZINGA apud SOLER 2003, p. 44).

    � ineg�vel a import�ncia do jogo para a crian�a, pois ele auxilia na forma��o do humano, tanto motora quanto cognitiva, e ensina valores durante a inf�ncia que permanecem por toda vida.

    Soler (2003) em seu livro jogos cooperativos para educa��o infantil descreve algumas fun��es essenciais do jogo. O autor afirma que com o jogo a crian�a explora o mundo ao seu redor, aprimora rela��es interpessoais, utiliza a fantasia trazendo o mundo real para suas brincadeiras, experimenta novas sensa��es atrav�s dos seus erros e acertos.

    Contudo, a utiliza��o dos jogos durante o processo de desenvolvimento da crian�a � indispens�vel, pois a partir da�, aprimora-se os aspectos cognitivos, afetivos e motores.

    A cogni��o est� relacionada com a afetividade, pois a crian�a apresenta suas atitudes de acordo com seu pensamento. Assim, os aspectos cognitivos tamb�m est�o relacionados aos afetivos, uma vez que suas manifesta��es se d�o no pensamento egoc�ntrico.

    De acordo com Piaget (apud FREITAS e ASSIS 2006) os aspectos cognitivos e afetivos surgem na fase simb�lica da crian�a, atrav�s da assimila��o do meio em seu jogo.

    As caracter�sticas dos aspectos cognitivos e afetivos s�o: espa�o, tempo e casualidade, quanto ao cognitivo; caracter�sticas individuais, motiva��o, curiosidade e criatividade, quanto ao afetivo.

    Esses aspectos s�o demonstrados pela crian�a atrav�s da capacidade de imitar, linguagem e desenho, que s�o manifesta��es da fun��o simb�lica.

    [...] a intelig�ncia da crian�a constitui-se de pensamentos que passam a ser representados por meio da linguagem (signos coletivos), dos s�mbolos individuais (imita��o diferida, imagem mental e jogo simb�lico) e do desenho, que s�o as manifesta��es ou condutas de representa��o da fun��o simb�lica. Por meio delas, a crian�a tem a possibilidade de criar um mundo de faz-de-conta, na medida de seus desejos, como forma de atender as suas necessidades. (FREITAS e ASSIS, 2006, p.20).

    Os aspectos cognitivos representam a intelig�ncia da crian�a. As no��es de espa�o, tempo e casualidade ainda n�o est�o totalmente estruturadas na crian�a.

    Segundo FREITAS e ASSIS (2006), a no��o de espa�o � notada quando �a crian�a acredita que a lua, ou a nuvem ou as estrelas as est�o seguindo�. A crian�a cr� que os objetos se movem de acordo com sua atividade.

    Quanto � no��o de tempo, ela �n�o chega a avaliar as dura��es concretas�. (FREITAS e ASSIS 2006). O �tempo para a crian�a n�o � o mesmo que para o adulto�. (VELASCO 1996). Por exemplo, quando falamos a uma crian�a que algo acontecer� �amanh� ela, poucos minutos depois, questionar�: �hoje j� � amanha?� mostrando assim sua percep��o de tempo.

    A no��o de casualidade, assim como as anteriores, tamb�m est� centrada em si mesma. Para a crian�a, os acontecimentos t�m uma raz�o de existir. Segundo Freitas e Assis (2006) a casualidade se estabelece da seguinte forma: �a crian�a considera os adultos como pessoas que existem para cuidar delas; a chuva existe para fazer as plantas crescerem; as nuvens para fazer a noite; etc.�.

    Os aspectos afetivos representam os sentimentos e a personalidade da crian�a.

    Dentro dos aspectos afetivos est�o as no��es de caracter�sticas individuais, que s�o caracter�sticas afetivas pr�prias de cada crian�a, ou seja, a sua personalidade, se � uma crian�a alegre, ou impulsiva, ou calma, entre outras.

    Outra no��o de aspecto afetivo � a motiva��o, caracterizada pelo empenho em realizar uma atividade, de certa dificuldade, que requeira aten��o e reflex�o por certo tempo. Por exemplo, utilizar em seu jogo brinquedos de encaixe.

    Ainda em aspectos afetivos existe a curiosidade. Ela � manifestada quando a crian�a percebe algo novo, tenta manuse�-lo e questiona sobre ele, tentando conhec�-lo.

    A curiosidade � uma manifesta��o indispens�vel para o desenvolvimento da intelig�ncia infantil, pois este desenvolvimento ocorre pela assimila��o de novos conhecimentos.

    � medida que a crian�a joga, ela deixa transparecer seus sentimentos, sejam eles de alegria, agressividade, tristeza ou excita��o.

    Para que haja maior desenvolvimento dos aspectos motores, o jogo n�o deve ser apenas livre, mas tamb�m, atividades direcionadas. Essas atividades direcionadas tamb�m ajudam no empenho do sistema motor, quando � diagnosticada alguma dificuldade motora.

    S�o nos tr�s primeiros anos de idade que o jogo � aflorado no cotidiano da crian�a. Ao brincar, ela tenta superar as dificuldades presentes no jogo. Neste momento, o adulto n�o deve interferir, apenas, observar, pois, a crian�a est�, desta forma, aprimorando seu conhecimento motor.

    Para Gallahue e Ozmun (2005) os aspectos motores s�o definidos como aptid�o motora, e est� subdividida em: coordena��o, equil�brio, velocidade, agilidade e pot�ncia.

    O aspecto cognitivo est� intimamente ligado ao aspecto afetivo. O primeiro representa as atitudes da crian�a. J� o segundo, os seus sentimentos. Portanto, uma crian�a se manifesta a partir do que est� sentindo.

    Fazem parte dos aspectos cognitivos as no��es de espa�o, tempo e casualidade.

    Do aspecto afetivo, fazem parte as no��es de caracter�sticas individuais, motiva��o, curiosidade e criatividade.

    Al�m desses dois aspectos, existe ainda o aspecto motor. Dele fazem parte as no��es de coordena��o, equil�brio, velocidade, agilidade e pot�ncia.

    Cada uma dessas no��es s�o bastante exercitadas e desenvolvidas com o jogo.

    Por isso, a crian�a deve estar, sempre, em contato com o meio l�dico, tanto para jogos intelectuais, quanto para jogos motores, para que seu desenvolvimento seja completo.

    Existem v�rias defini��es acerca do jogo. A defini��o que temos no dicion�rio Aur�lio � que o jogo �� uma atividade f�sica ou mental fundada em sistemas de regras�. Para Huizinga (apud KISHIMOTO 2002) s� � jogo quando �h� uma atividade volunt�ria do ser humano�.

    Para a crian�a, o jogo n�o � apenas uma brincadeira, um momento de lazer, nele ela exterioriza sentimentos e manifesta��es do mundo ao seu redor. Para ela, n�o existe diferencia��o entre jogo e brincadeira, pois os dois s�o manifesta��es l�dicas.

    O jogo � um elemento de grande import�ncia no cotidiano infantil. Al�m disso, podemos considerar que o jogo educa a crian�a e estimula a intera��o com o grupo, conversar e resolu��es de problemas entre as crian�as. Ele tamb�m ganha uma conota��o educativa quando h� interven��o do educador.

    O jogo exp�e a crian�a a desafios e obst�culos. Ele deve ser elaborado para proporcionar viv�ncia, pois a crian�a, quando joga, presencia e vivencia as influ�ncias que � atribu�do ao jogo, como: alegrias, prazeres, entre outros.

    Por muito tempo, o jogo, tem sido usado nas escolas, dando uma fun��o educativa a ele. Nota-se que com a utiliza��o dos jogos e materiais pedag�gicos adequados, as crian�as desenvolvem o sentido de ordem, ritmo, forma, cor, tamanho, do movimento, da harmonia e do equil�brio. Apesar disso, a utiliza��o do jogo nas escolas foi, por muito tempo, criticada, mas � ineg�vel sua contribui��o para a aprendizagem de varias disciplinas como: matem�tica, geografia, historia, educa��o f�sica, entre outras.

    Desta forma, torna-se claro que o jogo possui duas fun��es: uma l�dica; outra educativa. A primeira � quando uma atividade � prazerosa e alegre. J� a segunda � quando o jogo ensina algo, desenvolve o conhecimento infantil.

    Essas duas fun��es do jogo s�o dependente uma da outra, pois quando se perde a ludicidade, o jogo se transforma em um instrumento de trabalho e assim, deixa de ser jogo.

    A atividade l�dica s� tem efeito quando desempenha as duas fun��es simultaneamente: fun��o de distrair e de instruir.

    Segundo Kishimoto (2002), h� tamb�m v�rios valores a serem transmitidos com os jogos. Esses valores s�o: valor experimental; da estrutura��o; da rela��o; e o valor l�dico.

    O valor experimental do jogo permite � crian�a a viv�ncia a experimenta��o de novas coisas. O valor da estrutura��o que contribui e auxilia a crian�a a estruturar sua personalidade. O valor da rela��o � o relacionamento entre crian�as e entre a crian�a e o ambiente. O valor l�dico � onde cada jogo causa sensa��es diferentes, tais como: prazer alegrias, etc.

    O jogo passa por v�rios est�gios, o est�gio das regras, id�ias estrat�gias exce��es e analises das possibilidades, por isso � indispens�vel sua presen�a na inf�ncia e seu uso deve ser incentivado na escola. � de extrema import�ncia que a crian�a esteja inserida em um ambiente onde existam brincadeiras.

    Al�m disso, o jogo ajuda a crian�a de v�rias maneiras, desenvolve a sua capacidade de, n�o s� resolver problemas, mas tamb�m encontrar v�rias maneiras de resolv�-los.

    Para a crian�a o jogo � a abertura � fantasia, ao imagin�rio, � tamb�m uma atividade importante na constru��o e desenvolvimento da personalidade, na intera��o com outras pessoas.

    Por�m a fun��o do jogo para a crian�a n�o � somente para revelar o l�dico. Eles desenvolvem habilidades motoras e cognitivas tais como: esquema corporal, espa�o, racioc�nio l�gico, ritmo, lateralidade, equil�brio, socializa��o coordena��o motora geral, entre outros.

    O desenvolvimento, segundo Gallahue e Ozmun (2005)� uma inter-rela��o entre as necessidades, a biologia e as condi��es do ambiente.

    Durante muito tempo, os estudiosos e educadores tem tido muito interesse sobre o desenvolvimento humano, principalmente oseducadores desenvolvimentistas, que n�o se baseiam somente nas faixas et�rias, mas tamb�m nos n�veis de desenvolvimento.

    O desenvolvimento � um processo que perdura por toda vida, se inicia na concep��o e tem o seu fim com a morte. Para um melhor estudo, ele � sempre encontrado dividido em fases, �reas ou faixas et�rias. Em crian�as ele se d� atrav�s de fases na inf�ncia. Cada fase possui caracter�sticas pr�prias de desenvolvimento.

    Ele tamb�m � subdividido: os principais desenvolvimentos adquiridos com os jogos s�o motor e cognitivo.

    O desenvolvimento motor � um processo seq�encial e continuo relacionado � idade, pelo qual o comportamento motor se modifica.

    Embora o desenvolvimento seja entendido como um aprimoramento de uma habilidade, devemos considerar que ele �, de fato, cont�nuo e que seu conceito � bem mais amplo, e que os adultos est�o envolvidos nesse processo tal quais as crian�as.

    O desenvolvimento motor pode variar com o sexo. Na maioria das vezes, os meninos superam meninas em atividades que requeiram velocidade; em contrapartida, meninas superam meninos em atividades manuais.

    Enquanto os meninos s�o superiores �s meninas em skills que requeiram velocidade e coordena��o da motricidade grosseira; as meninas s�o superiores aos meninos em skills manuais e skills que exijam equil�brio. (HURLOCK apud NETO, 1995, p.17).

    Uma das �reas do comportamento motor � a �rea cognitiva. Ela envolve a rela��o funcional entre a mente e o corpo.

    Essa �rea � bastante divulgada pela teoria de desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget, que reconheceu o importante papel do movimento, especialmente, nos primeiros anos de vida.

    Outras �reas do comportamento motor s�o: a �rea afetiva e a �rea psicomotora.

    A �rea afetiva d� �nfase ao comportamento s�cio-emocional do individuo. Segundo Gallahue e Ozmun (2005) esta �rea �envolve sentimentos e emo��es quando aplicados ao pr�prio individuo e a outros por meio do movimento�.

    Na �rea psicomotora est� inclusa todas as altera��es f�sicas e fisiol�gicas do decorrer da vida. De acordo com Gallahue e Ozmun (2005) nesta �rea, o movimento pode ser resultado de: processos cognitivos; atividades reflexas em centros cerebrais inferiores; ou ainda, de rea��es autom�ticas do sistema nervoso central.

    Um bom n�vel de desenvolvimento psicomotor faz com que a crian�a consiga expressar todos os movimentos que s�o poss�veis extrair de seu corpo. Esse n�vel de desenvolvimento se d� gra�as a dois processos: a independ�ncia e a coordena��o.

    A independ�ncia se trata da habilidade de executar movimentos controlando cada seguimento motor separadamente, como por exemplo, conseguir escrever com uma m�o sem mover a outra.

    J� a coordena��o refere-se � uni�o de movimentos complexos para resultar em outro mais complexo ainda, sem que a crian�a tenha que dispor de uma grande aten��o para desenvolv�-los na sequ�ncia correta.

    � a partir de jogos e brincadeiras que as crian�as percebem e assimilam a sociedade a sua volta recriando a realidade e fazendo parte dela. Portanto, o jogo � condi��o para o desenvolvimento infantil, j� que as crian�as assimilam e podem transformar a realidade quando jogam. Cabe lembrar que cada crian�a � um ser �nico dentro desse processo de desenvolvimento.

    Contudo, deve-se salientar que a ludicidade e a corporeidade manifestadas no jogar, por tudo que elas representam para as crian�as, n�o devem ser desprezadas, pois reconhecer sua import�ncia � reconhecer que a crian�a necessita delas para seu desenvolvimento.

    Fica evidente que as dificuldades e limites impostos pelo jogo, pela brincadeira certamente contribuir�o para a crian�a em v�rios aspectos, ajudam a crian�a a se inserir no mundo e lidar melhor com as frustra��es futuras.

    A pr�tica de atividades l�dicas, favorece na capacidade de relacionamento, na maturidade emocional e motora do ser humano al�m de despertar um comportamento sadio.

    Nota-se tamb�m a import�ncia do jogo no desenvolvimento integral da crian�a, pois o jogo na inf�ncia condiciona o desenvolvimento harmonioso do corpo, da intelig�ncia e da afetividade.

    Nesse sentido, as brincadeiras, o jogo, participam da forma��o motora e cognitiva da crian�a, pois eles preparam a crian�a para a vida adulta, j� que oferecem a elas experi�ncias, que treinam destrezas necess�rias para sua sobreviv�ncia. Al�m, de estimular � criatividade, imagina��o, coopera��o, a expressividade e a sociabilidade.

    Piaget (apud FREITAS e ASSIS 2006) dividiu o desenvolvimento cognitivo em fases, ou etapas. Cada fase define um momento em que as estruturas cognitivas da crian�a, s�o constru�das. S�o elas:

  • Fase sens�rio-motora (de 0 a 2 anos);

  • Fase pr�-operat�rio (de 2 a 7 anos);

  • Fase de opera��es concretas (de 7 a 11 anos);

  • Fase de opera��es formais (de 11 anos em diante).

    A fase sens�rio-motora compreende do nascimento � aproximadamente dois anos. Nela a crian�a n�o tem a capacidade de pensar no futuro e nem passado, se restringe apenas ao presente.

    O beb� possui reflexos e capacidade inatos de adapta��o e equil�brio �s inter-rela��es com o meio e utiliza-os para conhecer o que � novo e at� mesmo para relacionar com outras crian�as.

    � nesta fase, que a crian�a constr�i a no��o de �eu� sendo capaz de se diferenciar do seu meio, descobrindo o seu pr�prio corpo.

    Assim, com o passar do tempo ela j� ter� a capacidade de representar o futuro, aparecendo ent�o � fun��o simb�lica, que caracteriza a pr�xima fase.

    A fase pr�-operat�rio inicia aos dois anos e tem seu termino aos sete. Nela, a crian�a come�a a representar situa��es proporcionadas pelo meio.

    Assim, quando uma crian�a pega uma boneca acreditando ser um beb�, a coloca no colo e age da mesma forma que sua m�e agiria consigo.

    O pensamento da crian�a � voltado somente a ela, n�o conseguindo ver as coisas colocando-se no lugar de outra pessoa.

    Esta fase � caracterizada pelo antropomorfismo, que corresponde a atribui��es de formas humanas a animais e objetos. � nesta fase que se d� o aparecimento da linguagem.

    A fase das opera��es concretas se inicia por volta dos sete anos, ao ser comparado com a fase anterior, nota-se que ocorreram v�rias e significativas transforma��es.

    A crian�a, nesta fase, torna-se menos egoc�ntrica e ela, agora, consegue diferenciar o real do imagin�rio em sua percep��o.

    O pensamento l�gico torna-se mais preponderante e as a��es interiorizadas ficam cada vez mais revers�veis, a crian�a come�a a compreender que qualquer forma, ordem e posi��o podem voltar a sua forma, ordem e posi��o inicial.

    Nesta fase, as percep��es s�o mais precisas, e a crian�a, aplica sabiamente, as interpreta��es dessas percep��es.

    A brincadeira � usada pela crian�a, para compreender o mundo f�sico e social. Nesta fase, as regras s�o de interesse da crian�a quando aplicadas a brincadeiras. Segundo Gallahue e Ozmun (2005), essas brincadeiras tornam-se um processo equilibrado de pensamento cognitivo, perdendo assim, sua caracter�stica assimiladora.

    A quarta e �ltima fase � a fase das opera��es formais. Nesta fase do desenvolvimento cognitivo a dedu��o e a l�gica por meio da implica��o desenvolvem-se, o indiv�duo � capaz de raciocinar al�m do momento presente.

    Assim sendo, � a partir desta fase que se pode trabalhar com hip�teses, a princ�pio, nem verdadeira nem falsa, apenas possibilidades, e isso permite que o indiv�duo estenda seu pensamento.

    Nesta fase, o indiv�duo atinge o grau mais complexo do desenvolvimento cognitivo. A partir de agora, ele apenas ajusta e solidifica suas estruturas cognitivas.

    Essas etapas cognitivas apresentam caracter�sticas pr�prias, o desenvolvimento cognitivo passa de uma para a outra buscando um novo e mais completo equil�brio que depende das constru��es passadas.

    Por isso, n�o � poss�vel passar, por exemplo, da fase sens�rio-motora para a fase das opera��es formais. Essas fases n�o s�o revers�veis, a capacidade mental uma vez constru�da, n�o � poss�vel perd�-la.

    Al�m disso, o desenvolvimento cognitivo n�o pode ser confundido como aprendizagem. O desenvolvimento � espont�neo e biol�gico. J� a aprendizagem � um processo causado por situa��es especificas, a exemplo, a frequ�ncia na escola.

    Com o jogo a crian�a explora seu corpo e o meio, assimila conhecimentos que enriquece a sua personalidade e aprende a formular solu��es r�pidas para problemas no seu dia-a-dia.

    O jogo � uma forma divertida que a crian�a encontra para aprimorar suas habilidades, afim de melhor desenvolver suas atividades cotidianas.

    � jogando que ela � estimulada a superar desafios motores e cognitivos, fazendo com que a crian�a comece a criar solu��es, a cooperar e a vivenciar novas experi�ncias motoras , resultando em um desenvolvimento infantil mais completo poss�vel.

    Desta forma, nota-se que o jogo, as brincadeiras s�o indispens�veis para o desenvolvimento infantil, sendo reconhecido, segundo Santos (apud MAGNANI, 1998), pela constitui��o brasileira (1988) e pelo Estatuto da crian�a e do adolescente (1990). Comenta que todas �(...) s�o conquistas importantes, que colocam o brincar como prioridade, sendo direito da crian�a e dever do Estado, da fam�lia e da sociedade. Essa � uma quest�o legal e aceita por todos...� (op. cit. 1998).

    Assim, proporcionar � crian�a as experi�ncias existentes no jogo torna-se um dever dos educadores, que muitas vezes acreditando que as manifesta��es l�dicas s�o dispens�veis no processo de ensino-aprendizagem, deixam de lado a utiliza��o dos jogos e das brincadeiras em suas aulas.

    �Na sociedade contempor�nea, s� possuem valor as atividades que geram lucro... Como o jogo n�o � produtivo, do ponto de vista do capital, ele passou a ser considerado um simples passatempo, atividade que se op�e ao trabalho. Isso fez com que ele fosse desprezado tamb�m na escola, onde trabalho, para a crian�a, nada mais � do que estudo...� (BARBATO apud MAGNANI, 1998, p. 40).

    Contudo, outro fator que influencia no descumprimento do direito da crian�a a brincar, � que cada vez mais cedo as crian�as s�o submetidas a atividades extras como: curso de ingl�s, de inform�tica, nata��o e etc. Tendo seu dia preenchido com tais atividades, n�o sobrando tempo para a pr�tica l�dica, como jogos infantis.

    Na maioria das vezes s�o substitu�dos por jogos eletr�nicos, que tem um papel importante no desenvolvimento cognitivo, mas n�o supri as necessidades motoras que a crian�a possui.

    Pode se notar com esse artigo, que o jogo al�m de despertar na crian�a os sentimentos de: coopera��o, motiva��o, a criatividade e a sociabilidade. O mesmo desenvolve habilidades como: esquema corporal, estrutura��o de espa�o e de tempo, racioc�nio l�gico, equil�brio, coordena��o geral entre outros. Sendo assim, indispens�veis para que haja um desenvolvimento infantil pleno.

Refer�ncias

  • ALMEIDA, Paulo Mendes de. Educa��o l�dica, t�cnicas e jogos pedag�gicos. 10� ed. S�o Paulo: Loyola, 2000.

  • FREITAS, Maria Luisa de Lara Uzun de; ASSIS, Orly Zucatto Mantovani de. Os aspectos cognitivo e afetivo da crian�a avaliados por meio das manifesta��es da fun��o simb�lica. Revista Eletr�nica Ci�ncias & Cogni��o. 2006.

  • GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C. Compreendendo o desenvolvimento motor: beb�s, crian�as, adolescentes e adultos. 3� ed. S�o Paulo: Phorte, 2005.

  • KISHIMOTO, T.; Jogo e a educa��o infantil. S�o Paulo: Pioneira Thonason Learning, 2002.

  • MAGNANI, Eliana Maria. O brincar na pr�-escola: um caso s�rio? 1998. 106 f. Disserta��o (Mestrado em Educa��o) � Universidade Estadual de Campinas, Campinas 1998.

  • NETO, A. F.:Motricidade e jogo na inf�ncia.Rio de Janeiro: Editora Sprint,1995.

  • SOLER, Reinaldo. Jogos cooperativos para educa��o infantil. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.

  • VELASCO, Cacilda Gon�alves. Brincar, o despertar psicomotor. Rio de Janeiro: Sprint, 1996.

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