Porque os escravos eram trabalhadores tão importantes na vida ateniense

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houve uma organização censitária da sociedade, Divisão da sociedade de acordo com níveis de riqueza. Organização censitária 49UnIdade 2 e a cidadania, portanto, deixou de ser definida pelo pertencimento à aristocracia. Com Clístenes, em 509 a.C., a participação dos cidadãos tornou-se independente do critério de renda. A democracia ganhou ainda mais força no governo de Péricles. Em 451 a.C., ele definiu que os cidadãos atenienses com direito à participação na vida política seriam todos os homens com mais de 18 anos, filhos de pai e mãe atenienses. A Eclésia, assembleia de cidadãos, reunia-se duas vezes por ano na ágora (praça pública) para discutir e tomar decisões sobre as questões fundamentais da cidade. Na democracia ateniense, além da Eclésia, havia a Bulé, também chamada de Conselho dos 500. Ela era composta por 500 cidadãos atenienses de cada uma das 50 tribos em que a cidade estava dividida, levando em conta o litoral e o interior. O quadro a seguir apresenta os grupos sociais que viviam em Atenas nesse período, conhecido como Clássico. Os grupos sociais de Atenas Grupo social Características Participação política Cidadãos Homens com mais de 18 anos filhos de pai e mãe atenienses. Os cidadãos poderiam ser proprietários de terras, da qual obtinham riquezas por meio do trabalho escravo. Havia cidadãos que eram artesãos ou proprietários de pequenos lotes de terras. Tinham direito de voto na Eclésia. Escravos Estrangeiros prisioneiros de guerra que exerciam várias funções, como a agricultura e a organização da vida doméstica, e também assumiam tarefas especializadas relacionadas à produção artesanal, ao comércio ou a atividades intelectuais. Não tinham direitos políticos. Metecos Estrangeiros livres que exerciam diferentes atividades na cidade. Deviam cumprir obrigações militares e pagar impostos como os cidadãos, mas não tinham direitos políticos nem acesso à propriedade de terras. Como estrangeiros, também tinham de pagar uma taxa anual para permanecer na cidade. Entre os metecos havia negociantes, intelectuais, artesãos, enfim, era um grupo bastante heterogêneo. Não tinham direitos políticos. 50 UnIdade 2 Os gregos eram politeís- tas, isto é, acreditavam em vários deuses. Na parte alta de Atenas, localizava-se a Acrópole, o santuário religioso da cidade, onde ficava um grande monumento de már- more, o Partenon, em home- nagem à deusa Atena, que deu nome à cidade e era con- siderada sua protetora. A riqueza da cidade de Atenas começou a se consti- tuir ainda no século VIII a.C., quando ela já tinha começado o processo de conquista de outras cidades, fundando colônias. Essas colônias, além de serem dominadas pelo governo ateniense, tinham de pagar impostos, ceder navios para a guerra e enviar © K ev in s ch af er /p ho to lib ra ry /G et ty Im ag es pode-se observar, no alto da imagem, as ruínas do partenon, templo construído no século v a.c., em homenagem à deusa atena. a parte alta da cidade era chamada de acrópole. lá ocorriam as assembleias políticas e havia estádios, ginásios e outros templos. Segundo a mitologia grega, Atena era a deusa da guerra estratégica, da sabedoria e da justiça, sendo conside- rada a grande protetora da cidade de Atenas. Ela era um dos doze deuses gre- gos que viviam no Monte Olimpo e era filha de Zeus, o deus dos deuses. Na obra em versos Odisse ia , de Homero, Atena era a prote- tora do herói Odisseu. © d im itr io sp /1 23 rF estátua de atena, inspirada na esté- tica da Grécia antiga. obra localizada na academia de atenas, em atenas (Grécia). 51UnIdade 2 escravos para os atenienses. Essas cidades também eram obrigadas a fornecer pro- dutos que poderiam faltar em Atenas em determinados períodos, como o trigo, e seus habitantes ainda eram obrigados a outras imposições, tais como usar o grego como língua e cultuar os deuses atenienses. Durante o governo de Péricles (461-429 a.C.), Atenas viveu o auge da sua demo- cracia. Foi também o período de maior expansão territorial, o que garantiu recursos para, por exemplo, construir vários templos, entre os quais o Partenon. História – Volume 1 Escravidão na Antiguidade Esse vídeo ajuda você a entender a escravidão na Antiguidade Clássica, na Grécia e Roma antigas. Uma sequência de imagens, filmes e entrevistas com especialistas mostra como a escravidão funcionava nas cidades-estado de Atenas e Esparta. Em ambas, os prisioneiros de guerra eram comprados para desempenhar diferentes funções que, em geral, não eram feitas por aqueles que tinham status de cidadania. O vídeo, além de comparar os dois casos gregos, apresenta também a especificidade da escravidão no Império Romano. Naquele contexto, os escravos podiam ser prisioneiros capturados nas conquistas territoriais, ou mesmo plebeus endividados que eram escravizados durante um tempo, até saldarem suas dívidas. Ao final, o vídeo debate a força e a longevidade do sistema escravocrata romano e o que isso represen- tou para a manutenção do maior império da Antiguidade. atIvIdade 1 a pólis para os gregos As questões a seguir fazem referência à organização política das cidades- -estado da Grécia Antiga, propondo também uma comparação com o mundo atual. Para respondê-las, retome o texto lido anteriormente sobre os gregos, Atenas e a democracia, e releia as informações relacionadas à pólis e às cidades-estado. Sublinhe o que considerar mais importante. Em seguida, responda ao que se pede. 1 O que era a pólis na Grécia Antiga? 52 UnIdade 2 2 Que diferenças você consegue perceber entre a antiga organização política ateniense e a atual organização política brasileira? O Brasil atual é um país que vive sob o regime democrático, mas, ao contrário do que ocorria na Grécia Antiga, não há democracia direta, e sim uma democracia representativa. Nesse sistema, os cidadãos votam em representantes que tomam decisões políticas em nome dos que o elegeram. Na sociedade brasileira atual, deputados e senadores são eleitos pelo voto popular para representar o conjunto da população. Já em Atenas, na Antiguidade, os cidadãos não elegiam representantes, mas participavam diretamente das decisões políticas da cidade. Eles reuniam-se na assembleia para discutir e deliberar sobre os problemas da cidade. Nas sociedades atuais, é necessário considerar que a cidadania não deve se limitar a eleger seus representantes. Os cidadãos devem também lutar pela defesa de seus direitos, e para isso podem usar diversos caminhos, que vão desde a luta na justiça até a participação em movimentos de protesto em defesa de um direito. atIvIdade 2 a escravidão na Grécia antiga Leia o texto a seguir sobre a escravidão em Atenas e, retomando também o que você estudou, responda às questões. No fim do século V e ao longo do IV [a.C.], período da história ateniense mais documentado, os escravos estão por toda parte, tanto nos campos dos agricultores postos em cena pelo poeta Aristófanes em suas comédias quanto nas minas ou ofi- cinas, como a que possuía o meteco Céfalos [...]. Essas oficinas (respectivamente, de 53UnIdade 2 1 Conforme o texto, que atividades o escravo poderia exercer em Atenas? 2 Com base nos números de escravos citados no texto de Claude Mossé, é correto considerar que os escravos eram os trabalhadores que estavam na base da vida econômica e social de Atenas? Por que os escravos eram trabalhadores tão impor- tantes na vida ateniense? Mossé, claude. dicionário da civilização grega. rio de Janeiro: zahar, 2004, p. 117-118. fabricação de escudos e de fabricação de camas e artigos de cutelaria) estavam entre as maiores que nos são dadas a conhecer pelas fontes disponíveis: Céfalos teria pelo menos cento e vinte escravos, e o pai de Demóstenes cerca de cinquenta. Não era, porém, necessário ser um grande proprietário rural ou um rico artesão para possuir escravos. Nas pequenas lojas em torno da

Por que a escravidão era fundamental para a democracia ateniense?

Pode-se entender que a democracia ateniense dependia diretamente da escravidão, pois promoveu a ascensão do camponês médio, por meio da cidadania, que passou a ter certos poderes, ainda que limitados.

Porque os escravizados eram essenciais?

Os escravos eram vistos como essenciais para a democracia ateniense porque eram a maior força de trabalho daquela sociedade, usados para trabalhar desde o campo até nas residências dos atenienses.

Onde os escravos de Atenas trabalhavam e quais eram suas condições de trabalho?

Em Atenas, boa parte dos escravos era proveniente de regiões da Ásia Menor e Trácia. Em geral, eram obtidos por meio da realização de guerras contra diversos povos de origem estrangeira. Os traficantes realizavam a compra dos inimigos capturados e logo tratavam de oferecê-los em algum lucrativo ponto comercial.

Quais eram os limites de participação na democracia ateniense?

Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de participação política.

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