Quem foi a primeira pessoa a realizar um evento esportivo para deficientes físicos?

Dicotomia paraol�mpica

Dicotom�a paraol�mpica

 

Prof. MSc. Educa��o F�sica. Mestrando em Ci�ncias da Motricidade Humana

Universidade Est�cio de S�. Universidade Castelo Branco

Presidente da Federa��o de Basquetebol em Cadeira de Rodas do Estado do Rio de Janeiro

Diretor de Tiro Adaptado da Associa��o Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas

Respons�vel pelo Projeto Down da Universidade Est�cio de S�

S�rgio Jose Castro

(Brasil)

 

Resumo

          O objetivo deste artigo � o de possibilitar ao leitor a identifica��o do processo atrav�s do qual as diversas defici�ncias tem viabilizadas suas participa��es no Paraesporte Brasileiro, uma vez que diferem totalmente do sistema adotado pelo Comit� Paraol�mpico Brasileiro (COB) no qual cada modalidade possui a sua pr�pria Federa��o ou Confedera��o Nacional ou Internacional. O atual artigo visa propiciar uma vis�o atualizada da dicotomia existente entre as diversas defici�ncias e a forma atrav�s da qual tem suas participa��es asseguradas como foco no princ�pio citado no Manifesto Mundial da FIEP 2000.

          Unitermos

: Paraesporte. Defici�ncia. Comit� Paraol�mpico Brasileiro

   

//www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - A�o 15 - N� 144 - Mayo de 2010

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Introdu��o

    Tradicionalmente, o Paraesporte nacional pode ser caracterizado como a forma mais abrangente de poder reintegrar � sociedade, indiv�duos que tenham sofrido um processo de perda de sua identidade atrav�s de mutila��es ou at� mesmo de aus�ncia de movimentos causados por causas ainda desconhecidas pela ci�ncia atual e que, mesmo assim, o paraesporte consegue contemplar com modalidades paraesportivas que certamente o conduzir�o a um patamar de reintegra��o social e, naturalmente, de supera��o social atrav�s desta pr�tica, a qual certamente ir� causar uma satisfa��o pessoal exacerbada.

    Contudo, essa pr�tica, embora pautada em princ�pios internacionais de igualdade, tem demonstrado ao longo dos tempos, uma dicotomia paraesportiva marcante. Por exemplo, os Deficientes auditivos, que foram, atrav�s da hist�ria classificados como os primeiros a fazerem o esporte adaptado atrav�s do mundo, no ano de 1888, com o Futebol de Surdos, na Alemanha, at� hoje, n�o participam das Paraolimp�adas ou Jogos Paraol�mpicos, que s�o consideradas a maior competi��o paraesportiva mundial, da qual somente participam Deficientes Visuais, Amputados, An�es, Les Autres, Deficientes F�sicos). Eles participam de Campeonatos Mundiais, atrav�s de sua Associa��o Internacional, o Comit� International de Sports de Sourds ( CISS) J� os indiv�duos com S�ndrome de Down, tamb�m tem as suas pr�prias competi��es conhecidas como Olimp�adas Especiais (Esportes de Inverno e Ver�o), da qual participam Atletas com S�ndrome de Down, Deficientes Intelectivos, Retardados Mentais, Deficientes Mentais e tamb�m pessoas ditas �normais�, atrav�s de um processo denominado �esportes Unificados�, onde atletas sem defici�ncia participam com atletas deficientes � importante ressaltar que estes tamb�m n�o participam do Processo paraol�mpico. Os Deficientes Mentais tamb�m tem os seus pr�prios campeonatos Mundiais, realizados atrav�s da Associa��o Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais (ABDEM). Com o pode ser visto, existe uma discrimina��o dentro da discrimina��o, onde pessoas com defici�ncia n�o tem o direito de participar em uma competi��o como as Paraolimp�adas.

Hist�rico do paraesporte no Brasil e no mundo

    Foi ap�s a I Guerra Mundial que o esporte come�ou a ser utilizado como ferramenta para reabilita��o e inser��o social da pessoa portadora de defici�ncia. Primeiramente, a inten��o era oferecer uma alternativa de tratamento aos indiv�duos que sofreram traumas medulares durante o conflito. Entretanto, em 1944, por meio de um convite do Governo Brit�nico, Dr. Ludwig Guttmann inaugura um centro de traumas medulares dentro do Hospital de Stoke Mandeville. � exatamente neste ponto da hist�ria que come�a, segundo estudiosos e documentos coletados em sites direcionados para o assunto, a trajet�ria do que chamamos hoje de Esporte Paraol�mpico.

    � bem verdade que o esporte para atletas portadores de defici�ncia existe h� mais tempo e que h� contribui��es datadas dos s�culos XVIII e XIX que atestam a import�ncia da atividade f�sica como agente reeducador e reabilitador destas pessoas. Entretanto, � a partir de 1944 que este movimento em prol do desenvolvimento e fomento do esporte paraol�mpico ganha maior for�a e apoio.

    Dr. Guttmann introduziu o esporte como parte do tratamento de reabilita��o de lesados medulares. A receptividade positiva fez com que rapidamente a atividade f�sica evolu�sse para o n�vel competitivo. Assim, em 1948 foram realizados os primeiros Jogos de Stoke Mandeville, paralelamente aos Jogos Ol�mpicos que ocorriam em Londres. Com isso, aconteceram as primeiras competi��es de atletas em cadeira de rodas. Desde ent�o, de quatro em quatro anos s�o realizados os Jogos de Stoke Mandeville.

    Este primeiro passo foi fundamental para o crescimento do Paradesporto Mundial. Em 1952, foi fundado o Comit� Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville, que depois viria a se tornar a Federa��o Internacional de Esportes em Cadeira de Rodas de Stoke Mandeville (ISMWSF). Hoje, a ISMWSF � respons�vel pela organiza��o e realiza��o de eventos mundiais direcionados aos atletas cadeirantes.

    Em 1960, o Dr. Ant�nio Maglio, diretor do Centro de Lesionados Medulares de Ostia, It�lia, sugeriu ao Comit� Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville que a competi��o fosse realizada em Roma, logo ap�s das XVI Olimp�adas. Assim, aconteceriam os primeiros Jogos Paraol�mpicos. A competi��o utilizou as mesmas instala��es dos atletas n�o portadores de defici�ncia e reuniu 400 paraatletas. No total, participaram da primeira Paraolimp�ada 23 pa�ses e o evento contou o apoio de autoridades locais. A partir da�, com raras exce��es, os Jogos Paraol�mpicos passaram a ser realizados algumas semanas ap�s os Ol�mpicos na mesma cidade sede.

    Fruto do crescimento do esporte adaptado, em 1964, foi criada a Organiza��o Internacional de Esportes para Deficientes (ISOD). A ISOD, na �poca, oferecia aos atletas com outras defici�ncias, que n�o a les�o medular, a oportunidade de participarem de eventos que contribu�ssem para o desenvolvimento esportivo dos mesmos. J� no in�cio, a ISOD contava com a filia��o de 16 pa�ses. At� ent�o somente havia competi��es paraol�mpicas para pessoas em cadeira de rodas.

    E foi por meio de um trabalho s�rio e �rduo que a ISOD conseguiu incluir nos Jogos Paraol�mpicos de Toronto, em 1976, provas para os atletas cegos e amputados. Em 1980, nos Jogos Paraol�mpicos de Arnhem, foi a vez dos atletas paralisados cerebrais se juntarem � competi��o.

    Toda esta movimenta��o impulsionou o fortalecimento do paradesporto enquanto esporte de rendimento. O n�mero de atletas cresceu e com isso surgiu a necessidade de organiza��es que cuidassem do fomento do esporte para cada defici�ncia. Assim, em 1978, foi criada a Associa��o Internacional de Esportes e Recrea��o para Paralisados Cerebrais (CP-ISRA) e, em 1980, a Associa��o Internacional de Esportes para Cegos (IBSA). Com isso, a ISOD agora ficaria respons�vel pelo desenvolvimento mundial dos esportes para atletas amputados.

    O surgimento destas organiza��es tornou imperativo a cria��o de uma coordena��o geral que, democraticamente, envolvessem as quatro �reas de defici�ncia (cadeirantes, amputados, paralisados cerebrais e cegos) na organiza��o dos Jogos Paraol�mpicos. Diante disso, em 1982, foi fundado o Comit� Internacional Coordenador dos Esportes para Deficientes no Mundo (ICC). Faziam parte do ICC os presidentes das quatro entidades administradoras do paradesporto mundial (ISMWSF, ISOD, CP-ISRA e IBSA), al�m de um secret�rio geral e, primeiramente, um vice-presidente, que depois viria a se tornar um diretor t�cnico.

    Em 1986, a Federa��o Internacional de Esportes para Deficientes Mentais (INAS-FID) e o Comit� Internacional de Esportes para Surdos (CISS) juntam-se ao ICC. Entretanto, o CISS - que j� existia desde de 1922 � continuou mantendo a organiza��o de seus jogos; n�o se envolvendo nas competi��es das outras defici�ncias.

    Apesar do ICC ser fruto da uni�o das seis organiza��es de esporte para deficientes, o crescimento do paradesporto no mundo implicava a cria��o de uma entidade aut�noma que propiciasse o fomento e acompanhasse o crescimento do esporte adaptado nos diversos pa�ses do planeta. Uma entidade capaz de gerenciar as demandas nacionais e regionais do paraolimpismo. Assim, em 1989, foi fundado o Comit� Paraol�mpico Internacional (IPC) na Alemanha.

    Hoje, o IPC � a �nica entidade internacional respons�vel pela organiza��o e realiza��o de eventos esportivos que envolvam mais de uma defici�ncia. S�o membros do Comit� a ISMWSF, ISOD, CP-ISRA, IBSA, INAS-FID e mais 160 Comit�s Paraol�mpicos Nacionais.

    Em 2000, durante a realiza��o dos Jogos Paraol�mpicos de Sydney, foi assinado um acordo de coopera��o entre o IPC e o Comit� Ol�mpico Internacional, garantindo a colabora��o entre as duas entidades. Em 2001, outro acordo foi assinado assegurando que os Jogos Paraol�mpicos seriam sempre realizados na mesma cidade e com a mesma organiza��o dos Jogos Ol�mpicos.

Jogos Paraol�mpicos

    Em 1960, foram realizados os primeiros Jogos Paraol�mpicos. Estes Jogos tiveram como sede a cidade de Roma e aconteceram logo ap�s os Jogos Ol�mpicos � realizados tamb�m na It�lia. Desde ent�o, j� foram realizadas mais dez Paraolimp�adas. No quadro abaixo, est�o especificadas as cidades que acolheram o evento, o n�mero de participantes e a quantidade de pa�ses envolvidos.

Ano

Cidade

Pa�s

N� de atletas

N� de pa�ses

1960

Roma

It�lia

400

23

1964

T�quio

Jap�o

390

22

1968

Tel Aviv

Israel

750

29

1972

Heidelberg

Alemanha

1.000

44

1976

Toronto

Canad�

1.600

42

1980

Arnhem

Holanda

2.500

42

1984

Nova Iorque

Estados Unidos

4.080

42

Stoke Mandeville

Inglaterra

1988

Seul

Cor�ia do Sul

3.053

61

1992

Barcelona

Espanha

3.020

82

1996

Atlanta

Estados Unidos

3.195

103

2000

Sydney

Austr�lia

3.843

123

2004

Atenas

Gr�cia

4.000

142

2008

Beijing

China

4.000

147

    As Paraolimp�adas de Atenas aconteceram nos dias 17 e 28 de setembro de 2004 e reuniram quatro mil atletas de 142 pa�ses. Al�m disso, a cidade recebeu cerca de tr�s mil jornalistas e fot�grafos; 1.000 t�cnicos e arbitr�rios; 2.000 apoios de delega��o; 2.500 convidados oficiais e 35.000 pessoas encarregadas pela organiza��o dos jogos, sendo que, desse total, 1.500 foram volunt�rios.

    Hoje, s�o disputadas 19 modalidades nos Jogos Paraol�mpicos de ver�o. S�o elas: tiro com arco, atletismo, bocha, ciclismo, hipismo, futebol de cinco, futebol de sete, goalball, jud�, halterofilismo, tiro, nata��o, t�nis de mesa, v�lei, basquete em cadeira de rodas, esgrima, rugby, t�nis e iatismo. J� nos Jogos Paraol�mpicos de Inverno, s�o disputadas as modalidades de esqui, esqui n�rdico, hockey, wheelchair curling, dan�a em cadeira de rodas e bowls.

O paraesporte no Brasil

    H� 45 anos surgiam no Brasil as primeiras entidades com o objetivo de desenvolver o esporte para pessoas portadoras de defici�ncia. Assim, em 1958, foi fundado o Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro; sendo seguido pelo Clube dos Parapl�gicos de S�o Paulo, em S�o Paulo. Os precursores deste movimento foram Robson de Almeida Sampaio e S�rgio Delgrande. Um ano depois, em 1959, aconteceu a primeira competi��o de atletas portadores de defici�ncia em nosso pa�s. Foi um jogo de basquete em cadeira de rodas que reuniu as equipes do Rio de Janeiro e S�o Paulo.

    Foi por meio do basquete que se iniciou a pr�tica esportiva para pessoas portadoras de defici�ncia no Brasil. Com o tempo, outras modalidades foram incorporadas e surgiu a necessidade da cria��o de uma entidade que organizasse o paradesporto nacionalmente; uma entidade que falasse numa �nica voz com as organiza��es internacionais.

    Assim, em 1975, foi fundada a Associa��o Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE). A ANDE j� nasceu com um desafio: realizar os Jogos Parapanamericanos de 1977. Era preciso uma entidade capaz de responder e acompanhar o crescimento do esporte adaptado brasileiro. Dessa maneira, a ANDE acolheu todas as �reas de defici�ncia.

    Entretanto, a exemplo do que aconteceu internacionalmente, o desenvolvimento do paradesporto nacional e o aumento expressivo do n�mero de atletas e de modalidades fomentadas exigiu que a estrutura, at� ent�o formatada, fosse reestruturada. Assim, em 1984, s�o criadas a Associa��o Brasileira de Desporto para Cegos (ABDC) e a Associa��o Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas (ABRADECAR). Como o pr�prio nome j� diz, estas duas associa��es surgem com o intuito de organizar, desenvolver e fomentar o esporte praticado por atletas cegos e em cadeira de rodas, respectivamente.

    A ANDE ficaria, ainda, at� a d�cada de 90, respons�vel pelas outras �reas de defici�ncia. No entanto, em 1990, � criada a Associa��o Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA) e, em 1995, a Associa��o Brasileira de Desporto para Deficientes Mentais (ABDEM). Hoje, a ANDE organiza os esportes para paralisados cerebrais e les autres. At� ent�o, o paradesporto no Brasil era desenvolvido por meio de campeonatos regionais e nacionais; entretanto de forma bastante prec�ria devido � falta de recursos para investir na realiza��o de grandes eventos.

    Em 1995, as cinco entidades nacionais de administra��o do paradesporto (ANDE, ABDC, ABRADECAR, ABDA e ABDEM) se unem e criam o Comit� Paraol�mpico Brasileiro (CPB). O CPB, a partir de ent�o, � o �rg�o respons�vel pela organiza��o de eventos nacionais, que envolvam mais de uma defici�ncia, bem como a entidade que, por dever, envia os nossos paratletas aos campeonatos sancionados pelo Comit� Paraol�mpico Internacional (IPC). Hoje,nano de 2007, o Comit� Paraol�mpico Brasileiro (CPB) apresente a seguinte constitui��o, a n�veis nacional e Internacional :

Estrutura nacional

Estrutura internacional

    Hoje, 2007, fazem parte do CPB, as seguintes entidades nacionais do paraesporte:

Entidades nacionais

  • ABRADECAR: Associa��o Brasileira de Desporto em Cadeira em Rodas

  • FBVM: Federa��o Brasileira de Vela e Motor

  • CBT: Confedera��o Brasileira de T�nis

  • CBDC: Confedera��o Brasileira de Desportos para Cegos

  • ANDE: Associa��o Nacional de Desporto para Deficientes

  • ABDEM: Associa��o Brasileira de Desporto para Deficientes Mentais

  • ABVP: Associa��o Brasileira de Voleibol Paraol�mpico

  • CBBC: Confedera��o Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas

    Neste mesmo ano e em 1996, com o apoio do Governo Federal, principalmente do Minist�rio Extraordin�rio dos Esportes, e de v�rias empresas p�blicas e privadas, s�o realizados os Jogos Brasileiros Paradesportivos. A primeira edi��o do evento reuniu em Goi�nia cerca de 700 atletas cegos, cadeirantes, amputados, paralisados cerebrais, deficientes metais e les autres. J� os II Jogos Brasileiros Paradesportivos aconteceram no Rio de Janeiro e foram seletivos para as Paraolimp�adas de Atlanta. A competi��o contou com a participa��o de artistas, esportistas ol�mpicos, do Ministro Pel� e com a cria��o de um Hino em homenagem aos atletas paraol�mpicos brasileiros.

    Em 2001, foi sancionada a Lei 10.264 (Lei Agnelo-Piva) que estabelece que 2% da arrecada��o bruta dos pr�mios das loterias federais sejam repassados aos comit�s ol�mpicos e paraol�mpicos brasileiros. Deste montante, 15% dos recursos s�o direcionados ao CPB e devem ser investidos na forma��o, prepara��o t�cnica, manuten��o e locomo��o dos atletas aos locais de competi��o.

    Assim, o esporte paraol�mpico no Brasil conta com uma receita fixa de cerca de R$ 10 milh�es por ano e est� crescendo e se desenvolvendo tecnicamente. Hoje, esporte adaptado tamb�m � sin�nimo de esporte de alto rendimento em nosso pa�s. Todo este investimento deve ser revertido em medalhas nas Paraolimp�adas de Atenas, em 2004.

Brasil nos Jogos Paraol�mpicos

    O Brasil foi representado pela primeira vez em Paraolimp�adas, nos jogos de Heidelberg (Alemanha), em 1972. Entretanto, as primeiras medalhas somente viriam quatro anos depois, nos Jogos Paraol�mpicos de Toronto, Canad�. Foram duas medalhas de prata, conquistadas na bocha sobre a grama, pelos atletas Robson Sampaio e Lu�s Carlos �Curtinho�. Nas Paraolimp�adas de Arnhem, Holanda, o Brasil n�o conquistou nenhuma medalha, sendo representado somente pelo time masculino de basquete em cadeira de rodas.

    Em 1984, as competi��es dos Jogos Paraol�mpicos foram divididas em duas cidades: Nova Iorque (EUA) e Stoke Mandeville (Inglaterra). Em Nova Iorque foram realizadas as provas para atletas cegos, paralisados cerebrais e amputados. J� em Stoke Mandeville aconteceram as competi��es dos atletas em cadeira de rodas. Esta foi a melhor participa��o brasileira em jogos paraol�mpicos, conquistando 28 medalhas (sete de ouro, 17 de prata e quatro de bronze).

    Em Seul (1988), os atletas paraol�mpicos do Brasil ganharam de 27 medalhas e, com isso, alcan�aram a 25� coloca��o entre os 61 pa�ses participantes. No total foram quatro medalhas de ouro, dez de prata e 13 de bronze.

    Em 1992, aconteceram os Jogos Paraol�mpicos de Barcelona e o Brasil n�o manteve a quantidade de medalhas conquistadas na competi��o anterior. Na Espanha, os atletas brasileiros ganharam apenas sete medalhas, sendo tr�s de ouro e quatro de bronze. No entanto, voltamos para casa com dois recordes mundiais, conquistados pelos atletas de atletismo Luiz Cl�udio Pereira e Suely Guimar�es. Com isso o Brasil terminou em 30� lugar da competi��o, entre os 82 pa�ses participantes.

    J� em Atlanta, em 1996, a quantidade de medalhas conquistadas pelos nossos paratletas voltou a subir. No total, o Brasil subiu 21 vezes ao p�dio, sendo que por duas vezes foi tocado o nosso Hino Nacional. Foram duas medalhas de ouro, seis de prata e 13 de bronze. Participaram destes Jogos Paraol�mpicos 58 atletas brasileiros, que alcan�aram a 37� posi��o entre os 103 pa�ses participantes.

    Em 2000, nos Jogos Paraol�mpicos de Sydney a delega��o do Brasil fez uma linda campanha. Foram quebrados quatro recordes mundiais no atletismo com as atletas Roseane Santos (Rosinha) e �dria Rocha. No total, os atletas brasileiros conquistaram 22 medalhas (seis de ouro, dez de prata e seis de bronze) e alcan�aram a 24� coloca��o entre os 123 pa�ses que atenderam � competi��o. No geral, esta foi a melhor participa��o brasileira em Paraolimp�adas desde os Jogos de 1984, que aconteceram em Nova Iorque e Stoke Mandeville.

    Os atletas paraol�mpicos brasileiros est�o de parab�ns! Em 2004, nos jogos de Atenas, eles quebraram o recorde de medalhas conquistadas pelo nosso Pa�s. Foram 33 conquistas, 14 medalhas de ouro, 12 de prata e sete de bronze; al�m de sete recordes mundiais e dois paraol�mpicos.

    O Brasil foi representado nos jogos de Atenas por 13 modalidades e alcan�ou recordes louv�veis, como o da prova de lan�amento de disco. Roseane Santos, conhecida como Rosinha, conquistou o recorde mundial da prova, estabelecendo a marca de 31,73 metros na categoria F - 58.

    Outro recordista mundial, que tamb�m se destacou, foi o velocista Ant�nio Delfino, o brasileiro estabeleceu o tempo de 48s47 e consagrou-se como o atleta mais r�pido do mundo na prova dos 400 m rasos. Delfino tamb�m recebeu medalha de ouro na prova de 200m rasos.

    Em 2008, os Jogos Paraol�mpicos ocorreram em Pequim (China), entre os dias 6 cerim�nia de abertura) e 17 de setembro (cerim�nia de encerramento). Houve a participa��o de mais de quatro mil atletas de diversos pa�ses, inclusive do Brasil. 

    Os Jogos Paraol�mpicos de 2008 chegaram ao fim e o Brasil tem um novo her�i: o nadador Daniel Dias conquistou nada menos que nove medalhas, sendo quatro delas de ouro. Ele subiu ao p�dio em todas as provas que disputou e bateu tr�s recordes mundiais, al�m de um paraol�mpico. E foi apenas a sua primeira participa��o no evento.

    Mas o atleta n�o � o �nico motivo de orgulho para os brasileiros. Afinal, a delega��o bateu seu recorde e trouxe 47 medalhas no total, sendo 16 de ouro � outra marca hist�rica. Al�m do show verde-e-amarelo na nata��o e no atletismo, que teve em Lucas Prado a sua maior estrela, algumas modalidades renderam medalhas in�ditas para o pa�s, como a bocha e o t�nis de mesa. Como resultado, o Brasil terminou a competi��o na

nona coloca��o, a melhor do pa�s na hist�ria dos Jogos.

    Os atletas que representaram o Brasil nos Jogos Ol�mpicos e Paraol�mpicos de Pequim 2008 foram recebidos no dia 1� de outubro, pelo presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Entre os presentes ao encontro estavam o nadador C�sar Cielo, medalha de ouro nos 50m livre e bronze nos 100m livre; a saltadora Maurren Maggi, ouro no salto em dist�ncia e primeira brasileira da hist�ria a ganhar uma medalha dourada individual; e o nadador Daniel Dias, respons�vel pela conquista de nove medalhas nas paraolimp�adas, quatro delas de ouro.

    Estou feliz de saber que o presidente valoriza o esporte paraol�mpico e que a partir de agora a sociedade pode se orgulhar dos atletas. Para n�s ser� muito bom. Depois de Pequim j� sentimos muita diferen�a. Espero que tenhamos cada vez mais reconhecimento pro esporte - declarou Daniel Dias.

    O encontro aconteceu �s 11h30min e contou ainda com a presen�a do ministro do Esporte Orlando Silva J�nior, do presidente do Comit� Ol�mpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, do chefe da miss�o brasileira nos Jogos Ol�mpicos de Pequim 2008, Marcus Vin�cius Freire, dos subchefes Bernard Rajzman e Jos� Roberto Perillier, al�m de presidentes de confedera��es ol�mpicas e paraol�mpicas.

    No quadro abaixo est�o relacionadas as Paraolimp�adas em que o Brasil participou e a rela��o de medalhas conquistadas:

Ano

Cidade

Pa�s

Ouro

Prata

Bronze

Total

1972

Heidelberg

Alemanha

0

0

0

0

1976

Toronto

Canad�

0

2

0

2

1980

Arnhem

Holanda

0

0

0

0

1984

Nova Iorque

EUA

1

3

2

28

Stoke Mandeville

Inglaterra

6

14

2

22

1988

Seul

Cor�ia do Sul

4

10

13

27

1992

Barcelona

Espanha

3

0

4

7

1996

Atlanta

EUA

2

6

13

21

2000

Sydney

Austr�lia

6

10

6

22

2004

Atenas

Gr�cia

14

12

7

33

2008

Beijing

China

16

14

17

47

Refer�ncias

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Quem promoveu o primeiro evento esportivo para deficientes?

Em 29 de julho de 1948, na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, Guttmann organizou a primeira competição em cadeiras de rodas, à qual chamou de Jogos de Stoke Mandeville.

Quando foi o primeiro evento esportivo para pessoas com deficiência?

Com isso, em 1948, foi realizado o primeiro evento esportivo exclusivo para pessoas com deficiências físicas. A data escolhida foi 28 de julho, o mesmo dia do início dos Jogos Olímpicos de Londres, a 56km de Stoke Mandeville.

Quem foi o responsável a introduzir o esporte como tratamento para deficientes?

Guttmann ainda fundou a Federação Inglesa de Esportes para Portadores de Deficiência em 1961, ano em que também assumiu a presidência da Sociedade Médica Internacional de Paraplegia (atualmente Sociedade Internacional de Medula Espinhal).

Quem foi o responsável pela criação dos Jogos Paralímpicos?

Neurologista britânico de origem judaica aplicou o esporte à recuperação dos pacientes com lesões medulares e foi o artífice dos Jogos Paralímpicos, cuja edição de Tóquio começa nesta terça. O médico Ludwig Guttmann dedicou toda a sua vida à pesquisa e tratamento dos doentes com lesões medulares.

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