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Atividade:
Atriz, Preparador de elenco
Atriz carioca, nascida em 1938, tem vasta experiência de teatro, atuando e dirigindo. No cinema, destacou-se por seu papel em O casamento (1976), de Arnaldo Jabor, pelo qual ganhou o Kikito de melhor atriz coadjuvante no Festival de Gramado. Também dirige e produz espetáculos teatrais e faz preparação de elenco para teatro e cinema.
Filmografia selecionada:
Atriz
- Pequeno dicionário amoroso 2 (2015), de Sandra Werneck e Mauro Farias.
- Vai que dá certo (2013), de Mauricio Farias
- Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida (2012), de Matheus Souza
- Eu e meu guarda-chuva (2010), de Toni Vanzolini
- Verônica (2008), de Maurício Farias
- Os desafinados (2008), de Walter Lima Jr.
- Copacabana (2001), de Carla Camurati
- Condenado à liberdade (2001), de Emiliano Ribeiro
- Amélia (2001), de Ana Carolina
- Os filhos de Nelson (2000), de Marcelo Santigo. Curta-metragem
- As meninas (1995), de Emiliano Ribeiro
- Abolição (1988), de Zózimo Bulbul
- Parceiros da aventura (1980), de José Medeiros
- O casamento (1976), de Arnaldo Jabor
- Quem tem medo de lobisomem? (1975), de Reginaldo Faria
- Preparadora de elenco
- 5x favela, agora por nós mesmos (2010), de Wagner Novais, Rodrigo Felha, Cacau Amaral, Luciano Vidigal, Cadu Barcellos, Luciana Bezerra e Manaíra Carneiro
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Estreia revelando seu potencial de atriz, em 1957, no espetáculo com o qual o diretor Luís de Lima
(1925-2002) lança o teatro de Ionesco no Brasil, num programa com os textos A Lição, A Cantora Careca e As Cadeiras. Seguem-se: uma substituição em Eles Não Usam Black-Tie (1958), de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), na visita carioca do
Teatro de Arena de São Paulo; uma participação em Um Elefante no Caos (1959), de Millôr Fernandes (1923-2012), direção de João Bethencourt (1924-2006) e uma substituição na
remontagem carioca de Anjo de Pedra (1960), de Tennessee Williams (1911-1983), com direção de Benedito Corsi (1924-1996), numa produção do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). De jovem promessa ela passa a atriz profissional prestigiada, sobretudo pelos jovens diretores de maior destaque, a partir dos seus trabalhos em A Vida Impressa em Dólar (1962), de
Clifford Odets (1906-1963), direção de Paulo Afonso Grisolli (1934-2004) e Amor em Três Dimensões (1963), de Murray Schisgal (1926-2020), direção de Ivan de Albuquerque (1932-2001). Mas é em uma montagem quase marginal de A Exceção e a Regra (1967), de
Bertolt Brecht (1898-1956), dirigida por Antônio Pedro (1940), que ela atinge o primeiro ponto alto da sua carreira. No papel do carregador ela demonstra uma inteligência interpretativa e uma variedade de recursos que lhe valem críticas elogiosas. Praticamente todos os seus trabalhos subseqüentes dão-se em espetáculos que, seja pela natureza dos textos, pela empostação da encenação, ou pelas
características dos esquemas de produção, situam-se à margem da corrente principal do teatro profissional. É assim que ela atua em O Segredo do Velho Mudo (1972), de Nelson Xavier (1941-2017), direção de Cecil Thiré (1943-2020); Encontro no Bar (1973), de
Bráulio Pedroso (1931-1990), direção de Celso Nunes (1941); As Desgraças de uma Criança (1973), demolidora e debochada versão da comédia de Martins Pena (1815-1848) dirigida por Antônio Pedro, onde Camilla revela um corrosivo temperamento farsesco; e Vôo dos Pássaros Selvagens
(1975), de Aldomar Conrado (1936), direção de Aderbal Freire-Filho (1941). Em 1976, participa da tentativa de Ziembinski (1908-1978) de produzir a mise-en-scéne original, de 1943, de
Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues (1912-1980), no papel de Alaíde, que ela realiza com sinceridade e liberalismo. No mesmo ano, está num outro texto de Nelson Xavier, Trivial Simples, dirigido por
Ruy Guerra (1931). O teatro dos anos 1980 aproveita pouco o talento de Camilla Amado. Sua experiência como autora, em Don Quixote de la Pança (1980), direção de Aderbal Freire-Filho, resulta frustrada, assim como, sua tentativa de direção de O Banquete (1982), de Mário de Andrade
(1893-1945). Também a sua atuação em Tá Ruço no Açougue (1985), adaptação de Santa Joana dos Matadouros, de Bertolt Brecht, dirigida por Antônio Pedro, pouco acrescenta à sua trajetória. Já em Momentos (1987), um emocionante solo em que, dirigida por Ítalo Rossi (1931-2011), ela dramatiza crônicas de alguns dos expoentes nacionais do gênero, Camilla realiza uma
convincente exibição das suas possibilidades interpretativas. O crítico Yan Michalski (1932-1990) escreve sobre a atriz: "Camilla Amado é uma das mais sensíveis, versáteis e inteligentes atrizes da sua geração. Seu rosto excepcionalmente expressivo, seu gestual preciso e bonito, sua capacidade de inflexionar com colorida gama de emoções e a sua abertura a tudo que não seja rotineiro
contribuem para desenhar uma presença cênica muito pessoal. Mas os seus interesses, a sua personalidade artística e a sua ousadia têm-se chocado com as limitações do mercado de trabalho da atualidade, resultando dali uma carreira aquém do seu potencial interpretativo".1 Nota 1. MICHALSKI, Yan. Camilla Amado. In: ___________. PEQUENA Enciclopédia do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto
para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.Texto
Camilla de Holanda Amado Martins Nercessian (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1939 - idem, 2021). Atriz. Intérprete carioca ligada ao teatro experimental, capaz de atuar em papéis cômicos e dramáticos. Na década de 1970 trabalha com os principais diretores do período.
Espetáculos 39
Fontes de pesquisa 5
Como citar
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- CAMILLA Amado. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Disponível em: //enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa109327/camilla-amado. Acesso em: 29 de dezembro de 2022. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7