O perfil oficial do bar Toca do Garga no Facebook publicou uma mensagem afirmando que não quer saber de homem com homem, mulher com mulher, e outras coisas do gênero. Cada um faz o que quer da vida, mas aqui não rola.
A frase foi publicada após um casal gay ter relatado, também via rede social, que foi discriminado no local. Um vídeo com uma música cuja letra diz brasileiro quer futebol, mulher e rock 'n' roll. Meu Deus, como isso é bom acompanhava o texto publicado na página do bar.
A mensagem do estabelecimento, que funciona em Santos (litoral de SP), foi deletada após uma sequência de manifestações a favor do casal. Mas muitos também se posicionaram a favor do dono do bar. Após a repercussão, os namorados decidiram que precisavam tomar uma atitude.
Ele [o proprietário do bar] começou a publicar mais pedidos de desculpas, mas apagou de novo. A gente preferiu não aceitar as desculpas. Não acredito que seja um caso de simples desculpa, diz o estudante de 21 anos, que não quer ser identificado. Seu namorado, de 18 anos, também não quer revelar o nome.
As ofensas relatadas pelo casal aconteceram na noite do último sábado (16). Por duas vezes, os jovens escutaram o dono falar sobre eles. Segundo eles, apenas na terceira vez compreenderam o que o homem falava aqui não aceito casal gay.
Quando ele falou pela terceira vez ficou bem clara [a discriminação]. Ainda ficamos ali, em choque. Nunca tínhamos passado por isso. Achamos que a melhor opção era cancelar os pedidos, pagar a conta e ir para outro bar, conta o jovem. Após o constrangimento, descobriram no balcão que os pedidos nem haviam sido registrados. Pagamos só as bebidas, uma cerveja e um refrigerante, diz o rapaz.
Ele, que estava acompanhado de um casal heterossexual, conta que antes de o proprietário ter dito que não aceitava um casal gay no local, tentaram ser atendidos diversas vezes em vão. Foi o casal que estava com eles que publicou o relato na rede social antes da mensagem do bar.
A única carícia foi um abraço e um beijo no rosto, diz a advogada do casal. Os namorados registraram um boletim de ocorrência por injúria contra o proprietário no 7º Distrito Policial de Santos.
Nós vamos ingressar na Justiça com ação criminal e ação cível de indenização, afirma a advogada. Segundo ela, a lei 10.948/2000 prevê punição para condutas e práticas homofóbicas. As penas, no âmbito administrativo, variam de advertência até suspensão do funcionamento do estabelecimento, diz.
O proprietário do bar foi procurado, mas não quis atender a reportagem. Uma funcionária disse que o bar não vai se pronunciar a respeito do incidente.
Ainda estamos abalados. O susto da hora passou e agora estamos tristes e cansados. Estamos correndo com muita coisa para fazer valer nossos direitos, diz o estudante.
No Facebook as opiniões se dividem, confira aqui os comentários dos internautas.
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À PM, a mulher disse que não foi agredida e tampouco ameaçada, mas afirmou que iria ao bar mesmo contra vontade do companheiroPolicial Sinais de embriaguez
(Foto: Divulgação)
Na noite de sábado (12), por volta das 20 horas, a Polícia Militar (PM) recebeu informações de que um casal estaria discutindo em via pública em Pato Bragado. As denúncias foram feitas por vizinhos.
Uma equipe da PM foi até o local e encontrou uma mulher, que disse ter discutido com seu amásio. Conforme os relatos, o homem não queria deixar ela tomar cerveja com amigos em um bar, que fica próximo à casa deles.
Diante da insistência dela, o bragadense teria pegado a companheira pelo braço e a puxado para dentro de casa. À PM, a mulher disse que não foi agredida e tampouco ameaçada.
Indagada se desejava representar contra o amásio, ela disse que não, mas afirmou que iria ao bar mesmo contra a vontade dele. Ambos foram orientados e advertidos, pois, conforme o relatório da PM, apresentavam sinais de embriaguez. O boletim de ocorrência foi confeccionado.
O Presente com PM
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