Qual a relação entre Brasil e Coreia do Sul?

Atualizado em (27/10/2021 – 23h21) | Geral, Notícias, Sessão Solene

KAMILA MARINHO
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A Câmara Municipal de São Paulo realizou na noite desta quarta-feira (27/10), no Salão Nobre do Palácio Anchieta, uma Sessão Solene em Comemoração aos 62 Anos de Relações Diplomáticas entre o Brasil e a Coreia do Sul. Esta é a primeira Sessão Solene a ser realizada de forma presencial na Câmara Municipal depois da flexibilização dos protocolos de segurança impostos para evitar o contágio de Covid-19.

A solenidade foi conduzida pelo vereador Aurélio Nomura (PSDB), presidente da Comissão de Relações Internacionais do Legislativo paulistano. “Hoje comemoramos 62 anos de amizade entre o Brasil e a Coreia e comemoramos também esse aprendizado que nós recebemos do povo coreano. Que nós, cada vez mais, sejamos unificados para trabalharmos em prol do progresso de nossos países”, observou Nomura.

Com apresentações culturais, a solenidade contou com a presença do cônsul-geral da República da Coreia em São Paulo, Insang Hwange, autoridades coreanas e representantes do Executivo.

O embaixador Fernando Mello Barreto que também é secretário adjunto de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, representou o prefeito Ricardo Nunes (MDB). “Em nome do prefeito e da cidade desejo que essa cooperação dure por muito tempo e seja cada vez mais profícua”.

Sobre a homenagem

De acordo com requerimento do parlamentar, em meio a tantos benefícios, as relações diplomáticas entre o Brasil e República da Coreia (Coreia do Sul) foram estabelecidas em 1959. A Coreia do Sul abriu, em 1962, no Rio de Janeiro, sua primeira embaixada na América Latina. Em 1965, o Brasil abriu sua embaixada em Seul.

O histórico recente das relações entre o Brasil e a Coreia do Sul distingue-se, sobretudo, pelo crescente fluxo de investimentos e comércio, bem como pelas perspectivas favoráveis na cooperação em ciência, tecnologia e inovação.

Há grande potencial de cooperação em setores como semicondutores, tecnologias da informação e das comunicações, biotecnologia e nanotecnologia. Nos últimos anos, houve aumento expressivo dos investimentos sul-coreanos no Brasil, especialmente nos setores eletrônico, automobilístico, petrolífero e siderúrgico.

O estoque de investimentos sul-coreanos no Brasil é de cerca de US$6 bilhões, com fluxo de US$454 milhões em 2017 e de US$343 milhões em 2018. O comércio bilateral alcançou, em 2018, US$8,8 bilhões.

A Coreia do Sul tornou-se, nesse ano, o 2º maior parceiro comercial do Brasil na Ásia, atrás apenas da China. Além disso, há expectativa de aumento de fluxo de comércio por meio da assinatura de acordo Mercosul-Coreia do Sul, cujas negociações foram lançadas em maio de 2018, em Seul.

O Brasil abriga expressiva comunidade de origem sul-coreana, com cerca de 50 mil pessoas, estabelecidas principalmente na cidade de São Paulo. Trata-se da maior comunidade de coreanos na América Latina, a terceira maior população coreana fora da Ásia e a décima primeira no mundo.

Clique aqui e confira a íntegra da Sessão Solene.

Iniciativas de paz, desarmamento nuclear e cultura foram alguns dos assuntos discutidos pelo embaixador sul-coreano

Emabixador sul-coreano fala sobre rela��es com o Brasil. Foto: Bia Cortes

O embaixador da Coreia do Sul, Kim Chan-Woo, visitou a Universidade no dia 2 e ministrou a palestra 60 anos das rela��es entre Brasil e Coreia do Sul. Durante a conversa, organizada pela Coordena��o Central de Coopera��o Internacional (CCCI), o embaixador explicou que um dos motivos da visita foi para celebrar os anos de amizade e rela��es diplom�ticas oficiais entre os dois pa�ses. 

Kim Chan-Woo narrou a hist�ria coreana, a descreveu como mem�ria de um passado triste que traz dor ao cora��o. A guerra civil na Coreia foi entre 1950 e 1953 e, para se reerguer, o pa�s precisou de ajuda internacional. Hoje, afirmou o embaixador, a Coreia do Sul busca retribuir a ajuda externa. Ele tamb�m citou doa��es de aux�lio para a comunidade mundial e a��es de pacifica��o como algumas das atitudes que s�o praticadas pelos coreanos.

A popula��o coreana � de 50 milh�es, o que corresponde a aproximadamente 1/4 da brasileira, enquanto o territ�rio equivale a 1/85 do pa�s sul-americano. Com 5000 anos de hist�ria, agora o pa�s assume a 11ª coloca��o mundial em maior Produto Interno Bruto (PIB), valor que chega a quase US$ 30 milh�es, al�m de ser o oitavo com mais exporta��es no cen�rio internacional. Os coreanos descrevem a mudan�a na economia como milagre do Rio Han. O embaixador falou que entre os produtos que saem da na��o est�o os semicondutores, navios e autom�veis.

- Apesar de sermos pequenos, podemos nos orgulhar de termos uma economia do mesmo tamanho da brasileira. Na jun��o de exporta��es e importa��es comerciais com o Brasil, a m�dia entre 2010 e 2018 � de US$10 bilh�es, o pa�s est� em permanente esfor�o para alcan�ar a marca de US$20 bilh�es, j� atingida anteriormente. O investimento acumulado da Coreia no Brasil � de US$ 10 bilh�es.

Interc�mbio humano foi outro assunto do encontro. Kim Chan-Woo mencionou que ao passo que 20 mil brasileiros visitam a Coreia todo ano, 40 mil coreanos v�o ao Brasil. Al�m dos turistas, o embaixador mostrou que gra�as ao programa Ci�ncias Sem Fronteiras, entre 2012 e 2015, 500 estudantes foram ao territ�rio asi�tico, a Coreia foi um dos pa�ses que mais recebeu brasileiros na �sia. Para chegar ao pa�s de avi�o, o percurso leva pelo menos 24 horas. No momento quatro alunos da PUC-Rio est�o na Coreia, contou a Senior Advisor da PUC-Rio Nancy Guimar�es.

- Os alunos se inscrevem duas vezes ao ano, podem indicar at� tr�s universidades para aplicar. Passam primeiro por uma banca de sele��o e, a partir da�, eles s�o selecionados para ir � uma universidade do exterior. Pode ser da Coreia ou em outro pa�s asi�tico. O idioma principal � sempre o ingl�s, aprender o coreano � opcional.  Se o estudante gostar, pode ficar mais um semestre assistindo �s aulas em coreano. Com a carta de uma universidade asi�tica de aceita��o, se torna f�cil adquirir o visto.

Kim Chan-Woo espera que a Coreia e o Brasil fiquem juntos nos pr�ximos 60 anos. Foto: Bia Cortes

Em breve ser� conclu�do o programa F�rias-Trabalho em que estudantes poder�o estudar e trabalhar em outro pa�s, ser� uma oportunidade de troca, assegurou o embaixador. Ele relatou que a cultura do pr�prio pa�s � um atrativo aos estrangeiros, entre os encantos coreanos h� as comidas tradicionais como o kimchi, a vestimenta tradicional, o hanbok, a arte marcial Taekwondo e o g�nero musical K-pop. Kim Chan-Woo observou que, apesar da dist�ncia geogr�fica, a “social network” possibilita f�cil acesso � troca de informa��es entre as duas na��es.

- Para os coreanos, 60 anos representa o fechamento de um ciclo. Em 2019, o Brasil e a Coreia come�am uma nova etapa de amizade. Gosto muito do ditado brasileiro: panela velha � a que faz comida boa. Isso representa a rela��o entre os dois pa�ses. Em 1963, ocorreu a primeira imigra��o de um coreano ao Brasil, e neste ano o maior pa�s da Am�rica Latina j� tem uma popula��o coreana pr�xima de 50 mil. A maioria dos asi�ticos est�o em S�o Paulo, e em 2010 o estado criou a Korean Town.

Outro tema abordado foi a nucleariza��o, ato n�o apoiado pela Coreia do Sul de acordo com o embaixador. Kim Chan-Woo acredita que pa�ses como o Brasil se interessam pelo assunto, pois, assinalou, sem paz no territ�rio asi�tico, eventualmente a paz mundial ser� amea�ada. Ele lembrou que em tr�s momentos de 2018 houve reuni�o de c�pula, ato que congregou chefes de Estado. Atualmente, conforme relatou o embaixador, a Coreia do Sul negocia um acordo comercial com o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Com o pacto, cuja conclus�o est� planejada para 2020, a Coreia espera um incremento de investimentos em empresas no Brasil e elevar a rela��o com o pa�s a um novo patamar, completou Kim Chan-Woo.

-  O Brasil det�m 60% da Amaz�nia, enquanto a Coreia tem alta tecnologia de desenvolvimento de mat�rias da biodiversidade. Temos certeza de que a combina��o das duas riquezas trar� resultados grandes e inimagin�veis. Temos tamb�m um projeto de coopera��o com a popula��o de Ribeirinha, na Amaz�nia. No segundo semestre deste ano, um navio-hospital vai operar nos entornos dessa �rea para atender a popula��o.

Qual é a relação do Brasil com a Coreia do Sul?

O relacionamento político do Brasil com a Coreia do Sul teve início em junho de 1949, quando reconheceu oficialmente aquele país asiático. O Brasil foi o oitavo país do mundo e o segundo latino-americano (o primeiro foi o Chile) a fazer esse reconhecimento.

Quem é aliado da Coreia do Sul?

As relações bilaterais da Coreia do Sul foram moldadas por meio de sua evolução nos relacionamentos com a Coreia do Norte, Rússia, China, Japão e Estados Unidos.

Qual a relação entre Brasil é Coreia do Norte?

As relações econômicas entre os dois países são limitadas, apesar de terem apresentado crescimento durante a segunda metade da década de 2000. Em 2008, o comércio bilateral entre o Brasil e a Coreia do Norte atingiu a marca de 381 milhões de dólares.

Quantos coreanos têm no Brasil?

Atualmente estima-se cerca de 50 mil coreanos e descendentes no Brasil. Os coreanos são um dos grupos de imigrantes a vir mais recentemente ao país. Cerca de 92% no estado de São Paulo Destes, 90% moram e trabalham na capital paulista.

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