Banca MPE-GO 2018 - De acordo com a regionalização proposta por Milton Santos e Maria Laura Silveira, que dividiu o território brasileiro em quatro regiões, a região concentrada possui como principal característica:
a) O meio técnico-científico-informacional de forma mais intensiva.
b) A baixa densidade demográfica.
c) A agricultura pouco mecanizada.
d) O elevado número de bacias hidrográficas.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
RESPOSTA:
Letra A.
As propostas de regionalização do Brasil vão aos
poucos evoluindo dentro do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Com o Atlas do Brasil: Disparidades e
Dinâmicas do Território, é possível identificar a evolução das
grandes regiões do Brasil, segundo o IBGE, no período de
1940 a 1990 . Nessa evolução, o conceito de região natural
cede lugar ao de região homogênea definida, segundo a
combinação de aspectos físicos, humanos e econômicos. Na
regionalização do IBGE, os limites das regiões obedecem aos
limites dos estados.
Romana Leite e Cármen Silva. Oficina cartográfica como elo
para a prática de formação. XVI Encontro Nacional
dos Geógrafos. Porto Alegre, 2010
Internet:
(com adaptações).
Tendo o texto como referência inicial, julgue os próximos
itens.
Depois de estudar a divisão político-administrativa do nosso país e em regiões geoeconômicas (saiba mais), daremos continuidade a este assunto no artigo de hoje.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a divisão territorial do Brasil é constituída por 26 estados e 1 distrito federal, que abriga a capital do país, Brasília. Desde a criação da Constituição, duas mudanças significativas foram realizadas: o desmembramento do Estado de Goiás e a criação do Tocantins; Amapá e Roraima tornaram-se estados e Fernando de Noronha saiu da categoria de estado e tornou-se um distrito estadual de Pernambuco.
Veremos a seguir duas formas de divisão do território nacional: A proposta de divisão regional feita pelo professor e geógrafo Milton Santos e a divisão em regiões polarizadas. Vamos conhecer cada uma delas.
A Região Nordeste é formada por Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Existe um sinal de industrialização, há fluxo descontínuo de informação e os locais de urbanização estão, principalmente, estabelecidos na faixa litorânea.
A Região Centro-Oeste é constituída por Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. A economia é desenvolvida a partir da agricultura de exportação de milho, arroz, soja e algodão e sua modernização é subordinada às demandas do centro econômico do país (Sudeste e Sul).
A Região Concentrada é formada por Sudeste e Sul do país e abriga uma parte muito grande da população brasileira. É o local com a melhor infraestrutura do país em quesitos como transporte, serviços, tecnologia, imprensa e comunicação. Trata-se do polo industrial de desenvolvimento nacional e tem grande influência devido à presença de metrópoles globais como São Paulo e Rio de Janeiro.
Já Região Amazônica abrange estados da região Norte, sem o Tocantins. Possui uma densidade demográfica reduzida, além de baixa concentração tecnológica e urbanização, ao ser comparada com outras regiões. Sua principal atividade econômica é relacionada ao extrativismo vegetal.
Divisão do Brasil em Regiões Polarizadas
A Divisão em Regiões Polarizadas é estabelecida a partir de uma hierarquia urbana, baseada no grau de influência – seja pela política, economia, população, infraestrutura, presença de multinacionais, tecnologia ou fatores financeiros – que os centros urbanos exercem uns nos outros.
A divisão em si é feita numa classificação da rede urbana do país em: Metrópole global (São Paulo e Rio de Janeiro); Metrópole Nacional (Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Recife etc.); Metrópole Regional (Campinas, Goiânia etc.); Centros Regionais (Manaus, Rio Branco, Natal, Santos, Vitória etc.); e centros sub-regionais (Sorocaba, Bauru etc.).
Os geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira, elaboraram em 2001 uma proposta de divisão regional baseada na difusão diferencial dos meios técnicos-científicos-informacionais e nas heranças do passado, resultando no que se chamou de quatro Brasis. A regionalização divide o país em região Concentrada, Centro-Oeste, Nordeste e Amazônia.
A divisão regional leva em consideração os aspectos socioeconômicos e o meio geográfico, destacando a articulação do território brasileiro inserido como uma economia periférica no capitalismo globalizado. A partir da difusão histórica das técnicas, busca analisar os fluxos que ocorrem através da infraestrutura que dá suporte as redes de informação, mercadorias, capitais e pessoas.
Região Concentrada
A região Concentrada é formada pelos estados do Sudeste e do Sul (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), sendo caracterizada como a região de maior consolidação das técnicas, ciência e informação.
Além da maior concentração populacional e das maiores cidades, possui os maiores complexos industriais, os principais portos, aeroportos e rodoviais, infovias, shopping centers, redes de supermercados, bem como as principais universidades com as maiores produções científicas do país.
Esta região é marcada por uma densa rede urbana, devido a uma urbanização associada a um setor de comércio e serviços diversificados. A agricultura é moderna, com intensa utilização de tecnologia. A cidade de São Paulo constitui-se um polo nacional, estando onipresente em todo o território e centralizando o capitalismo nacional.
Região Amazônica
A região Amazônica é formada pelos estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Possui baixas difusão de técnicas no espaço além de uma baixa densidade demográfica. Foi a última região a ampliar a mecanização na produção industrial e agrícola.
Nesta região, os sistemas de informação aparecem através de formas externas, como por exemplo os satélites do SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) e os radares do RADAM (Projeto Radar Amazônia). Possui enclaves modernos, representados por megaprojetos econômicos como o da Zona Franca de Manaus e o projeto Grande Carajás, contratastando o sistema de movimento rápido e moderno com o sistema de movimento lento predominante na região.
Região Centro-Oeste
A região Centro-Oeste, que diferentemente da classificação do IBGE inclui o estado do Tocantins, possui uma agroindústria moderna, mecanizada e competitiva, pautada na produção de soja e milho, porém, é subordinada aos interesses das firmas da região Concentrada.
Região Nordeste
A região Nordeste possui um espaço de rugosidades, que são as marcas de heranças do passado, oferecendo resistências a difusão do meio técnico-científico-informacional, que aparece de maneira pontual, por meio de infraestruturas e redes informacionais. Suas vias entretanto, servem mais aos migrantes do que a economia em si, já que a região constitui uma área de repulsão devido a razões históricas do uso do território nordestino.