A Revolução Gloriosa de 1688 consolidou a Monarquia Parlamentar na Inglaterra. Esse processo encerrou uma série de revoltas e guerras que remontavam à Revolução Puritana de 1640.
Por fim, blindou ao garantir a divisão do poder entre a Coroa e o Parlamento, evitando, assim, a ascensão de monarcas de caráter absolutistas.
Carlos II foi coroado graças à aristocracia e à alta burguesia. Em seu governo, o comércio e a indústria expandiram-se com rapidez e a ciência foi estimulada a partir do livre pensamento, da experimentação e de uma reforma educacional.
Mas os atritos continuaram a existir com o Parlamento.
A Restauração seguiu seu curso com a ascensão ao trono inglês, em 1685, de Jaime II, irmão de Carlos II que morreu sem deixar herdeiros diretos.
O novo monarca, partidário da religião católica, logo se tornou impopular… (BRAICK; MOTA, 2007, p. 330)
Boa leitura!
SUMÁRIO DA REVOLUÇÃO GLORIOSA
1. O que foi a Revolução Gloriosa de 1688?
2. Causas da Revolução Gloriosa de 1688
3. Reação do Parlamento e destituição de James II
4. Continuação da Revolução de 1640?
5. Por que “gloriosa”?
5.1 Irlanda invadida:
Revolta dos Jacobinos
6. Consequências da Revolução Gloriosa de 1688?
7. Burguesia e o liberalismo
Referências
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1. O QUE FOI A REVOLUÇÃO GLORIOSA DE 1688?
A Revolução Gloriosa de 1688 foi uma continuação das ações do Parlamento para controle monárquico, evitando que este adquirisse caráter absolutista.
Dessa forma, houve a consolidação Monarquia Parlamentar na Inglaterra, fruto de um processo iniciado há séculos, mas que alcançou importantes (e terríveis conquistas do Parlamento na Revolução de 1640.
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2. CAUSAS DA REVOLUÇÃO GLORIOSA DE 1688
Ocorre que o rei James II, filho do rei decapitado em 1649, mostrou-se igualmente intransigente e flertava com o absolutismo, sendo adepto da Teoria do Direito Divino dos Reis.
Católico, James II tentou manobrar reformas a favor dos católicos, o que era não era bem-visto tanto pela nobreza quanto pela população em si, que não mais desejavam guerras religiosas como as sangrentas ocorridas no passado.
O rei James II, em seu segundo casamento (com Maria de Módena), acabou por ter um filho.
Ambos eram católicos e o filho homem tirava o direito da princesa Maria (do primeiro casamento) de herdar o
trono, que era protestante (o que agradava à população e ao Parlamento).
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3. REAÇÃO DO PARLAMENTO E DESTITUIÇÃO DE JAMES II
Com isso, o Parlamento, desejando não mais recriar as tensões de 1640, acabou por convidar a princesa Maria e William de Orange (Guilherme III), ambos protestantes para que assumissem o trono inglês.
A proposta foi aceita e em novembro de 1688, a princesa Maria e William de Orange, da mesma Casa de Maurício de Nassau, desembarcaram com um exército para assegurar a pretensão ao trono.
Na deposição do rei Jaime II pouco sangue foi derramado na Inglaterra, diferentemente do que aconteceria na Escócia e na Irlanda.
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4. CONTINUAÇÃO DA REVOLUÇÃO DE 1640?
Tradicionalmente, atribui-se a Revolução Gloriosa de 1688 como uma continuação ou mesmo etapa subsequente da Revolução de 1640.
Isso ocorre pelos motivos bem parecidos para o decisivo levante de 1640.
Atualmente, “não” se tem mais aceitado essa visão (a de continuação), visto que há imensas diferenças no tocante às formas envolvidas pelo Parlamento Britânico para conter o ímpeto despótico do monarca inglês.
Enquanto a Revolução Inglesa de 1640 ficou marcada por uma série de conflitos e terror, a Revolução Gloriosa de 1688 ficou por, acima de tudo, decisões políticas e institucionais.
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5. POR QUE “GLORIOSA”?
Tradicionalmente se diz gloriosa porque houve pouquíssimo derramamento de sangue na Inglaterra.
Contudo, tanto na Escócia quanto na Irlanda houve grandes revoltas, que causaram imensos estragos e mortes.
Estes países, ambos católicos, foram mais afetados que a própria Inglaterra devido ao controle autoritário exercido pela Inglaterra, que detinha poder militar sobre ambos, mas com uma grave divisão religiosa.
Entre os motivos para a insatisfação dos escoceses e irlandeses, temos:
- A destituição do rei católico Jaime II, da dinastia dos Stuart (uma dinastia de origem escocesa);
- Maior controle militar sobre a Irlanda e a Escócia por parte da Inglaterra; e a
- Influência protestante da Inglaterra sobre a Irlanda e a Escócia.
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5.1 Irlanda invadida: Revolta dos Jacobinos
O rei James II (Jaime II), havia buscado refúgio na Irlanda, na qual William de Orange pôs seu exército em marchar para neutralizar a resistência da Revolta dos Jacobinos.
Os Jacobinos recebem esse nome em decorrência do nome James, eram partidários do rei deposto e mostraram resistência armada à Inglaterra.
Apesar da resistência, as tropas holandesas causaram inúmeros estragos e mortes na Irlanda, assim como na Escócia a fim de garantir a consolidação da coroa inglesa como protestante.
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6. CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO GLORIOSA DE 1688?
Sem dúvida, o efeito mais marcante da Revolução Gloriosa de 1688 é o da consolidação da Monarquia Parlamentar.
O Parlamento passou a ter mais poder, agora tendo reuniões regulares e sem que o monarca tivesse o poder de dissolução, como ocorrera tantas vezes no passado.
Também se firmou a divisão de poderes, tendo no monarca a chefia de Estado, enquanto o Parlamento a de governo.
Também houve a proibição de um eventual monarca católico ao trono inglês, assim como o endurecimento das regras para aprovação de novos tributos que deveriam passar necessariamente pelo crivo do Parlamento.
Tanto a princesa Maria quanto William assinaram a chamada Declaração de Direitos, que timbrava essas medidas tornando o que a Inglaterra até hoje segue.
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7. BURGUESIA E O LIBERALISMO
Com a monarquia parlamentar constitucional, para muitos historiadores, o liberalismo se expandiu de formas mais abrangente, sendo a Revolução Industrial o maior dos seus reflexos imediatos.
Dessa forma, com a vedação por completa da instauração de um regime centralizado e despótico, a propriedade privada e a maior liberdade forneceram subsídios para que a Inglaterra conseguisse alcançar ganhos econômicos astronômicos.
Com um governo organizado e em harmonia, a Inglaterra prosperou e se tornou a maior potência do planeta.
Contudo, vale lembrar: essa época é marcada pelo neocolonialismo. Isto é, exploração de povos de vastas áreas do planeta.
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REFERÊNCIA(S):
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007.
GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras:
Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.
JESTICE, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais. O Desenvolvimento de Técnicas, Armas, Exército e Invenções de Guerra na Idade Média. trad. Milton Mira de Assumpção Filho. São Paulo: M. Books, MAQUIAVEL, Nicolau. O
Príncipe. trad. Antonio Caruccio-Caporale. Porto Alegre: L&PM, 2012.
MICELI, Paulo. História Moderna. 4ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 3. ed., 9ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020.
VINCENTINO,
Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002.
WOOLF, Alex. Uma nova história do mundo. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda, 2014.
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