postado em 07/04/2011 15:43
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje (7) que o governo está atento à inflação dos serviços e pode tomar medidas para combatê-la. No entanto, o ministro não antecipou que medidas o governo pode adotar. Perguntado sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em março em 0,79%, Mantega disse que todos os analistas se enganaram, porque terminou havendo um repique da inflação de alimentos, não esperado por causa do regime de chuvas. O próprio Mantega tinha anunciado, há pouco mais de 20 dias, uma estimativa para a inflação do período pelo IPCA de 0,45% em março. %u201CTodos os analistas se enganaram. Houve um repique da inflação de alimentos que não era esperado, que tem a ver com o regime de chuvas. Foi excepcional porque todo ano, a essa altura, o preço dos alimentos começa a cair%u201D, justificou. Para o ministro, a inflação deve ceder a partir de abril. Segundo ele, o problema é %u201Cfundamentalmente com os alimentos%u201D, pois a inflação no período foi influenciada por fatores climáticos, como a chuva e a entressafra, mas logo cairá. %u201COs serviços já dão sinais de queda da inflação. Nós estamos vigilantes e vamos tomar medidas em relação a isso, mesmo sabendo que, daqui a pouco, essa inflação de alimentos estará caindo.%u201DO mercado elevou nesta segunda-feira (13) a projeção para a inflação deste ano pela 23ª vez seguida, para 8%. É a primeira vez no ano que as estimativas do mercado atingem este patamar. Para mudar este cenário, Romero Oliveira, diretor de renda variável da Valor Investimentos, afirma que é preciso que haja uma redução de
gastos do governo. “Precisamos de reforma fiscal, de reforma administrativa, privatizações e, consequentemente, teríamos uma redução de risco Brasil, que impactaria o câmbio positivamente. O dólar, então, se desvalorizaria e a contaminação do preço de bens e serviços seria menor. O preço do combustível também seria menor e os produtos importados ficariam mais baratos”, avalia Oliveira. Na tentativa de conter o avanço dos preços, que ainda deve incomodar ao longo de 2022, o
especialista espera que o Banco Central mantenha os juros elevados por mais tempo, assim como vêm fazendo os bancos centrais de países emergentes, como Rússia, Peru, Hungria e Uruguai. “O Banco Central trabalha com a meta bem definida, que é deixar a inflação controlada dentro dos parâmetros estabelecidos, e a forma de fazer isso é elevando o juros.”
Investimentos
Romero Oliveira também fala sobre como os investidores podem se proteger da alta nas projeções para a inflação.
“Nós vínhamos com uma Selic a 2%, então os investimentos em renda fixa não estavam tão atrativos para os investidores. Agora, a perspectiva é que a Selic chegue a 7,5%, 8% no final do ano. Os ativos de renda fixa, principalmente os atrelados à inflação, vêm oferecendo bons prêmios para os investidores. O prazo é mais estendido, mas é uma maneira muito segura e confortável de se proteger”, explica.
“Pensando em ativos de renda variável, a Bolsa de Valores é uma maneira inteligente de se proteger contra a inflação.”
Mas, lembra Oliveira, é preciso “ter estômago” com o risco político e o grau de incerteza que o país enfrenta.”
A ministra Mariana Vieira da Silva apresentou esta segunda-feira as conclusões da reunião do Conselho de Ministros da passada sexta-feira. Assista à conferência de imprensa e consulte as medidas.
O Governo reuniu em Conselho de Ministros na sexta-feira e apresentou esta segunda-feira de manhã as 18 medidas que decidiu tomar para combater a crise da escalada de preços energéticos e agroalimentares.
A ministra da Presidência disse que as medidas de emergência dos preços da energia e agroalimentar procuram dar uma resposta focada e que evite uma espiral de pressões inflacionistas. “Estas medidas procuram dar uma resposta focada e dirigida ao problema em causa”, disse Mariana Vieira da Silva.
A governante afirmou que as novas medidas de emergência direcionadas à contenção do aumento dos preços energéticos e agroalimentares decorrente da situação de guerra na Ucrânia têm como objetivo “proteger as famílias, apoiar as empresas, garantir a coesão social e garantir o crescimento económico” e querem evitar “pressões inflacionistas”.
Estas são as medidas do Governo para conter preços
Desde a redução do ISP até à suspensão do aumento da taxa de carbono, consulte no documento abaixo todas as medidas tomadas pelo Governo.
(Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o documento)
Reveja aqui a conferência de imprensa:
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