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- Para eu ou para mim? Uma adequação ao discurso
Por Vânia Maria do Nascimento Duarte
Para mim, para eu, adequação ao discurso, expressões corriqueiras, entraves para os usuários da língua, predicação do verbo, infinitivo, complemento verbal, objeto indireto.
Em determinadas circunstâncias, você já esteve submetido a questionamentos desta natureza? Se sim, não se preocupe – nada mais natural! Expressões tão corriqueiras, mas que ao mesmo tempo funcionam como verdadeiros entraves para muitos usuários da língua.
Semelhantemente a outras ocorrências linguísticas, estas também estão condicionadas a determinadas regras, em se tratando de suas reais situações de uso. Portanto, algumas considerações se encontram evidenciadas a seguir, subsidiadas nos seguintes enunciados:
Analisando a predicação do verbo entregar, constatamos que este se revela como transitivo indireto, pois sempre entregamos algo a alguém. Portanto, o pronome oblíquo “mim” funciona como complemento deste – ora representando o objeto indireto.
Já no segundo exemplo, o pronome pessoal do caso reto (eu) funciona como sujeito da oração. Eis que devemos sempre empregá-lo quando um verbo, conjugado no infinitivo, o preceder. Como nos demonstram os exemplos a seguir:
Todos estes projetos são para eu executar.
Percebemos que o pronome (ocupando a posição de sujeito) é quem executa a ação.
Analisemos outro caso, a título de uma melhor compreensão:
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Parece haver informações contraditórias, se depois da referida expressão há um verbo no infinitivo!
Absolutamente! O fato é que neste caso, como a expressão em pauta se encontra demarcada por um sinal de pontuação, entende–se que esteja isolada do contexto, pois o correto seria que estivesse no meio ou no final. Revelada por:
Viajar nestas férias não faz a menor diferença para mim.
Neste caso, sua função seria a de objeto indireto.
Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:
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As duas expressões existem
na língua portuguesa, mas seu emprego depende da situação de uso. Veja nos exemplos abaixo.
Para eu ler (ver/ assistir/ buscar)
É muito comum ouvirmos construções como “Empresta o livro para mim ler” ou “Trouxe um sanduíche para mim comer depois”, entre outras. Tais sentenças estão, segundo a norma culta, gramaticalmente incorretas e devem ser evitadas. As frases deveriam ser escritas da seguinte forma: “Empresta o livro para eu ler” e “Trouxe um sanduíche para eu comer depois”.
Nessas situações, o pronome pessoal eu tem a função de sujeito do verbo no infinitivo. Ela só pode ser exercida pelos pronomes pessoais retos, nunca pelos oblíquos, como é o caso do pronome mim.
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Errado: Há vários exercícios para mim fazer.
Correto: Há vários exercícios para eu fazer.
Para mim estudar é uma alegria
Nada de errado nessa construção. Nesse caso, o pronome oblíquo mim não é sujeito de estudar. Observe que houve apenas uma inversão da ordem natural da frase. Em ordem direta teríamos: Estudar é uma alegria para mim, onde “para mim” funciona como complemento de estudar.
Para deixar clara a função de complemento de “para mim”, recomenda-se separá-lo do verbo por uma vírgula.
Exemplo: Para mim, estudar é uma alegria
Fonte: 1001 dúvidas de português, de José de Nicola e Ernani Terra. Editora Saraiva
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