Desde que os portugueses chegaram à América, em aproximadamente 1500 D.C., os povos originários, também conhecidos como indígenas, resistiram à colonização e exploração dos territórios americanos. No Brasil, não foi diferente: houve e continuam existindo lutas! Ao contrário do mito do índio pacífico, as
resistências à colonização são marcas dos povos indígenas e, consequentemente, do povo brasileiro. Vamos conhecer mais sobre essas resistências e os diferentes modos de reivindicações?
Atividade 1
Acesse o link abaixo e assista ao vídeo “A questão indígena em 4 minutos”, produzido pelo canal “Agência Pública”:
“A questão indígena em 4 minutos” – Canal: Agência Pública – Link: //www.youtube.com/watch?v=y_tKDCBimTQAtividade 2
Reflita sobre o vídeo que você assistiu. Converse com os seus familiares e discutam sobre alguns tópicos:
- Quais são os modos de resistência indígena, hoje em dia?
- A demarcação de terras continua sendo feita no Brasil?
- Na sua opinião, os índios estão sendo respeitados pelo atual governo?
Atividade 3
Acesse o link abaixo e leia sobre o povo Guarani Kaiowá: o que eles necessitam? Quais são as exigências deles? Dialogue com os seus familiares.
Há várias formas de resistir às injustiças, uma delas é escrevendo e publicando textos reivindicatórios.
Escreva uma carta, endereçada a uma autoridade (prefeito, presidente, etc.), reivindicando os direitos dos índios Guarani Kaiowá.
Na sua produção, marque o seu lugar de fala. Quem é você? Por que está escrevendo?
Não se esqueça de planejar, elaborar e, se possível, publicar o seu texto. Boa produção!
Atualmente, várias pesquisas históricas manifestam expressa preocupação em colocar um fim aos silêncios que permanecem com relação a determinados temas. De fato, essa operação revisionista e inovadora empreende a valorosa tarefa de recontar o passado por meio de referenciais que, por razões diversas, eram arbitrariamente descartados. Com o passar do tempo, esse novo conhecimento rompe as barreiras do circuito acadêmico e ocupa espaço nos livros didáticos e salas de aula.
Para que esse processo seja potencializado, é imprescindível que os professores tenham a oportunidade de renovar seus instrumentos didáticos e ampliar o seu inestimável capital intelectual. Por fim, o maior beneficiado nesse processo é o aluno, que passa a ter um novo tipo de relação com os conteúdos históricos e passa a combater os velhos paradigmas e diretrizes que explicavam nossa realidade. Afinal de contas, enxergar o passado com outros olhos abre novas possibilidades de lidar com o cotidiano.
Prestigiando esta gama de implicações, sugerimos neste texto um minucioso trabalho de desconstrução do processo de colonização do nosso território. Geralmente, alguns livros didáticos com visão fantasiosa e romântica sugerem que o contato entre os nativos e portugueses aconteceu de forma harmoniosa e descompromissada. Em outros casos, quando admitido o conflito, muitos professores tendem a retratá-lo de forma unilateral, colocando os indígenas como presas fáceis dos portugueses.
Visando renovar esse tema para os alunos, sugerimos o trabalho com um trecho da obra “A manilha e o libambo”, do pesquisador Alberto da Costa e Silva. Colocando em evidência esse mesmo tema, ele ressalta as seguintes nuances do processo de colonização do território:
"Nem todos os brancos que chegavam do mar eram portugueses, e os povos que viviam nas cercanias do litoral logo aprenderam a distingui-los. (...) Se os surpreendiam, os portugueses os atacavam, queimavam e punham a pique. Mas às vezes, ocorria o oposto. (...) Os portugueses insistiam com os reis e notáveis do litoral para que não transacionassem com os outros europeus, por eles qualificados de piratas. E recomendavam que lhes dessem combate. (...) Por volta de 1560, os portugueses começaram a usar galés para patrulhar as costas próximas ao forte da Mina. (...) Os entrepostos nas mãos de portugueses fiéis à Coroa eram poucos e quase sempre dependentes da boa vontade dos chefes nativos, até para seus alimentos."
Através dessas considerações, o professor tem a oportunidade de expor aos alunos que o processo de colonização brasileiro teve uma dinâmica bem mais complexa. De fato, nesse contexto, observamos que os portugueses entravam em conflito com os indígenas e conseguiam subordinar as populações. Mas, em contrapartida, o mesmo pesquisador aponta que os indígenas também venciam os portugueses e demonstravam seu poder de resistência contra a colonização.
Outro ponto que vale ser ressaltado também aponta que outros “brancos” (europeus) tinham o expresso interesse em ocupar as terras brasileiras. Dessa forma, fica claro que, nas primeiras décadas do século XVI, a dominação portuguesa sofria ameaças de outros povos que também ambicionavam colonizar estas terras. Sob tal aspecto, sugerimos que o professor faça uma menção sobre as tentativas holandesas, britânicas e francesas de se ocupar o litoral brasileiro.
Por fim, destacando mais uma vez o comportamento nativo neste contexto, coloque em evidência as tentativas dos colonizadores portugueses em contar com o auxílio dos indígenas. No pequeno trecho, fica fácil destacar que os portugueses recorriam aos indígenas para evitar a dominação de outros europeus e até para a obtenção de alimentos em um território ainda desconhecido.
Dependendo da série em que a documentação é exposta, sugerimos que o professor finalize essa interessante discussão propondo a realização de um quadro em que portugueses, invasores europeus e índios sejam representados de acordo com as informações fornecidas pelo texto. Assim, com o uso do elemento criativo e lúdico, a história brasileira passa a ganhar outros olhos.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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