O que é Estado é sociedade civil?

ESTADO, SOCIEDADE CIVIL E O CONTROLE SOCIAL: UMA ANÁLISE DESTA RELAÇÃO SOB A PERSPECTIVA DO CONCEITO GRAMSCIANO DE ESTADO AMPLIADO

Resumo

A discussão do papel da sociedade civil e do Estado ganha relevância quando se abordam temas como controle social, movimentos sociais e a relação destes com a administração pública. Nas sociedades contemporâneas o controle social pode ser abordado sob duas perspectivas: uma relacionada ao controle que o Estado exerce sobre os cidadãos e a outra relacionada ao controle que os cidadãos exercem sobre o Estado. O presente trabalho traz um breve entendimento sobre o conceito de estado ampliado, controle social, Estado e sociedade civil, analisando, segundo diferentes autores, a relação que pode ser estabelecida entre estes últimos dois conceitos. Na sequência, abordam-se as origens do controle social no Brasil em meio ao conceito gramsciano de estado ampliado e como elas são influentes para a escolha e efetivação de políticas públicas e sociais. Por meio dos achados pretendeu-se discutir a relação da sociedade civil com o Estado e, consequentemente, o controle social no Brasil.


Palavras-chave

sociedade civil versus Estado


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Título: Tensões e interações entre estado e sociedade civil: uma possibilidade de ressignificação da esfera pública
Autor: Cavalcante, Lia Freitas
Resumo: O presente trabalho se propõe a identificar possibilidades de ressignificação do espaço público, rumo a uma constituição plural e democrática, capaz de enfrentar e superar o atual estado de medo, insegurança e incerteza em que vivemos. Considerando o papel central na organização do espaço público cumprido pelo Estado e pela sociedade civil organizada, a pesquisa está focalizada na interação entre ambos. Assim sendo, apresenta-se um exame dos conceitos de Estado e sociedade civil nos pensamentos de G. W. F. Hegel, Karl Marx e Antonio Gramsci, numa tentativa de traçar a origem do desenvolvimento destes conceitos tal como eles se apresentam em nosso século. A partir da conceituação, é possível também examinar as formas de interação que cada um dos pensadores percebe entre os dois espaços, assim como identificar as finalidades a que cada um deles se propõe. Já nesta etapa, é possível perceber, em todos os autores, a preocupação com a liberdade ou emancipação humana, o que será abordado. O desenvolvimento histórico do Estado-nação moderno é apresentado para traçar a aplicação dos conceitos na prática, a qual levou à transformação dos mesmos. É feita uma exposição dos maiores obstáculos à ressignificação da esfera pública, identificados no próprio Estado-nacão em seu enfraquecimento, na tendência à apatia política, no crescimento exacerbado do Mercado e também na sociedade civil, quando instrumentalizada. Os pensamentos de Jürgen Habermas e de Boaventura de Sousa Santos são apresentados como possibilidades de superação dos obstáculos, indispensável para a ressignificação do espaço público. Por fim, algumas experiências brasileiras de participação popular e deliberação e execução democratizada de políticas públicas (Orçamento Participativo, Conselhos Deliberativos e Execução Democratizada) são apresentadas como exemplos de organização inspiradas na necessidade de construção de um espaço público efetivamente plural e democrático.
Descrição: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas. Programa de Pós-Graduação em Direito.
URI: //repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/84169
Data: 2002

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  • Programa de Pós-Graduação em Direito [1471]

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Autores

DOI:

//doi.org/10.5007/2175-7984.2014v13n28p225

Resumo

O objetivo primeiro deste artigo é discutir algumas das inúmeras definições elaboradas por pensadores políticos modernos para a noção de sociedade civil e sua particular ligação – de contiguidade ou de oposição – com a ideia de Estado. Tal reconstrução parece relevante para que possamos refletir com certo rigor analítico sobre os muitos usos de sociedade civil, ideia tão cara ao pensamento político e social, tornada hoje quase uma “entidade regulatória”, em nome da qual os mais variados tipos de agentes sociais pretendem falar e cuja vontade supõem ser capazes de interpretar, como bem ilustram os levantes populares recentes ocorridos em várias partes do mundo, inclusive, no Brasil. Para tanto, são apresentados e discutidos alguns dos modelos interpretativos mais conhecidos nas ciências sociais – Hegel, Marx, Gramsci e Habermas e Cohen e Arato – acerca do papel da sociedade civil e sua relação com o âmbito estatal. O intuito é contribuir para o enriquecimento das possibilidades analíticas relacionadas à investigação sobre a agência de atores e movimentos sociais inseridos em coletivos complexamente organizados. Destina-se, assim, principalmente, a servir de orientação teórico-metodológica para alunos de graduação que pretendem pesquisar movimentos sociais em sociedades Contemporâneas.

Biografia do Autor

Raquel Kritsch, Universidade Estadual de Londrina

Doutora pela Universidade de São Paulo (2000), professora no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e coordenadora do Grupo Estudos em Teoria Política (GETEPOL).

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Qual é a definição de Estado é sociedade civil?

Sociedade civil refere-se ao conjunto das organizações voluntárias que servem como mecanismos de articulação de uma sociedade, por oposição às estruturas apoiadas pela força de um estado (independentemente de seu sistema político).

O que é a sociedade civil?

A sociedade civil é constituída por diversos componentes, como as instituições cívicas, sociais e organizações que formam os alicerces de uma sociedade em funcionamento.

O que é sociedade civil é como funciona?

O conceito de sociedade civil organizada diz respeito a um conjunto de instituições voluntárias, que se unem visando o interesse de seus próprios membros, o bem da sociedade e o acesso a serviços, suprindo necessidades não supridas pelo Estado. Esse é um termo que vem sendo muito utilizado na contemporaneidade.

O que é o conceito de Estado?

Estado - refere-se ao conjunto de instituições de apoio que regulam e que têm soberania ao longo de um território definido e de uma população.

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