Desculpa e perdão é a mesma coisa

Existe uma diferença entre pedir desculpas, ou pedir perdão.

Desculpas nós pedimos quando é algo que conseguimos reparar, como por exemplo o funcionário que chega atrasado e que agora pede desculpas ao chefe prometendo, assim que possível, excluindo força maior, que ele irá chegar no horário daqui em diante.

Desculpas é algo que conseguimos consertar. É só querer. Desculpas exige algo. Mas assim como perdão, pode ter conseqüências que precisam ser reparadas.

Perdão por outro lado é pedido sobre algo que não existe desculpa, não dá para reparar de jeito nenhum, nunca. Um exemplo é um homem que entra na casa de um cristão, mata a sua esposa, estupra a sua filha e a mata e se converte um dia e fica pertencendo à mesma comunidade que o irmão que perdeu a família. Esse exemplo pode ter acontecido mesmo, se imaginarmos o homem que matou a esposa e estuprou a filha e a matou, como sendo um romano do tempo da Igreja Primitiva, portanto Atos. Em Atos eles tinha uma comunidade só e pode ter ocorrido que um romano, ou mais de um, tenha feito essas atrocidades, ou pior, e agora se converteu e o irmão cristão precisa perdoar quem destruiu a sua família.

Sem entrar nos méritos da coisa. Só quero frisar sobre a diferença entre desculpas e perdão. Mas quero acrescer à nossa conversa outra maior. Ao pensar sobre o pecado, vemos eu Jesus foi morto pelos humanos pecadores. Deus poderia naquele instante ter destruído toda a humanidade, mas resolveu perdoar.

O perdão de Deus é constrangedor. Deus nos constrange com seu perdão, com seu amor, com sua vontade de nos salvar. Graças a Deus!

Deus nos perdoa, isso é, ele se esquece de algo irreparável feito por nós. Perdão não é pouca coisa, é sobre algo irreparável, irrecuperável.

Não há pagamento apropriado para quem precisa do perdão.

Se alguém assassinar outrem, ele precisa pagar a sua pena, prevista na lei. Dependendo do problema há conseqüências, é claro.

O nosso perdão é impossível a nós. O perdão que exercemos é emprestado de Deus. Só em Deus, no Espírito Santo, cheio do Espírito Santo, é que conseguimos perdoar; ou agindo conforme a revelação da Palavra nós podemos perdoar. Mas o perdão não é nosso. Agimos por empréstimo. E por empréstimo podemos perdoar atrocidades.

Uma coisa é dizer que podemos, que está em nós, temos essa capacidade, em perdoar, outra coisa é que iremos de fato perdoar. Devemos, precisamos, é uma ordenança de Deus pra nós. A Oração do Pai Nosso diz assim: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.” (Mateus 6 12)

O perdão é algo incompreensível perante os olhos do mundo. Quem está na carne não entende as coisas do Espírito. Para termos as nossas orações respondidas perante Deus, precisamos perdoar. E perdoar não é perdoar alguém que pisou no nosso pé, isso é desculpar. Perdoamos alguém que acabou com o nosso casamento, que nos desempregou, que matou um ente querido, quem dividiu a família. Perdoamos algo grave. E que de tão grave, não tem reparação. É tão grave que a respeito disso só podemos... perdoar. “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial, vos perdoará a vós.” (Mateus 6:14) E se Deus pode perdoar, eu também posso. Se Ele pode, então eu tenho de poder. E você também.

Há ofensas que merecem ser perdoadas. Para outras, apenas uma desculpa é suficiente

Sem dúvida, alguns dos maiores desafios que temos que enfrentar são os atos de perdoar e desculpar. Essas ações parecem a mesma coisa, mas não são. As duas têm um denominador comum: exigem muita humildade, muito amor e muita vontade de fazer acontecer. A diferença entre elas está na pessoa, pois se desculpa o inocente e se perdoa o culpado.

Veja esta história:

Era aniversário de Mônica, uma amiga querida do meu coração, daquelas que, se a gente não a cumprimenta em datas importantes, ela fica sem falar com você durante três meses. Ela é sentida, sentida e sentida…

Conhecendo minha memória como eu conheço, anotei a data tanto na minha agenda pessoal quanto em meu celular, para que eu não me esquecesse de jeito nenhum. Honestamente, há momentos em que eu nem sei em que dia estamos, se é segunda ou quarta….

Pois bem: chegou o grande dia e, desde cedo, o alarme do meu celular me avisou que eu deveria ligar para Mônica. Como eu estava cheia de compromissos, pensei em encontrar um horário mais tarde para poder ligar para ele. E este horário chegou três dias depois! Você já imaginou como ela estava se sentindo, né?

Neste caso, o que eu tive que fazer foi pedir desculpas para Mônica, já que, de verdade, foi um descuido involuntário por causa do excesso de trabalho, da minha falta de atenção e da minha péssima memória. Isso não quer dizer que eu deixei de cumprimentá-la porque queria que ela ficasse chateada.

Mônica, que já me conhece, compreendeu que o que eu fiz foi realmente sem querer. Por isso, ela me desculpou e me exonerou de toda culpa. O que ela fez foi adotar um gesto de justiça, reconhecendo que eu não era culpada.

Por outro lado, o perdão é um assunto ainda mais complexo. Ele transcende a justiça estrita, pois, muitas vezes, o culpado não merece o perdão. E se ele é perdoado, o ato se transforma em algo além da justiça: é um maravilhoso gesto de misericórdia e amor.

Há muitas coisas para serem perdoadas. Ofensas de todos os tamanhos, cores e sabores!

Por exemplo, se um dia eu resolver ficar de mau humor porque tive um péssimo dia e ofender algum de meus filhos por causa disso, não basta pedir-lhe desculpas. Devo pedir perdão pelo dano causado, já que eu fui culpada. Ao me perdoar, o que meu filho me oferece é um gesto de profunda misericórdia.

Quando entendemos que o outro não teve culpa, há uma reação espontânea de desculpa; não há resistência para desculpar, pois a “inculpabilidade” está clara. Mas a coisa muda de figura quando sabemos que quem ofende é culpado. Nesse caso, queremos que ele pague pela falta cometida e assuma as consequências do que fez. Ao perdoá-lo, oferecemos a ele nosso ato voluntário de caridade e misericórdia.

Enfim, é importante refletir quando alguém nos faz “algo” que tomamos como ofensa e enxergar as coisas em sua justa medida. Assim, evitaremos um desgaste inútil. Há ofensas que merecem ser perdoadas. Mas, obviamente, para a maioria uma simples desculpa é suficiente.




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Qual a diferença entre perdoar e desculpa?

Desculpar é calcar a mágoa para dentro de uma mochila que, com o tempo, dificulta o caminhar. Perdoar é desenterrar essas mágoas, libertar o outro num abraço e seguir em frente.

O que significa desculpa e perdão?

Obrigada. A palavra perdão significa, de acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, «remissão de pena ou de ofensa ou de dívida; desculpa, indulto» ou «ato pelo qual uma pessoa é desobrigada de cumprir o que era de seu dever ou obrigação por quem competia exigi-lo».

O que a Bíblia diz sobre pedir desculpas?

“De fato, se vocês perdoarem aos homens os males que eles fizeram, o Pai de vocês que está no céu também perdoará a vocês” (Mateus 6, 14). “Quando vocês estiverem rezando, perdoem tudo o que tiverem contra alguém, para que o Pai de vocês que está no céu também perdoe os pecados de vocês” (Marcos 11, 25).

Que significa o perdão?

Você sabe o que significa o perdão? Perdoar é reconhecer que alguém errou contra você, contudo, optar em deixar o rancor de lado em relação a essa pessoa. O perdão é um ato de decisão no que se refere às questões internas que perturbam a paz de um indivíduo.

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