Como o saneamento básico pode contribuir para melhorar a qualidade ambiental?

Os riscos à saúde pública estão ligados a alguns fatores possíveis e indesejáveis de ocorrerem em áreas urbanas e rurais, os quais podem ser minimizados ou eliminados com o uso apropriado de serviços de saneamento.

  A utilização de água potável, por exemplo, é vista como o fornecimento de alimento seguro à população. O sistema de esgoto promove a interrupção da cadeia de contaminação humana. Já a melhoria da gestão dos resíduos sólidos (lixo), reduz o impacto ambiental e elimina ou dificulta a proliferação de vetores de doenças.

Neste sentido, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão do Ministério da Saúde que detém a mais antiga e contínua experiência em ações de saneamento no País, trabalha para reduzir tais riscos, atuando em ações de saneamento básico, a partir de critérios epidemiológicos, sócio-econômicos e ambientais voltados para a promoção e proteção da saúde. Sua missão é promover a saúde pública e a inclusão social por meio de ações de saneamento e saúde ambiental. Sendo assim, fomenta soluções de saneamento para prevenção e controle de doenças.

Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera federal, cabe à Funasa a responsabilidade de alocar recursos não onerosos para ações de saneamento,financiando a universalização de sistemas de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e gestão de resíduos sólidos urbanos. Promove, ainda, ações de drenagem e manejo ambiental, além de melhorias sanitárias domiciliares e melhorias habitacionais para o controle da doença de Chagas.

Compete à  Funasa, por meio do Departamento de Engenharia de Saúde Pública  (Densp), fomentar ações de saneamento para o atendimento, prioritariamente, a municípios com população inferior a 50.000 habitantes, bem como implementar ações de saneamento em áreas rurais e comunidades tradicionais de todo o Brasil, tais como as populações remanescentes de quilombos, assentamentos de reforma agrária, comunidades extrativistas e populações ribeirinhas.

Para saber mais, acesse as páginas a seguir e conheça as ações e programas da Funasa na área de Saneamento: 

O saneamento básico está ligado a um conjunto de medidas voltadas para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida da população, sendo fator importante para prevenir doenças, além de contribuir com a preservação do meio ambiente. Em Teresina, os investimentos em saneamento têm transformado a vida de inúmeras pessoas, que foram impactadas positivamente a partir do acesso à água tratada.

Em cinco anos, a concessionária Águas de Teresina aplicou mais de R$ 1 bilhão na capital, acabando com a falta d’água crônica que tanto prejudicava a qualidade de vida dos moradores, sobretudo no período de B-R-O Bró. O investimento proporcionou água tratada e de qualidade que dá para beber direto da torneira. É o que relata o senhor Reginaldo Soares, morador da Usina Santana, na zona sudeste.

“A gente não dormia durante a noite, por que era o horário que tinha água e íamos pegar para usar durante o dia. Passei uns 15 anos sem saber o que era tomar banho de chuveiro. Agora temos água na torneira, podemos tomar aquele banho de chuveiro, a esposa pode lavar roupa com tranquilidade, enfim, mudou para melhor”, enfatiza.

Além de garantir investimentos para proporcionar água para todos, a empresa investe constantemente no monitoramento por meio de Pontos de Controle de Qualidade (PCQs) da água. Ao todo, Teresina possui 120 PCQs instalados estrategicamente na cidade para coletar amostras e analisá-las periodicamente.

Agora, a empresa investe esforços na universalização do esgotamento sanitário para acabar de vez com a realidade de esgoto à céu aberto na capital. Desde que começou a operar na capital, a Águas de Teresina mais que dobrou a cobertura de esgotamento o da cidade, saindo de 19% para 40%. A meta é que até 2025 seja alcançada 67% de cobertura, com a expectativa de atingir 90% até o ano de 2033.

“Cuidar do saneamento básico é cuidar diretamente do meio ambiente. Uma cidade saneada preserva seus dos recursos hídricos, em virtude do tratamento correto dos dejetos, que deixarão de poluir a natureza. Isso contribui para um bioma muito mais saudável e impacta positivamente na saúde e qualidade de vida das pessoas”, destaca o presidente da Águas de Teresina, Jacy Prado.


Saneamento básico é um conjunto de serviços fundamentais para o desenvolvimento socioeconômicas de uma região tais como abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. O saneamento básico é um direito garantido pela Constituição Federal e instituído pela Lei nº. 11.445/2007.

De forma simplificada, a cadeia do saneamento tem início na captação em reservatórios de água, onde acontece o tratamento e distribuição aos pontos de consumo, sejam eles residenciais ou industriais.Em seguida, é feito o descarte em uma rede de esgoto, direcionando o resíduo para tratamento. O ciclo tem conclusão quando a água tratada é devolvida ao ciclo natural.

O saneamento básico contribui com a saúde, a educação, o meio ambiente e a economia. A modernização e ampliação do sistema de saneamento básico beneficia, em qualquer lugar do mundo, a sociedade como um todo: as empresas, o país, as cidades e o desenvolvimento social e econômico.


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De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, o Brasil ocupou o 117º lugar quanto ao percentual da população com acesso a saneamento básico.

A posição mostra a dura realidade ambiental com mais atraso no país, o que implica em temas sobre saúde das famílias, educação das crianças, produtividade dos trabalhadores e competitividade das empresas. 

De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e retratada na reportagem especial que explora os problemas do sistema atual de saneamento básico no Brasil, 1.519 cidades brasileiras – o que representa 57% das 2.677 que têm delegações para serviços de esgotamento sanitário – se encontram em situação irregular, o que significa contrato vencido/inexistente ou delegação em vigor sem a prestação do serviço.

Com o ritmo atual de investimentos, o Brasil levará mais quatro décadas para atingir a sua meta do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) de universalizar a coleta e tratamento de esgoto e abastecimento de água. 

A pesquisa da CNI, Burocracia e Entraves no Setor de Saneamento Básico, aponta que toda a população do país só será atendida com água encanada em 2043 e com acesso à rede de esgoto somente em 2054.

Saiba mais: De volta ao básico: por que o Brasil precisa avançar no saneamento 

Qual a importância do saneamento básico?

Ampliar o atendimento dos serviços de água e saneamento representa ganhos diretos em termos de saúde, tais como: queda da mortalidade infantil, redução da incidência de doenças de veiculação hídrica (diarreia, vômitos) e, como consequência, diminuição dos custos com saúde (menor volume de gastos com médicos, internações e medicamentos).

De acordo com estimativas feitas pelo Instituto Trata Brasil (2018), o Brasil deixa de gerar benefícios de até R$ 1,2 trilhão com ausência de saneamento básico.

Considerando o custo médio nacional para se levar água e esgoto às moradias, o estudo estimou que serão necessários R$ 443,5 bilhões em 20 anos para que todos os brasileiros tenham este acesso.

Atualmente, mais de um bilhão de pessoas no mundo não possuem acesso a banheiro. A consequência da falta de saneamento acarreta em cerca de um milhão de mortes por ano em todo o mundo, vítimas de doenças relacionadas com o contato direto a fezes humanas ou esgoto a céu aberto. 

A disponibilidade adequada de água e a coleta e tratamento de esgoto também têm papel fundamental na redução de diarreias, prematuridade e doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti.

Além dos benefícios para a saúde da população, a disponibilidade de saneamento em uma rua ou região agrega valor aos imóveis de até 20%, impulsionado pela percepção de melhoria da qualidade de vida.

Saiba mais: A importância do saneamento básico

Quais as principais atividades de saneamento básico?

O saneamento básico perpassa por vários serviços públicos presentes no cotidiano da população. São eles: 

Tratamento e distribuição de água potável

O tratamento é feito a partir de estações específicas para esse fim. Depois de tratada, a água é distribuída e levada aos reservatórios dos bairros. De lá, segue para adutoras e entra na rede de distribuição, chegando ao consumidor final. 

Coleta e tratamento de esgoto

A coleta e tratamento de esgoto evita a contaminação e transmissão de doenças e a poluição de córregos, rios e mares. Esse sistema preserva os recursos hídricos e as fontes de abastecimento de água.

Dentro dos imóveis, a água pós-utilização passa por encanamentos e vai até as redes coletoras, que se localizam nas ruas. Esse esgoto chega em grandes tubulações que fazem o transporte até a estação que fará o tratamento para retirada de poluentes, devolvendo a água até os cursos.

Drenagem urbana das águas pluviais

A Lei nº 11.445/2007, conhecida como Lei do Saneamento, é responsável pela definição do manejo das águas pluviais. De acordo com a lei, o serviço compreende “o conjunto de atividades, infraestrutura e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, do transporte, detenção ou retenção, do tratamento e disposição final das águas pluviais associadas às ações de planejamento e de gestão da ocupação do espaço territorial urbano”.

Coleta e destinação correta dos resíduos sólidos

Esse serviço, de competência dos municípios, pode ser realizado por empresas públicas ou privadas. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamentada pela Lei 12.305/2010, estabeleceu que um dos objetivos para a gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos é a reciclagem, prática atualmente bastante difundida e executada pela população, condomínios, casas e empresas.

Saiba mais: Quais são os serviços do saneamento básico?

Qual é a situação do saneamento básico no Brasil?

Diferente de outros setores de infraestrutura do Brasil, no saneamento não há concorrência suficiente. Com a estabilização da economia em meados dos anos 90, houve melhora nas condições para a montagem de uma nova estrutura institucional do setor.

Saiba mais: A realidade do saneamento básico no Brasil

Ainda assim, na prática, atualmente o que vemos é um retrato do país da década de 70, quando o Plano Nacional de Saneamento Básico (Planasa) foi formalizado.

Há pouco investimento na área e parte dos recursos é detido em obras paralisadas que acabam não gerando benefícios para a população. Essas obras são financiadas por meio de pagamento de impostos. 

O modelo atual é baseado em contratos efetivados sem licitação entre estados e municípios, o que gera a não expansão da prestação dos serviços.

É necessário atrair novos investimentos privados e destravar algumas amarras que, historicamente, têm impedido o Brasil de avançar nessa área.

Para isso, o Congresso Nacional aprovou o marco legal do saneamento básico, que proporcionará um choque de eficiência nas empresas estatais de saneamento, responsáveis hoje pelo atendimento de água e esgoto de mais de 90% dos municípios brasileiros.

O marco também permite a atuação de iniciativas privadas no setor e melhora a qualidade das regras ao estabelecer a Agência Nacional de Águas (ANA) como responsável pela regulação dos serviços, além de trazer mais segurança jurídica. 

Para mostrar o cenário atual, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou o infográfico A realidade do saneamento básico no Brasil.

Quais os caminhos para a ampliação do saneamento básico?

O Mapa Estratégico 2018-2022 apresenta proposta da CNI para reduzir substancialmente as deficiências na área de saneamento.

Entre os objetivos estão a melhora na eficiência da prestação de serviços de gestão de resíduos sólidos urbanos e na eficiência dos serviços e universalização do atendimento de água e esgoto.

 Para isso, as metas são:

- Aumentar o índice de cobertura de coleta e destinação ambientalmente adequada de resíduos urbanos de 58,7% para 70%;

- Aumentar o nível de prestação de coleta de esgoto de 50,3% para 60% da população.

 Na mesma linha, as iniciativas são:

-  Aperfeiçoamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos e da Política Nacional de Saneamento Básico;

-  Aperfeiçoamento da regulamentação do saneamento básico, regulamentação do Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento do Saneamento Básico;

- Simplificação dos procedimentos para a liberação de recursos públicos.

 A abertura do mercado é fundamental para que o Brasil reverta um quadro dramático, no qual 35 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada e 47,6% da população vive sem coleta de esgoto (o equivalente a 100 milhões de pessoas).

Esse panorama contribui para a proliferação de doenças e até mortes, prejudicando o bem-estar, a saúde e a qualidade de vida da população, principalmente os mais vulneráveis, além de causar poluição de rios, nascentes e acúmulo de resíduos tóxicos nas cidades.

Os dados são do Ranking do Saneamento Básico 2019 do Instituto Trata Brasil, baseado em informações do Ministério do Desenvolvimento Regional.

O levantamento mostra ainda que os avanços no período de 2011 a 2017 foram ínfimos, bem como uma considerável queda nos investimentos nessa área.

Como o saneamento básico pode contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas?

Por meio do acesso aos serviços de saneamento, como abastecimento com água tratada e coleta e tratamento de esgoto, é possível reduzir as internações por doenças de veiculação hídrica e proporcionar um ambiente mais saudável para as pessoas.

Qual a importância do saneamento básico para a saúde humana e para o meio ambiente?

O saneamento garante a preservação do meio ambiente, com o destino adequado dos resíduos nos aterros sanitários, ou na coleta seletiva, abastecimento e tratamento da água e manutenção dos sistemas de esgotos. A falta de saneamento básico também pode gerar inúmeros problemas de saúde para a população.

Como o saneamento básico promove melhor qualidade de vida para o brasileiro?

Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vida das pessoas, sobretudo na saúde infantil, com redução da mortalidade, melhorias na educação, na expansão do turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos rios e preservação dos recursos ...

Como a população deve fazer sua parte para contribuir com o saneamento básico e melhorar a vida na cidade?

5 formas de melhorar o saneamento básico do município.
1# Preservar rios e mananciais. ... .
2# Reduzir o vazamento de água potável. ... .
3# Coletar o esgoto da forma correta. ... .
4# Investir em educação ambiental para a população. ... .
5# Unir esforços de empresas públicas e privadas..

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