Comente algumas das consequências para as populações indígenas da chegada dos portugueses a américa

25/07/2019

Destaques, Programa de TV


Desde 1500, com a chegada dos colonizadores, os indígenas brasileiros sofrem com o preconceito, a invasão e exploração de suas terras. Mesmo com a criação de órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai) , a violência contra esses povos continua.

Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), entre 2003 e 2017 cerca de mil casos de assassinatos contra indígenas foram registrados no Brasil. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, informou que existiam no Brasil, naquele ano, 817,9 mil indígenas, representando 305 etnias, e falando 274 línguas diferentes.

A Constituição de 1988 estabeleceu os direitos dos povos indígenas brasileiros, entre eles o acesso à saúde e à educação. O Brasil tem também, desde 1973, o Estatuto do Índio (lei 6.001).

Apesar de tudo isso, os povos indígenas sofrem com a falta de atendimento médico desde a saída dos médicos cubanos do programa ‘Mais Médicos’, e com o aumento nos casos de suicídio. Entre os indígenas brasileiros, a média é de 1 caso de suicídio a cada 3 dias. Os estados com os maiores índices foram o Amazonas, com 54 mortes entre 2016 e 2017, e Mato Grosso do Sul, com 31.

Para falar sobre a causa indígena, recebemos, no programa de TV do dia 24 de julho, a historiadora, fundadora e educadora da EtnicoEduc – Educação para as Relações Étnico-raciais, Claudine Mello.

O programa também teve o quadro ‘Você Conhece?’, que contou a história dos Irmãos Villas Boas, que confrontaram os interesses do governo para proteger os indígenas brasileiros e foram os criadores do Parque Indígena do Xingu, território de proteção indígena do tamanho da Bélgica.

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Observatório do Terceiro Setor na TV

Todas as quartas-feiras, à meia-noite, na TV Aberta de São Paulo, canais 9 da NET, 8 da Vivo Fibra e 186 da Vivo.

Todas as quintas-feiras, ao meio-dia, na NGT, canal 48 em São Paulo, canal 45 no Rio de Janeiro.

Os europeus e osindígenas da América tiveram seus primeiros contatos no século XV, no momento da expansão marítima europeia. Quando os europeus chegaram ao Brasil já existiam habitantes naquele território? Mas é lógico que existiam habitantes! Eram os diferentes povos indígenas, considerados os povoadores da região.

A colonização portuguesa teve como principais características a submissão e o extermínio de milhões de indígenas. Aliás, foram os europeus que chamaram de índios os povos nativos da região. Englobar toda a diversidade cultural indígena nesse nome generalizante criou certo entendimento de que os povos indígenas eram todos semelhantes, mas a verdade não é essa. O processo de colonização portuguesa no Brasil teve um caráter semelhante a outras colonizações europeias, como a colonização espanhola, que conquistou e exterminou seus povos indígenas.

Em 1500, os primeiros portugueses que desembarcaram no continente americano tomaram posse das terras e logo em seguida tiveram os primeiros contatos com os indígenas, chamados pelos portugueses de “selvagens”.

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Alguns pesquisadores chamaram esse primeiro contato entre portugueses e indígenas de “encontro de culturas”, como se este representasse um momento em que as diferentes culturas trocaram influências, mas não foi bem isso o que aconteceu. Concordamos com os pesquisadores que compreendem que o início do processo de colonização portuguesa foi um “desencontro de culturas” (que mais correspondeu ao início do processo de extermínio e submissão dos indígenas, o genocídio) e que houve um processo de imposição cultural (que chamaremos de etnocídio, ou seja, os portugueses impuseram sua cultura sobre a cultura indígena).

No século XVI, poucos empreendimentos foram realizados pelos portugueses no território colonial. As principais realizações portuguesas tiveram a utilização da mão de obra indígena escravizada, como na extração do pau-brasil, na construção de feitorias pelo litoral, etc.

Infelizmente, a submissão e o extermínio dos indígenas pelos europeus no século XVI estavam apenas começando na história do Brasil.

Os índios do Brasil

Na época do descobrimento, quando os portugueses chegaram ao litoral brasileiro, dando início ao processo de ocupação, perceberam que a região era ocupada pelos povos nativos.

A estes nativos, os portugueses deram o nome de índios, pois acreditavam ter chegado às Índias.

Mesmo após a descoberta de que não estavam nas Índias, e sim em um território desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando propositalmente as diferenças linguístico-culturais. Desta maneira, era mais fácil tornar todos os nativos iguais e tratá-los também de forma igual, já que a finalidade era o domínio político, econômico e religioso.

Ainda que não se tenha um conhecimento exato quanto ao número de sociedades indígenas existentes no Brasil à época da chegada dos europeus, existe estimativas sobre o número de habitantes nativos naquele tempo, algo em torno de 5 milhões de indivíduos.

O processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja por meio das guerras, seja em consequência do contágio por doenças trazidas dos países distantes como a gripe, o sarampo e a varíola, que vitimaram, muitas vezes, sociedades indígenas inteiras, em razão dos índios não terem imunidade natural a estes males, ou, ainda, pela imposição aos índios à nova maneira de viver.

Sem poder enfrentar os portugueses na guerra e não querendo conviver pacificamente com eles, muitos indígenas resolveram fugir para o interior do território, na tentativa de manter seu modo de vida, longe dos invasores. Apesar disso, muitos desses índios acabaram aprisionados e transformados em escravos.

A classificação indígena

Os portugueses conheceram primeiro os povos que viviam no litoral. Por terem traços culturais semelhantes entre si, eles receberam dos colonizadores uma denominação geral: Tupi ou Tubinambá.  Os outros grupos que tiveram menor contato, como os povos que habitavam o interior do território e que não falavam a língua que os jesuítas deram o nome de "língua geral" ou "língua mais usada na costa do Brasil", os portugueses deram o nome de  Tapuia.

Esta classificação foi extremamente importante para o registro das informações sobre os índios produzidas pelos portugueses, franceses e outros europeus. Sem os documentos produzidos pelos colonizadores, as crônicas dos viajantes, a correspondência dos jesuítas e as gramáticas da "língua geral" e de outras línguas, não teríamos como saber sobre os nativos, sua cultura e sua história.

Sociedades indígenas

À medida que os colonizadores foram explorando o território, perceberam que essas populações dividiam-se em centenas de povos que falavam línguas distintas, tinham  costumes e hábitos  diferentes.
Estima-se que na época eram faladas cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes.

Para estudarmos os povos indígenas, estes foram agrupados de acordo com as semelhanças existentes entre suas línguas. Desta forma são reunidos povos com características culturais comuns.

A classificação linguística reconhece a existência de dois troncos principais (tupi e macro-jê) e de outras seis famílias linguísticas de significativa importância (aruak, arawá, karib, maku, tukano e yanomami), além de muitas línguas sem filiação definida, não classificadas ou isoladas.

Atualmente essa população está distribuída em aproximadamente 215 etnias, que falam cerca de 170 línguas diferentes, excluindo-se os índios isolados. Muitos índios falam unicamente sua língua, desconhecendo o português e outros falam o português como sua segunda língua.

Aproximadamente 60% da população indígena brasileira vive na região designada como Amazônia Legal, área esta que engloba nove estados brasileiros pertencentes à Bacia amazônica e, que possuem em seu território trechos da Floresta Amazônica, entretanto registra-se a presença de grupos indígenas em praticamente todos os estados brasileiros. Apenas no Rio Grande do Norte, Piauí e no Distrito Federal não se encontra grupos indígenas.

Os principais grupos indígenas brasileiros em expressão demográfica são: Tikuna, Tukano, Macuxi, Yanomami, Guajajara, Terena, Pankaruru, Kayapó, Kaingang, Guarani, Xavante, Xerente, Nambikwara, Munduruku, Mura, Sateré-Maué, entre outros.

  

Como referenciar: "Descobrimento do Brasil - Discussões sobre o “descobrimento”" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2022. Consultado em 25/10/2022 às 07:10. Disponível na Internet em //www.sohistoria.com.br/ef2/descobrimento/p2.php

Quais as consequências para as populações indígenas da chegada dos portugueses a América?

O processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja por meio das guerras, seja em consequência do contágio por doenças trazidas dos países distantes como a gripe, o sarampo e a varíola, que vitimaram, muitas vezes, sociedades indígenas inteiras, em razão dos ...

O que os índios sofreram com a chegada dos portugueses?

A chegada dos portugueses foi uma verdadeira catástrofe para os nativos e resultou no extermínio de muitos povos indígenas no Brasil em decorrência de conflitos armados, doenças trazidas pelos europeus e pelo processo de escravização.

Como foi a reação dos índios com a chegada dos portugueses?

Os índios e os portugueses: o encontro de duas culturas. Durante os primeiros anos do descobrimento, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

Quais foram as consequências do avanço da colonização para as sociedades indígenas?

Resposta: Os indígenas saíram do isolamento em que viviam , o que lhes trouxe novos costumes e a consequente descaracterização da sua cultura e perda da natureza tal como a conhecia. ... - desestruturação do sistema produtivo e das instituições indígenas.

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